“E pode o céu desabar e a terra toda tremer

Que eu jamais vou deixar de te amar, te querer

Enquanto a lua brilhar e o sol aparecer

Juro que o meu coração vai ser só de você” ― Guilherme & Santiago

Quarta-feira, 10 de Maio de 2006, mais conhecido como primeiro aniversário de namoro. E a folga deles caiu em que dia? Nesse mesmo! Um motivo a mais pra ficarem felizes!

Fizeram turno quase triplo, dias 7, 8 e 9, ficaram de plantão às 22:30 do dia 9. Foram todos pra casa dormir. Felizmente nada surgiu até amanhecer.

Sara acordou em seu quarto por volta das oito, mas Grissom não estava com ela. Ficou um tempinho de olhos fechados morrendo de preguiça de levantar. Foi quando sentiu ele se aproximar e se virou abrindo os olhos.

— Bom dia!!!- disse ele com um sorriso lindo lhe dando um beijo na bochecha.

Sara também sorriu.

— Bom dia!!!

— Que dia é hoje? - perguntou feliz. Havia acordado feliz, havia preparado o café feliz.

Com um sorriso lindo igual ao dele, Sara respondeu:

— 10 de Maio?!

— 10 de Maio!!- ele deu vários beijinhos em seu rosto fazendo-a rir.

Olharam-se e Sara acariciou a barba dele.

— Um ano! Eu nem acredito.

— Eu menos ainda. - fez a mesma coisa, acariciou o rosto dela. _ Feliz aniversário, meu anjo.

Sara sorriu com os olhos brilhando. A forma como ele a olhou e disse aquilo, daquele jeito e apelido tão carinhosos, foi lindo!

— Feliz aniversário, amor! - ela lembrou do quanto ele havia gostado daquele jeito que ela o chamou a primeira vez e vários dias depois daquilo. Ele sempre sorria quando ela o chamava assim. Dessa vez não foi diferente.

Grissom sorriu, deslizou sua mão até a nuca dela e puxou devagar para beijá-la. Sara deslizou a mão até a nuca dele também e acariciava enquanto o beijava lentamente.

Gil encostou sua testa na dela ao finalizar o beijo e em seguida deu um beijo na mesma.

— Está com fome?

— Uhum. - ela murmurou se sentando e foi quando viu a bandeja de café da manhã. _ Na cama? - ela perguntou surpresa enquanto ele levava a bandeja até o colo dela.

— Claro. É um dia especial. - beijou o topo de sua cabeça. _ Mas posso fazer quando quiser.

Sara sorriu.

Grissom se sentou ao lado dela e eles tomaram o café em silêncio trocando apenas poucas palavras as vezes.

— Estava uma delícia, amor.

— Essa palavra fica tão linda saindo da sua boca. - disse ele um pouco tímido.

— “Amor”?

— É.- sorriu de lado.

Sara fez o mesmo e beijou o rosto dele.

— O que vamos fazer hoje?

— Você que sabe. O que quiser fazer, a gente faz.- ela sorriu. _ Mas à noite eu já tenho planos. - disse ele pegando a bandeja pra levar pra cozinha.

Sara levantou e o seguiu.

— Ah é? E que planos tem pra hoje à noite?

— Um jantar romântico, por que não?!

Sara sorriu.

— Sério?

Ele assentiu enquanto colocava a bandeja no balcão e se virava pra ela.

— E onde vamos? - perguntou enlaçando seu pescoço.

— Pra minha casa. - respondeu abraçando sua cintura.

Sara mais uma vez o olhou surpresa.

— Você vai fazer o jantar?

— Aham. Vou cozinhar super bem pra você hoje.

— Adoro quando você cozinha. - bicou seus lábios.

— Mas eu sempre cozinho o básico. Hoje você vai ver o verdadeiro toque de mestre.

— Hmm...- ela sorriu. _ Estou ansiosa.

