Grissom aguardou que Sara pudesse acompanha-lo na entrevista com Hilda Taylor. Ela tinha tanto interesse quanto ele em conversar com a mulher em questão. Por isso eles foram à casa da senhora Taylor – ela recebera esse sobrenome quando se casara com Christopher Taylor – depois do término do turno.

Enquanto se dirigiam ao endereço, Sara resolveu confrontá-lo:

― Você está bem?

― E por que eu não estaria? – ele respondeu rudemente sem querer e sem desviar o olhar do trânsito. Era um mecanismo de defesa seu. Sempre que se sentia acuado com algo, respondia com um pouco de grosseria.

Sara pareceu não se importar, tampouco se magoar.

― Devido seu envolvimento com Mae. Essa mulher que visitaremos pode ser a mãe dela. Você já parou para pensar nisso?

Sim, ele já havia parado para pensar naquilo. E sinceramente, aquilo definitivamente era a última coisa em que desejava pensar. Estava confuso e ele não gostava de se sentir assim. Quem poderia entendê-lo, se nem ele mesmo conseguia se compreender? Como isso era possível? Queria e não queria, ao mesmo, tempo que Hilda Taylor fosse a mãe biológica de Mae. Queria que ela fosse a mãe porque somente assim ele descobriria o por que de ela abandonar um bebê tão encantador como Mae na porta da sua casa. Ao mesmo tempo não queria que isso fosse verdade porque dessa maneira teria a oportunidade de ficar com sua abelhinha permanentemente consigo. Não podia – e não queria – falar com Sara sobre seus receios, pelo menos não naquele momento. Por isso, decidiu responder-lhe o mais brando possível e esconder-lhe seus sentimentos. Se é que fosse possível!

― Vamos com calma, está bem? Nós não sabemos ainda se ela é ou não a mãe da Mae. Sabemos apenas que a digital dela estava no bilhete. Ela pode simplesmente tê-lo escrito a pedido de outra pessoa, a mãe de Mae.

Sara o fitou carinhosamente e afagou-lhe o rosto suavemente. A carícia suave foi como um choque para Grissom. Ela nunca havia feito aquilo antes.

― Você pode admitir para mim que você deseja que Hilda não seja a mãe da nossa menina. Isso não é crime. Este também é o meu desejo – ela comentou sorrindo.

Grissom percebeu que ela se referiu a Mae como sendo a menina deles e gostou do termo.

Ele suspirou. Como ela o conhecia tão bem?

― Tudo bem, eu confesso. Adimito, embora isso seja errado, que desejo que Hilda Taylor não seja a mãe biológica de Mae, assim eu poderei ficar mais tempo com ela. Essa menina foi um presente em minha vida.

Ele estacionou diante de uma casa simples, porém muito bonita. Era pequena. O pequeno muro que a separava de outra residência era branco. Havia grama muito bem cuidada e uma trilha de pedra que levava à porta da casa.

― Chegamos.

Eles desceram e observaram maravilhados a encantadora casa. O portãozinho não estava trancado, por isso eles entraram e seguiram pelo caminho de pedras. Pararam diante da porta e bateram. Quando esta foi aberta, se identificaram mostrando seus crachás de identificação:

― LVPD – eles anunciaram - Hilda Taylor?