Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 14
What's In The Box?


Notas iniciais do capítulo

Surpresas desagradáveis continuam neste dia aterrorizante.



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Mais tarde, Edward acordava numa cama. Pode ver que estava num quarto de cor verde claro. Usava uma roupa branca leve. "Que porra de lugar eu tô?". Se ajeitou para se levantar, quando percebeu que estava impedido, seu braço direito não veio com ele, foi segurado por alguma coisa. Olhou para seu pulso, e lá estava uma algema.

—Ai saco...

Do seu lado esquerdo havia uma janela enorme, de onde o dia nublado parecia invadir. Do lado de fora da janela, havia também uma plataforma de metal, seguida por uma escada de incêndio que descia em ziguezague. Um crucifixo estava na parede à sua frente. Era o hospital. Se deitou novamente desapontado, cobrindo o rosto com a mão livre, quando a porta se abriu. Num pequeno susto, avistou o Xerife Nicholas entrando no quarto. Ele parecia abatido, cansado. Com olhos inchados e cabisbaixo.

—Oi, Edward.
—Oi... Por que estou algemado?
—Posso me sentar?
—Claro.. -O Menino respondia preocupado.
—Vou direto ao assunto, porque do jeito que as coisas vão, não temos tempo a perder. -O Xerife se sentou na poltrona ao lado da cama. -Onde está seu irmão?
—Não sei... eu estou tão preocupado, ele não apareceu ontem... eu não sabia o que fazer...
—E por isso matou Evelyn Stockard?
—O quê? Não! Eu não matei a Evelyn!
—Encontramos você, desacordado na calçada, algemado. A Casa estava em chamas. Os vizinhos nos chamaram, eles não viram nada. Só viram você caído, e o fogo... E Evelyn... -O Xerife abaixou a cabeça ameaçando chorar. -Evelyn não resistiu. Vou ter que te prender garoto.
—Mas eu não fiz nada, Xerife!
—Como quer que eu acredite nisso?
—Meu irmão.. o assassino pegou meu irmão. Sequestrou ele e Matou a Evelyn. A essa hora meu irmão já deve estar morto. -Edward derramava lágrimas.
—Edward. Eu te conheço há tempos, conheço sua família há muito tempo também. Particularmente... não quero, ou não consigo acreditar que você ou Marty sejam assassinos. De verdade, eu não consigo aceitar esse fato. E não acredito nessa possibilidade. Mas meu trabalho... exige isso. Serei obrigado a deter você.
—Por favor... vá atrás do meu irmão..
—Eu vou. Mas você terá que ser detido até termos seu depoimento completo e eu tenho que localizar Keaton.
—Está bem.. Pode me prender então. Se as mortes continuarem, saberá que eu não sou um assassino.
—Mas o assassino pode ter cúmplices. Mesmo as mortes continuando, isso não provará sua inocência. Tenho que pegar esse cara, e ouvir a confissão dele.
—Eu sei disso..
—E Vou deixar você e Marty longe das pessoas. Qualquer pessoa que eu prenda nesses dias, o povo vai achar que é o assassino e você sabe como são as pessoas nessas horas. Ficam violentas, querendo fazer justiça com as próprias mãos.. podem te espancar, apedrejar ou coisa pior.
—Tá bem..
—Venha, eu vou ter que te levar, infelizmente.

Edward levantava o braço, o Xerife passava a chave na pequena abertura abrindo as algemas. Ed acariciava seu pulso livre, quando três batidas foram ouvidas na porta aberta. O Menino levantou a cabeça. Na porta, estavam Violet e Dylan sujos de barro.

—Dylan!! -Ed saltou da cama correndo até o irmão, que o abraçou com toda força.

Os dois se entrelaçaram em lágrimas. Ver Dylan vivo e bem era sua maior recompensa. Violet chorava na porta, emocionada com os cabelos bagunçados parecendo uma vassoura. Ela se aproximou, passando direto pelos meninos indo em direção ao Xerife.

—Xerife... Fomos atacados...

Violet tomara uma decisão. Era hora de colocar as cartas na mesa e pedir ajuda a polícia. O Caso já estava no ápice da insanidade. Eles não aguentariam sobreviver por muito mais tempo. Algo tinha de ser feito. As pessoas incriminadas precisavam ter sua dignidade limpa. E o verdadeiro culpado tinha de ser encontrado. Violet rezava para que não fosse um deles.