Grissom sorriu e a beijou. Não tinha coisa melhor que aquilo.

— O que você acha de fazermos um piquenique na montanha?

— Eu ia te perguntar a mesma coisa. - ela riu. _ Acho uma ótima ideia!

— Que bom! Tenho uma pequena surpresa pra você.

— Mesmo? - pela terceira vez, Sara o olhou surpresa.

— Sim, mas não vou dar dica nenhuma. - Sara sorriu. _ Eu sei que ia pedir.

— Não vale! - deu um soco de leve no braço dele.

Grissom riu e a beijou mais uma vez.

— Que horas nós vamos? - ela perguntou depois do beijo.

— Não sei, a gente podia ir daqui umas três horas, perto da hora do almoço, ou depois do almoço. Você que sabe.

— Acho melhor depois do almoço. Podíamos ir almoçar no Frank’s e de lá irmos pra montanha.

— Boa ideia! Vamos fazer isso. - ele sorriu e a abraçou.

— Vamos assistir alguma coisa? - perguntou depois de alguns segundos. _ A gente aproveita e namora um pouquinho. - disse desfazendo o abraço.

— Você é cheia de boas ideias, não é?

Ambos riram.

…

Era quase uma da tarde quando Gil e Sara chegaram na lanchonete. Fizeram os pedidos e esperaram.

— Hey? - ele chamou a atenção dela. Parecia perdida em pensamentos. _ O que foi?

— Ah, nada. - ela sorriu. _ Estou pensando no que vou usar hoje.

— Tem alguma ideia? - sorriu ao perguntar. Ela podia ir de pijama e cabelo bagunçado que ainda assim seria a mulher mais linda do mundo.

— Acho que tenho alguns vestidos lá em casa que ainda não usei.

— Eu vou usar smoking. Já está separadinho.

Pela quarta vez Sara se surpreendeu.

— Há quanto tempo está planejando esse jantar, Griss?

Ele sorriu sem jeito.

— Não sei. Uma semana talvez.

Sara sorriu e acariciou a mão dele em cima da mesa.

— Acho que já sei o que vou usar. Vai ser um jantar romântico bem elegante, certo?

Grissom assentiu com um meio sorriso.

— Ok. - Sara sorriu travessa, já tinha um look perfeito em mente.

— Estou vendo que não vai me contar, não é?

— Não. - ela riu.

— Ah, mas eu falei o que vou usar.

— Problema seu.

Ambos riram.

A comida chegou e eles comeram enquanto conversavam.

Passaram no supermercado depois de sair da lanchonete, compraram algumas guloseimas e refrescos, uma cesta pra pôr tudo, juntamente com um pano xadrez em branco e vermelho.

Durante o percurso, Gil e Sara curtiam as músicas clássicas que tocavam e Sara saboreava uma maçã.

— Não vai mesmo me dar uma dica? - ela insistiu ainda mastigando um pedaço da fruta.

— Se eu contar vai deixar de ser surpresa, né honey!?

— Não precisa me contar o que é. Só não me deixa no escuro né, poxa!

Grissom riu.

— Acho que vai gostar.

Poucos minutos depois eles já estavam subindo a montanha.

— Certo, fique aqui e feche os olhos. - ele parou, um pouco distante árvore, levou a cesta pro lugar onde costumavam sentar e voltou até onde Sara estava. _ Muito bem...- posicionou-se atrás dela e tapou seus olhos com as mãos. _ Pode subir.

Sara sorriu e começou a andar. Grissom a guiou até ficar bem de frente pra árvore.

— Pronta?

— Sim! - ela respondeu com um sorriso, porém ele sumiu um pouco quando Grissom destapou seus olhos. Sua expressão era mais uma vez de surpresa, mas agora havia emoção junto.

No tronco da árvore, de frente pro horizonte onde sempre sentavam na grama, um coração estava gravado com um “G & S” dentro. Sara voltou a sorrir com os olhos brilhando.

