Love Story escrita por Fofura


Capítulo 75
Comprometido


Notas iniciais do capítulo

Heeey pandinhas!
Quanto tempo né?! Hauhsua
Mil desculpas. Eu avisei no meu facebook - alguns dos meus pandinhas viram - que meu computador deu problema de novo e eu fiquei alguns dias sem ter como postar. Meu pai conseguiu consertar e era pra eu ter postado na quinta feira, porém eu perdi o capítulo (o drive não salvou e eu pensei que tinha salvado. Obs: também avisei no facebook) e tive que digitar tudo de novo. Estava com o capítulo pronto ontem, mas já tava muito tarde e minha mãe ia brigar comigo se eu fosse postar esse horário (também avisei no facebook), então cá estou de “madrugada” postando pra vocês.
Eu gostaria de dedicar esse capítulo a quatro pessoinhas. Ana Camila, Titocas Mesquita e Erika Luana que fizeram aniversário no começo do mês. E a Suh lpsc que comentou pela primeira vez no último capítulo. Seja bem vinda, pandinha! Obrigada pelo lindo comentário. E feliz aniversário meninas!
Esse capítulo é de vocês.
Ele ficou enorme e eu peço desculpas por isso, mas não deu pra diminuir :/
Resumi bastante o episódio, mas o importante está descrito da melhor forma possível. Espero que todos gostem ❤
Enjoy :3



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— Nossa! Esses caras são doidos de mexer com abelhas sem proteção. - Sara comentou.

Eles estavam sentados no sofá da sala de Grissom assistindo um documentário sobre insetos. Sara estava um pouco encolhida com as pernas dobradas em cima da esquerda dele, Gil mantinha o braço envolta de seus ombros enquanto assistiam. A chuva que caía lá fora fazia com que eles não quisessem sair de casa. Porém tinham que trabalhar, embaixo de sol ou de chuva.

— Ah, mas elas não são tão perigosas quanto as pessoas acham. Se não irritarem elas, não vão fazer mal algum.

— Dizem que a abelha morre se ela ferroar alguém. É verdade?

— É sim. Junto ao ferrão, fica o intestino dela, sem isso ela não consegue viver.

— Já foi picado por uma?

— Já, quando eu era criança.

— Eu também, duas vezes. Uma vez entre os dedos, e outra bem embaixo do olho.

— Sério? - ele fez careta.

— Ela veio com tudo na minha cara, eu nem tinha feito nada pra ela.

Grissom sorriu pelo modo como ela falou.

— Um lado do meu rosto inchou, eu fiquei horrível. Foi lá no orfanato, Rayle riu demais da minha cara.

— Aquela maluca adora uma situação dessas, né?

— E como! - ela riu. Seu sorriso sumiu ao lembrar que não sabia onde Rayle estava. _ Sinto falta dela.

— Eu imagino. - ele a abraçou mais e beijou sua testa. _ Ela vai dar sinal de vida.

— Assim espero. - assim que terminou de dizer tais palavras, algo na TV chamou a atenção dela. _ Ala, eu não falei?! Foi picado!

Grissom riu.

— Tem que usar proteção, eu li num livro muito bom. - ela sorriu e o olhou.

— Eu nem perguntei se gostou dele.- ele sorriu timidamente.

— Eu adorei! Aprendi muita coisa.

— Que bom. - manteve o sorriso no rosto e acariciou o braço dela.

— Sabia que Hodges e Nick ficaram meio bolados por eu ter ganhado presente de natal de você e eles não?

— Sério?

— Sério. - ela riu quando afirmou. _ Foi engraçado ver as expressões deles.

— Hodges deve ter ficado mais triste.

Sara riu.

— Se um dia você o presentear, ele vai morrer feliz.

Grissom sorriu balançando a cabeça.

— É melhor eu ir pra casa me arrumar, o turno começa em uma hora e meia. - Sara se levantou e calçou os sapatos.

— Certo.

— Cadê o Hank?

— Ainda deve estar dormindo na lavanderia.

— Vou lá dar um beijo nele.

Em menos de três minutos a morena já estava de volta à sala para se despedir do namorado.

— Até mais tarde. - abaixou-se um pouco pra dar um beijo nele.

— Até. - ele respondeu depois que a beijo. _ Cuidado no caminho.

— Pode deixar. - piscou e saiu.

— Boa noite crianças!

