Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 5
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Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. (Ps.: Este é um capítulo que eu particularmente gostei)



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Coringa solta o cabelo de Harleen e ela cai no chão, ela olha para trás e a porta de barras de ferro já estava sendo fechada por dois de seus homens, ela não conseguiria sair por ali. E se tentasse já sabia o que iria acontecer.

Ela se assusta quando sente duas mãos em seus ombros a fazendo se levantar. Um homem a guia até a grande cadeira a sua frente.

Essa era uma sala no subsolo, onde os médicos antigamente faziam tratamentos de eletrochoque e operações nos pacientes, lógico que essa ala foi fechada pelo governo afinal isso ia contra os direitos humanos. Mas suas máquinas foram conservadas pois o Arkham Asylum tinha esperanças de vende-las a um museu apesar de serem as poucas coisas que preenchem o lugar.

Harleen não sabia se aqueles instrumentos ainda funcionavam e olhava com medo para o Coringa que estava de costas mexendo em algo. Seus olhos se cobrem de lágrimas novamente e ela tenta parar de andar, mas o homem é quatro vezes mais forte do que ela e a impede de fazer qualquer coisa que não seja continuar andando.

Sem escolha ela tenta apelar para a piedade de algum deles mesmo sabendo que ninguém ia escuta-la, quem iria trair o Coringa e salvar uma de suas "prisioneiras"?

— Por favor me deixem ir. — Ela implora com o rosto completamente molhado

— Awnnn, que som adorável. — Coringa fecha os olhos saboreando sua súplica

O homem a levanta e a coloca sob o ombro, Harleen grita e se debate mas é jogada sem muita delicadeza por cima da grande cadeira. Uma luz forte a faz fechar os olhos por um momento, que já estavam sensíveis pelas lágrimas.

Ela sente seus braços e pernas serem atados e apertados contra a cadeira, a luz forte a incomoda e as lágrimas involuntárias continuam descendo.

A poucos metros, Coringa separa seus materiais favoritos e coloca em uma bandeja prata: bisturis, pinças, seringas, tesouras e instrumentos de torção, ele teria que improvisar com o "pouco" que tinha. Mas o auge seria seu primeiro acessório, ele checa se os cabos de eletrochoques estão no máximo. Ele abre um sorriso e retira sua capa roxa, não a sujaria esta noite.

Harleen desiste de implorar depois de perceber que isso só divertia mais as pessoas ali, ela já estava entregue. Sua única escolha era sentir e tentar não demonstrar, naquele momento ela jurou matar todos.

Coringa retira a luz de seus olhos, que piscam ao tentar se acostumar com a pouca iluminação novamente. Ele segura dois cabos e olha a doutora amarrada com um brilho inigualável nos olhos. Harleen vê pela primeira vez seus braços e sua pele, mas a visão logo para nos cabos de eletrochoques em sua mão.

— Não! Não! O que você vai fazer? — Harleen se debate na cadeira, machucando seus braços e nem saía do lugar

Coringa revira os olhos. Harleen sente uma queimadura instantanea no rosto e o impacto faz seu rosto virar para o lado, Coringa abaixa a mão e volta a pegar os cabos.

— Foi você quem pediu. — Ele se justifica colocando a luz de volta em seu rosto

Uma lágrima passa pelo nariz de Harleen e cai no chão, ela ainda está com o rosto virado e ainda duvidava que ele tinha realmente dado um tapa em seu rosto, sua pele esquenta cada vez mais e as lágrimas que antes eram de medo se tornam lágrimas de dor, ela sabia que ele só estava começando.

Ela fica parada com o rosto doendo e tentava fechar os olhos frente a luz, mas resolve ter coragem para encarar tudo de frente, não ia dar a ele o gosto de sua derrota. Ela levanta o rosto e vê o Coringa a encarando ao lado da luz, seus dentes metálicos brilham em contraste com ela, seus olhos clamam por sangue. Harleen tenta bloquear suas lágrimas e diz com dificuldade:

— Você vai me matar?

— Não, eu não vou te matar — Ele diz despreocupado até que se abaixa até ela e segura os cabos bem próximos de seu rosto — Eu só vou te machucar muito, muito mesmo.

Ele abre um grande sorriso e uma lágrima escorre na bochecha de Harleen que apenas sustenta um rosto cheio de expressões fortes, mesmo estando morrendo por dentro a cada palavra.

Coringa abaixa os cabos até a região de suas têmporas e diz baixo:

— Isso vai doer.

Em menos de um segundo ele gruda os dois cabos nas duas regiões de sua cabeça, Harleen grita alto como nunca gritou com a imensa dor. A sensação era a pior que já havia sentido, era como enfiar dois ferros em brasas em seu cérebro. Seu grito se sustenta até ela perder a voz, até que Coringa retira os cabos e seu rosto que estava levantado com a dor desce e ela desmaia na cadeira. Coringa dá uma risada e a pele de Harleen queima, marcando os pontos dos cabos. 

Harleen não vê mais anda, apenas se apaga de tudo. Infelizmente, não dura muito, ela acorda abrindo os olhos lentamente depois de pouco tempo. Sua cabeça está mais pesada do que nunca e ela não consegue virá-la. Coringa aparece em sua frente com um rosto falso de preocupação.

