Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 20
House On Haunted Hill


Notas iniciais do capítulo

A Caminho da Morte, o grupo toma seu último suspiro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705129/chapter/20

Alissa ajeitava o chapéu em sua cabeça. Era de Violet, a Ruiva pegara emprestado por um segundo para tirar selfie.

—Vem Violet. -Dizia ela sentada no banco esperando que a menina se sentasse ao seu lado.

Violet respondeu se sentando, fazendo bico enquanto Alissa levantava o celular batendo uma foto das duas.

—Essa vai pro face. -A Ruiva comentou.

Os 4 estavam na praça como combinado. Eram por volta de Meio dia, estavam entre os bancos comendo hambúrguer e tomando refrigerante, esperando por Claire que demorava a chegar. Edward e Dylan estavam particularmente mais desconfiados de Claire, mas ainda sim permaneciam calmos ali na rodinha. Violet acendia seu cigarro.

—Nossa, vai fumar outro? -Comentou Dylan perplexo. Violet havia fumado um cigarro à cerca de 5 minutos.
—Ah... sei lá eu tô nervosa. -Ela deu um trago, assoprando a fumaça em meio a uma tosse seca e violenta. Seus olhos até avermelharam ao tossir, era preocupante.
—Nossa, que isso? -Dylan exclamou vendo a garota ficando vermelha enquanto pigarreava tentando parar a tosse.
—É a tuberculose chegando. -Comentou Alissa entre risos.

Violet deu pequenos tapinhas de leve na ruiva, tentando rir em meio a brincadeira. Edward fazia sinal de reprovação com a cabeça, ainda sim esboçando um sorriso. Um sorriso que se desfez quando seu olhar aparentemente vago, apontado para um pouco mais ao longe na praça, avistou Amelie andando cambaleante se apoiando com dificuldade em meio a algumas árvores.

—Gente... -Disse Edward apontando a direção de onde a garota estava. Todos se viraram, procurando o que era que Edward apontava. Até que viram Amelie mais ao fundo, caindo de joelhos no chão, apoiando as mãos na grama. Parecia exausta, e a ponto de desmaiar. -Ai caramba, socorre gente!

Edward passou por Dylan correndo. O irmão se prontificou seguindo-o. Alissa pegou no pulso de Violet levantando do banco puxando-a:

—Vem!!

Os quatro correram atravessando a praça largando os lanches no banco. Quanto mais se aproximavam, mais o choro de Amelie ficava evidente. A Garota, de quarto no chão, toda suada tentando bloquear o sol com a mão, os viu se aproximando. Edward e o restante perceberam como ela estava um pouco suja, junto com o olhar de desespero que tomava conta de seu rosto. Ao ficar mais perto, ele se abaixou colocando sua mão nas costas da colega:

—Amelie.... o que aconteceu?!

Ela mal conseguia responder. O abraçou ainda agachada, como se encontrasse seu salvador.

—Edward!!.... me ajuda!... -Ela dizia pousando a cabeça em seu ombro.

Os outros três observavam a cena paralisados, totalmente preocupados com Amelie aos prantos mal se aguentando em pé. Dada a experiência dos dias passados, a coisa com certeza era grave.
—-------------------------------------------------------------------------------

Claire permanecia em sentada em seu sofá, com os braços cruzados. Aflita, preocupada com Amelie que fora num encontro com Steve e não voltou. A Loira acordou com um mal pressentimento súdito. Já havia deixado inúmeras mensagens na caixa postal da menina mas nada dela atender. Steve também, os dois pareciam ter sumido. Suas mãos já estavam molhadas de suor, devido ao nervoso. Ainda não teve coragem de se levantar e ir encontrar Ed, Dylan, Violet e Alissa na praça como combinado. Ela sabia que eles fariam milhões de peguntas, perguntas das quais ela teria que mentir sobre a resposta. Sua impaciência e tensão estavam no ápice. Se abanava na tentativa de proporcionar a si mesma uma falsa sensação de calma. Calma essa que fora jogada no lixo com o toque de seu celular que vibrava sobre a mesinha de centro. Claire se esticou pegando o aparelho numa fúria abominável.

