Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 13
Death Proof


Notas iniciais do capítulo

Dylan ainda está em apuros. O Assassino pretende atrair mais porcos para o abatedouro.



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Comendo torradas, sentada na mesa da cozinha, Violet tomava seu café vendo as postagens de Bianca no Facebook pelo celular. A última era um aviso sobre a morte de Chris. Era estranho como ela não tinha publicado um texto enorme dizendo como sentiria falta do garoto, dado ao fato de que eram quase namorados. Estava um pouco preocupada com Dylan que não havia dado notícias. Mas Edward também não, desde ontem à noite. Então, provavelmente ele voltou para casa e tudo estava bem... certo? O Celular tocou em sua mão. A Tela indicava que era "Número Desconhecido" ligando. Engoliu rápido a torrada em sua boca e dando um gole no café para ajudar. Assim, atendeu:

—Oi, quem é?
—Violet!! -Dylan gritou do outro lado.
—Oi... to aqui. Que foi baby?
—...Me ajuda!... Por favor me ajuda!.. -A Ligação parecia terrivelmente ruim.
—Dylan... -O olhar de preocupação se instalou em seu rosto. -O Que foi, o que aconteceu?

Houve um silêncio. A Ligação ficou muda e com chiados por alguns segundos.

—Dylan?.... Dylan você tá aí?..
—Hello, Violet. -A Voz sinistra se apresentou no telefone.

Ela se levantou da mesa, tensa. Se virou, vendo seus pais ao fundo na sala assistindo TV. Não podia demonstrar seu pavor.

—Eu não sabia bem para quem ligar. Mas o pirralho aqui disse que você é bem próxima a ele. E desde que o irmão dele está... indisponível...
—Indisponível?... o que aconteceu com Edward?
—Sem perguntas.
—O que você quer? Dylan está bem? Me fala que sim, por favor, senão eu te mato imbecil.
—Olha como fala, garota de preto.
—Fala logo do que se trata...
—Oh.. vamos ver. Edward, não sabe jogar pelas regras... então Dylan está pagando o preço. Porém, seria muito chato matá-lo sem que ninguém visse o show, ou participasse da brincadeira... eu dei duro para atingir o clímax. Geralmente as pessoas dizem, "É Melhor um pássaro na mão do que dois voando".. mas eu sempre preferi ter dois pombinhos, se entende o que eu digo.
—Isso é um de seus jogos?
—Ah, sim. Segunda rodada.. Eu ofereço uma chance, Violet. Uma chance de Dylan ser salvo.
—Como? -Ela perguntava séria.
—É Só vir buscá-lo...
—Nem fodendo. Como vou saber que não vamos morrer os dois?
—Não vai saber. Esse é só o trailer da brincadeira. É Como eu disse ao Chris.. sem Spoilers.
—Okey.. então me dá o endereço...
—Acha que eu sou algum idiota?... Eu te darei as instruções quando já estiver a caminho. Venha sozinha. Se tentar me passar a perna, os membros de Dylan terão de ser procurados numa rodada de caça ao tesouro... esteja avisada... boa sorte...

Desligou.

—Merda.

Violet olhou em volta aflita, guardando o celular no bolso, decidindo o que seria feito. Seu melhor amigo estava em perigo e ela não tinha a quem recorrer. Pedir ajuda seria infringir as regras do maníaco. Pensou.. pensou...

—Mãe? -Disse ela se aproximando do sofá.
—Fala.. -A Mulher respondeu sem tirar os olhos da TV.
—Ahm... vou precisar do carro...
—Pra quê?
—Eu vou ver o Dylan, ele tá doente. Vou lá passar o dia com ele, assistindo filmes.
—Por que não vai a pé?
—Ahm... "Pensa garota!"... ele tá na casa da avó dele, é um pouco longe, mas não muito. E pode chover, não quero molhar minha bota.
—Tudo bem. Só não volta muito tarde.
—Ok.. -Ela sorria falsamente. "Velha idiota, acredita em tudo".