Grissom os saudou e admirou Sara por um breve segundo, ela estava linda! Bom, linda ela estava todo dia, mas naquela noite ela, por algum motivo, estava usando maquiagem. Uma sombra roxa e branca em degrade, e nos lábios um gloss rosa. Cabelos soltos e toda de preto. Lindeza!

— É o seguinte, temos dois casos hoje. Um corpo num beco perto da Strip e um corpo num manicômio. Eu vou ficar com o do manicômio, Greg você vem comigo.

— Tabom.

— Ah não. - Sara se adiantou. _ Eu quero esse caso, Gil.

— Tem certeza, Sara? Não acho uma boa ideia. - ele ficou preocupado, pois era um ambiente que talvez ela conhecesse e sentisse mal por conta do que a mãe havia passado.

— Tenho. - ela garantiu.

— Tudo bem. Greg, você e Sofia cuidam do outro caso, ok?

— Mas por que a preocupação de Sara ir com você? - Sofia quis saber.

Grissom olhou para Sara como se pedisse permissão para responder com a verdade, mas Sara mesma respondeu.

— Tive um passado ruim relacionado a um lugar assim, Sofia.

— Você já...? - ela já pensou que Sara havia sido internada, porém a morena logo tratou de negar.

— Não, eu não! Alguém que conheço. - omitiu sua mãe, pois era desnecessário, aquilo só era desrespeito a ela. _ Enfim, não tem problema nenhum em investigar um lugar assim, Gil.

— Bom, menos mal.

Ele ainda achava que não era uma boa ideia, mas não ia impedi-la de ir, talvez fosse bom pra ela, pra ajudar a superar o que houve quando era criança.

...

Chegaram no local com o capitão Brass e seguiram pra dentro do hospital psiquiátrico seguindo o responsável pelo lugar. O mesmo pediu até para Sara tirar o colete dizendo que os pacientes estranhavam novos uniformes. A morena fez o que ele pediu e guardou o colete na maleta. Em seguida o manda chuva pediu para que eles ficassem de costas pra parede enquanto os pacientes passavam, questão de segurança. Todos os pacientes eram homens e um deles, ao passar por eles, fez aquela cara de tarado e botou a língua pra fora ao olhar para Sara.

Grissom não gostou nada daquilo, não por ciúme e sim por medo. Ele já decidiu ali na hora que deixaria Sara o mais longe possível dos pacientes.

Assim que eles passaram, Gil, Sara e Jim seguiram o moço até a cena do crime. No corredor estava o segurança/policial e duas enfermeiras para explicar o que viram.

— Temos nossa própria equipe policial e o tenente Owens foi o primeiro a chegar.

— A vítima foi encontrada pela enfermeira Faber por volta das 00:10.

— Era fim do turno da Joanne e eu estava fazendo a contagem. Encontrei o Robbie no chão e o Kenny estava no canto coberto de sangue.

— Os pacientes passam a noite trancados? - perguntou o capitão.

— Não. Quartos trancados levam os pacientes a tentar se machucar.

— E onde está o Kenny?

— Foi posto em isolamento. - respondeu a enfermeira Faber.

Então foram até lá olhar.

Sara viu cortes nele e perguntou o de ele havia se cortado. Um dos ajudantes, Leon, respondeu que Kenny se automutilava, era fascinado por sangue.

Gil perguntou se ele estava com aquelas roupas quando o encontraram e a resposta foi positiva. O que não fazia sentido se Kenny tivesse matado Robbie, então não havia sido ele.

Depois de conversarem com a médica de plantão Valerie Dino que liberou duas salas para interrogatórios, eles foram fazer os mesmos.

Gil e Jim foram cada um pra uma sala interrogar um por um dos pacientes enquanto Sara analisava o quarto de Robbie.

Interrogaram um assassino antissocial, três estupradores, um pedófilo e um idoso que eu não sei o que tem. Todos eles tinham alucinações e delírios.

Sara achou sêmen nos lençóis de Robbie e pra saber se era dele ou não, foi falar com a Dra. Dino que informou que Robbie sofreu castração química, ou seja, o sêmen era de outra pessoa. A morena então foi encontrar Gil e Jim para informá-los.

— Oh gente! Encontrei sêmen na cama da vítima, mas não pertence a ele, ele foi quimicamente castrado.

— Então acha que o doador pode ser o assassino? - perguntou o capitão.

Sara fez que talvez.