—Alô?
—Hello, Claire.
—Ah não... -Seu olhar se preencheu de pavor. Estava pronta para ouvir que Amelie e Steve estavam mortos.
—Como vai, protagonista? Dormiu bem?
—Vai, fala logo. Se é pra acabar comigo, faça isso de uma vez.
—Mas foi exatamente para isso que te liguei.
—O que quer dizer com isso? -Ela respondia tensa.
—Estou em boa companhia hoje.
—Quem?
—Steve...
—Oh meu Deus... cadê a Amelie?
—Ela escapou. Uma pena.
—Graças a Deus.
—Eu não agradeceria ainda se fosse você.

Claire se levantou do sofá, ouvindo atenta o que o psicopata dizia.

—Tá... então, me diz...
—Última rodada... está pronta?
—Mas já?!
—Claro. Não podemos mais perder tempo. Os personagens foram estabelecidos. Os coadjuvantes morreram. Está na hora, Claire.
—O que eu tenho que fazer?
—Você só precisa ser um bom cãozinho.
—Filha da puta, tá me chamando de cachorra?
—Sim. E tudo o que você tem que fazer, é vir pegar!
—Peraí, você sequestrou outra pessoa? De novo? Esse seu roteiro tá ficando meio repetitivo, não acha?
—Aí está ela. A Cínica. A rude. A assassina...
—Assassina?
—É o seguinte, Claire. Vamos fazer um jogo.
—Como sempre..
—Caça ao tesouro. Eu estou na velha mansão. Tudo o que você tem que fazer é vir até aqui. Se achar o prêmio, a máscara cai, e tudo isso acaba, Caso contrário, você morre. E aí tudo isso acaba. Viu só? Tudo vai ter um final feliz não importa o que aconteça.
—E que prêmio seria esse?
—Steve.
—Ai Deus... essa mansão é enorme, você pode ter enfiado esse moleque em qualquer lugar, cara....
—Se não encontrar Steve até o amanhecer... ele morre. E as mortes continuam... mas se encontrar, o filme de terror encerra aqui.
—Tudo bem.. eu aceito. Mas como vou saber que você não foder tudo?
—Hahaha... pense como uma visita ao trem fantasma, Claire.
—Ah, então você vai tentar me matar enquanto eu procuro ele???
—Espero que suas pernas sejam tão rápidas quando sua língua.

Ele desligou. Claire respirou fundo guardando o celular no bolso de trás. Jogou os cabelos para trás estalando os dedos. Fez sua decisão. Ela iria de encontro ao perigo de bom grado. Queria que dessa vez, sua facada acertasse a pessoa certa. Mas teria que ser rápida, sair de casa e dar o fora antes que sua mãe percebesse. De repente, a campainha tocou. Suspirou correndo até a porta, cruzando a sala gritando:

—Pode deixar, eu atendo!!!

Mais um toque, Claire já alcançava a maçaneta abrindo a porta rapidamente. Parada na varanda, estava Amelie dando goles generosos numa garrafa d'água, com o rosto inchado de quem chorou. Claire ficou espantada, ainda sem reação, soltou um mero e ridículo:

—Oi...

Atrás de Amelie, Edward a fitava tentando esconder sua expressão de raiva. Alissa ainda parecia em choque, com cara de paisagem esperando uma resposta verdadeira de Claire. Violet, com as duas mãos na cintura olhava para a loira de queixo erguido e olhar cínico, também cobrando dela uma resposta verdadeira. Dylan fazia sinal negativo com a cabeça, querendo não acreditar na verdade. Ele não demonstrava raiva, mas sim um desapontamento com a amiga. Amelie engoliu a água soltando um suspiro, olhando Claire bem no fundo os olhos. A Loira não suportou aqueles olhares que a julgavam, se sentia destruída, envergonhada. Sua boca aberta estampava seu arrependimento. Ver Amelie lhe lançando aquela chama com os olhos era algo que ela não desejaria ao seu maior inimigo. A menina a encarou com firmeza, destronando completamente o reinado da "Diaba", proferindo uma frase que atingiu Claire como um punhal, fazendo-a engolir seco:

—Você é uma mentirosa.
—------------------------------------------------------------------------------------

O Carro de Violet, a Blazer preta recuperada um dia após a perseguição, vinha direto do fim da rua em alta velocidade, freando bruscamente dando uma leve derrapada. Estacionou na frente de um sobrado. Violet, ao volante, dizia:

—Chegamos.