—Ed! -A Voz de Alissa surgiu na porta. A Ruiva correu para abraçar os dois. Dylan e ele não se desgrudavam por nada, a pobre Alissa teve de se contentar em abraçar os dois envolvendo seus braços em volta de cada um, não podendo separá-los.
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—Eu sei Steve... -Anna chorava ao telefone enrolada numa toalha abrindo o chuveiro.
—Você tem que ficar calma. Surtar não vai adiantar.
—Olha... depois do que houve com a Stacy e o Chris.. meus pais estão dizendo que vão sair da cidade.
—Putz... e onde você vai morar?
—Eu acho que vamos ficar na casa dos meus avós, por um tempo.
—Você não parece nada bem. Quer que eu passe aí?
—Não.. não precisa. Eu vou tomar um banho agora e depois vou dormir, estou tão estressada que sinto que vou ter um colapso.
—Sei como é. A Bianca tá uma fera. Ela e a Alissa brigaram.
—Nossa, sério??
—Aham. Depois te conto essa história. Você tá entrando no chuveiro agora?
—Tô.. dá pra ouvir o chuveiro daí?
—Dá...
—Ai ai.. então tá. Falo com você mais tarde. Obrigada por estar sempre aqui por mim.
—Que nada... não se preocupe, Beijos.
—Beijos, tchau.

Ela desligou, colocando o telefone em cima da pia. Tirou a toalha, pendurando-a colocando as mãos embaixo do jato de água para ver se a temperatura estava agradável, e estava perfeita. Entrou completamente embaixo do chuveiro, abaixando a cabeça deixando a água escorrer por entre seus cabelos. A Sensação era tão boa. Poderia ficar ali para sempre. A Água batia em sua nuca com se fizesse massagem. Jogou os cabelos para frente aproveitando a água quentinha, quando o alarme de voz acionou dizendo:

—"Porta da frente, Aberta". -Seguida por uma batida. Alguém entrara na casa.
—Pai? -Gritou Anna ainda debaixo do chuveiro. -Voltou mais cedo?!

Não houve resposta. Não ouvia a voz de seu pai, nem passos, o som do chuveiro abafava qualquer barulho menor que viesse de fora do banheiro.

—Pai?!!

Ela retirou a cabeça debaixo da chuveiro, jogando os cabelos para trás. A Porta fechada impedia que ela visse qualquer movimento no corredor. Saiu debaixo do chuveiro, sua paranoia e preocupação a perseguiam dia e noite. Anna estava tendo que tomar remédios para dormir de tão sobrecarregada que se sentia. Esticou o braço alcançando a toalha onde deixara pendurada, se enrolando na mesma ainda com os cabelos molhados, pingando.

—Pai?!! -Gritou mais uma vez. Conseguiu ouvir passos pesados. Mas nenhuma voz. Anna já estava com medo extremo já fazia vários dias. E Nesse momento, era crescente. Decidindo entre sair ou não do banheiro, temia feito uma criança. Os passos continuaram por alguns segundos, até que finalmente cessaram. Seu nervosismo era tanto que não conseguia distinguir de que direção iam e vinham. Se voltou ao chuveiro, desligando-o. Agora sim o silêncio mórbido tomava conta naquela nuvem de vapor.

Se enrolou na toalha deixando-a acima do seios para cobri-los. A toalha era grande, descia quase até seus joelhos. Começou a sentir frio, por estar molhada e com medo. Com um passo à frente, hesitante, puxou a cortina fitando a porta. Seus passos lentos demonstravam seu medo. Girou a maçaneta bem devagar, puxando a porta para si espiando o corredor. Silêncio era a única coisa que havia. O Corrimão que percorria o corredor seguia para a direita acompanhando o corredor até fazer uma curva contrária para baixo onde são as escadas. Passou a mão no rosto limpando os olhos, tirando o excesso de água que escorria por sua testa. Sua respiração já ofegante entregava seu medo paranoico. Colocou mais a cabeça para fora, virando para a esquerda avistando a porta de seu quarto já colocando um pé para fora. Desconfiada do ambiente, deu um passo à frente surgindo completamente de dentro do banheiro. Tinha medo de chamar por seu Pai de novo e acabar sendo surpreendida por um possível invasor. O Assassino deixara claro naquela ligação feita no cemitério que ela não estava fora do radar. E Isso corroía sua mente todo santo dia.