— O sexo é a preliminar, a violência é o clímax. - disse Gil.

— Bom… boa coleta! - disse Brass que se retirou.

Gil e Sara entraram na sala onde os pacientes passavam um tempo juntos relaxando. Todos estavam sentados lado a lado nos sofás, alguns de um lado, outros de outro.

Pra colher o DNA de todos eles, Gil ficou com um lado e Sara com outro. Sem perceber, Gil deu o pior lado pra ela, com os três mais perigosos. O idoso que não falava e ficava com cara de mal, o estuprador do cabelo cacheado que roía as unhas e o estuprador negro que só pensava em mulher o tempo todo. Pegou o DNA do negro primeiro que até olhou pros seios dela, depois o do roedor de unhas que a olhou estranho e quando foi coletar o do idoso ele quase partiu pra cima dela a assustando.

— Grissom! Fica com esse aqui.

Nem a pau ela ia tentar de novo. Não, não.

Grissom foi até o necrotério saber a causa da morte de Robbie. Asfixia. Doutor Robbins achou coisas incomuns no estômago dele e uma dessas coisas era cabelo. Hodges analisou e disse a Sara que era cabelo descolorido e disse também que ele tinha antipsicótico poderoso no organismo.

Brass e Sara foram checar as fitas e ao ver Robbie em isolamento, Sara sentiu um incômodo. Em seguida foram falar com o “farmacêutico” do manicômio, Leon, que tinha o cabelo descolorido e estava roubando os comprimidos do Desert State. O interrogaram e Leon disse que o cabelo deve ter parado no estômago de Robbie porque ele havia arrancando a força quando foi posto em isolamento. Disse que Robbie havia pirado na terapia.

Assim que saiu da delegacia, Sara foi até a sala de Gil e ambos conversaram.

Nisso, Greg e Sofia já tinham solucionado o caso deles e já estavam ajudando naquele.

— De acordo com as fitas de vídeo, a vítima foi posta em isolamento às cinco e três da tarde e tirada de lá às sete e seis da noite. A enfermeira Mckay anotou que ele estava acordado na cama durante a contagem das nove e meia.

— O corpo foi encontrado à 00:10. Então entre às 21:30 e 00:00 ele foi sufocado.

— Provavelmente mais próximo das 21:30. O sangue teve tempo de coagular antes de a cabeça ser golpeada.

— E não necessariamente pela mesma pessoa.

Greg entrou na sala com o travesseiro de Robbie ensacado como evidência.

— Que tal uma guerra de travesseiro? O do Robbie continha saliva e muita saliva, toda dele.

— Pode ser da baba. Ou de ser morto. - supôs Grissom.

— Bom, dá uma olhada nisso. Encontrei rasgos nas duas pontas. Mão esquerda e mão direita. Grrr! - ele brincou levando o travesseiro pra cima de Sara.

Grissom sentiu ciúme disso.

Sara sorriu e disse:

— Parece que temos a arma do crime.

Gil ficou olhando pros dois, pra ele e pra ela, respectivamente.

Aquela aproximação deles e as brincadeirinhas de Greg não lhe causavam uma boa sensação. Sentia muito ciúme do garoto, porém teria que se acostumar, ele era o melhor amigo de sua namorada, teria que aprender a conviver com isso, pelo menos enquanto estivessem com aquele segredo.

...

Sara foi falar com a enfermeira Mckay pra saber o porquê de Robbie ter sido posto em isolamento já que era ela que dava a terapia.

Ela disse que Robbie tinha levado um item pessoal e não era permitido. Sara perguntou o que era e ela respondeu que era uma fotografia de um garotinho.

O papo foi rápido e logo a enfermeira disse que precisava ir.

Assim que a enfermeira se retirou, Sara recebeu um telefonema do namorado.

— Sara. - ela atendeu sem olhar no visor.

— Saiu o resultado do DNA do sêmen dos lençóis de Robbie, paciente: Adam Trent, o roedor de unhas.

— Tabom. Eu estou indo pro quarto dele, te encontro lá.

— Eu já estou aqui. Cuidado quando vier.

— Não se preocupe.

Se despediram e Sara foi encontrá-lo no quarto de Adam.

Ao olharem lá dentro ficaram impressionados. Haviam muitos desenhos colados nas paredes, desenhos bem profissionais e sinistros como Gil disse.