— Gostou? - ele perguntou prestando atenção em suas reações.

— Isso é tão romântico! - disse ela passando os dedos suavemente pelas marcas e em seguida o olhou.

— Acho que isso é um sim. - ele sorriu.

— Claro que é um sim! - Sara o pegou desprevenido e tascou um selinho bem demorado em sua boca. Assim que parou, sorriu de um jeito lindo encostando sua testa na dele.

Grissom também sorriu abertamente.

— Ficou lindo! - ela disse olhando pro lado onde estava a “moldura”.

— É o nosso cantinho.

Sara o olhou ainda sorrindo e o abraçou pela cintura.

— Amei a surpresa, amor.

Grissom não conteve o sorriso mais uma vez. Como era lindo ouvi-la chamá-lo de amor. Colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e acariciou sua bochecha rosada.

— Eu te amo, Sara.

Os olhinhos dela brilharam mais uma vez. Não podia estar mais feliz por estar ao lado dele e ser amada por ele.

“Achei um lugar seguro, sem lágrimas

Pela primeira vez na vida, e ficou claro

Me sinto calma, estou feliz aqui

É muito forte, agora posso ser sincera

Eu não mudaria nada

Essa é a melhor sensação” ― Avril Lavigne

Ela sorriu, o abraçou forte encostando a cabeça de lado em seu ombro.

— Eu te amo mais.

Gil a abraçou mais forte beijando sua testa.

Fizeram o piquenique descontraidamente na sombra da árvore. Ficaram lá uma hora e meia mais ou menos e Grissom deixou Sara em casa, pois teria que arrumar seu apartamento para recebe-la e claro, preparar o rango.

...

Era por volta das seis e meia quando Sara terminou de se arrumar e foi pra frente do espelho grande do quarto para ver o resultado final.

Linda! Tinha que admitir! Estava linda! Ele ia adorar!

Era a segunda vez desde que mudou-se para Vegas que ela caprichava na maquiagem. Olhos marcados com delineador, cílios bem levantados e a boca preenchida com um batom da cor de seu vestido.

Certa vez, na festa de gala, Grissom lhe disse que vermelho combinava com ela.

“_ Vermelho é uma cor que combina com você.

— Você acha?

— Acho. - sorriu de lado.”

Pegou a mesma bolsa que usou na festa de gala, colocou celular, batom e chaves, e seguiu rumo a casa do namorado.

...

Em seu apartamento, Grissom terminava de ajeitar a gravata do smoking. Sara havia ensinado a ele como dar o nó e agora era bem mais fácil. Minutos depois escutou batidas na porta.

...

Sara bateu três vezes na porta e esperou. Grissom atendeu em menos de um minuto. E ao abrir... hipnotizado ficou.

— Oi! - ela sorriu. Pelo jeito como ele reagiu ao vê-la, havia acertado em cheio em sua escolha. E ele estava igualmente lindo naquele smoking.

— Oi! - ele respondeu ainda bobo. Que mulher!

Paralisou ao ver Sara naquele vestido curto em vermelho escarlate. Justo na cintura e saia rodada até o meio da coxa deixando suas lindas e macias pernas bem à mostra. O decote em V emoldurando seus seios e o pescoço decorado com uma correntinha dourada deixavam-na ainda mais estonteante.

— Como eu estou? - deu uma rodada fazendo seu lindo rabo de cavalo dançar ao vento juntamente com duas mechas soltas que havia deixado.

— Você está linda, honey! - ele respondeu ainda com um sorriso bobo no rosto. _ Linda demais!

Sara sorriu e agradeceu.

— Você também está lindo, amor!

— Obrigado. - ele sorriu sem jeito.

— Posso entrar? - ela segurou o riso.

— Nossa! Fiquei tão bobo que nem te dei espaço pra entrar. - disse fazendo o mesmo. _ Desculpe.

Sara riu.