Dava passos rápidos em direção à porta, onde ao lado havia um criado mudo. Abriu a primeira gaveta, pegando as chaves do carro abrindo a porta com rapidez:

—Até mais!
—Tchau.

Fechou a porta atrás de si, já correndo no mesmo instante em direção a garagem. Tomada pelo medo e adrenalina, Violet se apressava como nunca antes. O Pânico pela possibilidade de perder o melhor amigo e perder a própria vida se instalou. Entre os dedos, mexia o molho de chaves as pressas para sentir o plástico com o botão do minúsculo controle remoto. Apertou o botão, a porta rangeu começando a subir. Nem esperou ela se erguer por inteira, passou por debaixo da mesma enquanto ela ainda levantava, correndo para o banco do motorista abrindo a porta do carro como se estivesse numa maratona. Entrou no carro batendo a porta metendo a chave na ignição. Com o ronco do motor, Violet deslizou os dedos no volante, como alguém que se prepara para uma corrida. Pelo retrovisor, via a porta da garagem terminando de se abrir, cerrando os olhos como se comandasse a mesma. "Anda... anda sua maldita"...

Assim que a porta atingiu o topo, Violet engatou rápida e com força a embreagem, dando marcha ré cantando pneu apontando o controle para a garagem clicando no botão fazendo a porta se fechar lentamente. O Carro, uma Blazer de cor preta surgia de dentro do espaço de ré em alta velocidade, chegando à rua derrapando de lado com Violet quase dando um cavalo de pau, ficando de frente com sua rota. O Motor deu um ronco profundo saindo em disparada seguindo em frente...
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Dirigindo entre o subúrbio ainda, a garota de preto tirava o celular do bolso segurando o volante com apenas uma mão, retornando a última chamada, a do "Número desconhecido". Chamou... Chamou....

—Hello...?
—Oi palhaço, sou eu Violet.
—Oh.. o que foi? Afim de bater um papinho?
—Corta essa. Eu já estou indo. Estou no carro.
—Você e mais quem?
—Só eu, porra.
—Prove...

Ela revirou os olhos:

—Espera.
—Eu tenho tempo...

Ela desligou. Olhando para frente, vendo que nada estava em seu caminho, a rua estava limpa. Diminuiu um pouco a velocidade esticando o braço para frente. Rapidamente, com medo de perder o controle da direção, ela posicionou o celular tirando uma selfie. Nem olhou pra ver se a foto ficou boa ou tremida, com a mão direita digitava no celular e com a esquerda conduzia o veículo, enviando a foto para o "Número desconhecido". Fez a curva para esquerda retomando sua velocidade pousando o aparelho no colo esperando resposta... quando o mesmo tocou. Atendeu na hora:

—E Aí?
—É... Você me convenceu..
—Sua vez de cumprir a promessa. Onde o Dylan está?
—Onde você está?
—Acabei de entrar na Lacost Street.
—Contorne a praça principal da cidade. Entre na rua delegacia. Siga em frente até aquela estrada velha das montanhas..
—Turner Lane?
—Isso mesmo, garota esperta.
—Tinha que ser esse lugar.. que merda...
—Violet.
—O quê?
—Qual seu filme de terror favorito?

Suspirou, mordendo os lábios de raiva:

—Hellraiser...
—Ótima escolha.

Ele desligou. Violet tascou o celular no banco do passageiro:

—Cacete. -Dizia ela com ódio, olhando em frente dirigindo freneticamente.
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O Céu nublado ainda que calmo cobria Ashville não deixando o sol passar por entre suas árvores e montanhas naquela manhã. Talvez aparecesse após o meio dia... mas até lá, as trevas dominavam a paisagem acima das folhas molhadas e da estrada de terra que agora parecia lama após a chuva da madrugada. Subindo uma estrada sinuosa, o carro seguia sua rota com Violet e suas emoções misturadas de medo e auto-confiança durante as sacudidas entre os buracos cheios de água barrenta, que davam um splash ao ter os pneus passando por cima, sujando as laterais do carro com respingos marrons. Aquela estrada ficava mais estreita após a subida, seguindo reto, deixando em suas costas uma vista para a cidade amaldiçoada que hoje é Ashville. A última curva para a direita no topo do monte definia o caminho reto que Violet seguiria. Um verdadeiro corredor de terra cercado por árvores altas dos dois lados da estrada.
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Minutos depois já falava com o psicopata ao telefone:

—Já estou na Turner Lane e agora?
—Siga em frente, até o fim.
—Já estou seguindo reto aqui a uma eternidade.
—Então vamos fazer esse hype valer, não é mesmo?
—É naquela casa velha horrível?
—É, quis manter o clima do terror à moda antiga...
—Tá neh.

Ela desligou. Passando o dedo na tela do celular indo para sua lista e contatos. Violet tinha um plano, mas antes precisava saber onde Dylan estava para colocá-lo em ação. Porém, dependeria da sorte, e usaria o nome da primeira pessoa que aparecesse na sua lista de contatos em ordem alfabética. "Alissa". Clicou no nome da garota e esperou que a mesma atendesse...
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Após passar por aquela estrada reta e barrenta quase infinita por aproximadamente 15 minutos, Violet avistou à esquerda uma espécie de "Clareira". Não havia árvores ali naquela beira da estrada, apenas do lado direito. Havia também um poste. Ali era uma área grande com o chão apenas com terra, não havia nenhuma plantinha naquele solo. O espaço era como um terreno morto, esticando o pescoço, avistando também a casinha no meio daquele espaço de terra. Girou o volante para a esquerda entrando com o carro naquela área morta, se aproximando devagar enquanto o carro dava pequenos solavancos no solo esburacado e cheio de protuberâncias. Freou com delicadeza parando de frente à casa. Ainda com o motor ligado, olhou em volta, para se certificar de que não havia movimento suspeito. Tudo parecia deserto. Olhou no retrovisor... apenas o "Nada" habitava ali. Juntou as duas mãos, estralando os dedos para frente remexendo os ombros:

—É agora....

Abriu a porta, saindo do carro. Sentindo sua bota afundar levemente no barro. Fechando a porta mantendo os olhos na entrada da casa, do qual não havia porta alguma. Seguindo em frente devagar, era como se andasse num pântano, mantendo os braços um pouco levantados, para manter o equilíbrio caso tropeçasse num daqueles buracos de barro cheios de água da chuva.

—Ai caralho...

Chegando à varanda, era um alívio, ainda que houvesse uma certa tensão de não saber ao certo o que interior da casa lhe aguardava. Dylan poderia estar morto aos pedaços e ela poderia estar entrando de bom grado para a Morte. Seus passos no piso de madeira velha eram pesados por conta da bota que deixava para trás imensas pegadas de cor marrom escuro.

—Dylan?... -Disse ela se inclinando para olhar dentro.
—Violet?? -A Voz do menino respondeu amedrontada.
—Ah meu Deus...

Ela correu para dentro e já no primeiro cômodo ao fundo lá estava seu amigo, sentado acoado num canto, juntando os braços mostrando que sentia frio. Correndo até ele ela se abaixou envolvendo seus braços em Dylan lhe dando um abraço:

—Ainda bem... Você está bem?
—É... mais ou menos.
—Ele fez alguma coisa com você? Te machucou?
—Não...

O Menino mantinha uma das mãos pressionadas na barriga.

—O quê? Tá doendo?
—Tá.. é que eu tô morrendo de fome..

Ela riu quase entregando lágrimas:

—É Claro que está...

Seu olhar foi levado ao tornozelo de Dylan vendo a corrente:

—Como eu te tiro daqui?
—Olha ali...

Ele apontou para um canto do cômodo, onde ele não poderia alcançar, estava uma chave. Violet se deitou no chão esticada pegando a chave rapidamente e retornando ao amigo para tentar abrir o cadeado em seu tornozelo:

—Vai ficar tudo bem, a gente vai dar o fora daqui.
—E Se ele aparecer?
—Eu tenho um plano B.