— É bem sinistro. - disse depois de tirar algumas fotos.

Sara concordou.

— É claro… que eu não esperaria um ursinho carinhoso.

Gil se aproximou dela e observou mais os desenhos.

— O subconsciente do Adam é bem ativo. - ele comentou.

— Você é cheio de interpretações. - ela o olhou sorrindo. Gil retribuiu com um discreto. _ Quando eu estava na quinta série…- ela começou a contar. _ … eu desenhei uma baleia arpoada. Todo mundo achou que eu era louca. - Gil a olhou surpreso. _ Mas eu tinha acabado de ler Moby Dick… E às vezes uma baleia morta é só uma baleia morta.

Ele levantou una sobrancelha e nada disse. Sara sorriu e voltou a olhar os desenhos. Quando foi pegar um, o mesmo descolou e foi parar atrás do móvel cinza que tinha à frente deles. Sara então o afastou para poder pegar novamente, Gil a ajudou a arrastar o móvel e a observou. Sara pegou o desenho, colocou em cima do móvel e foi olhar um duto de ar que tinha ali atrás bem perto do chão, ao abrir encontrou várias cartas, todas datadas de mais de um ano atrás, e uma escova de cabelo.

— Não é só o subconsciente, esse cara tem segredos em toda parte.

Levaram as cartas pra Dra. Dino e descobriram que eram da mãe de Adam e que ela desejava o filho, isso é chamado de complexo de Jocasta, a mãe de Édipo rei. Incesto.

Questionaram sobre o paradeiro da mãe e o porquê de ela não escrever mais. Dino informou que sempre que chegava uma carta Adam tinha um episódio maníaco seguido de depressão severa e tentativa de suicídio. Então ela mesma começou a devolver as cartas, até que ela parou de escrever.

Então Gil e Sara foram falar com Adam que ficava o tempo todo roendo as unhas e olhando para Sara. Ele admitiu ter matado Robbie e quando Gil e Sara se olhavam ele ficava nervoso. Disse que se não acreditavam nele podiam checar o balde no banheiro. Ao ser questionado do porquê havia matado Robbie, ele respondeu:

— É porque eu sou louco.

Já que Adam não dizia o verdadeiro motivo de ter matado Robbie, Gil e Sara foram checar o balde no banheiro que ele havia mencionado, mas com uma dúvida na cabeça. Mesmo Adam admitindo ter matado Robbie, ele não mencionou nada sobre sufocá-lo, e Robbie morreu de asfixia. Se Adam o tivesse matado teria deixado sangue das cutículas no travesseiro, e não havia nada nele.

Encontraram a roupa dele com sangue e na cueca havia uma marca de batom na altura da virilha.

Sara lembrou que quando estava conversando com a enfermeira Mckay, a mesma estava fumando um cigarro e ela havia deixado o cigarro num cinzeiro lá fora. A morena foi até lá coletar pra poder comparar o batom do cigarro com o batom da cueca.

— Cadê a enfermeira Mckay? - Sara perguntou ao tenente Owens que havia a acompanhado até lá. _ Eu tenho que falar com ela.

— Está servindo o almoço.

— Certo, é o seguinte… Eu posso levar a roupa íntima e o cigarro até o laboratório e fazer a comparação, o que só estenderia a nossa presença aqui, ou… Você pode me dar acesso à sala das enfermeiras agora.

Sara tinha o poder do convencimento e com isso fez o tenente acatar seu pedido. Assim ela e Grissom foram até a sala das enfermeiras que era quase toda de vidro, dava pra ver tudo lá dentro pelo lado de fora, menos a parte de baixo, pois tinha uma bancada ali.

— Essa deve ser a foto que a enfermeira Mckay confiscou do Robbie na terapia. - disse Sara olhando a foto do garotinho que a enfermeira mencionou. _ A outra metade. - mostrou pra ele. _ Eu encontrei fita azul no quarto do Robbie. - olhou pra foto novamente. _ Parece um pouco Adam.

— Onde o Robbie acharia uma foto do Adam?

— Bom, eles faziam sexo. - ela respondeu.

Grissom tentou abrir as gavetas e não conseguiu.

— Vou ver se acho alguém que possa abrir essas gavetas.

— Tabom. - Sara respondeu e Grissom saiu da sala em seguida.