O Vapor do chuveiro quente recém desligado saída para fora do banheiro chegando ao corredor. Anna não estava se aguentando, o medo a fez desistir da ideia do banho, querendo se trancar no quarto, colocar uma roupa e ficar lá quieta até ouvir a voz de seu pai ou ter algum indício de que era ele que havia entrado em casa. Deu mais um passo à frente indo em direção as escadas, queria se certificar de que veria ou não veria movimento no andar de baixo. Mas antes de chegar ao corrimão, sentiu algo sob seus pés. Olhou para baixo vendo uma pegada, aquilo era barro. Arrastou o pé no piso tentando limpar sem dizer uma palavra. Olhando com mais atenção, percebeu que as pegadas estavam por todo o corredor, e que seguiam em direção às escadas, indo até o andar inferior. "Não vou lá nem ferrando".

Inclinou a cabeça olhando para baixo, vendo o final das escadas e um pedacinho da sala. Seus olhos iam para todas as direções, esperando por sombras, ou movimentos. Aparentemente, lá embaixo estava tudo quieto.

Tremendo de medo e frio, Anna se virou, indo sentido contrário ás pegadas. Porém, seu caminho parecia ser seguido por elas. O Destino de Anna, seu quarto, era de onde elas vinham. Continuou dando passos, deixando para trás suas próprias pegadas molhadas, inclinando o torso para espiar dentro do cômodo cuja a porta estava aberta escancarada como ela deixara. Ao fundo, via sua janela aberta, com a cortina balançando. As pegadas começavam em sua janela seguindo até as escadas. Seja quem for, está lá embaixo. A Garota adentrou ao quarto, com medo. Ainda sim, foi em frente vasculhando o cômodo com os olhos. Se abaixou olhando embaixo da cama levantando o cobertor que cobria a visão por debaixo da mesma. Nada, estava limpo. Se levantou, tremendo os lábios e batendo os dentes de frio, ao seu lado direito, estava seu closet. Havia um pequeno vão, indicando que estava entre aberto. Seus ombros tremeram durante o arrepio, aquele vento gelado entrando pela janela não ajudava. Esticou os braços "Vamos lá garota, igual a um curativo, faça rápido. Se tiver alguém aí, corra!", Pegou no canto da porta do Closet, abrindo-a com tudo! Revelando suas roupas que balançaram ao ter a porta aberta com força. Não havia nada lá. Respirou fundo, engolindo seco. Coçando o ouvido onde tinha um pouco de água. Assoprou depois de tomar um fôlego generoso, indo em direção à janela. Rapidinha, e furtivamente puxou a cortina para dentro, descendo a janela. Olhou através do vidro, a rua estava calma. Estava garoando apenas, a chuva hoje de manhã tinha sido bem violenta. Pelo menos agora o vento frio já não entrava mais. Aterrorizada, Anna voltou seu olhar as pegadas, elas não pareciam certas. Os passos pareciam curtos demais. Fitou novamente a janela, vendo que estava totalmente limpa. Não havia sinal de barro nela e nem no telhado que descia inclinado para frente, significando que ninguém de fato entrara pela janela. Neste segundo, se lembrou do aviso do alarme de voz "Porta da frente, aberta".

Anna gelou. Seu coração quase pareceu falhar por alguns segundos. Ela fora enganada. Quem quer que entrara na casa, deu passos de costas até sua janela, presumindo que ela faria o caminho contrário, indo parar dentro do quarto. E lá estava ela agora, na jaula do Leão. Tampando a boca sabendo que seria seu fim. Uma lágrima escorria enquanto atrás de si, a porta do quarto rangia como num filme de casa assombrada... Anna se virou, e enquanto ela se fechava, revelava o que estava ali o tempo todo, parado atrás da porta... a figura mascarada, pendendo a cabeça para o lado como sinal de "Que dó" para Anna.