O Cadeado se soltou, Dylan suspirou de alegria sorrindo para a amiga:

—Ufa!...
—Nossa Dylan, você está parecendo um mendigo... está péssimo!
—Vai se catar, vai ficar falando como eu tô ruim é?
—É brincadeira idiota...
—Eu sei...

A alegria à primeira vista é interrompida pelo ronco do motor do carro vindo do lado de fora. Violet virou o rosto em direção à porta com agilidade, estática:

—Merda! Dylan!
—É o seu carro??
—É Sim... caralho que merda, vamos sair daqui agora!
—Como? - Ele se levantou.
—Tem uma porta pelos fundos??
—Tem, o Marty saiu por ela.
—Marty?
—Longa história..
—Tá, vamos!

Ela o pegou pela mão, levando-o consigo até o fundo do cômodo onde uma porta de tela residia. O ronco do motor parecia gritar para eles, mas Violet não parou, meteu o braço na porta abrindo-a com violência. O Ronco ficava mais forte, quem quer que fosse, ameaçava acelerar.

—Vem, temos que ir por aqui! -Exclamou ela apontando para uma trilha de terra entre as árvores em sua frente.
—Onde vamos?
—Nos esconder, e esperar socorro!
—Socorro?
—Anda logo Dylan!

Ela o puxou pelo braço. O Garoto a acompanhou. Os dois passaram a correr em frente deixando para trás os fundos da casa, tendo seus pés afundando na lama, eram obrigados a correr esticando bem as pernas dando pequenos pulos enquanto o solo emitia um som de esguicho conforme pisavam no barro fofo. A abertura para a trilha era bem grande, caberia uns dois carros ali um ao lado do outro. O Caminho seguia reto em frente cercado por plantas e árvores enormes. A Trilha não estava tão fofa ou barrenta quando o terreno em volta da casa. Os dois puderam apressar os passos com mais facilidade. Os cabelos de Violet chicoteavam de um lado para o outro e Dylan seguia logo atrás da amiga torcendo o pescoço para trás à todo momento, para se certificar que nada os seguia, ouvindo o ronco do motor ficando mais longe.

—Não pare de correr garoto!

Ele, tentando manter o fôlego, tossia durante a corrida.

—Meu deus Dylan eu que fumo e você que tosse!
—Eu também fumo!
—Ah nem tanto assim...

O Vento gelado soprava de frente á eles na fuga.

—Essa trilha vai dar onde, Violet?!
—A gente tem que achar um desvio! Um atalho ou alguma coisa!
—Pega seu celular!
—Agora não dá meu filho, aperta esse passo, anda! -Ela dizia respirando freneticamente.
—Obrigado por vir me salvar!
—Não me agradeça ainda, ainda estamos ferrados!

Levantando os joelhos para correr melhor, o medo era seu acelerador. Violet olhava atenta aos dois lados da trilha esperando que um novo caminho surgisse. A Cada planta, e cada árvore que ficava para trás, sua esperança de ver uma saída daquele caminho aumentava. Quando de repente, uma derrapada forte foi ouvida ao fundo. Os dois se viraram rapidamente vendo o carro de Violet adentrando a trilha à toda velocidade escorregando no barro levantando respingos.

—Anda!!! -Ela gritou.

Os dois passaram a correr mais rápido, desesperados. Dylan já estava com suor escorrendo pela testa acelerando o passo ficando ao lado da amiga. Já não dava para dizer mais nada se quisessem manter o fôlego. A Trilha parecia não ter fim, e a Blazer preta se aproximava ao fundo. O Som do motor, as rodas que passavam por cima da terra, anunciavam suas mortes. Sabiam que estavam para ser atropelados. Violet já podia imaginar sentindo suas costas sendo atingidas pelo carro, voando metros á frente e depois sendo encontrada morta toda arrebentada naquela trilha. "Isso não vai acontecer!". Movimentava seus braços para frente e para trás enquanto seus olhos eram tomados por pavor. Dylan corria quase fazendo cara de choro, mirando seu olhar num ponto invisível á frente imaginando o fim da trilha só querendo estar em casa com Edward, ver sua mãe, seu pai. Aquele não podia ser o fim... não pode!

