Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 22
And Then There Were None - Part 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705129/chapter/22

—Viramos aqui? -Violet apontava para o corredor que seguia para a direita.
—É, pode ser. -Claire respondia desanimada.

As duas dobraram o corredor entrando à direita. Perceberam que não havia saída. Era um caminho não muito grande que terminava com uma parede branca como um beco sem saída.

—Ah, que ótimo. -Claire bufou olhando para trás, desapontada porque à sua frente não havia saída.

Violet pareceu não se importar muito, tirou o maço de cigarros do bolso. Já que não havia para onde seguir a partir dali, e não havia sinal de movimento por perto, resolveu fumar. Claire colocava o rosto próximo a uma pequena janela ali mesmo no corredor, a vista agora escura lá fora, seria do grande quintal dos fundos. Uma área enorme coberta por um gramado baixo atrás da casa. Era como um quintal gigante, a área ampla era cercada por muros. Violet fumava seu cigarro tranquilamente, assoprando a fumaça vendo a expressão de descontentamento de Claire.

—Claire. Calma. Eu posso estar errada, muito errada.
—Tudo bem. É que nunca parei pra pensar mesmo.
—Relaxa.

Violet sentiu sua nuca encostar em algo na parede, com o incômodo, se virou. A Luz da lanterna mostrou em toda sua glória um candelabro, ainda com três velas.

—Hey, já que não vamos acender nenhuma luz, acho que isso pode ser útil.

Claire se virou tirando o rosto de frente a janela, ficando surpresa ao ver aquele candelabro.

—Nossa, que bonito.
—É mesmo.

Violet tirou o isqueiro do bolso da blusa, acendendo uma a uma, as três velas brancas. O Fogo criou uma certa luminosidade sinistra.

—Credo, -Disse Claire. -Parece aquele filme "Os outros".

Violet ria segurando o cigarro com os lábios.

—Ai ai...

Coçando a cabeça, Claire observava o fundo daquele pequenino corredor sem saída. As chamas das velas criaram algumas sombras, e a Loira podia jurar que estava vendo algo balançando, como um tipo de fio saído do teto.

—Violet, joga luz ali rapidinho. -Ela apontou para o "Beco sem saída".

A garota de preto assim o fez, levantando o candelabro, cerrando os olhos, aos poucos vendo também o fio se balançar. Abriu a boca deixando o cigarro cair no chão, pisando em cima do mesmo apagando-o. Com a ajuda da lanterna, ela jogou mais luz naquela direção. E estava claro, era um tipo de corda fina, realmente saía do teto.

—O que é?... -Claire se curvava para frente.
—Eu acho que sei...

Violet se encaminhou dando passos na direção da coisa, Claire a seguia curiosa. As duas chegaram rapidinho ao limite do caminho, ficando bem debaixo da ponta da cordinha que balançava com o vento leve que passava pelos corredores vazios. As chamas das velas também dançavam, mas no entanto, não ameaçavam apagar. A Vista do teto agora ficou bem mais clara, podia-se ver quatro fissuras, formando um quadrado até grande.

—Acho que é o sótão. -Violet sussurrou.
—E nós queremos entrar?


Violet a olhou levantando as sobrancelhas.

—Acha que Steve pode estar lá?
—Provável... é bem escondido, não acha?
—Vamos tentar, então. Segura aqui o candelabro, Claire. -Violet estendeu o braço, e a loira tomou o objeto imediatamente. A Garota de preto mantinha a cabeça levantada, continuava olhando para cima, levantando uma das mãos tentando alcançar a pontinha da corda.
—Vai...

Violet não alcançava, seus dedos tentavam pegar mas não adiantava.

—Merda.

Tomou fôlego, e deu um pequeno pulo, agarrando a ponta da corda e ao voltar ao chão, automaticamente já puxara a mesma. Um grande ranger se deu, o alçapão se abriu num baque liberando um pequena nuvem de poeira, que causou tosse nas duas. Claire levantou um pouco a camiseta, cobrindo os olhos e o nariz tossindo debaixo dela, Violet esfregou os olhos assoprando a poeira, pigarreando.

—Nossa... nem o cigarro me faz tossir assim.

Claire forçou a garganta, levantando o candelabro tentando fazer com que o que estivesse lá em cima fosse iluminado. Podia ver um teto velho de madeira, repleto de vigas.