— Tudo bem. - ela entrou e se virou pra ele. Seu salto preto que mostrava todo seu pé – pois as tiras eram bem finas – a deixou exatamente da altura dele. _ Adoro quando usa smoking! - pousou as mãos na cintura dele.

— Eu fico charmoso?

— Mais do que o normal. Qualquer dia desses eu morro de amores.

Grissom riu.

— Cadê o meu beijo, senhor Grissom?

Ele sorriu, segurou seu rosto com as duas mãos e beijou sua namorada com vontade.

Se separaram e Grissom fez Sara se virar para ver o que havia pra eles. Lá de cima Sara viu a cozinha com pouca luz e decorada com velas. A mesa linda com louça branca, um vasinho de flores brancas no meio da mesma que estava coberta por um pano vermelho. Estava tudo arrumadinho em volta, a cozinha estava brilhando e em perfeita ordem.

— Nossa! - exclamou admirada.

— Ficou bom?

— Bom? Ficou lindo! Estou admirada!

Ele sorriu.

— Achei que a árvore tinha sido romântico, mas isso... superou a árvore. - ela sorriu agora olhando pra ele.

— Hoje eu tirei o dia pra ser romântico, não é? - ele riu.

— Lindo! - ela sorriu e o beijou.

— Vamos jantar?

Sara assentiu com um sorriso e eles desceram as escadas. Grissom puxou a cadeira pra ela sentar.

— O cheiro está muito bom! O que é?

— Hoje teremos entrada, prato principal e sobremesa, madame.

— Uau! Que chique!

Grissom riu.

— Antes de servir eu devia colocar uma melodia de fundo, não acha?

— À vontade, senhor romântico.

Ambos sorriram e Grissom foi até o som na sala pra colocar umas músicas clássicas baixinho pra deixar o ambiente mais romântico.

Voltou pra cozinha e a serviu com um pedaço do ratatouille que havia preparado. Ficou lindo no prato branco, jogou até o molho ao redor pra decorar.

— Nunca comi ratatouille.

— Sério?

— Juro. Vai ser a primeira vez.

— Espero que goste.

Sara esperou ele se servir também e provou um pedaço. Grissom esperou pela aprovação dela.

— Hmmm! Isso é muito bom!

Ele sorriu aliviado.

Comeram em silêncio. Grissom terminou primeiro e passou a admirá-la. Sara ficou sem jeito com seu olhar sobre ela.

— Para Griss! - riu limpando a boca depois de engolir a última garfada.

— Com o que?

— Me olhar assim. Eu estou ficando sem graça. - sorriu desviando o olhar pra baixo.

— Desculpe, eu não consigo.

Sara voltou a olhá-lo com um sorriso escondido.

Grissom abriu um sorriso lindo fazendo-a soltar o dela. Foi como a primeira vez que a viu rir.

“_ Uma física muito curiosa, por sinal. - sorriu.

Ela riu desviando o olhar por um instante mínimo. E quando ela fez isso o coração de Grissom falhou uma batida.”

Ele se levantou e estendeu a mão pra ela. Sara aceitou e ele a guiou até a sala. Soltou a mão dela no meio do cômodo e foi até o som. A música que ele colocou a fez sorrir. Can't Help Falling in Love.

(Recomendo que leiam ouvindo a música. Assim como a próxima também ^^)

Como era ruim em expressar seus sentimentos com palavras, deixaria que Elvis fizesse isso por ele.

Foi até ela lentamente, ela sorria com a cabecinha caída pro lado. Ele chegou perto dela assim que que Elvis cantou “falling in love with you” e colocou as mãos em sua cintura, sem desviar seu olhar do dela. Apaixonado? Bem mais que apaixonado ele estava, e a cada dia isso só aumentava.

Sara entendeu exatamente o que ele quis dizer com aquela música e deslizou suas mãos dos braços até os ombros dele. Encostou sua testa na dele e fechou os olhos. Balançavam de um lado pro outro sem sair do lugar, ao ritmo da música.