O Carro estava ainda mais perto! "É isso! Acabou! Já era!" -Dylan pensava. Seu coração parecia dar socos dentro de seu peito durante a fuga desesperada. Não sabia se iria aguentar por muito tempo. Por um segundo, desejou que o veículo o atropelasse logo para acabar com aquele terror. Mais perto... Mais perto... não estava claro se o assassino queria realmente passar por cima deles ou se estava apenas se divertindo com o medo da morte iminente dos dois. Quando, de relance, Violet pode ver pouco à frente á sua direita uma abertura entre um monte de plantas. Parecia um pequeno caminho que se direcionava para baixo. Ali era um barranco. Seria a melhor escapatória?

—Dylan!!..... Ali!... -Ela apontava para a direção da pequena trilha ao lado mudando seu curso na corrida saindo da mira do carro.

Dylan acelerou ainda mais o passo passando na frente da amiga correndo para direita. Naquele pequeno segundo, Violet olhou para trás vendo que o carro estava prestes a atropelá-los.

—Ah!!!

Ela gritou jogando os braços para frente, empurrando o garoto com força naquela trilha, fazendo com que ele caísse barranco a baixo se jogando atrás dele logo em seguida. Ela se lançou para frente, sentindo o carro raspando em sua bota. Por um triz, o veículo passou direto em alta velocidade seguindo em frente como um vulto.

Os dois berravam rolando barranco a baixo, tendo as pantas e folhas os arranhando durante a queda. Seus corpos quicavam e tornavam a rolar. Tudo girava durante os urros de medo e dor. Agora o pavor de bater a cabeça numa pedra ou serem perfurados por um galho os aterrorizava naqueles segundos intensos onde o mundo parecia estar de cabeça para baixo. Sentiam as pancadas em seus braços, pernas e costas conforme quicavam naquela terra úmida.

—Ah... Oh!.. Argh!! -Os gritos abafados e cheios de minúsculos intervalos expressavam a dor e o pânico da queda.

Até que.. Sentiram-se raspar na terra fofa. O Barro havia os freado. Os dois deram um leve escorregão deitados no solos assim que atingiram o fim do barranco, parando um ao lado do outro com o rosto voltado para o solo.

—Ah!
—Ai!!

E Num baque, foram cessados. Violet se apoiava com os cotovelos, dolorida e com o cabelo sujo de terra. Dylan se engasgava estirado no chão, imundo tossindo como um velho soltando um cuspe meio marrom da terra que entrara em sua boca. Ele fazia expressão de repulsa ainda de quatro, enquanto Violet se levantava dando leves tapas na roupa tentando tirar a sujeira. Seus cotovelos estava ralados e sua calça jeans rasgada no joelho. Pegou Dylan pela argola da camisa, ajudando-o a se levantar. Após ficarem de pé, se viraram para trás vendo o morro por onde desceram rolando. Fora uma queda e tanto. Pelo menos havia a trilha que ajudou o processo. Olhando em volta, se viram num terreno baldio. Violet parecia mais confiante agora.

—Dylan... -Ela recobrava o fôlego. -Olha... -Dizia ela apontando uma direção.

Ele virou seu olhar para frente. No fim do terreno, havia uma estrada.

—Onde estamos?
—No lugar certo!...

Ele não entendeu muito bem o que ela quis dizer, mas a seguiu enquanto a amiga ia apressadamente para frente em direção á estrada. Cobertos de barro, eles mancavam um pouco tendo em vista seu objetivo. Estavam cansados, assustados, e ainda com o coração aos saltos. Mas, como alívio, não havia sinal do carro de Violet, que agora era pilotado pelo psicopata. Com todo aquele pavor, não conseguiram prestar atenção se o maníaco estava com ou sem máscara. Mas o importante é que haviam conseguido escapar.
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Chegando na beira da estrada, era até uma bênção ver asfalto novamente. Pararam ao lado de uma placa que indicava a velocidade máxima permitida de 100Km. Olhavam de um lado para o outro, não havia movimento. Tudo deserto aparentemente. Os pingos de água atingiam seus ombros, e o vento forte começava a soprar.

