Hirena escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 9
Blood


Notas iniciais do capítulo

Opaa!
Eu voltei rápido dessa vez, não foi? Rsrs
Eu não resisto rs
Boa leitura!



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 Alvo foi pego num súbito pânico quando ouviu um som muito alto o despertar, soava como altas trombetas perto demais da sua cabeça. Ele rapidamente sentou na cama em alerta, coçou os olhos e o barulho permanecia muito alto, vinha do lado de fora, ele olhou para a janela ainda mais confuso, “o que seria agora?”.

A cabeça de Emily despontou na porta e ele a fitou ainda meio atordoado, ela entrou no quarto, usando um vestido um tanto vitoriano, um vestido de cores claras e muito pomposo, com alguns babados na longa saia que ia até o chão, ele se perguntou se não estava sonhando ainda, pensava que aquilo era bizarro.

— Eu preciso sair – ela exclamou deslizando as mãos no vestido – e preciso que você fique aqui.

— O que está acontecendo? – o menino levantou da cama e caminhou até a janela, antes que pudesse abrir a cortina, Emily segurou em seu braço

— É o rei, Alvo, ele está mais uma vez fazendo esse barulho todo para anunciar alguma coisa, provavelmente inútil – ela bufou soltando o menino

— Você precisa ficar aqui, se alguém descobrir você, você já era – ela levou as mãos ao rosto como se quisesse espantar o pensamento

— Eu vou ficar preso aqui dentro para sempre? – ele questionou levemente irritado

— Não, estamos tentando encontrar uma das saídas para o seu mundo, de preferência uma que não tenha muita gente – Emily explicou pausadamente – Por enquanto, Alvo, precisamos que você fique por aqui.

— Voltar ao meu mundo? Mas eu não me lembro de muita coisa... – os olhos do moreno encararam o chão quando se tocou de um pequeno detalhe – E essa marca? Não parece nada com uma tatuagem normal – ele apontou para o próprio pescoço

— Elas somem no seu mundo, seria impossível que alguém normal a visse – Ela respirou fundo caminhando até a porta - Preciso que fique quieto, eu volto logo, pode fazer isso por mim?

Alvo murmurou alguma coisa e assentiu enquanto ela saia com um sorriso de lado e fechava a porta atrás de si. Ele correu os olhos pelo quarto e se deparou com algo que parecia com um baú, o menino logo caminhou até ele e o abriu, revelando roupas vitorianas, ele poderia jurar que o destino estava lhe dando um empurrãozinho, lógico que ele não iria ficar ali parado enquanto o rei fazia um anúncio, a sua própria curiosidade sempre lhe lançava aos leões.

 


[...]

 

Rose foi a primeira a acordar e por muito pouco já estava de pé, procurando pelo antigo quarto da tia, sabendo que encontraria algumas roupas que ela pudesse usar ali. Tudo se passava lentamente em sua cabeça, como se tivesse levado um choque de realidade, percebeu que as próprias mãos estavam tremendo quando ela puxou do guarda roupa uma antiga calça dos tempos de juventude da tia.

Ela estava evitando olhar no seu celular, sabia que tudo estava quieto demais, ela preferia que continuasse assim, sem encarar a realidade, essa era Rose, sempre fugindo da própria realidade, lá no fundo ela sabia que aquilo tinha um pouco de covardia, mas não podia admitir para si mesma que tinha medo.

Rose desceu com as roupas em mãos e tomou coragem de pegar seu celular, ela relutou um pouco antes de ligar a tela, e como se já esperasse aquilo, a tela acendeu, e ela encontrou a mensagem ali não tão inesperada assim.

“Rose,

Foi por pouco não acha? Você me parecia realmente nervosa, garota!

Você gosta de reality show? Eu particularmente adoro.

Seria pedir demais se você sangrasse? Você é ótima em se esquivar, querida, mas eu preciso do seu sangue, eu deixei algo na porta para você.

O desafio está lançado,

Hirena"

Suas pernas fraquejaram, quando ela caminhou até a porta a passos lentos, deixando as roupas em uma cômoda próxima a saída, abriu a porta tremendo sobre os pés, ela comprimiu os olhos enquanto a porta se estendia, até que seus olhos recaíram sobre algo no chão, logo a saída, era como um pequeno recipiente, porém que era feito de pedra, uma pedra escura que a lembrava uma obsidiana, sua textura era diferente, e em cima, Rose reparou, o que parecia ser uma faca feita da mesma pedra, na verdade, era claramente uma faca, tão brilhante quanto o pequeno recipiente.

Rose ajoelhou e pegou a faca em suas mãos, era gelada e isso lhe fez subir um calafrio por todo o corpo, a ruiva engoliu em seco e esticou a mão sobre o recipiente, fechou os olhos com força quando encostou a faca na mão, fez um corte pequeno, mas profundo, em sua palma, deixou a faca ali ao lado e apertou a mão sentindo o ardor, enquanto o sangue escorria até o recipiente, uma, duas gotas...