Aquela dizia perfeitamente o que ele sentia. Não conseguia evitar se apaixonar por ela, isso era um fato. Algumas coisas estão sim destinadas a acontecer, como eles ficarem juntos pra sempre, não importa o que aconteça.

Na parte “take my hand”, Gil pegou a mão dela que estava em seu ombro, a manteve ali, porém segurou e apertou fazendo um leve carinho.

Um calor os envolveu e Sara pensou que ainda bem que estava de cabelo preso. Tá, não foi isso que ela pensou, mas deixa em off. Era surreal o tamanho do amor que sentia por ele, e a cada dia que se passava ela tinha mais certeza de que era com ele que queria passar o resto de sua vida.

Nunca foram de dançar, mas estava se tornando um hábito muito bom pra eles. Dançariam assim juntinhos ao som de uma música significativa sempre que desse. Isso acalmava, envolvia, fazia bem.

Ao fim do primeiro refrão até a última palavra cantada, eles dançaram olhando um pro outro, sem desviar um segundo sequer, as vezes sorriam, as vezes suspiravam, as vezes se abraçavam, mas sem perder o contato visual.

Ao fim da música, eles pararam. Sara lhe deu um beijo e ao parar, ainda com seus rostos colados, ela disse:

— Também sou apaixonada por você.

Grissom sorriu. Ela havia compreendido. E melhor ainda, era recíproco! Era bom ouvi-la se expressar, seu coração sorria.

Voltaram pra mesa e Grissom foi colocar o prato principal pra eles comerem.

— Lasanha de berinjela com arroz. - disse colocando o prato na frente dela.

— Hmm... Deve estar uma delícia.

Assim que comeu a primeira garfada, Sara comentou:

— Bem que você disse que eu veria o verdadeiro toque de mestre. Que jantar delicioso!

Grissom sorriu.

— Que bom que gostou. Já a sobremesa eu não sei se você gosta, eu dei um tiro no escuro.

— E qual é?

— Mousse de chocolate.

— Eu amo mousse de chocolate! A Rayle fazia quase sempre pra gente quando morávamos juntas. Se tem uma coisa que ela sabe fazer, é mousse.

— Será que o meu chega aos pés do dela?

— Vamos ver.- ela sorriu.

Comeram a lasanha trocando mais algumas palavras, tipo, comidas que gostariam de comer, as que comeram e não gostaram, e também as que morreriam comendo. No meu caso, batata frita ♥.

Ficaram alguns minutos conversando pra dar um tempinho pra barriga e logo comeram a sobremesa.

— Onde aprendeu a cozinhar? - perguntou depois de pegar um pouco do mousse da taça com a colher.

— Minha mãe me ensinou tudo o que sabia. Quando fui morar sozinho eu pesquisava receitas novas pra fazer. Sempre gostei de cozinhar, é um bom passatempo.

— Eu sou o oposto de você. - sorriu. _ Se me deixar sozinha numa cozinha, é bem provável que eu queime ela.

Grissom riu do que a namorada disse. Ela dizia cada coisa!

— Só você, Sara...- balançou a cabeça ainda rindo.

Terminaram de comer e levaram tudo pra pia, lavariam no dia seguinte.

— O que vamos fazer agora?

— Não sei. - ele respondeu abraçando sua cintura.

— Quer dançar mais uma música?

— Por que não? - ele sorriu.

Sara pegou em sua mão e eles subiram as escadas novamente.

Dessa vez, Sara quem escolheu a música. Mas não escolheu pela letra, pois a mesma não tinha nada a ver com eles no momento, e sim pela melodia, pelo ritmo... E também por uma frase específica. Mal sabia ela que Grissom já tinha pensado nisso. A frase era “I wanna lay you down in a bed of roses” – sim, Bed of Roses, do Bon Jovi –, e assim que a frase tocou a primeira vez, Sara o olhou com um sorriso de segundas intenções.