—Droga... vai chover... cadê ela?? -Perguntava Violet.
—Ela quem?
—Meu plano B.
—Ainda estamos em cima da montanha?
—Aham...

Dylan olhou para o final da estrada à sua esquerda, onde um carro vermelho se aproximava.

—Violet! Olha!

Ela se virou, vendo o veículo, um volvo vermelho que vinha buzinando. Violet deu pulos batendo palmas:

—Uhull!!! Aê!!! Essa é a minha garota!!
—Quem é?
—É a Alissa... eu falei pra ela que por precaução, ela devia vir ver se a gente ainda estaria vivo naquela casinha dos infernos. Eu tava esperando entrar na Turner Lane pro assassino me dizer onde você estava. Assim que ele disse eu liguei pra Alissa, mandei ela correr pra cá. Se ela não nos encontrasse, era pra voltar e chamar a polícia. E pedi pra que ela fizesse um caminho diferente, para que o assassino não a visse chegando.
—Mandou bem..
—Obrigada!
—E olha que vocês nem são tão amigas...
—Mas vocês são! Ela não veio por minha causa. Veio por você.

O Volvo se aproximou, parando em frente aos dois. O Vidro do banco do passageiro se abaixou, revelando Alissa no volante. A Ruiva tirou os óculos escuros fitando os dois:

—Estão esperando um convite?

Violet correu abrindo a porta traseira e Dylan a seguiu. Os dois adentraram ás pressas no carro se sentando aliviados no banco como se tivessem encontrado um santuário.

—Graças á Deus Alissa! -Dylan dizia se sentando no banco suspirando.
—Graça á deus porque não é você que vai ter que limpar os bancos depois. Jesus Cristo o que aconteceu com vocês? Foram enterrados vivos?

Dylan fechou a porta:

—Não... ainda bem que não... O meu irmão está muito preocupado?
—Não sei. -Respondeu Alissa. -Bora?
—Bora!! -Violet exclamou.

Alissa engatou a marcha, acelerando seguindo em frente. Olhando os dois no banco de trás ficando atenta ao retrovisor.

—É seu carro, Violet?
—Ai nem pergunte... minha mãe vai me matar.
—Não... eu perguntei se aquele é seu carro? -Alissa apontou para trás olhando no retrovisor.

Dylan e Violet se viraram para trás num pulo. Seus olhos se arregalaram, seus ossos tremeram. A Blazer preta de Violet vinha ao fundo em alta Velocidade.

—Que Merda!!!! -Gritou a garota suja de barro.
—Alissa! Acelera!! -Dylan deu palmadas nas costas do banco da frente.
—Ai caralho.... -Alissa espremia o rosto em descontentamento. -É ele?
—É!! Acelera!!!

Alissa pisou fundo engatando outra marcha.

—Segurem-se Amores! -Exclamou ela apertando o Volante, seu celular tocou no mesmo instante. -Violet atende pra mim! -Disse ela jogando o aparelho no banco de Trás.

Violet catou o aparelho, deslizou o dedo na tela atendendo a chamada no viva voz. A Voz rouca e sinistra do maníaco transpareceu:

—E então... querem brincar de quê? "Perseguição" ou "À prova de Morte"?
—O quê? -Violet respondeu sentada de Joelhos debruçada sobre o banco traseiro olhando para trás vendo o veículo se aproximando.
—Você nunca viu esses filmes? -Alissa gritou dirigindo.

A Chuva ficava mais forte. As gotas de água já começavam a embaçar o pára-brisas. Os limpadores foram ligados, o assassino continuava ao telefone:

—Bem.. deixem que eu escolho o filme por vocês...

A Blazer preta, dirigida pelo psicopata acelerou, enquanto vinha piscando os faróis. Ver aquela Blazer chegando mais perto, os fazia pensar que esse era o fim.