—Steve.. -A Loira chamou baixinho.
—Se estiver lá, ele deve estar amordaçado, não vai responder.
—Tem razão.
—Claire, me ajuda a subir.
—Ok.

A Loira pegou a lanterna se abaixando colocando-a no chão em pé, de modo que a luz se voltasse para cima, colocou também no chão um pouco mais longe, o candelabro. Em seguida deu um passo à frente ficando bem debaixo do buraco, Violet colocou as duas mãos em seus ombros levantando os joelhos dando um sinal.

—Tá, faz apoio.

A Diaba juntou as duas mãos próximas a cintura, fazendo uma conchinha. Violet levantou a perna, apoiando um pé nas mãos de Claire, tomando impulso com as mãos em seus ombros. Um pouco de esforço fez a loira fazer careta.

—Vai.... -Dizia ela prendendo o ar.

Violet gemeu baixinho se erguendo, levantou os braços rapidamente colocando as mãos nas bordas, ficando pendurada por alguns segundos. Contorcia o rosto fazendo força, apoiando os cotovelos naquela superfície suja.

—Vai, Claire, mais um pouquinho.

A loira levantou suas mãos, empurrando a perna da menina para cima num impulso rápido. O Resultado foi bom, a garota de preto já se via apoiada pela cintura. Claire saiu debaixo dela conforme as pernas da menina sacudiam, enquanto ela tentava levar o resto do corpo para cima. Violet arrastou o tronco para frente usando os braços, e enfim, suas pernas a acompanharam. Percebeu que se deitara naquela poeirada toda, e imediatamente ficou de joelhos dando tapas na roupa assoprando toda aquela sujeira. Ela se virou, ainda de quatro, olhando Claire embaixo.

—Me passa a lanterna. -Ela dizia colocando o braço para fora. -Não dá pra ver porra nenhuma aqui.

Claire tornou a se abaixar pegando a lanterna. Se levantou erguendo o braço para que Violet a pegasse. A Luz bateu contra o rosto da menina de preto, que fechou os olhos por conta da claridade, sentindo a lanterna encostar em seus dedos, porém, Claire paralisou. Sua respiração ofegante foi se mostrando. Violet puxou a lanterna para si, vendo a expressão no rosto da Loira, que não se movia.


—O que foi?... -Violet perguntou sussurrando.

Claire abriu a boca lentamente, seu queixo tremia:

—Violet...

Claire arregalava os olhos, congelada de pavor. Em pé, atrás de Violet estava a figura mascarada. Parado ali como uma assombração sem dar nem um pio. A Loira fitava por cima dos ombros da menina, que fez cara de espanto ainda sem se virar:

—Claire... você está me assustando...

E Depois daqueles dois segundos onde as duas estavam paralisadas, uma sem conseguir dizer o que via, e a outra sem coragem de olhar para trás, A mão negra do fantasma num piscar de olhos tampou a boca de Violet, puxando-a para a escuridão num movimento tão rápido quanto o bote de uma cobra, ela desapareceu de vista como num passe de mágica. O grito agudo imediato da menina se deu, um segundo antes do som da batida devido ao peso de seu corpo sendo jogado contra o piso. "Bum!'

—Ah!!!! Filho de uma puta!!! -Claire berrava se sacudindo toda como num ataque epilético.

Os gritos de terror e agonia de Violet eram ouvidos seguidos por altas batidas, eram seus cotovelos e joelhos se tacando contra o chão na tentativa de levantar após ser puxada e jogada. A Figura mascarada desapareceu da vista de Claire também no mesmo instante, se embrenhando na escuridão.