Claire, sentada no banco de trás com Alissa e Dylan, fazia cara de desentendida:

—Ué.. como assim "Chegamos"? Aqui é a casa da Juliett.
—Eu sei. -Disse Violet abrindo a porta para sair do carro. Edward, sentado no banco da frente também se retirava do veículo.

Claire se inclinou para Alissa:

—O que está acontecendo?
—Achou mesmo que suas amigas iam te abandonar? -Alissa respondeu com um sorriso.
—Oh meu Deus... -Claire abriu a porta do carro num salto, saindo de dentro da Blazer às pressas. Amelie, que estava no porta malas espaçoso da Blazer, pulou o banco, tomando o lugar onde Claire estava antes sentada, ficando ao lado de Alissa.

A Loira deu a volta no carro correndo:

—O que pensam que estão fazendo? Não vamos levar a coitada da Juliett!

Edward se virou, e como resposta ao comentário de Claire proferiu:

—Claire. Chega. Ela é sua amiga. E fez questão de ir junto. Então pare de reclamar e agradeça, pelo amor de Deus. Aprecie por um minuto uma gentileza que essa menina está fazendo por você.
—Ed.. eu sei, mas como vamos levá-la? Ela está na cadeira de rodas!
—Somos amigos, não somos? -Ele disse sério.
—Claro que somos... -Claire abaixou a cabeça.
—Então. Daremos um jeito. Se um de nós cair, cairemos todos. Ninguém vai deixar ninguém para trás.

A Porta se abriu, Juliett surgia sorrindo balançando as mãos acenando:

—Ooooinnn!

Claire não estava acreditando, uma lágrima escorria sobre sua bochecha. Jamais pensou, ou nunca parou para pensar nas amizades fiéis que tinha. Nem em um milhão de anos passaria por sua cabeça a possibilidade de que uma amiga, prejudicada, com todas as razões do mundo para ficar longe dela, se aprontaria para defendê-la, correndo o risco de ser morta. Juliett não poderia correr, não poderia se esconder, dependeria da ajuda de outros para se locomover devidamente durante este momento tenso. E com todas as coisas indo contra ao seu favor, "Juliett- A Burra" se recusou a deixar a sua amiga ir morrer sozinha no casarão.

—Juliett! -Claire berrou correndo em direção a garota, que vinha de cadeira de rodas sendo empurrada por Violet. A Burrinha abriu os braços acolhendo Claire num grande abraço. -Sua louca!!... Juliett, você não precisa ir. É Sério!
—Não, Claire... eu preciso ir. De verdade.

Claire se ergueu ainda não acreditando na situação, limpando as lágrimas que escorriam.

—Meu Deus.. você.. você é doidinha...
—E Não é por isso que você ama?
—Mas... você consegue ficar de pé?
—Consigo. Não se preocupe. Minha perna está bem melhor. Já consigo fazer a maioria das coisas, só que não por muito tempo, senão eu já começo a falhar, a cadeira vai mais por precaução mesmo.
—Ah meu Deus.. Juliett, você é demais.
—Eu sei, olha isso! -Disse a menina de cabelos chocolate tirando debaixo da bunda uma frigideira. -Viu só?!
—Eu nem acredito que você tirou isso da onde eu vi você tirando...
—Se alguém vier de graça, panelada neles! Eu posso não conseguir correr, mas garota ele vai levar uma bem dada!
—Só você mesmo!
—Eu trouxe algo pra você também.
—Caramba, o que mais você esconde na bunda?
—Não, eu dei pra Violet na hora que ela me empurrou aqi pra fora, mostra pra ela Violet.

Violet se aproximou, estendendo o braço para Claire, lhe entregando uma faca enorme de cozinha. A Loira pegou a lâmina, já sentindo como seria golpear o assassino com ela.