—Ai meu Deus!! Ai meu Deus! -Dylan se encolhia.
—No que foi que vocês me meteram seus imbecis???!! -Alissa gritava apavorada.

O Rosto de Violet se congelou em espanto ao ver o carro se posicionando à esquerda ficando na contra mão. O Assassino parecia que iria passar direto por eles. Quando a Blazer, ao invés de passar direto, reduziu a velocidade ficando paralela com o Volvo vermelho de Alissa.

Os dois carros seguiam agora lado à lado em alta velocidade sendo lavados pela chuva na estrada. O Assassino buzinou ainda seguindo paralelo à eles. Alissa virou o rosto, à sua esquerda tinha a visão do veículo colado ao dela. Outra buzinada. Ela abaixou o vidro fitando-o. O veículo ao lado fez o mesmo abaixando o vidro do passageiro. Alissa deu uma olhadinha de lado no motorista coberto por uma capa preta, que virou bruscamente a face para ela, revelando a máscara.

—Ah!!!! -Ela gritou subindo o vidro de volta. -Ah!!!! -Subia o vidro apertando o botão na lateral. Decidiu apenas olhar em frente à partir de agora. Não queira de modo algum ver aquele fantasma novamente. "Nós vamos morrer! Nós vamos morrer!"

—Violet!! -A Ruiva exclamou.
—O quê?!!
—Por que você me chamou?!
—Eu não sei, eu liguei pro primeiro número na minha lista de contatos!
—Que merda! É em ordem alfabética essa porra?!!
—É!
—Então me faça um favor, trate de colocar um "Z" na frente do meu nome! Eu não quero mais ser a primeira pessoa nos seus contatos!!!

A Blazer de Violet se afastou um pouco para o lado, retornando batendo na lateral do carro de Alissa. A Forte pancada arrancou gritos de todos junto com o grande solavanco que fez todos os três tremerem.

—Ah!!
—Ah!!! Eu tô toda cagada!!! -Violet gritou ao ter seu corpo jogado para o lado com a pancada.

Ao telefone. A voz dizia:

—Vamos ver até onde vocês aguentam...

A Blazer deu outra evasiva se afastando, retornando novamente batendo no Volvo vermelho. Alissa berrou em pavor ao sentir a batida. Derrapando levemente para a beira da estrada. Dylan e Violet se seguravam um no outro balançando feito bonecos no banco de trás aos berros.

—Pelo Amor de Deus Alissa não mata a gente!!

O Carro sacudia ameaçando sair da estrada escorregadia agora toda molhada. A Garota virou o volante para à esquerda retornando ao asfalto. Tremendo no banco dirigindo por sua vida.

—Eu não quero morrer!!! -Ela chorava ao volante. Violet percebendo o desespero da menina sabia que tinha de acalmá-la. Mas como não era muito boa nisso, tudo o que saiu de sua boca foi:
—Alissa!! Presta atenção! -Ela se inclinou ao banco da frente tendo seu rosto próximo ao da ruiva. -Ele está tentando nos capotar, nos tirar da estrada! Ou é ele, ou somos nós! Você sabe o que tem que fazer!
—O quê? -A Ruiva respondeu aos prantos. -O que eu tenho fazer?!

Violet suspirou:

—Bata com toda força! -Ela deu o comando voltando ao banco de trás. -Dylan coloca o cinto!

Ele obededeu apressadamente. Todos fizeram o mesmo. Alissa chorava engatando a fivela do cinto de segurança:

—Por que eu tinha que ser a primeira pessoa nos seus contatos?...

"Bang!" outra batida se deu. Ainda mais forte arrebentando o retrovisor lateral. O Mesmo se estilhaçou caindo na estrada ficando para trás. O Pneu traseiro passou por cima do objeto o estraçalhado dando um pequeno pulo. O Carro deu uma leve chacoalhada fazendo Violet bater com a cabeça no vidro da janela. Mas Alissa se mantinha firme na direção. Voltando a reposicionar o carro corretamente na estrada. Os limpadores iam de um lado para o outro no pára-brisas abrindo sua visão:

—Ah meu Pai do Céu...