—Arrgghh!! -Violet se levantava ainda segurando a lanterna na mão esquerda. Nem esperou para ver quem ou o que estava ali, simplesmente berrava se colocando para correr. O Sótão não era tão grande, pelo menos não aquele. O Teto tinha formato de um "V" invertido. Várias pilastras de sustentação se encontravam no caminho, em volta dessas pilastras, haviam caixas velhas de papelão em pequenos montinhos espalhados pelo cômodo escuro. Violet corria, seus passos davam batidas alucinantes na madeira, a luz da lanterna chacoalhava para todas as direções devido ao desespero da menina que corria para o fundo do cômodo sem conseguir ver direito o que estava em sua frente. Mas podia ouvir os passos da má companhia mascarada pouco atrás de si. Sendo perseguida na escuridão, em completo desespero sentia seus cabelos balançando para todo lado, o chapéu caíra na hora do puxão. A Corrida continuava quando à poucos metros avistou a parede. Era o fim da linha. Tentava manter o flash da lanterna de modo que conseguisse ver o caminho entre seus gritos desesperados. A última pilastra de sustentação ao fundo, também cheia de caixas em volta era o único lugar para se acessar. A Menina apressou o passo se curvando para frente entrando por trás da pilastra ficando atrás de um montinho de caixas empilhadas, uma delas caiu no chão com o esbarrão de seu cotovelo. A Lanterna chacoalhava enquanto Violet tentava se manter parada com as costas na parede, iluminado tudo à sua frente. Sua mão tremia, vasculhava o local com a lanterna ainda que tudo, inclusive sua respiração a entregassem. As vigas deixavam tudo confuso, era difícil distinguir uma pessoa em pé de um pedaço de madeira.

—Ah meu deus, ai meu Deus, ai meu Deus... -Ela repetia baixinho batendo os dentes totalmente ofegante. Percebeu o silêncio que se abatera ali em cima, a quietude só era quebrada pelos gritos de Claire que embaixo do buraco gritava:

—Deixa ela em paz!!! Vem pra cima de mim, maldito!! Vem!

Violet, temendo por sua vida e consumida pelo medo, inalava aquele ar terrível de modo feroz. Podia ver ao fundo, uma abertura no chão de onde vinha uma luz fraca e amarelada, eram as luzes das velas, era onde Claire estava. Aquela era sua saída, tinha que dar um jeito de passar correndo e pular de volta ao corredor. Engoliu seco, ainda vasculhando tudo com a lanterna. O Montinho de caixas a sua frente eram como uma fortaleza, por assim dizer. Não via movimento, nem ouvia passos. Queria se mexer, queria sair correndo. Mas o medo de ser surpreendida falava mais alto.

—Violet!! Me responde!! -Claire gritava aos prantos.

Ela queria responder, mas o medo não deixava. Mesmo tendo consciência de que o assassino a observava em algum lugar naquele breu, totalmente certo de sua posição, a garota não conseguia se mover, nem gritar, muito menos falar. À sua frente ao longe, fitava com esperança aquele buraco. Tinha que ir até lá e se jogar nem que fosse de cabeça. Suas mãos suadas se contorciam, se fechando prontas para dar uma porrada no que a atacasse. Mas será que seu corpo responderia ao seu comando? O instinto de sobrevivência é algo que nenhum ser humano jamais deseja precisar usar.

—Por favor... -Os lábios de Violet estremeciam. -Não me mata.. eu imploro. -Ela conversava com a escuridão, querendo uma resposta positiva ou sinal, ainda que temesse caso algo alguma resposta viesse, uma em forma de facada.


—Violet!! Por favor me fala que você está bem!!! -Claire chorava em desespero olhando para cima, diante do breu.
—Eu.. eu.... estou bem!.. -Ela respondeu temerosa.

A Loira sorria limpando as lágrimas, ainda que não conseguisse conter os soluços de choro. Seu corpo parecia um terremoto, e aquele silêncio todo não podia significar coisa boa.

—Estou indo aí! -Claire exclamou.
—Não!

Violet continuava acoada naquele canto, completamente imóvel. Claire por sua vez, não suportando ficar parada sem fazer nada, deu as costas seguindo por um caminho incerto, dobrou o corredor de volta na direção em que vieram virando à esquerda. Ela se lembrara da pequena cômoda semi traçada por cupins que estava encostada na parede do corredor. Era pequena, de tamanho e de largura, mas devia servir. A Loira corria quase não conseguindo ver nada naquela linha reta das trevas, mas uma silhueta quadrada parecia próxima. Esticando a mão como um cego, Claire tateava o nada esperando que suas mãos tocassem no pequeno móvel lhe confirmando sua posição, a fraca luz das velas vinda da esquina do corredor não ajudava em quase nada.