—Me faz uma promessa? -Juliett perguntou.
—Qualquer coisa.
—Na hora que você ver aquela máscara... não hesite. Mata ele de uma vez. Facadas primeiro, perguntas depois. Ok?
—Pode deixar... -Claire esboçou um olhar diabólico. Seus braços se arrepiaram. Juliett a fitava confiante. Era hora do grande embate.
—------------------------------------------------------------------

O Carro seguia pela estrada. Um ponto negro entre o caminho de terra que seguia em curvas entre as árvores deixando Ashville para trás. Claire sentada no banco de trás, olhando pela janela, observava as árvores passando para trás. Com o vidro aberto, sentia o vento em seu rosto, junto com seus cabelos que balançavam. Pensava se depois de hoje, ainda estaria viva para respirar esse ar, para sentir um vento ou ver seus pais novamente. Aproveitava cada segundo da vista durante a ida para mansão. Ao seu lado estavam Alissa, seguida por Amelie, e Dylan na outra janela. O Porta malas, era ocupado por Juliett e sua cadeira de rodas, dobrada colocada ao seu lado. Violet dirigia tendo Edward ao seu lado no banco da frente.

—E o Marty? Keaton? -Perguntou Edward levantando a voz para que os de trás pudessem ouvi-lo nitidamente.
—Tô ligando! -Respondeu Alissa com o celular no ouvido. -Alô?
—Oi... -A voz de Keaton surgiu do outro lado.
—É a Alissa! Tá me ouvindo?
—Tô!
—Nossa mas você o Marty já estão íntimos hein, já tá até atendendo o celular dele.
—Haha Pois é! Fala linda.
—Então... notícia nada agradável.
—O que foi?
—O Assassino está na mansão, ele pegou o Steve, a gente ta indo pra lá!
—Você tá brincando? -Keaton perguntou aterrorizado.
—Acha que eu estaria brincando?
—Alissa não me fala uma coisa dessas. - A Voz de Marty ecoou ao fundo. -O que foi?!

Alissa estranhou, mas continuou:

—Algum problema meninos?
—Sim! Um monte! Eu e o Marty estamos na mansão!
—Não acredito! Um segundo! -Alissa pousou o celular no ombro. -Gente, socorro eu apavorei eles, estão apavorados, os dois estão lá na mansão. O Keaton tá a ponto de cagar nas calças.
—Ai meu Deus... -Claire tapou a boca.
—Oi meninos -Alissa retornava para a ligação.
—Alissa, o que a gente faz?!
—O que vocês dois estão fazendo aí, afinal?
—Sexo...
—Nossa, admiro sua sinceridade. Tá bom então. Seguinte, deem o fora daí agora, a gente já ta chegando!
—Claro que vamos dar o fora! Eu vou pra minha casa!
—Na na ni na não! Você vai ficar lá na frente, no portão esperando a gente.
—Por quê?
—Porque tenho que admitir que isso é um pouco suspeito. Então segura a onda aí, sai da casa agora e fica lá na frente a gente tá indo de carro. Se tentar fugir a gente te atropela.
—Qual é, estão suspeitando da gente? Fala sério Alissa! To morrendo de medo aqui.
—Ninguém mandou. Na próxima vai transar em casa. Eu hein. Agora já era, não vou deixar suspeito fugir não, pode esperar gente.
—Ai cacete...
—Pergunta desde que horas eles estão lá. -Amelie comentou.
—Ó, A Amelie tá perguntando desde que horas vocês estão aí.
—Ah.. que horas Marty que a gente chegou?
—Umas 10 e pouco. -Respondeu o menino ao fundo.
—Umas 10 horas ele disse, Amelie.
—Essa acho que foi a hora que eu acordei... a hora que eu e Steve ouvimos os passos... oh meu Deus... não podemos confiar neles.
—Tá bem, Keaton to desligando. Vê se para de safadeza aí, ouviu né? O Assassino ta na casa, quero nem saber. Bjo tchau.
—Puta que o pariu Alissa!!! -Keaton gritou aterrorizado diante dos comentários de Alissa no telefone, e quase que no mesmo instante a Ruiva desligou na cara dele.
—Podem ser eles, sabia? -Edward disse.
—Não... -Claire o contrariou. -Desculpem, mas por mais que pareça absurdo. Duvido que seja um dos dois. Eles não tem briga com nenhum de nós. E o Marty ficou destruído com a morte da Stacy...
—Tem razão. -Juliett comentou sentada no porta malas, segurando sua frigideira. -Talvez seja só uma infeliz "conhinicidência"
—"Conhinicidência", Juliett? -Amelie perguntou incrédula.