À Sua frente, ela viu. O Caminho todo era seguido por árvores nos dois lados da estrada. Se mais uma pancada daquela viesse, bateriam contra um tronco. O Marcador indicava que estavam a 95km por hora. A Voz do assassino ecoava pelo celular:

—Então.. já desistiram?... eu posso bater essa belezinha à vontade... ou vocês são "Á prova de Morte?"...
—Vai Alissa!! -Violet berrou.
—Tá bom!!

As árvores pareciam passar para trás como vultos. Alissa abria e fechava os dedos suados tentando segurar firme no volante. Sua expressão de medo e raiva com os olhos cheios d'água, se manifestava enquanto ela olhava de lado para o carro de Violet dirigido pelo maníaco:

—Eu não vou morrer nessa estrada...

Era uma hora decisiva. Era o momento de decidir entre capotar para fora da estrada e serem assassinados, ou revidar. A Ruiva contou até três, Girou o volante levemente para a direita, se afastando indo para a beira do asfalto. Acelerou jogando o carro de lado batendo contra o assassino retribuindo a pancada. Ele derrapou, os pneus traseiros escorregaram ficando quase para fora da estrada. Alissa se sentia confiante, porém o assassino já retornou pronto para devolver o golpe...

—Ah!!! -A ruiva gritou.

Mais um impacto se deu. Mas dessa vez ela não se deixou abalar. Seus cabelos foram jogados para o lado, mas a garota se mantinha firme respirando fundo. Violet e Dylan estavam silenciosos no banco de trás, com o coração aos saltos sem saber se esperavam a vitória ou a Morte. Alissa falava sozinha, mas em sua mente, falava em ódio como se o psicopata estivesse ouvindo:

—Você matou minha amiga... Aterrorizou minhas amigas... tentou nos incriminar.. sequestrou Dylan... e agora está acabando com o meu carro!!! Sim Baby.. você venceu.. estou aterrorizada... mas eu também assisto filmes de terror... e tem algo que você não sabe... Esse carro é 100% À prova de Morte!!!

Sua expressão se tornou de ódio extremo enquanto ela proferiu um grito de ataque girando o volante com força!

—Arrghh!!!!!

Jogou o veículo com toda força que aos berros. O impacto fez com que os dois carros quicassem um com outro. O Dela foi jogado um pouco para direita, onde ela movimentava o volante em pânico. O Assassino foi atirado com força para a esquerda, derrapando prestes a dar um cavalo de pau involuntário tendo sua traseira girando indo de encontro a traseira do carro de Alissa. Os três gritaram profundamente com a pancada, quando o carro com o assassino, virando de lado na diagonal tentou recobrar o controle porém foi tarde demais. Naquela derrapada interminável a Blazer preta saiu da estrada Deslizando até a outra ponta da estrada se chocando contra uma árvore. Bateu de lado estourando o vidro do banco do passageiro tendo uma freada brusca, ficando para trás enquanto Alissa acelerava em frente vendo seu adversário pelo retrovisor, parado ficando cada vez mais distante.

Todos os três ficaram em silêncio por 2 segundos com os olhos arregalados. Estáticos, incrédulos e apavorados. A Gritaria de comemoração se iniciou:

—Uhull!!!! -Violet batia os pés no chão
—Aêêêê Caralho!!!! -Dylan batia palmas.

Alissa sorria limpando as lágrimas totalmente confiante batendo as mãos no volante buzinando:

—Ah!!! Toma filho da puta!!!

Se sentindo uma estrela de um filme de ação, a ruiva acelerou entrando num desvio que a faria descer a montanha. Tirando o cabelo da testa, Alissa se concentrava novamente na direção. Violet ainda que feliz, olhava para trás enquanto se afastavam do carro batido:

—Minha mãe ainda vai me matar...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor comente o que achou! Até amanhã galera!



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