—A... ah.. . -Seu choro quase mudo fora seguido por um grito. -Ah!!!!!!!!!

O Mascarado bateu a porta atrás de si fechando-a brutalmente.

—Por favor, eu não quero morrer!

A Figura negra ergueu seu braço exibindo a faca, já no mesmo segundo correndo como louco na direção da garota. Anna gritou correndo para sua direita, conseguindo escapar de ser atingida pelo golpe de faca que passou em vão acertando a janela que se quebrou. A Menina correu contornando a figura dando um pulo por cima da cama. A Figura em movimentos frenéticos já retornava tentando golpeá-la. A garota aterrorizada passou veloz por cima do colchão saltando do outro lado da cama segurando a toalha:

—Alguém me ajuda!!!!

O Assassino deu a volta na cama chegando do outro lado quase que ao mesmo tempo, embora Anna tivesse sido um segundo mais rápida. Ela foi feroz abrindo a porta para fugir, puxando a mesma para si mas nem chegou ao corredor, a mão do fantasma lhe apertou o pescoço, segurando-a. Anna se sentiu puxada, colocando as duas mãos uma em cada borda da porta tentando impedir de ser levada para dentro do quarto. Foi quando os dois braços envolvidos pelo manto negro também aparentemente molhado de Ghostface a envolveram pela cintura, erguendo a garota do chão puxando-a de volta para o quarto. Anna gritava sentindo aqueles braços lhe apertando enquanto suas pernas sacudiam não sentindo o chão, ela se debatia:

—Me solta!! Me solta!!!

Jogou a cabeça para trás, o que acabou sendo um golpe útil acertando a mascará do psicopata. Com a cabeçada, a figura perdeu o equilíbrio caindo para trás levando Anna consigo. Ela caiu de costas sobre a figura, já podendo se soltar dele em completo desespero se levantando para voltar a correr, ainda que seus pés molhados a fizessem dar um pequeno escorregão no piso. Ghostface, veloz saiu do chão num pulo, o predador fantasmagórico não iria desistir de Anna, e ela sabia disso enquanto correu em direção ao criado mudo do lado de sua cama já ouvindo os passos pesados do maníaco se aproximando. Com um golpe rápido, a morena pegou o abajur se virando girando seu corpo para direita com toda força, acertando em cheio o lado esquerdo da cabeça de seu inimigo. A Lâmpada do Abajur estourou atingindo o mascarado que se debateu com o golpe, já lançando seu braço esquerdo para frente afim de acertar uma facada no rosto de Anna, que agilmente se abaixou desviando da tentativa do assassino enquanto o braço do mesmo passava em vão sobre sua cabeça. No mesmo momento ela se levantou devolvendo um soco de direita na máscara. O Psicopata devolveu um tapa de esquerda com as costas da mão, o tapa acertou a garota no rosto com um alto estalo. Anna foi lançada para o lado, conseguindo ao menos se afastar um pouco da figura mascarada, tendo atrás de si sua cama.

—Por favor!! Por favor pare!!! -Ela gritou segundos antes de ser acertada com um chute na barriga que a lançou para trás. A morena caiu de costas na cama, o colchão balançou ao ter seu peso sobre ele.

Antes que pudesse se levantar, a figura negra se lançou sobre ela proferindo uma facada certeira em sua barriga. Ela gritou, porém seu grito foi se esvaindo com o golpe, se tornando algo rouco de quem ficara sem ar. Uma mancha vermelha de sangue já se mostrava embaixo da toalha branca se espalhando pela região. A Faca fora retirada, mas isso não significava alívio. O braço inquieto do maníaco já descia para dar outro golpe. Um grito agudo surgiu da menina, mas fora cessado.