Claire a olhou com deboche.

—Vesh, querida, essa daí... tu num viu nada ainda.
—-------------------------------------------------------------------------------

O Carro continuava sua trajetória, em velocidade considerável durante uma pequena subida. À frente, ainda que ao longe, ela aparecia. A mansão dos Stone, emergindo no topo da colina. Imensa, abandonada. O que antes era um ponto de encontro para diversão, agora era um convite para a morte. A Casa parecia olhar direto para eles. Com as trepadeiras que cresciam sobre suas paredes, ela parecia representar a morte em si. O Abandono, dando boas vindas aos seus visitantes, como se anunciasse a frase "Boa Morte" ao invés de "Boa sorte". Foi nesse ponto, quando o carro passou com seus quatro pneus por cima da ponte de ferro, e os pequenos solavancos se deram, é que todos perceberam o quanto estava ferrados. Violet avistava bem lá na frente, pequenos como formigas, Keaton e Marty parados ao lado da velha fonte, ela encarava a mansão com medo, ainda que determinada. Edward respirou fundo virando sua cabeça para trás, avistando Dylan, que lhe esboçou um pequeno sorriso de olhos tristes. Aquele olhar disse tudo o que precisava ser dito. Amelie levava as duas mãos à boca, arregalando os olhos. O Pavor lhe consumia, ainda que não pudesse mais voltar atrás, e não se perdoaria se deixasse Steve ali naquele lugar, tudo o que ela mais queria, era correr. Juliett ficou séria empunhando sua frigideira, girando-a pelo cabo. Alissa segurou a mão de Claire, apertando-a com força. A loira fechou os olhos naquele instante dando um longo e desesperado suspiro.

O Carro passava vagarosamente pelos imensos portões pretos de ferro enferrujado. Era como entrar na propriedade da família Addams. As torres da mansão, cujos vidros eram cobertos por pinturas de santos, nunca pareceu tão assustadora. Olhando agora, mais parecia uma catedral. À tarde ameaçava chegar ao fim, o carro deixava para trás a ponte e a grande vista do pôr do Sol que todos admiraram uns dias atrás, e agora, o medo não lhes deixara prestar atenção naquela beleza. Seguindo pelo grande pátio na frente do casarão, o veículo se aproximava cada vez mais, com Marty e Keaton de mãos dadas acenando para o carro.

Violet girou o volante vagarosamente, dando a volta na fonte diminuindo a velocidade. Fez uma pequena curva contornando a estátua da mulher nua se cobrindo com um manto no meio da fonte, parando gentilmente próximo a Marty e Keaton.

—Prontos? -Perguntou ela girando a chave na ignição desligando o motor.
—Não. -Todos responderam quase que em conjunto.
—Então vamos nessa. -Disse ela abrindo a porta.

Todas as portas se abriam, Keaton se aproximou do carro, pasmo pela quantidade de gente que tinha vindo. Todos os 7 se retiraram do veículo batendo as portas. Violet e Alissa contornavam a blazer indo até o porta malas para ajudar Juliett a se retirar.

Claire se aproximou de Marty estendendo os braços.

—Marty...

Ele soltou a mão de Keaton indo em direção a Claire para abraçá-la. Os dois se entrelaçaram. A Loira falou em seu ouvido.

—É hoje.
—Eu sei.
—Stacy, e todos os outros... eles serão vingados. Eu vou matar esse desgraçado.
—Claire. Eu quero que saiba que... não importa o que aconteça hoje... eu, me arrependo de não ter ficado mais próximo de você antes. Seríamos ótimos amigos.
—Marty, nós vamos vencer. Nós vamos sair daqui juntos hoje. E vamos ter muito tempo pra fazer tudo o que quisermos fazer, entendeu?
—Entendi. -Disse ele totalmente desacreditado.