— Acordou, amor? Eu já ia começar com isso. — Ele levanta o bisturi

Harleen se desespera e volta a se debater loucamente com todas as suas forças, ela ignora as amarras de couros rasgando seus braços e continua tentando milagrosamente sair. Sua cabeça está estourando de dor e ela grita quando sente suas forças acabando e deseja morrer logo.

Coringa observa a cena com tédio e solta o bisturi.

— Eu achei que você já tivesse aprendido — Coringa diz se virando, Harleen esgota suas forças e sente sua cabeça cada vez mais pesada e dolorida, seus braços estão cobertos por um líquido que só pode ser seu sangue e ela apenas observa a luz sem poder fazer nada — Fugir NÃO! — Coringa aparece em seu campo de visão com os dois cabos novamente, Harleen grita alto

Coringa pressiona os dois cabos na cabeça de Harleen e todo seu corpo se levanta com a carga elétrica, sua voz desapareceu e seus olhos estão fechados com toda força. Ele retira os cabos e todo o seu corpo cai novamente.

Em algum lugar de sua mente Harleen está apagada, ela vê tudo completamente escuro e não há para onde ir. Até que ela vê um aponta de luz bem no final, era uma luz diferente da cor vermelha, ela julgava ser a morte.  Ela se aproxima da luz e sente uma corrente elétrica como se fosse uma forte cócega, uma dor misturada com algo bom. Ela começa a rir e se proteger da luz que começa a cerca-la, a luz começa a circular em sua volta e as "cócegas" ficam cada vez mais fortes. Ela ri cada vez mais alto com o turbilhão de sensações a sua volta.

Quando a luz a cerca completamente ela vê uma luz branca e continua gargalhando, a sensação de cócegas dolorida e boa fica apenas na sua cabeça e parece estar sumindo devagar.  Coringa aparece em seu campo de visão e parece ligeiramente surpreso, a luz branca se torna algo físico e mostra estar atrás da cabeça de Coringa. Ele segura seu rosto, Harleen tenta parar de rir.

— Querida? — Ele diz observando seus olhos

— Mais! — Harleen pede em meio ao riso

Ele arregala os olhos e ela volta a rir, a sensação de cócegas forte começa a deixar a cabeça de Harleen e levando tudo com ela. A luz e o rosto de Coringa se tornam cada vez mais borrados e a graça para ela parece apenas aumentar, ela fecha os olhos quando percebe que eles estão começando a sair lágrimas. Sua cabeça fica cada vez mais devagar e todos os sons e sensações vão indo embora, ela cai novamente a escuridão.

Coringa ainda surpreso mantém sua mão no rosto de Harleen e tenta entender o que acabou de fazer com ela, ele passa os dedos em seu rosto e sente pela primeira vez como sua pele é macia, apesar de estar molhada pelas lágrimas anteriores e o suor provocando pela dor dos choques. Ele continua a observando e vê uma lágrima caindo do olho dela, ele automaticamente se afasta e escora na mesa de metal.

Ele se levanta novamente e puxa a luz para perto do rosto dela.

— Harleen? — Ele sussurra próximo de seu rosto, o rosto dela continua intacto e imóvel apenas pela lágrima que acabou de cair e as duas marcas dos cabos próximo dos cabelos — Harleen? — Ele repete prestando atenção a qualquer mísera expressão de seu rosto, mas o rosto dela não corresponde a sua voz — Harley? — Ele diz no mesmo tom, no mesmo instante Harleen abre os olhos e vê Coringa a sua frente

— Mas... O... Que...? — Harleen tenta dizer antes de perder as forças novamente e ter seu terceiro desmaio

Coringa se abaixa em seu peito rapidamente e tenta ouvir seu coração, quando ele constata que ele está batendo -porém fraco- ele se levanta correndo e começa a procurar na bandeja dos instrumentos a seringa. Ele revira os acessórios de metais e consegue encontrar a seringa, ele retira a proteção plástica rapidamente e a coloca no braço de Harleen.

Após a apertar e colocar todo o líquido transparente em seu corpo, ele se abaixa novamente no peito de Harleen e confere se seu coração conseguiu aguentar o calmante. Rapidamente ele tira as amarras de seus membros e empurra a iluminária no chão, que se espatifa em vários pedaços e apaga sua luz. Ele levanta Harleen com os braços e a carrega, o braço de Harleen se pendura e seu sangue começa a pingar assim como nas suas pernas.

O peitoral de Coringa fica sujo pelo sangue dela e ele sai rapidamente do lugar, assim que se aproximou seus homens já abriram a porta de ferro e ele saiu com ela nos braços.

Ele caminha e o sangue de Harleen faz um rastro pelo chão, em algum lugar de sua mente ela ainda desejava ter morrido. Sua última lembrança era algo azul e próximo com um pouco de vento frio e um barulho alto, talvez fosse o céu, talvez ela tenha encontrado a paz.
 




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Notas finais do capítulo

A continuação desse momento será narrada em dois capítulos: Perspectiva da Harley e Perspectiva do Coringa (Pela primeira vez)
Até o próximo (:



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