Gil seguiu o corredor até o policial que estava parado de frente pra uma porta e nenhum dos dois viu que o paciente Adam Trent se aproximava da sala das enfermeiras. Adam viu Grissom falando com o policial e entrou na sala. Como Sara estava de costas pra porta, não o viu entrar, só se deu conta quando ele chamou sua atenção.

— Oi. - disse ele.

Sara se virou e gelou. Ele entrou e fechou a porta, perguntando em seguida:

— Você é uma pessoa religiosa?

— Às vezes. - ela respondeu fingindo estar calma. Que Grissom não demorasse pra voltar ou ela não saberia o que fazer, estava com medo.

— Acredita que tudo acontece por um motivo? Que as coisas ruins existem pra ensinar uma lição crônica? Talvez todos os problemas se resolvessem se a gente acessasse uma frequência mais alta. - Adam falava e caminhava até ela devagar. _ Eu li num livro que todas as doenças, a ansiedade e o medo... surgem quando as pessoas vibram a dez mil ciclos por segundo.

Quando ele terminou de falar, Sara destapou a seringa que segurava atrás dela e pulou nele pra tentar injetá-la. Porém Adam conseguiu segurá-la por trás e a seringa foi ao chão.

Ele segurou Sara com o braço em volta de seu pescoço para impedi-la de se soltar e a fez abaixar para que não os vissem. Sara tentava se soltar dele e puxava seu braço pra baixo para que ele não a sufocasse. E tentava recuperar a respiração normal, já que fez um esforço enorme pra tentar fugir dele antes de irem ao chão.

Adam continuou a falar.

— Se elas conseguissem vibrar a cem mil ciclos por segundo, o som, a luz, e o espírito ficariam no mesmo nível e tudo ficaria bom, não é?

— É.- ela respondeu. Não estava entendendo nada do que ele estava falando, só queria sair dali. Se dissesse ou fizesse alguma coisa que ele não gostasse, Adam poderia cortar a garganta dela com o que ele tinha na mão. Não conseguia ver o que era, só sabia que era gelado.

— Sabe o que eu acho? Que eu estou vibrando na frequência errada...- Sara tentou se soltar dele novamente e o mesmo pressionou ainda mais o pedaço de cerâmica branca no pescoço dela. _ Não estou?

Nesse momento Grissom já voltava pra sala com o jovem que tinha as chaves das gavetas e portas do lugar. Porém a porta estava trancada. Grissom resolveu olhar pelo vidro pra saber o motivo e quase entrou em desespero.

— Meu Deus!

Dentro da sala, Adam botava mais medo em Sara que se encontrava apavorada naquele momento.

— Você acha que eu sou esperto?

— Acho! Aham…- ela queria Grissom pra salvá-la daquele maluco.

Ele perguntava na voz mais insana possível, era de se esperar que Sara estivesse com tanto medo. Nenhum daqueles pacientes tinha sã consciência do que fazia, viviam em um mundo paralelo e eram completamente descontrolados. Era o tipo mais perigoso de criminoso.

— Abra a porta. - Grissom disse ao jovem ao seu lado que não conseguia achar a chave. _ Abra a porta. - Gil estava desesperado, mas não deixava transparecer e nem tirava os olhos de Sara. _ Por favor, abra a porta. - e o jovem nada de achar a chave.

Sara viu Grissom pelo vidro e temeu ser a última visão dele que teria. Ouviu o alarme do lugar tocar e viu as luzes vermelhas de emergência se acenderem, mas não tirava os olhos de seu amor. Adam percebeu.

— Não se mexa ou eu vou acabar com você, sua vagabunda, está me ouvindo???- Sara assentia morrendo de medo. _ Não olha pra eles! Não tira os olhos do chão! Não tira os olhos do chão!

A enfermeira Mckay apareceu no vidro chamando a atenção de Adam que se distraiu e ordenou que ela fosse embora. Sara aproveitou a distração dele, lhe deu uma cotovelada no peito, se levantou e correu pra porta que ainda não tinha sido aberta. Temendo por sua vida, Sara batia na porta para que abrissem logo e ela pudesse correr daquele lugar.

Foi exatamente o que fez quando finalmente a porta foi aberta, passou por todo mundo e correu pro fim do corredor. Queria correr pra outro lugar, mas não podia. Quando chegou na janela com grade apoiou os braços e a cabeça nela e suspirou.

O que foi aquilo? Ela quase morreu!