Violet sentia uma ou duas lágrimas escorrerem por sua bochecha, lambendo e mordendo os lábios de nervoso, apontando a luz em quase todas as direções, iluminando montinhos de caixas que pareciam uma pessoa abaixada, e pilastras que se pareciam com alguém em pé. Esperava pela morte quase perdendo as esperanças, quando de repente, o som de algo sendo arrastado no piso de madeira logo abaixo de si foi ouvido. O que era? Não parecia tão pesado. Mas o som a deixou aflita do mesmo jeito.

—Estou indo!! -A Voz de Claire surgia bem próxima do buraco do alçapão junto com o som de algo sendo arrastado.
—Tá bom!

Claire colocou a pequena cômoda bem embaixo do buraco parando de arrastá-la, ainda segurando sua faca na mão direita. Suspirou se abaixando para pegar o candelabro, o colocando em cima da cômoda percebendo que uma das três velas já se apagara. Ela se apoiou na superfície da cômoda, temendo que ela não aguentasse seu peso e cedesse, mas mesmo assim o fez. Ficou de joelhos por um momento, se preparando para se levantar. Na mão direita tinha a faca, e na outra o candelabro. Aflita, se levantou ficando em pé em cima do móvel, que dava pequenos estalos, ameaçando não suportá-la.


—Ai merda.

Viu que ainda estava um pouquinho abaixo da altura do sótão. Ergueu um braço colocando o candelabro na superfície do sótão, o que atraiu o olhar de Violet ao ouvir a pequena batida do objeto sendo colocado ali no chão mais à frente. A Distância era considerável, mas não tão grande assim. Ainda observando fixamente aquele ponto, viu a outra mão de Claire, com a faca ficar sobre o piso. Com a lanterna, ela usava a luz para percorrer o cômodo, quando a poucos metros de si, viu a figura negra dando passos vagarosos e silenciosos, se movimentando da esquerda para a direita, passando direto por ela, entrando por um segundo na frente do fecho da lanterna seguindo seu caminho até onde Claire estava.

—Claire!! Desce!! Volta!!
—Não! Se ele quer me matar que se foda! Não vou deixar você morrer aí!
—Claire, me escuta!! Corre!!!
—Não!

A Cabeça da loira já surgia pelo buraco, enquanto ela se pendurou tentando erguer o corpo.

—Ah meu Deus!! -Violet gritou apontando a lanterna naquela direção.

Claire olhou para cima, furiosa e com os olhos vermelhos de choro vendo o fantasma se aproximando.

—Vem desgraçado! Estou aqui!
—Nããão!!!

A Diaba, persistente, segurava a faca com firmeza, tentando à todo custo se erguer por completo, mas até o momento, somente seus braços e parte de seu torso podiam ser vistos, ela mantinha a cabeça erguida olhando para cima, quando Ghostface a encarou por cima, ficou parado diante dela como se apreciasse seu sofrimento em tentar subir fazendo todo aquele esforço. Com uma voz abafada de quem fazia força, ela proferiu:

—Eu não tenho medo de você...

A Figura levantou o joelho, descendo sua perna com tudo em cima da mão da garota, justamente a mão que portava a faca. Naquele impacto, sentindo seus dedos serem esmagados enquanto o infeliz movia a bota de um lado para o outro para intensificar sua dor, a loira gritou de agonia numa expressão facial de dor indescritível.


—Ah!!!!! AH!!!!!!

Violet também berrava do outro lado do cômodo. Claire perdeu as forças, seu corpo foi direto para baixo, num grito de horror. Naquele momento, ela ficou pendurada sem conseguir sentir a cômoda embaixo de si, a única coisa que a mantinha pendurada, era a bota do assassino em cima de seus dedos, não deixando que a garota atingisse o chão. Seus dedos pressionados com tamanha força pareciam ser esmagados, e aos berros, a loira sacudia as pernas, chacoalhava o corpo em desespero esperando que aquilo a soltasse. Tudo acontecia rápido. De repente, Violet cruzou o sótão correndo num grito de ódio feito uma guerreira jogando todo seu corpo contra a figura mascarada. Os dois tiveram seu embate caindo violentamente sobre o piso do sótão desaparecendo novamente da vista de Claire, que sem nada a prendê-la, despencou no chão, mas não antes de bater com força a coxa na cômoda. A loira deu seu baque contra o chão num grito rápido, que foi tomado pelo seu sofrimento silencioso devido a forte dor na coxa. Em posição fetal, ela se encolhia em agonia.

