Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 4
Quando se rompe a represa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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O quão longe ela conseguiria ir? Se partisse agora é aceitável que conseguiria chegar até uma cidade vizinha, e depois?

O correto era avisar a segurança da possível fuga do Coringa, entrar no carro e partir para longe, muito longe. Deixar tudo para trás e nunca mais voltar. Acha que ele se daria por satisfeito? Que voltava a sua vida de crimes e caçando o Batman e esquecia seu nome, seu rosto e sua fuga?

POR QUE ELA TINHA QUE ACEITAR ESSE TRABALHO? Ela se perguntava no banheiro do Arkham, não importava o quanto lavasse o rosto, ela ainda não sabia o que fazer.

Por mais que tentava, não conseguia odiar o palhaço. Ela não conseguia ter medo o suficiente para fugir, poderia facilmente chegar a conclusão que era idiota o bastante para ficar, ver o circo pegar fogo e ver se ele realmente teria coragem de matá-la. 

Mas não seria o certo, quantas pessoas inocentes morreriam se ela ficasse de boca fechada? "Pessoas morrem o tempo todo" ela dá um tapa na cabeça por ter esses pensamentos, por que ela não consegue entregar ele? Por que ela mesma não dá um jeito de matá-lo? Por que o pensamento de ajudá-lo a fugir já lhe ocorreu três vezes nos últimos cinco minutos? Por que ela queria tanto que ele sorrisse para ela e dissesse que estava orgulhoso?

Ela não sabia o que fazer! Se sentou no chão chorando com as mãos na cabeça. Retirando seus óculos ela tenta organizar seus pensamentos, mas quando ela se lembra que está ficando sem tempo chora ainda mais. Era apenas entregar ele, apenas isso! Se ela iria morrer depois pouco importava, ela ia salvar várias vidas e sabia disso. Ela tinha que colocar a vida dos outros a frente da sua pelo menos dessa vez!

Ela tenta enxugar as lágrimas com os dedos, já tomou sua decisão.

No lado de fora do prédio de Arkham, um helicóptero de duas cores pousa no pátio, o pôr-do-sol já está quase acabando. Meia dúzia de homens armados descem por ele.

Respirando fundo Harleen caminha até a sala do diretor, mal percebendo que a noite está quase chegando ela tenta formular uma frase explicativa. Sem pensar muito ela bate na porta duas vezes e espera, a demora dele em responder a deixa nervosa e preocupada.

— Sim?

— Senhor? É a doutora Quinzel, podemos conversar?

— Quinzel? Por favor, entre

Ela abre a porta e percebe que está tremendo.

— Está precisando de ajuda? — O homem lhe questiona retirando os óculos

Harleen olha para os dois lados do corredor e fecha a porta, ao se virar o homem se encontra ainda mais intrigado.

— O senhor precisa me ouvir, e rápido — Harleen se senta e puxa a cadeira para próximo da mesa, diminuindo a voz

O homem percebe a seriedade do que está por vir e também abaixa a cabeça para ouvir.

— Pode falar

Harleen pensa em começar dizendo o que o Coringa lhe disse.

— Senhor! — A secretária interrompe abrindo a porta, visivelmente preocupada

— O que deu em você? — O diretor aumenta a voz se dirigindo a ela

— Me desculpe, mas aconteceu algo — Ela diz ignorando a presença de Harleen e se aproximando — Tem um helicoptero no pátio sem aviso prévio, está vazio mas o verdadeiro problema é que... — Ela para de falar e finalmente presta atenção na Harleen

O diretor olha para Harleen e ela para ele.

— O que importa? Continue! — Ele aumenta novamente a voz

— Ele tem duas cores, senhor! É verde e roxo! — Ela diz quase desesperada

Ah não! Não! Não! Não! Não! O tempo acabou?

Harleen se levanta depressa.

— Precisa chamar ajuda! — Harleen diz alto para o diretor e aponta para o telefone, ele estava olhando nas câmeras de segurança do pátio, sua preocupação apenas aumentou

Ele corre para o telefone e começa a discar um número rapidamente. Harleen passa pela secretária e tranca a porta, a mulher já estava tremendo e suando frio e rapidamente se move para frente se sentando em um pequeno sofá ao lado.

Provavelmente ele estava tentando uma ligação ao departamento de polícia de Gotham. Ele não mandaria um helicoptero vazio! Ou seus homens já estavam no prédio ou... Ele ia explodir.

— Chame também o esquadrão anti-bombas —  Harleen diz alto ao diretor

Ele pisca rapidamente mas logo compreende seu raciocínio e continua discando.