A Lâmina entrou quase que completa afundando em seu pescoço na altura da garganta. A ponta daquela faca enorme de caça atravessou por completo o pescoço da garota, chegando a tocar o colchão. Gorfadas de sangue emergiam de sua boca como um vulcão em erupção. Anna entrava em agonia. Seus braços tremiam como num ataque epilético, com os dedos se contorcendo e endurecendo. Seus olhos gritavam quando sua boca mesmo que aberta já não mais podia. Segurando firme o cabo da faca, o assassino começou sua mais alta demonstração de sadismo, abaixando o cabo de lado fazendo a lâmina transgredir por entre seu pescoço, causando uma fissura em linha reta, descendo. Foi quando a faca ficou totalmente na horizontal, com todo aquele sangue inundando o colchão, enquanto os espasmos da garota cessavam. A Faca estava posicionada bem no meio da garganta. Anna já não mais vivia. Mas o trabalho não estava acabado. De um lado para o outro, o mascarado movia sua lâmina para frente e para trás, para frente e para trás... serrando sua carne. Os jatos abundantes de sangue já estavam formando uma poça vermelha enorme em volta da cabeça de Anna enquanto os esguichos aumentavam espirrando por toda a máscara, cobrindo-a de gotas vermelhas. Para frente e para trás como um açougueiro, a pele do pescoço da garota se esticava de um lado para o outro, enquanto uma fissura era aberta expondo toda a vermelhidão das veias que eram rompidas pelo movimento da faca, que separava sua carne descendo e descendo até o final. A lâmina travou no final do corte frenético, atingira algo duro, o osso. Ele teve que fazer uma força extra, partindo-o com brutalidade, o mesmo estalou, e quando a faca finalmente atingiu o colchão, já não tendo mais pescoço para cortar, não demorou muito para que a cabeça de Anna fosse completamente decepada rolando para trás atingindo o chão num baque deixando aquele mar vermelho nos lençóis.
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—Então amiga, você já consegue andar? -Perguntava Claire sentada no sofá na casa de Juliett.
—É... mais ou menos.. se eu fico em pé por muito tempo eu sinto umas fisgadas horríveis. Passo a maior parte do tempo na cadeira de rodas. Ontem fui tentar andar de muletas quase me arrebentei toda hahahahahh
—Meu deus... olha pelo lado bom, agora não fica mais pedindo pros outros amarrarem seu sapato!
—Claire, que maldade!! Pára vai...
—O quê? Ué todo mundo sabe que você só usa bota porque não sabe amarrar sapato.
—Todo mundo sabe disso?
—Todo mundo!
—Ai que vergonha!!
—Calma vai. Garanto que isso não impressiona ninguém.
—Ai Deus.. então, o Steve surtou com o Chris?
—Foi menina, que bafão. Nossa aquele dia foi terrível. Agora todo mundo sabe do que aconteceu com a Jill. Tive que contar.
—Que merda hein. E o Marty é gay? Gente... acredita que eu nunca suspeitei?
—Nem eu! Fiquei chocada. Mas na hora a treta tava tão alta que nem deu pra eu prestar muita atenção nisso.
—Eu fiquei super chateada por não ter conseguido ir pro... pro... enterro.
—Não, Juliett. Pára. Você tava mal, morrendo de dor, não tem culpa. E a Stacy.. Stacy te amava assim como todas nós. Não faria diferença para ela. Pra falar a verdade.. foi até melhor você não ir. Foi a coisa mais triste e pesada que já fiz na minha vida. Na hora que aquele caixão começou a descer... tanta coisa passou pela minha cabeça. Eu queria ter estado no lugar dela, eu estava feliz por estar viva, ao mesmo tempo que queria estar morta, tudo isso com uma vontade enorme de abrir aquele caixão e dar tapas na cara dela pra fazer ela acordar.. nossa... eu tava ficando louca ali. Se alguém falasse comigo haveria duas possibilidades, levar um tapa na cara ou ter que me aguentar no ombro chorando. Foi uma explosão de sentimentos assim... que eu nunca tive nada igual. E olha que nem tô naqueles dias hein! Imagina se eu estivesse.