A Faca que Claire portava, acabou ficando no assoalho no sótão, sendo levemente chutada para o lado no momento em que Violet se jogou contra o mascarado, que involuntariamente empurrou a lâmina para trás com a bota. Violet caía por cima do maníaco tendo sua máscara bem de frente ao seu rosto naquele segundo, com a luz da lanterna entre os dois. Gritou, já levando seu corpo para trás saindo de cima de Ghostface, que ainda ágil levantava seu braço portando a faca. A garota se jogou para trás num grito temendo que a lâmina a acertasse, num ato desesperador e em vão ao sentir o golpe em seu ombro esquerdo. A Facada um tanto profunda entrou e saiu numa rapidez incrível durante a queda da menina que dava com as costas no chão tomada pela dor repentina.

A lanterna caíra de sua mão rolando para sua direita em grande velocidade até ser freada encostando ao lado de uma caixa de papelão. Tomando impulso, rolando naquela mesma direção, a menina se desviava do que parecia ser um próximo golpe, percebendo que o assassino estava se levantando. O Rolar a fez escapar de outra facada, que acabou atingindo o chão de madeira. Com a mão direita pressionando o ferimento no ombro esquerdo, ela se levantou por um segundo, se jogando para frente afim de pegar a lanterna conforme um pouco de sangue escorria entre seus dedos que tampavam a ferida. Frenética e curvada para frente, sentiu o empurrão devido ao chute nas costas que levara do mascarado caindo de bruços num baque. O Chute pelo menos a lançou um pouco mais para frente ficando mais próxima da lanterna, cujo fecho de luz que cruzava o cômodo iluminava ali também próximo, a faca de Claire. Violet retirou a mão do ombro naquele instante esticando-a em fúria, arrastando-se rapidamente no piso para alcançar a faca que estava bem na frente do fecho de luz. Ao fazer isso, teve sua mão iluminada, o que lhe causou mais agonia ao ver seus dedos sujos de sangue. Seus dedos tocaram o cabo da faca quando de repente a dor terrível aguda lhe abateu. A Garota fechou os olhos soltando um grito estrondoso. Era a faca de caça do psicopata que atravessara sua mão, sendo cravada diretamente no piso.

—Aaarrggghh!!! -Ah! Ah! Ah! -Pequenos e curtos gritinhos finos misturados com choro de dor saiam de sua boca. Sua mão estava empalada, com já um pouco de sangue se espalhando em volta descendo sobre sua pele, tocando aquele chão marrom sujo. Seu choro de dor parecia uma gargalhada infernal, Violet berrava como uma alma condenada à sofrer as mais desprezíveis torturas do inferno. Ainda embaixo de seus dedos, via a faca de Claire sendo calmamente retirada, fazendo um som metálico afiado ao ter a lâmina raspada no piso. Contorcia as pernas, tentava se virar, mas isso significaria rasgar sua mão ao meio. A Dor já era tão insuportável, o impacto daquela faca que entrou com tudo atravessando sua mão quebrando seus ossos a poucos segundos atrás era indescritível.

—Por .... po.. Por favor...

Ghostface curvou seu corpo para frente segurando a faca que veio de brinde na brincadeira, usando-a para terminar o trabalho em Violet. A Esfaqueou com força nas costas, pouco abaixo dos ombros. Ouviu-se um "Crack" ao ter o osso atravessado pela lâmina, o mesmo se partiu num agonia horrível. Sua cabeça fora impulsionada involuntariamente para trás dado impacto, sua boca se abriu, de onde os gritos cessavam. Os olhos se fecharam contraídos, a faca saía e entrava em um ponto próximo. Ghostface não parava da golpear Violet. Seu braço, como um bate estacas subia e descia, subia e descia acertando uma facada após a outra, uma após a outra... a cada golpe, o corpo da garota dava uma leve estremecida. Lâmina continuava perfurando profundamente suas costas, que mostravam pequenas rodelas de sangue sob a blusa, que logo se espalhariam... continuava sem parar.

Claire se levantava erguendo o braço, usando a cômoda como apoio. Seu rosto ainda transmitia a dor da pancada na coxa. Os dedos da mão estavam bem doloridos por conta do pisão. O Fantasma realmente não estava para brincadeira, iria matar à todos não importa se encontrassem Steve ou não, isso se o garoto já não estiver morto. A "Diaba" se erguia ainda um pouco curvada.