— Ah não! Merda! — O homem diz alto, assustando Harleen e a secretária — Não responde, está completamente mudo

—  O que? —  A secretária diz quase chorando

— Há um telefone do lado de fora, ao lado da porta de saída lateral, é o único modo de pedir ajuda agora, ele não é ligado com o resto do sistema — O diretor diz abaixando a cabeça

— Mas não deveria ter um telefone assim na sala do Diretor? —  Harleen diz com a mão na cabeça

—  Não, seria óbvio demais, seria o primeiro lugar que iriam vir mas ninguém ia desconfiar de um telefone na parede —  Ele responde saindo de trás da mesa e passando por Harleen

—  Não! —  Harleen diz quando ele começa a destrancar a porta

—  É o único jeito, doutora! —  Ele diz com a mão na maçaneta e ela sabia que era verdade —  O que você queria me contar?

Um estrondo a faz pular e recuar para trás, jorra sangue da testa do diretor e o homem cai rapidamente no chão, há um buraco vindo da porta. Harleen cobre a boca com a mão para não soltar um grito, já a secretária grita alto e Harleen vê de relance ela se segurando no sofá.

No meio do silêncio ela ouve tiros vindo do corredor e pessoas gritando, não demora muito e a porta começa a ser batida. De maneira descontrolavel a porta começa a ser destruída com algo que parecia uma barra de ferro, a secretária continua a gritar e a se desesperar e Harleen paralisa no lugar sem conseguir se mover.

Com poucos segundos, em um estrondo a porta se abre e um homem enorme entra carregando um pé-de-cabra, mais dois começam a entrar segurando armas enormes, a secretária grita cada vez mais alto. Harleen consegue dar dois passos para trás e se segurar na lateral da mesa, mas um dos homens aponta uma arma para ela. Ela engole em seco e os homens começam a abrir caminho para mais alguém passar.

Eis que o Coringa surge em uma capa roxa sem blusa por baixo e uma calça preta, a secretária dá seu grito mais alto. Ele coloca quatro dedos na tempôra direita e diz:

—  Ai como grita! Cuidem disso

Antes que pudesse pensar, os homens atiram nela, fazendo seu sangue jorrar na parede e se espalhar pelo sofá junto com seu corpo. Harleen dá mais um passo para trás cobrindo sua boca novamente e olhando o corpo da mulher, ela não consegue pensar em mais nada.

— Bem melhor —  Coringa diz retirando os dedos da cabeça

Ele levanta seu olhar até Harleen e se aproxima dela se desviando do corpo do diretor, ela nota sua presença e volta a encara-lo com mais medo do que nunca agora.

—  Shhhh — Ele diz levantando os braços em sua direção

Ele se aproxima lentamente e em um pulo ele segura o pescoço e a nuca de Harleen, ela se debate sem sucesso. Ele solta sua mão da nuca e puxa seu cabelo para trás, fazendo ela olhar para ele.

—  Você definitivamente não é esperta —  Ele mantém uma mão no cabelo e sobe a que estava no pescoço para tocar seu rosto —  Por que estava na sala do diretor, querida? Foi assim que conseguiu esse emprego?

Uma lágrima escorre pelo rosto de Harleen.

—  Por favor, me deixa ir —  Ela pede com os olhos cheios de lágrimas, parecia que seu cabelo estava próximo de sair

—  Você nunca vai sair, Harley —  Ele diz próximo de seu rosto —  Agora — Ele diz abaixando Harleen pelo cabelo e começando a andar, ela tenta andar com dificuldade, sabe que se cair no chão vai ser pior —  Vamos nos divertir um pouco, espero que já tenham matado todo mundo —  Ele fala diretamente com seus homens 

Harleen segura o braço do Coringa e por um momento tenta arranha-lo.

— Você está brincando comigo? —  Coringa quase grita puxando seu cabelo para trás de novo
Harleen grita sem conseguir se controlar. Ele a pressiona contra a parede segurando seu cabelo, Harleen solta mais duas lágrimas.

—  Eu não quero te bater porque quero você bastante acordada, então acho melhor você ficar boazinha e ir comigo ou eu te desmaio e brincamos depois, já que agora vamos ter bastante tempo —  Ele diz calmamente, ela observa seu rosto embaçado pelas lágrimas —  Ótimo —  Ele sorri a abaixando de novo

Ela não consegue ver para onde eles estão indo mas tenta acompanhar mesmo com a dor imensa nos cabelos e olhando para o chão. Ela vê de relance vários corpos pelo chão e tenta apenas olhar para onde está indo, chorando baixo e tentando evitar as lágrimas de impedir sua visão.

Coringa sorri enquanto caminha, observando os corpos e o sangue. Segura os cabelos de Harleen com certa empolgação.

— Chegamos, querida 

Harleen levanta o olhar.


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Notas finais do capítulo

Espero que eu tenha conseguido escrever de forma clara e que vocês visualizaram esses momentos tão "delicados", é bem difícil fazer esses momentos de sofrimento, acreditem.
O título do capítulo se deve ao título do episódio 21 da 4º Temporada da série americana "Supernatural" (Sobrenatural) da qual eu achei que ficaria apropriado.
Daqui pra frente vai ficar tudo muito horrível mesmo.
Até o próximo.



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