Grissom sorriu. Já tinha esquecido que também havia preparado o quarto pra eles, não só a cozinha. A conduziu até lá com as mãos em sua cintura e a música continuou a tocar. Ao chegar lá, Sara abriu a boca surpresa. O quarto também estava decorado com velas, havia champanhe num balde na mesinha de cabeceira, e na cama – coberta por um jogo de lençol branco – havia pétalas de rosa jogadas formando um coração.

Os olhinhos de Sara brilharam mais uma vez.

Virou-se pra ele e sussurrou ainda encantada:

— Não acredito que fez isso...

— Eu disse que tirei o dia pra ser romântico, não foi? - sorriu.

Sara sorriu e balançou a cabeça. Nesse momento a frase tocou pela segunda vez “I wanna lay you down in a bed of roses”. Gil então chegou pertinho dela e lhe deu um beijo, bem lento, provando cada pedacinho de sua boca. E no meio do beijo a frase, de forma diferente, tocou pela terceira vez “And lay you down on a bed of roses” e foi nessa hora que Grissom fez Sara andar pra trás e a deitou na cama sobre as pétalas de rosas.

Depois de muitos e muitos beijos, com a música já sendo finalizada, levantaram-se para se despirem. Sara despiu Grissom primeiro fazendo-o ficar só de roupa intima. Depois o fez sentar na beira da cama e ficou de costas pra ele, com a cabeça virada pro lado, como se o olhasse de relance. Começou a despir-se lentamente. Deslizou as alças do vestido pelos braços, depois deslizou o tecido do mesmo pela cintura e quadril, fazendo assim com que ele caísse aos seus pés. Sua lingerie era preta e de renda.

Grissom engoliu a seco.

Levantou-se e pegou onde seu rabo de cavalo estava amarrado, puxando assim sua cabeça pra trás para beijar seu pescoço. Sara suspirou com a boca entreaberta e os olhos fechados.

Grissom soltou seu cabelo e a virou pra ele.

A admirou. Tinha virado um hábito.

Aqueles olhos cor de mel só brilhavam por ele, aquela boca só era tocada por ele, aquele corpo era só dele.

— Meu amor...- ele sussurrou acariciando seu rosto com as costas dos dedos.

Foi a primeira vez que ele a chamou assim, que a chamou de “amor”, de “meu amor”. Sara sorriu, acariciou sua nuca e o puxou para um beijo mais que apaixonado.

Espalharam as pétalas pelo chão, e fizeram amor à luz de velas.

Quando já saciados e com a respiração normal, Grissom ergueu-se apenas para se apoiar no cotovelo e ficar de lado olhando pra ela. Acariciou seu rosto, coisa que ele adorava fazer, e suspirou.

Sara sorriu e acariciou o braço dele, o mesmo que estava estendido para acariciar seu rosto.

— Gostou da noite?

— Foi perfeita. - ela respondeu. _ Você é incrível, sabia?

Ele sorriu.

— Não tanto quanto você. - foi a vez dela sorrir. _ Sabe que as vezes eu... me sinto mal por não conseguir te dizer o que eu sinto...

Sara o olhou docemente. Ela entedia. Sabia como ele era e não tinha problema com isso. Gil sempre mostrava em gestos e olhares o que sentia, não precisava que ele dissesse nada. Seu jeito tímido, a forma fofa de não saber se expressar com palavras, ela o amava do jeitinho que ele era. Antes ela até ficava brava quando ele não conseguia lhe dizer as coisas, mas foi antes de saber que ele a amava e que queria arriscar ficar com ela. Sara nunca teve certeza e quando ele disse a primeira vez foi surreal. Ele podia não dizer o quanto estava feliz, o quanto a amava e o quanto ela o fazia bem, mas ela sabia. Apenas decifrando cada olhar, cada gesto, cada expressão. Ela sabia.

Grissom continuou.