Já Grissom não sabia o que fazer, estava em choque, viu Sara correndo pra longe dele e se virou pra ver Adam que tinha cortado a própria garganta e estava se contorcendo no chão com o sangue jorrando e tentando ser contido pelos enfermeiros.

Grissom olhou novamente para Sara que estava com as mãos na cabeça tentando recuperar a respiração e se acalmar por conta do susto. Caminhou até ela. Se não tivesse a deixado sozinha aquilo nunca teria acontecido. Sentia-se culpado.

— Sara! Você está bem?

Ah como ela queria abraçá-lo naquele momento, como ela queria chorar! Mas não podia fazer nada disso.

— Estou bem. - ela respirou fundo e encostou-se na parede. _ Eu só… preciso de um tempo pra… me acalmar.

— Ele te machucou? - só Deus sabia o quanto Grissom havia ficado com medo. Sua Sara nas mãos daquele estuprador insano, correndo perigo e morrendo de medo, e ele ali, um completo inútil, impotente, sem ter como ajudá-la. O que faria se a perdesse?

— Não. - ela respondeu simplesmente e manteve os olhos fixos num canto qualquer. Ficou em silêncio por alguns segundos, até que resolveu falar. _ Quando meu pai morreu, minha mãe foi internada num lugar como esse pra avaliação. - ela comentou. _ Era igualzinho, tinha o mesmo cheiro… um cheiro de mentiras.

— Tem certeza de que está bem?

— Gente louca faz eu me sentir louca. - ela fingiu rir.

Gil não levou a sério o comentário dela.

— Se você quiser, outra pessoa pode assumir seu lugar.

Não queria que ela ficasse ali, não seria bom pra ela, só a deixaria pior do que já estava.

— Eu agradeço muito. É sério, eu agradeço, mas… eu decidi deixar tudo isso pra trás e… eu quero muito terminar esse caso.

Nem deu tempo de Grissom responder, pois a enfermeira Mckay interrompeu.

— Temos regras por um motivo. - ambos olharam pra ela. _ Vocês vem aqui e perturbam a ordem, a culpa é sua. - ela apontou para Sara ao dizer.

— Sério??- Grissom achou um absurdo. A culpa era deles de deixar tudo destrancado e sem segurança. Se tivesse, Adam não teria chegado perto da sala e Sara não teria ficado em perigo.

— Você leva o seu trabalho pro lado pessoal!

— Do que está falando? - ela se fez desentendida.

— Que você tem um relacionamento íntimo com Adam Trent!

— Isso é ridículo!

— Seu batom está na cueca dele! - Sara disse um pouquinho nervosa.

— Eu emprestava meu batom pro Robbie às vezes, vai ver que ele estava usando quando…- Grissom a interrompeu.

— Não havia nada nos lábios dele.

— Bom, isso é problema de vocês. - essa foi a resposta dela antes de dar as costas pra eles e se dirigir aos paramédicos que estavam com Adam, dizendo pra levá-lo pra enfermaria imediatamente.

Sara suspirou.

— Olha honey… Vai pro laboratório esfriar a cabeça, eu termino aqui.

— Mas… Griss… Eu quero ficar.

— Eu sei, mas você precisa de um tempo. - ele tocou os braços dela. _ Eu prometo que não vou te tirar do caso até resolvermos. Tabom?

Sara assentiu vencida.

— Tabom.

Grissom sorriu discretamente e a puxou devagar pra beijar sua testa.

— Vai.

Sara sorriu e seguiu pra saída.

Grissom foi até a sala das enfermeiras pra pegar o objeto que Adam colocou no pescoço de Sara. Tinha que descobrir de onde Adam havia tirado aquilo. Foi até a sala de arte e viu que aquilo era um dos “braços” de um vaso que Adam estava fazendo. Ele tinha arrancado do vaso e levado pra dominar Sara. E o mesmo vaso estava na roda quando Adam teve uma discussão com a enfermeira Mckay.

Sara pegou carona com um policial e foi pro laboratório. Foi direto para o locker pegar uma roupa limpa pra tomar um banho, queria tirar qualquer vestígio de Adam dela. Chorou no chuveiro. Havia ficado com um medo tão grande que por um momento não era Adam que ela via lá com ela, e sim outra pessoa. Sua mente voltou àquele dia quando ela tinha doze anos e viu pessoas desconhecidas levarem sua mãe. Os gritos dela, as reações dela, o alcoolismo dela. O dia em que a viu no isolamento pela primeira vez quando era adolescente. Por isso havia ficado incomodada ao ver Robbie no isolamento nas fitas.