Claire se virou, vendo todos se afastarem do carro, Alissa empurrava Juliett na cadeira de rodas indo num direção qualquer, as duas estavam hesitantes em seguir em frente para a entrada da casa. Eward e Dylan estavam na direção oposta, também afastados conversando baixinho um com o outro. Amelie estava parada mais à frente, ameaçando entrar na mansão, ainda que paralisada na entrada de costas à todos. Marty e Keaton se afastaram indo para de trás da fonte de mãos dadas. Violet por sua vez, seguia chutando pedrinhas se afastando à direita, dando as costas para todos, provavelmente se arrependendo, ou não, de ter vindo. Claire se viu sozinha, olhando para o céu, vendo a noite surgir aos poucos naquele fim de tarde.

—Que horas são?!! -A Voz de Juliett gritou ao fundo.

Imediatamente, Claire percebeu que todos pegavam seus celulares, cada um, num canto diferente, afastados um do outro olhavam fixamente para as telas de seus telefones. A Loira cruzou os braços, como se esperasse uma ordem para entrar. Não queria, não queria de jeito nenhum. Por mais que adorasse bancar a durona, estava morrendo de medo, e pela primeira vez, não teria vergonha de admitir.

—São 17:50! -Berrou Amelie lá da frente.
—Obrigada! Gente as lanternas estão no porta malas!

Por uns dois segundos, todos ainda olhavam para seus celulares. Talvez estivessem pensando em mandar uma mensagens de Adeus aos seus familiares, ou uma ligação de despedida. Não se sabe. Mas qual fosse a situação, cada um precisava de um pequeno espaço. Claire abaixou a cabeça, tremendo de ansiedade e tensão, quando seu próprio celular vibrou em seu bolso. O pegou, lendo a mensagem:

—"Atenda".

Não se passaram nem dois segundos, o aparelho vibrou novamente, desta vez vibrando com a tela indicando "Numero desconhecido".

—Alô? -Atendeu ela com voz mansa.
—Hello, Claire. Vejo que trouxe companhia. Isso é bom.

Ela olhava em volta, ainda parada na mesma posição, quase, ou praticamente todos estavam com seus celulares no momento, seria impossível dizer se era um deles fazendo a ligação, e acusar alguém bem ali, poderia resultar numa confusão desnecessária caso implicasse com a pessoa errada.

—Fala.
—Eu estou louco para que o jogo comece, mas antes, preciso estabelecer as regras.
—Diga então.
—Regra Número 1 - Esse povo todo vai andar separado.
—Nem ferrando.
—Meu filme, minhas regras. Deixo andarem em duplas no máximo.
—Você é maluco? Você diz que quer jogar sob as regras dos filmes de terror, e uma regra importante é "Não se separem!".
—Mas você já viu algum filme de terror em que a turma não se separe?
—Não...
—Exatamente. Então, tecnicamente não estamos quebrando as regras.
—Que foi? Ficou covarde de repente?
—Só estou sendo justo. Eu sou um, vocês são 9.
—Steve ainda está vivo?
—Está sim.
—Não vai dizer onde ele está, não é?
—Prefiro ver você morrendo tentando achá-lo.
—Você disse, que se acharmos ele o jogo acaba. Fim de mortes, fim de máscara.
—Eu disse.
—E Como posso saber que ele está realmente aqui na mansão? Como posso ter certeza de que você não o levou pra outro lugar?
—Claire. Eu sou um estripador, não um mentiroso. Eu nunca menti para você.
—Mas já me obrigou a mentir.
—Supere. Foi só uma mentirinha boba. Eu consegui eu queria, o FBI deu o fora hoje mesmo.
—Sabe que isso é injusto. Estamos com uma pessoa cadeirante.
—Não fui eu quem a trouxe, foi?
—Vai se catar.
—Fim da linha, protagonista.
—Eu vou adorar meter uma faca bem no meio da sua cara. E ver essa sua máscara idiota se encharcar de sangue.
—Hahaha... Tente.
—Só uma coisa.
—Diga.
—Quais são suas últimas palavras, seu maníaco?

Houve uns dois segundos de silêncio na linha. Dois segundos torturantes enquanto Claire tremia esperando a resposta, que foi entregue de modo lento e arrastado pela voz rouca do assassino:

—Bem vindos ao ato final...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comente o que achou. É agora galera, estão preparados? Começará a grande perseguição final. Quem vai sobreviver? Quem é o assassino? Até sexta-feira galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scream - Survival" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.