Hirena escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 8
Awake


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho muitas perguntas pra responder, e sei que devo satisfações, e eu sinto muito por ter sumido, de verdade, eu andei me encontrando.

Eu demorei anos eu sei, mas eu prometo que vou entregar pelo menos essa história para vocês.

Me dêem outra chance.

Boa leitura!



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Ela adentrou pelo saguão da loja, observando bem cada detalhe, o teto era alto e com um enorme lustre luxuoso, enquanto que as paredes do local eram em um tom creme, tudo muito elegante e ao mesmo tempo moderno. Rose observou de esguelha enquanto uma vendedora a perseguia de longe.

O carro estava logo na porta, com seus primos provavelmente se roendo para que tudo aquilo acabasse logo, ela queria muito que acabasse logo.

A loja era grande ao que parecia de entrada, ela percorreu muitos manequins quando viu um deslumbrante no centro de uma das entradas, quando se pegou tocando na peça de roupa ela sentiu a vendedora se aproximar. Era um vestido dourado, reluzente e longo, com uma grande abertura que começava na sua cintura de encontro aos seus pés, era muito elegante ate mesmo para ela, e com certeza, devia custar alguns milhões. 

Como se lesse os pensamentos da vendedora, a ruiva caminhou ate as prateleiras ali perto, e retirou o mesmo vestido, ela acharia muito estranho tirar do manequim, poderia agir no mínimo, normal.

Ela não acreditava que estava fazendo aquilo, e toda educação que seus pais haviam lhe dado? Que tipo de jogo era aquele. Ela girou nos calcanhares e sorriu para a vendedora que estava logo ali atrás, ela sabia o que queria, como que decifrando sua mente, a ruiva esticou a bolsa que levava no ombro para frente, para que ficasse bem a vista da vendedora, era uma bolsa de alguma marca famosa, Lily dissera, e a vendedora sabia disso quando levemente arregalou os olhos, Rose sorriu disfarçadamente.

— Poderia me levar até o provador? -Rose inclinou um pouco a cabeça usando sua melhor voz de persuasão 

— A senhorita pode me acompanhar – a vendedora logo sorriu radiante e guiou por um espaço mais ao lado.

Rose respirou fundo e entrou no provador, ela tinha que dar um jeito naquilo. “Pense rápido, Rose" sua mente a cutucava. Ela vestiu o vestido tão rápido quanto podia imaginar, lhe caíra como uma luva, ela se permitiu admirar no espelho, como havia ficado linda ali, como não se sentia a muito tempo.

As alças curtas não podiam esconder suas sardas nos ombros e o seu cabelo caindo por sobre elas, ela queria pensar em algo bom para aquele momento, mas nada lhe parecia bom o suficiente para a maldade que estava prestes a fazer.

“O quão idiota é esse jogo" ela pensava consigo mesma, praguejando mentalmente enquanto se esgueirava pelas brechas da cortina do provador, ela olhou de esguelha para todos os lados, a vendedora não estava mais ali, e ela podia ver a porta de saída logo ali na frente, portas grandes e de vidro, por onde ela havia entrado, ela calculou como aquilo poderia acontecer, e se ela corresse e tropeçasse e caísse? Ela seria presa assim que as vendedoras conseguissem colocar as mãos nela.

Rose respirou fundo lembrando do que tinha acabado de ouvir sobre Lucy, Lucy estava morta, tão somente morta, e aquilo seu consciente inteiro não podia aceitar, como se a ficha ainda não houvesse caído para ela, ela nunca mais veria sua prima de novo...

Rose conteve as lagrimas e a sua própria emoção enquanto pegava a bolsa de Lily e enfiava as suas roupas com que viera ali dentro, Londres estava fria, seria uma péssima ideia sair com aquele vestido naquele momento, mas ela não tinha opções. Colocou a bolsa de couro no ombro e respirou fundo, seriam segundos, e em um minuto ela estaria no carro, um minuto e nada mais.

Com o coração querendo sair do peito, Rose questionou todos os seus ideais enquanto puxava a cortina do provador, ela segurou o vestido para evitar que não tropeçasse, e caminhou, nas pontas dos pés, com muita calma, ate o pilar mais próximo que dava para o caixa, ela observou umas duas vendedoras escoradas no caixa, enquanto a mulher do outro lado do caixa parecia lhes contar algo muito interessante, era isso, a posição das vendedoras facilitava pra que ela saísse sem ser vista, ignorando os fatos de que com certeza haviam câmeras no local, ela só precisava que a mulher do caixa virasse, só precisava disso.

E ela esperou, esperou e esperou pelo que ela contou mentalmente como dois minutos inteiros que pareciam uma eternidade, ate que finalmente, como um toque divino, o telefone da loja tocou, e a atendente do caixa se virou para atender, Rose não pensou duas vezes quando saiu em disparada em direção as portas, ela não ouvia ninguém gritar, muito menos passos atrás de si e quando irrompeu pela porta ela não viu alarme algum soar, tinha algo de muito errado ali, e Rose não conseguia imaginar o que era, mas com o coração saindo pela boca enquanto ela corria em direção ao carro ela não conseguiu pensar em mais nada.

— Pisa fundo – A ruiva esbravejou respirando rápido enquanto entrava no carro e batia a porta com certa força.