— ... Dizer o quanto eu te amo, o quanto você é importante... Eu me sinto mal por não conseguir me expressar pra você.

— Você não precisa me dizer nada, amor. - tocou seu rosto. _ Eu sei que me ama.

— Mas as vezes é preciso dizer, Sara. - disse com pesar. _ Eu sempre travo ou... gaguejo. - Sara sorriu. _ Você sempre me diz coisas tão lindas e eu...- disse decepcionado consigo mesmo.

Mas aí, Sara disse uma coisa que aqueceu seu coração, fazendo-o amar ainda mais aquela mulher com quem agora dividia sua vida.

— “Os sentimentos verdadeiros se manifestam mais por atos que palavras”.

Grissom a olhou surpreso e quando ela sorriu pra ele foi mágico. Ela era incrível! E ainda por cima citou Shakespeare no meio da conversa. Grissom ainda a olhava surpreso, mas cheio de amor.

— Citou Shakespeare?!

Sara assentiu e voltou a sorrir.

— Você não tem que se sentir mal, Griss. Eu leio cada gesto, cada olhar, cada toque, cada beijo...- ela acariciou sua barba e em seguida seus lábios com o polegar. _ E neles você me diz o tamanho do amor que tem aí dentro. - ele não conseguia tirar os olhos dos dela, parecia que ele conseguia ver a alma dela enquanto ela falava. _ Palavras nunca foram necessárias com a gente. E você é um homem que não precisa delas.

— Você não existe...- ele parecia enfeitiçado olhando pra ela.

Sara se aproximou e lhe deu um beijo profundo e doce, sem pressa, suas línguas se tocavam lentamente, degustando com intensidade. Sara finalizou o beijo e sem afastar seu rosto do dele o olhou, e com os olhos mesmo ela sorriu.

— Não só existo, como vou te atormentar pro resto da vida. - ela brincou.

Grissom sorriu e voltou a beijá-la. Passaram o resto da noite assim, brindaram também com o champanhe ao lado, e quando a madrugada chegou eles resolveram dormir.

...

No turno daquele mesmo dia tiveram um caso pra solucionar. Suspeitaram fortemente de um homem por causa da morte de sua esposa e seus colegas de trabalho, mas não tinham certeza se ele havia feito isso, especialmente por ele próprio ter sido “atingido”.

O sujeito alegou que tinha sido atingido de raspão “pela pessoa que matou seus colegas”. Antes de conversar com o sujeito e examiná-lo, Sara perguntou para Warrick na cena do crime, onde a esposa estava morta, se o casamento dele foi o dia mais feliz de sua vida. Warrick respondeu que só o tempo dirá e aquilo fez Sara pensar se um dia ela e Grissom casariam.

O assunto casamento não parou aí. No necrotério, depois de conversarem sobre a causa da morte da vítima, Albert fez uma pergunta inusitada para o amigo grisalho.

— Gil... Você já esteve alguma vez a ponto de se casar?

A pergunta o pegou de surpresa, mas ele não deixou transparecer, e foi franco.

— Uma vez, quando era mais jovem. - ele suspirou. _ O nome dela era Nicole Dayle. Eu a pedi em casamento. Éramos colegas de classe, ela também gostava de insetos.

“Que surpresa!” - Albert ironizou em pensamento com essa última frase do amigo.

— Dei a ela o anel da minha avó, mas a minha mãe me fez pegá-lo de volta. - recordou-se e riu em pensamento com o escândalo que sua mãe fez ao saber. _ 2° ano.

Albert assentiu.

— Foi por impulso, não foi?

— Foi. - Grissom respondeu. _ Achei que estava apaixonado.

— Não estava? - duvidou.

— Não.

— Como sabe?

Grissom suspirou.

— Ora Albert... Agora estou mais maduro, agora eu sei o que é estar apaixonado. - o legista sorriu. _ E naquele tempo eu não estava.

To Be Continued...