— Rose? – a voz de Lily exclamou bem atrás dela, Rose virou bruscamente e recolheu a mão com um susto – O que você está fazendo? – a menina coçou os olhos ainda sonolenta

— Eles me pediram para que... – as palavras se perderam quando ela virou de volta para o recipiente e o mesmo não estava mais ali, como? Como havia sumido? Ela observou assustada

— O que houve? – a voz de Dominique podia ser escutada da sala agora, parecia que todos haviam acordado

— Rose? – Lily se aproximou da prima e soltou um grito abafado quando viu a mão da menina ensanguentada – Quem fez isso? – Ela perguntava já estridente quando de repente todos pareceram ter corrido até a porta com o alarme de Lily

— Eles pediram meu sangue – Rose sussurrou segurando a mão que agora estava manchada de vermelho

Dominique se apressou a frente de Lily, pegando Rose pelos braços e a ajudando a levantar, Rose parecia fraca agora, como se pudesse cair e quebrar, na sua cabeça corria o pensamento de que seu sangue poderia ser importante demais para ela simplesmente deixar que ele se despejasse assim.

— Vão ficar olhando? Ajudem aqui! Lily, pegue a maleta de primeiros socorros da vovó na cozinha, embaixo do balcão – Dominique ralhou ajudando a prima a caminhar até a sala, Rose sentou ainda perplexa

— Eu não achei que poderia ser tão importante assim – sussurrou a ruiva, Lily trouxe a maleta e a loira a abriu tirando de dentro algumas gases e álcool

— Não grite – pediu Domi lançando um sorriso para a prima quando derramou álcool sobre a ferida.

Os olhos de Rose se arregalaram e ela comprimiu o grito na garganta, engolindo em seco
Dominique enfaixou a mão da amiga como havia aprendido em um curso que sua mãe insistira em a colocar, finalmente lhe servira de alguma coisa.

Todos pareceram despertar do momento tenso quando o celular de Louis tocou, o menino já amedrontado suspirou e pegou o celular, ao ver na tela apenas o número da polícia, ele rapidamente atendeu, todos olhavam apreensivos.

— Pois não? – ele respondeu nervoso, Louis passou de alguém extremamente ansioso para alguém tenso conforme ouvia o outro lado da linha, de repente Louis estava branco – Não encontraram...? Havia muito sangue? – ele assentia enquanto escutava.

Nada poderia ser pior as palavras inaudíveis que eram soltas do outro lado da linha apressadamente por uma policial, Louis podia jurar que havia deixado o braço decepado da prima para trás, era muito suspeito tudo aquilo, até que a ligação acabou e Louis olhou para os outros um tanto chocado.

— Eles não acharam o corpo de Lucy – Louis murmurou

 


[...]

 

Com o capuz ainda sobre a cabeça, ele se esgueirava pela multidão, era fácil para ele passar despercebido. Ele tinha tomado o cuidado de colocar os travesseiros embaixo do cobertor imitando seu corpo, claro que ele tinha medo de Emily ser mais esperta que ele para ir checar, mas ele havia deixado até as luzes apagadas para dar um clima de sossego ao local.

Alvo era esperto o suficiente para não deixar pistas, mesmo se deparando com uma multidão, mantendo os olhos baixos e o capuz apertado em seu pescoço, ele reparou que não eram todos que tinham aquela mesma marca no pescoço, na verdade, ele não viu mais ninguém ali com aquelas marcas e se certificou de que a sua estava bem escondida.

Alvo avistou a multidão dando uma volta em certo ponto, e abrindo uma roda, todos estavam formando um círculo em uma praça grande que havia ali, só então ele reparou o castelo lá atrás, tão alto que seus olhos não podiam alcançar o topo por estar bem à frente do sol, majestoso, parecia um castelo de contos de fadas, Alvo pensou. Então o menino finalmente viu o palanque que estava bem ali no meio daquelas pessoas, um palanque com algumas pessoas em cima, alguém estava em uma grande cadeira bem ao meio, Alvo podia jurar agora que aquele era o rei.

Ele observou o rei, parecia ser um homem com mais dos seus 50 anos de idade, ele tinha os cabelos grisalhos, Alvo não sabia seu nome mas podia jurar que ouvira alguém citar Henrique, um nome comum para reis. Alvo reparou que não havia nenhuma marca no pescoço do homem, recordando as palavras de Emily que disseram que ele preferia a magia fora do seu reino, ele tinha uma expressão pomposa no rosto e um sorriso um tanto diabólico.

— Se ajoelhem perante a sua majestade, o Rei Henrique II – um homem que mais parecia um bobo da corte anunciou para a multidão.

Todos se ajoelharam enquanto o rei se levantava de sua cadeira aparentemente confortável e se posicionava em frente a multidão com os olhos cravados no povo. O Potter se ajoelhou igualmente aos outros para não chamar muita atenção, aquilo não parecia muito agradável as pessoas ao seu redor, ele podia sentir o medo delas no ar.

— Povo de Hirena, como vocês todos bem sabem, o jogo está acontecendo no mundo humano – O rei começou seu discurso parecendo muito orgulhoso de si mesmo – e hoje eu venho anunciar que um dos jogadores, ou melhor, uma das jogadoras, está entre nós nesse glorioso dia – ele batia palmas para si mesmo enquanto terminava, fez um sinal para o que parecia um carrasco, e o mesmo entendeu o recado puxando uma menina consigo.

Alvo não podia acreditar no que seus olhos viam, seu coração parecia dar voltas insistentes, ele coçou os olhos para ter certeza, aquilo tinha de ser mentira, não podia ser verdade. Sendo arrastada, com seus cabelos castanhos avermelhado cobrindo boa parte do rosto, a expressão atordoada e raivosa, com roupas sujas e rasgadas, Lucy Weasley era puxada pelos cabelos até o centro da multidão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Contem, contem!
Espero que tenham gostado S2,
XOXO.



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