 

[...]

 

Alvo abriu os olhos quando sentiu uma luz radiante incomodar o seu sono, muito relutante ele piscou várias vezes ate enxergar o local, e se decepcionou ainda mais ao perceber que aquilo tudo não era um sonho, ao se deparar com o quarto meio rústico ele suspirou, fazendo algum esforço ele se levantou da cama e foi ate a janela para fechar as cortinas, quando ele parou pra observar o lado de fora, já haviam pessoas para lá e para cá, como um dia normal em Londres, só que com pessoas estranhas, ele fechou a janela logo cortando seus devaneios.

Os pés reclamaram quando ele saiu do tapete felpudo finalmente percebendo como o chão estava frio. Alvo entrou no banheiro com os olhos ainda sonolentos, era um banheiro pequeno, ele observou, nada muito surpreendente se não fosse pela banheira ali que era feita de alguma pedra que ele desconhecia, ele mais uma vez cortou seus pensamentos apenas abrindo a tampa do vaso e fazendo suas necessidades.

Ele parou por alguns segundos para se encarar no espelho, seu cabelo estava uma bagunça, a pele parecia suja de terra, como se ele tivesse rolado na areia, e aquilo no seu pescoço... As raízes que encobriam todo o seu pescoço ate os ombros, elas estavam tomando um tom de marrom agora, com fundos verdes, ele comparou aos seus olhos ao perceber que era praticamente da mesma cor, Alvo balançou a cabeça sem querer acreditar que aquilo estava acontecendo, se o resto de sua família estava jogando o jogo, então algum deles iria parar ali talvez, mas Alvo temia por isso, não queria que mais ninguém tivesse que “sair" do mundo normal para toda aquela loucura, ele tentou se recordar se havia ingerido alguma droga, mas sua cabeça ainda latejava.

Reclamando das dores na cabeça, Alvo voltou cambaleando para a cama, o moreno se lançou sobre a mesma e só teve tempo de se cobrir, antes que voltasse a sono profundo, seja lá o que aqueles “soldados" tivessem dado a ele, era forte o suficiente para derrubar um leão. 

 

[...]

 

Todos permaneceram em silêncio ate que o carro parou, James havia passado perto da mansão abandonada para pegar um Louis que ainda tremia só de pensar, ele, lógico, havia ligado para a polícia, para que pelo menos conseguissem tirar Lucy dali e darem a ela um enterro digno.

A tristeza que se instalou dentro do carro não podia ser quebrada, Lily foi a primeira a se mover e sair, eles estavam no lugar que julgavam mais seguro no mundo, a Toca. Majestosa como sempre fora, e um pouco assustadora aos olhos de Rose, o dia já amanhecera na viagem para aquele lugar, e todos já estavam meio sonolentos.

Dominique pegou no braço do irmão e o levou para dentro da mansão da matriarca, uma Molly de cabelos brancos atendeu a porta muito confusa com o que estava acontecendo, ela coçou os olhos quando percebeu a ilustre presença, coçou mais uma vez por achar que estava sonhando. 

— Rose, minha querida? É você? – a mulher perguntou um tanto confusa, Rose ergueu seus olhos para ela

— Vovó! – a menina exclamou se aproximando e recebendo um abraço de urso da matriarca Weasley

— O que aconteceu? Por que estão todos aqui? É tão cedo – Molly perguntou colocando as mãos no cabelo ruivo da neta

— Nós viajamos ate aqui a noite inteira, precisamos descansar – a voz de James se sobressaiu enquanto ele desligava o carro

— Ah meus queridos! Entrem, entrem! Está mais quente aqui dentro – Ela já abrira a porta empurrando os netos para dentro – Rose, querida, onde arrumou esse vestido? Ele fica tão lindo em você! – ela exclamou fitando a menina

— Foi um presente – Rose falou encabulada lançando olhares de relance para os primos

— Todos precisamos descansar, vovó – pediu Dominique enquanto permanecia do lado do irmão que ainda parecia atordoado

— Os quartos devem estar empoeirados, vocês fazem tanta falta por aqui! – a mulher reclamou parecendo nervosa

— Acho que não tem problema de dormirmos todos juntos na sala, não é? – Lily suplicou observando o primo encolhido

— Claro, claro! Me ajude aqui, James, eu sabia que esses colchões teriam alguma utilidade – Ela falou enquanto ria um pouco para si mesma abrindo uma porta que tinha ali dando para uma “salinha da bagunça”.

James puxou os colchões grandes para a sala, que era logo ali ao lado, Molly sumiu por alguns minutos e voltou com muitos cobertores e travesseiros e os lançou sobre os colchões. Sem dizer muito Dominique ajudou Louis a se deitar bem no meio dos colchões, Rose deitou do lado esquerdo da sua prima, na direita, e James e Lily deitaram no colchão da esquerda. A mais velha Weasley fechou todas as cortinas das janelas que haviam na sala e fez questão de beijar cada um dos netos antes de subir para o quarto.

Eles finalmente conseguiram dormir, com todos juntos compartilhando do mesmo medo, adormeceram a tempo de nenhum deles ouvir os celulares na bolsa de Lily vibrarem loucamente. 


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado.
Me dêem um feedback.
Eu to aqui pra ficar agora.
XOXO.



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