Assim que saiu do banho e já estava vestida de novo, Sara levou as roupas que tinha tirado até o locker, colocou numa sacola e guardou no armário, vestiu seu blazer e foi surpreendida por Grissom na porta.

Eles seguiram o corredor conversando sobre o que Grissom descobriu.

— Arqueologia rústica? - ela perguntou enquanto caminhavam até o áudio e vídeo onde Sofia estava.

— Nos anos 60 fizeram experimentos com potes de barro e telas pintadas. Os cientistas conseguiram extrair sons que foram capturados durante o processo criativo da argila e da tinta.

— Incrível!

— Bom, na verdade não é tão absurdo. - disse a loira. _ Antigamente, pra fazer as gravações de gramofone, uma agulha captava as vibrações do ar e riscava um cilindro de cera que ficava girando. Com base na frequência e na intensidade do som, eram abertos sucos na cera com profundidade e largura variadas. Pra reproduzir, um conversor de energia vibrava ao longo dos sucos gerando uma corrente que era amplificada e transformada em som.

— Quando o arte-terapeuta disse que houve uma discussão enquanto Adam estava na hora eu pensei: “Bom, talvez pudéssemos tirar algum som do vaso dele”.

— Lazer Duplo, um conversor óptico. - observou Sara.

— Os tempos mudaram. - a loira sorriu.

— Baby!

Sara franziu o cenho e os três prestaram atenção na tela pra ouvir o que o vaso “dizia”.

Depois de muita filtragem, conseguiram ouvir alguma coisa. “Robbie” e…

— Ângulo? - perguntou Sofia.

— Anjo. - respondeu Sara.

— Nas cartas a mãe de Adam o chamava de “Anjo”.

— É a Joanne.

Descobriram pelo DNA que Joanne Mckay era a mãe de Adam e ninguém desconfiou porque ela sempre usou o nome de solteira. Ela matou Robbie porque o mesmo estava se relacionando com seu filho. Deixou Robbie levar a fotografia pra terapia em grupo mesmo sendo contra as regras e o puniu por ter levado fazendo Robbie perder a cabeça e ser colocado em isolamento. Quando ele estava dormindo, ela foi até o quarto, o sufocou com o travesseiro e mandou Adam acobertar batendo a cabeça dele contra o chão. O outro paciente, Kenny, viu Robbie no chão com um poça de sangue perto dele e com essa sua fascinação pelo líquido vermelho, começou a passar pelo rosto e ingeri-lo.

Ao terem dito os fatos a ela, Joanne perguntou retoricamente por que o filho dela a acobertaria e Sara respondeu “Porque ele te ama tanto quanto te odeia”. Grissom que assistia o interrogatório do outro lado do vidro, entendeu a referência. Era assim que ela se sentia.

A enfermeira declarou que eles não podiam provar nada daquilo e Brass afirmou que podiam provar o incesto e que ela podia pegar 10 anos de prisão. E ela segura como sempre desejou boa sorte em levá-lo pra testemunhar contra ela.

Farta daquilo, Sara se levantou e foi se juntar a Grissom do outro lado.

— Bom… na cadeia ou fora dela, acho que ela não vai durar seis meses, vai morrer sem o filho.

— Seria muito melhor pra eles dois. - disse séria mantendo os olhos fixos na sala.

Grissom sentiu a melancolia na frase dela, o lado pessoal. Resolveu não dizer nada e deixá-la um pouco sozinha enquanto falava com Brass depois que o mesmo fez a prisão e saiu da sala.

Sara saiu pouco tempo depois, no máximo um minuto.

Brass foi para sua sala e Sara foi até Grissom.

— Eu quero ir pra casa. Posso entregar meu relatório depois?

— Pode honey. Quer que eu vá com você? - ele perguntou baixo prevenindo que alguém ouvisse.

— Poderia? - ela perguntou séria, porém triste. Devia ter escutado Grissom e ter ficado longe do caso. Não só pelo ataque que sofreu, mas pelo estrago que causou em seu emocional.

— Claro. - ele respondeu. Precisava estar com ela, abraçá-la forte, passar-lhe segurança, já que não pôde o caso inteiro. _ Só tenho que pegar uns papeis no laboratório. Você espera?

— Espero.