—Ai... Ai... -Reclamando de dor, ela deu um passo para trás levantando a cabeça. -Violet?.... -Não houve resposta. Tudo o que via era o candelabro ainda com as últimas duas velas acesas, em pé na borda do buraco.

Com ouvidos atentos, ela escutou um passo. E mais outro... depois outro.

—Violet é você?... -Seus olhos esperançosos fitavam a escuridão implorando para que a menina surgisse viva ali, nem que estivesse ferida, mas viva... isso já seria o suficiente. Os passos se aproximavam... Claire estava aflita abraçando a si mesma completamente arrepiada. A tensão crescia a cada segundo, mas a escuridão ainda não revelava quem estava dando aqueles passos.. -Vi.. Violet?...

Os passos pararam. Tudo ficou silencioso. Deu para ouvir uma corrente de ar circulando por aquele sótão. Claire até prendeu a respiração, toda sua coragem havia ido embora ao encarar a morte de perto. Se sentia impotente, humilhada e derrotada, provando ao assassino que era fraca. Com vergonha de si mesma, não aceitando falhar, ela esperava...

O Vento soprou mais forte, as chamas das velas balançaram, se apagando logo em seguida, deixando os fios finos de fumaça que se espalhavam para cima, e apenas uma das velas ainda permaneceu acesa. Segundos intermináveis e agonizantes. Entre batidas altas e repentinas, um vulto desceu da escuridão despencando em cima da cômoda numa grande pancada. Claire gritou na hora colocando as mãos próximas ao rosto em expressão de choque. Seu berro ecoou pelos corredores numa altura absurda, sendo ouvido por todos os jovens presentes no casarão. O Vulto, era um corpo, o corpo de Violet, mole e coberto de sangue que se estabacou na cômoda como um boneco, se revirando batendo contra o chão num segundo onde a loira tomava o maior susto de sua vida.

Nem esperou para ver aquela máscara infame aparecer no vão escuro, de jeito nenhum! Claire se virou correndo descontroladamente aos berros numa velocidade onde nem o diabo capaz alcançá-la. Os gritos ficaram mais distantes, deixando aquele corredor escuro deserto, ela nem se importava para qual direção iria, e francamente nem prestou atenção. Simplesmente correu desaparecendo no breu, deixando para trás o vazio da morte onde jazia o corpo sem vida e retorcido de Violet Fitzgerald.
—------------------------------------------------------------------

—Ah!!!!!!!! -Um grito feminino agudo e escruciante foi ouvido, o que fez Alissa parar de empurrar a cadeira de rodas de Juliett, se virando para trás com tudo. Seus olhos apenas enxergavam o vazio e escuro corredor agora em sua frente. Demonstrando pavor, disse:

—Gente!!... Vocês ouviram isso?

Amelie também se virou, jogando a luz da lanterna para frente.

—Quem será?!
—Acho que é a Claire... -Alissa dizia ofegante.
—Tem certeza?

Uma pequena pausa ocorreu, enquanto as três meninas mantinham os ouvidos atentos.

—Ah!!! Galera! Socorro!! -O grito ecoou novamente entre batidas. Desta vez Alissa tinha certeza.

—Gente é a Claire!! -A ruiva ameaçou correr, quando teve seu braço segurado por Amelie.
—Não! Não vai!
—Amelie me solta, se a Claire está em perigo, eu não posso deixar ela!
—Alissa! -Juliett exclamou vagamente sem saber o que dizer.
—Juliett, fica aqui com a Amelie!
—E por acaso eu tenho escolha? Olha pra mim!
—Alissa, não vai, por favor não me deixa sozinha!

Alissa encarou Amelie que esbanjava terror nos olhos:

—Olha, por favor. Fica com a Juliett, se vocês duas tiverem oportunidade de fugir, fujam! Não se importem comigo!

A Ruiva deu as costas as duas, correndo apressadamente com sua lanterna, tentando seguir a voz de Claire. Era quase impossível saber de onde vinha, mas ela não estava preocupada com isso. Amelie e Juliett ficaram para trás boquiabertas observando a ruiva desaparecer dobrando à direita.

—Fodeu! -Juliett exclamou trêmula.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comente o que achou! Bye Bye Violet... vamos ver... quem é o próximo? hahah! Até amanhã galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scream - Survival" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.