—Vesh, se você tivesse na TPM a Stacy não seria a única pessoa a estar morta naquele enterro.
—Bem isso. Eu seria capaz de ir pra aquele lugar armada e fazer uma chacina.
—E.. o cabrunco? O Capeta te ligou de novo?
—Não. Não ligou mais. Mas ontem a noite o Edward me ligou procurando o Dylan. Depois sei lá, ele não ligou mais. Acho que o Dylan deve ter aparecido.
—E A Anna?
—Ah.. ainda na mesma. Não quer ficar perto de nós. E no enterro ela também não falou com ninguém.
—Eu fiquei surpresa com a atitude dela. Não esperava, de verdade.
—Ninguém esperava. Que grande amiga ela se mostrou. Eu hein. Mas é o que dizem. Você não conhece uma pessoa de verdade até ver ela bêbada ou com medo. As vezes precisa dos dois.
—Exatamente! Falando Nisso. O Keaton me ligou acredita?
—Ué, e falou o quê?
—A ligação tava péssima. Ele tava gritando alguma coisa no telefone falando de "Ratiamentro".
—"Ratiamentro?" Amiga.. ele não quis dizer "Rastreamento"?
—Isso! É.. foi mal. Então. Aí tudo começou a chiar e eu não ouvi mais nada. Só ouvi ele falando seu nome depois e a ligação caiu. Entendi nada.
—Ah novidade que você não entendeu nada. Depois eu ligo pra ele. Eu nem falei nada naquele dia que a gente tava na casa dos Stone, mas eu tava super suspeitando do Keaton. Tipo, ele não tava lá na casa na hora que a Stacy foi encontrar ele, e só apareceu depois que tudo tinha acontecido. O Marty que disse, mas o Marty não suspeita dele nem a pau.
—Eu hein, e se for ele?
—Se for ele... seria bem surpreendente pra falar a verdade. E Seria um milagre também. Porque, as meninas eu até entenderia, mas, o Chris? Keaton matar o Chris? O Chris é quase o dobro do tamanho dele. Digo, de volume de corpo. O Chris era fortinho, malhado... gostoso.. o Keaton é relativamente magrinho. Se foi ele.. nossa vou querer comer dessa vitamina que ele ta tomando...
—Você é do mal.
—É, eu pensei que tudo isso me mudaria. E olha, vou falar, fiquei quase, a centímetros de virar uma freira. Mas pensei numa forma melhor de concentrar minha grosseria.
—Ah é como?
—Quando eu achar o assassino... eu não vou apenas matá-lo... vou castrá-lo.
—Ui.. adorei!... mas, não me bate... o que é "Crastar"?
—Jesus? Está ouvindo? Ajude esta pobre alma a achar o caminho. Ela precisa de um cérebro senhor. Tenha pena -Disse Claire debochando fazendo pose de oração.
—Pare sua besta! -Juliett ria. -É pecado sabia?
—Pecado? Pecado é matar.
—É..tem razão.
—Sinceramente. Ashville está condenada. Não vai ter santo que salve essa cidade.
—Ai que horror, não fala isso não.
—Juliett... fique em casa, chame a polícia, tranque as portas. Não se arrisque mais. Eu quero esperar tudo isso acabar...
—Do que você está falando?
—Eu odeio ter que dizer isso... mas.. a Anna estava certa. Ninguém está seguro perto de nós. Ou melhor, de mim. Eu quero que você não mantenha muito contato comigo até tudo isso acabar.
—Amiga, por favor.. não fala isso.
—Juliett eu não estou sendo ruim... eu estou preocupada com você e não quero que você fique mais machucada.. ou pior. De verdade.
—Não me interessa Claire. Estamos juntas nisso. E você vai ter que me aguentar.
—Tem certeza?
—Absoluta.

