We both escrita por natyL


Capítulo 5
Vermelho


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que meu namorado anda lendo a fic ausuususjs te amo amor❤



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Depois de meia hora conversando eu tive que desligar, eu já estava de castigo por conta do meu ex-namorado, não podia mexer em eletrônicos com acesso à internet, estou debaixo do teto de meus pais no momento e as regras são deles.

"Hey, vou ter que ir, boa noite"

Foi o que eu disse, esperei por uma resposta.

"ok, boa noite"- foi o que ele disse.

Essa era a minha deixa, saí da página e abri na netflix.

Eu me sentia tão insegura em relação à isso, eu já havia desistido desse emaranhado de sentimentos que sempre me fazem perder a consciência. Eu sei como é estar apaixonado e eu estava agindo como se estivesse realmente me envolvendo, o que era péssimo. Gosto de lembrar de quando eu tinha meus 5 anos de idade, nessa época aderi por conta própria uma chata mania de achar que tudo era infinito, toda vez que acontece o triste fato chamado "me apaixonar" eu me sinto exatamente assim, mas infelizmente nenhum dos meus infinitos durou mais que um ano, romances curtos, mas que me deixaram marcas que irão durar muito mais tempo, arrancaram pedaços, me deixaram incompleta e vazia.

—Mary, How I meet your mother ou Blindspot?- Lohanne estava escolhendo a série que iriamos assistir.

—Lohanne, o céu é azul?- Perguntei irônica, mas ela não pareceu entender- É óbvio que vamos ver How I meet your mother— sorri colocando na série.

*

No momento estamos eu e Loh jogadas na minha cama comendo pipoca e brigadeiro.

Eu não comia nada disso antes,  achava-me fora do peso, eu não gostava do meu corpo. Atualmente as coisas mudaram um pouco, mas a insegurança ainda persiste, depois de tantos romances frustrados eu não seria a primeira nem a última à praticar tal ato.

—Acho que agora eu entendi - Lohanne disse no meio do terceiro episódio que assistíamos.

—Entendeu o que Loh?- Perguntei enchendo a mão de pipoca e levando a boca.

—O que você disse: "o céu é azul?"-  Caiu na gargalhada- Nossa, essa foi boa, Mary!- Riu mais, permaneci séria olhando pra ela.

—Não vou rir, vai que é doença, né?- Ela riu mais ainda e me jogou um travesseiro.

—Boba!

*

Já faz um tempo que eu venho falando com ele, descobri algumas coisas interessantes, meu celular foi devolvido inclusive, agora eu estava mais acessível, o que era horrível para mim, afinal eu não queria ceder nem se o papa pedisse, mesmo de joelhos, eu não ia deixar rolar.

Nesse momento estou na frente do meu espelho me preparando para ir à Havens, o que não era pra me deixar muito animada porquê lá não tem wifi, não tem sofá, nem cama para poder dormir, não tem nada na verdade, só ele!

"Eu gosto de vermelho"

Sorri ao lembrar do que ele disse enquanto passava o meu batom quase sangue nos lábios, eu só posso ter problemas!

Revirei os olhos e me olhei pela última vez antes de sair.

Aqui em casa nós temos uma ordem quase tradicional de conclusão na hora de se arrumar, a ordem consiste em: meu pai, meu irmão, minha mãe e eu. Eu sempre sou a última, sem muitas exceções, geralmente começo me arrumar duas horas antes do horário que iremos sair, não é fácil ser mulher!

—Está bonita...- Minha mãe comentou rindo- Tem alguém especial lá em Havenswood?- Revirei os olhos.

Minha mãe sabia, sempre soube, ela adorava implicar comigo em relação à isso, eu não havia contado à ela sobre o meu desejo de nunca mais me apaixonar nas devidas circunstâncias anteriores, se fosse para sofrer eu prefiro sofrer só, sem ninguém.

—Mãe!- a repreendi.

—Quem? Não estou sabendo!- Meu pai se alarmou no banco da frente.

—Que história é essa?-Meu irmão mais velho brincou.

Todos tiraram o dia para testar minha paciência, ainda bem que estou com bastante estes dias.

—Não é nada demais, pai- Sorri de leve- Nada a que se preocupar.

—Hum- minha mãe sorriu sarcástica.

Bufei.]

Era tão chato e insinuativo essa situação que minha mãe criava quando podia, ela gostava de Parker, não conversou muito com ele, mas gostava da ideia, ela anda o chamando de genro, que precoce!

Querida mamãe, não se iluda, eu não estou pra rolo.

—Não enche- Disse para o meu irmão mais novo.

Ele vive tirando sarro de mim também, vê se pode? apenas 8 anos e se acha no poder de rir com a situação.

—Não enche- Me imitou.

O resto da viagem para Havens foi muito tranquilo, a não ser pelas horas em que minha mãe dava um jeito de tocar no nome de "você-sabe-quem" de forma indireta me botando, hora ou outra, em uma saia justa.

Eu sou amiga da irmã dele, ela era legal e simpática, nós andamos marcando de sair juntas, mas eu nunca consigo, as coisas na empresa estão corridas e meu pai precisa de minha ajuda, mas de resto eu dou conta. No momento eu estou sentada, mas é só por alguns seg...

—Mary- não falei?- Preciso que vá no mercadinho para mim comprar pilhas, o controle do ar não funciona sem elas, não é mesmo?

Meu pai pediu, assenti mesmo sem vontade, eu não tenho vontade de nada no calor, no frio também não, mas na maioria das vezes é pior no verão.

—Ok.

Eu peguei o dinheiro com ele e saí caminhando.

A vantagem de morar em cidade pequena é que todo lugar é perto, por mais distante que pareça ser, onde quer que vá pode ir a pé, diferente de cidade grande, que se usa carro para ir na padaria.

Eu caminhava distraída enquanto pensava nos ocorridos recentes da minha última cicatriz, meu ex.

Não entendia como alguém podia ser tão cruel comigo, eu não enxergava o quão machucada eu estava ao lado dele, meu pai me obrigou a ver, mas eu poderia estar no mesmo mar de sofrimento que estava à meses atrás com ele, agradeço ao meu pai que sempre faz o melhor para mim, mesmo que as vezes eu fique irritada eu sei que me ama e nunca faria nada para me prejudicar ou me machucar. Diferente deles...

Depois de comprar as pilhas eu fui informada que dormiríamos em Havens, o que me deixou "super" animada, mas de certo modo não deve ser ruim, está quente e aqui tem praia, isso ajuda a melhorar um pouco, nem que seja.

"Vamos sair amanhã?"

Era a irmã dele me mandando SMS.

"Ok, as três horas aqui na empresa, te espero, xo"

Respondi rápido, eles iam me deixar sair com ela, eu sei que iam! A minha mãe ama aquela família, talvez eu até faça parte dela.

Na verdade não! Era impossível, me fechei pro amor faz bastante tempo, amar era algo impossível, até mesmo para mim que sempre consegue violar o que é impossível, eu nunca vou amar de novo!

 


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Notas finais do capítulo

XOXO, NatyL



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