Ambos saíram da delegacia e foram ao laboratório. Enquanto Sara esperava no carro dela, Gil entrava pra pegar os papéis que tinha que revisar em casa.

— Hey Gil! - Sofia chamou a atenção dele quando o mesmo estava saindo de sua sala com as pastas em mãos. _ Vai pra casa?

— Vou sim, Sofia. Preciso revisar esses papéis e não quero fazer isso aqui hoje.

— É um pouco estranho. - ela comentou.

— É sim. - ele concordou timidamente. _ A gente se vê no próximo turno.

— Até mais!

Grissom saiu do laboratório e foi direto para seu carro. Esperou que Sara saísse na frente com o dela e a seguiu depois.

Poucos minutos depois os dois já paravam em frente ao prédio dela.

Subiram em silêncio olhando sempre em volta pra ver se não tinha ninguém conhecido que pudesse vê-los juntos.

Sara abriu a porta e entrou, Gil a seguiu. A morena foi direto pra janela e olhou pela fresta da cortina. As ruas estavam agitadas como sempre, mas seus sentimentos desde que pegou aquele caso estavam bem mais.

Grissom foi até ela e tocou seus ombros.

— Você está bem?

Ela suspirou.

— Acho que não. - o olhou. _ Devia ter ouvido você. - a voz dela embargou um pouco. _ Não foi uma boa ideia.

Gil a trouxe para seus braços e a abraçou forte. Sara sentiu-se aquecida e sentiu o medo dele também naquele abraço. Deixou que as lágrimas caíssem, mas sem choramingar ou soluçar, ela só fungava às vezes.

Gil beijou a testa dela e suspirou enquanto a mantinha em seus braços. Teve tanto, mas tanto medo de perdê-la que não queria soltá-la nunca mais.

— Por um momento eu vi minha mãe ali… me segurando. - ela disse ainda chorando. _ Foi horrível.

Gil a abraçou mais forte.

— Nunca senti tanto medo em toda a minha vida. - ele admitiu.

Sara saiu de seu abraço sem se soltar dele e o fitou.

— Eu só queria sair de lá e correr pros seus braços… mas eu lembrei que não podia.

Grissom secou as lágrimas dela, beijou sua testa segurando seu rosto e a trouxe para seu abraço protetor novamente.

— Não quis parecer frágil.

— Você não é.

Sara se sentia segura com ele, sentia que nada poderia machucá-la enquanto ele estivesse com ela. Era muito bom sentir-se segura.

— Me desculpa. Não devia ter te deixado sozinha. A culpa foi minha. Eu podia muito bem ter evitado quando você protestou em ir comigo pra lá. Achei que te ajudaria a superar seu passado se você enfrentasse aquele lugar.

— Não foi culpa sua, Griss. - ela fungou depois de falar.

— Foi sim. Você podia estar morta agora, Sara. E ia ser minha culpa.

— Não tinha como saber. - ela secou as lágrimas que caíram ainda abraçada a ele.

Só de pensar que ele poderia estar indo pro velório dela naquele momento, seu coração já começou a sentir umas pontadas de dor. Mas ela estava ali com ele, em seus braços sendo cuidada, coisa que teve vontade de fazer o turno todo e não pôde.

— Não sei o que faria se te perdesse.

Acabou de se acertar com ela, acabou de tomar a decisão mais certa e linda de sua vida, não podia perdê-la assim. Sara era a pessoa mais importante da vida dele agora, sua felicidade era ela, de jeito nenhum queria perder isso.

Sara o olhou, sorriu ainda com a carinha tristonha e molhada por conta das lágrimas, acariciou a nuca dele e encostou suas testas fechando os olhos. Foi um “eu te amo” silencioso e Gil entendeu. Em resposta ele a beijou delicadamente, e com isso “dizendo” o mesmo a ela.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaa eles são muito fofinhos! ^^
Eu também queria que a Sara corresse pros braços do Grissom naquela hora, mas como ela não correu eu não pude mudar o roteiro, sairia do propósito da fic, mas esse final compensou, não foi?
O que acharam? Deixem suas opiniões, tabom? Abraço de urso e até o próximo onde vocês terão a resposta da pergunta número 10 do formulário de LS. Vão lá responder ❤
Link do formulário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc6Rs5kxVH0FzUHbd3WgU4WelkwrTH0RquYH9kurLkdVNdsiw/viewform



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