Claire abraçou a amiga, contente com sua atitude, ainda que temesse por ela.
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Claire chegava em casa ao anoitecer, fechando a porta:

—Mãe, cheguei!! O que tem pra jantar? -Ela gritava tirando os sapatos.
—Espaguete! -Sua mãe anunciou da cozinha.
—Hummm... então já prepara a caçamba de caminhão e a pá que eu vo comer! Tô morta de fome!
—Eu já disse que você está proibida de usar a palavra "Morta" nessa casa.
—Ai que exagero.

Claire se encaminhava em frente passando direto pela sala, quando teve sua caminhada até a cozinha interrompida pelo toque da campainha. Ela se virou bufando de raiva. Sua mãe exclamou da cozinha:

—Você atende?
—Já tô indo!!!

Dando passos desanimados, a loira chegava até a porta, abrindo-a sem ver ninguém.

—Ah tá de palhaçada?... Oi??

Não havia ninguém. Ao olhar para baixo, avistou uma caixa.

—Ai meu Deus, será que é bomba? Pronto, agora decidiram me mandar pelos ares... bom, se é pra explodir, então vai explodir todo mundo, não vou fazer "Cabum" sozinha não.

Ela se abaixou, pegando a caixa com cuidado. Era um pouco mais pesada do que parecia, ainda sendo um tanto pequena. Era uma caixa de papelão, fechada com fita isolante. Claire fechava a porta com o pé seguindo em frente levando a caixa próxima ao peito. Notou que em cima havia um bilhete.

—Mãe! Olha só!
—O que foi? -A Voz da mulher ecoou ao fundo.

Claire se encaminhava um tanto tensa chegando à cozinha, vendo sua mãe tampando uma panela cheia de espaguete.

—Filha, que isso?
—Eu não sei, e francamente não sei se quero saber. Estou com medo.
—Por quê? -A mulher se aproximava.
—Deixaram isso na porta.. e acho que pode ter sido aquele maníaco...
—Filha, larga isso aí, coloca na sala, não deixa seu pai ver. Eu vou dar uma olhada e decidimos se chamamos a polícia.
—Tá, mas eu quero que você me diga o que tem dentro.
—O que diz esse bilhete aí em cima?
—Eu não sei. Nem tive coragem de ler.
—Vamos pra sala.
—Tá bem.

Margareth, mãe de Claire abriu uma gaveta num armário da cozinha pegando uma faca:

—Vai na frente, coloca em cima da mesinha de centro.

Claire estava apavorada, tomava cuidado para não chacoalhar demais. Será que podia ser mesmo uma bomba? Chegando em frente à mesinha de centro próxima a lareira, agarota pousou a caixa com cuidado.

—Eu quero abrir... mas estou com medo.
—Onde você estava?
—Na Juliett.
—Tinha alguém na rua?
—Não sei..
—Tem certeza? Ninguém te viu chegando?
—Mãe, eu não sei.
—Eu não quero mais você andando por aí, principalmente de noite.

Claire respirava fundo, se preparando para abrir a caixa, quando fora interrompida por sua mãe.

—Sai de perto -Margareth disse vindo com a faca.

Claire obedeceu se afastando de costas:

—Espera, espera!

Sua mãe, prestes a cortar a fita isolante para abrir, parou:

—O que foi?
—Lê o bilhete antes.. quero ter certeza se é dele... senão nós estamos entrando em pânico à toa.
—Ok. -Margareth retirou o cartãozinho com o bilhete, lendo-o: -"Hello, Claire..."
—É ele!!... Merda.. eu sabia!

Margareth seguia lendo em voz alta.

—"Hello, Claire... sua vida já se transformou num filme de terror. E no momento, admiro em você a força de uma protagonista, mesmo você não sendo uma. Nesta noite, eu te darei o papel de Brad Pitt em "Se7en - Os sete crimes capitais".

Sua Mãe parou, estática.

—Claire, chama a polícia agora.
—Por quê?
—Claire, filha... faz o que eu disse agora, chama a polícia neste instante!
—Por quê? -Claire gritava chorando sentindo seu corpo tremer. -O que tem na caixa??!!!
—Filha, acredite em mim, você não quer saber o que tem na caixa.
—Você já viu esse filme???!!!
—Sim, faz logo o que eu mandei!!! Chama a polícia, cacete!!
—NÃO!!! NÃO!! O QUE TEM NA CAIXA??!!!!
—Claire!!! Filha se acalma!!
—Arrgh!!! O que tem na caixa?!!

A Menina avançou tirando a faca da mão de sua mãe empurrando-a. Esfaqueou o papelão, arrancando a fita isolante:

—Não!! -Sua mãe tentava impedi-la.
—Sai!!

Claire passou a faca de uma ponta a outra. As abas da caixa estavam soltas.... respirou fundo, e com as duas mãos, abriu as abas. Ao inclinar o rosto para ver o que tinha dentro, deu grito de pavor agudo e escandaloso que tomou conta da casa, podia ser ouvido até mesmo por quem passava na rua. Essa era uma visão de que ela jamais se esqueceria. Nem mesmo se pudesse.. seu grito, capaz de quebrar uma taça, expressava o horror ao ver a cabeça de Anna dentro da caixa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor comente o que achou! Amanhã tem mais. Muito obrigado por acompanhar! ♥



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