Love Story escrita por Fofura


Capítulo 215
CSI:Vegas ❥ Mal de Débarquement


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
Desculpem a demora, eu não consegui digitar tudo, meu início de fevereiro foi bem corrido, não deu tempo :')
E eu passei o fim de semana fora, não deu pra deixar agendado pra ontem. Então to vindo postar só hoje.
Enfim, espero que gostem do capítulo ^^ Boa leitura :3



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Eram quatro e trinta e sete da manhã e Gil quase despertou de sopetão com um zumbido no ouvido. Tomou cuidado para não acordar Sara com seu incômodo, ela estava aninhada a ele, deitada em seu peito, agarrada em sua cintura.

Na noite anterior, depois de falar com seus pimpolhos, eles conversaram sobre isso de voltar ao CSI. Ele disse "Só você mesmo pra me fazer voltar nessa altura do campeonato", e ela riu respondendo "Não vai ser por muito tempo. Nossa casa é no mar, não aqui". Ele ficou mais aliviado com essa frase.

Com cautela ele a colocou pro lado pra poder levantar. Sara só se mexeu e se ajeitou, não despertou.

Gil se afastou e sentou na ponta da cama. O zumbido ficou mais alto e ele sentiu tudo girar. Era como estar no barco, a sensação de acordar lá. Sentiu o ouvido tampar e cutucou pra ver se voltava. Aquela sensação era horrível.

Sara estava dormindo tranquila com a mão debaixo da cabeça até sentir falta de um corpo grande ao lado dela.

Abriu os olhos e pôde vê-lo na beira da cama. Achou estranho e resolveu olhar o relógio enquanto apoiava-se no antebraço. 4:38?

— Acordou cedo.

Ele se assustou um pouco ao ouvir a voz dela, o zumbido diminuiu, mas ainda incomodava.

— Nervosismo do primeiro dia?

— É…- ele respondeu forçando um sorriso, mas sem olhar pra ela.

Não queria preocupá-la e talvez fosse momentâneo. Com certeza passaria, só precisava se acostumar direito a estar de volta em terra firme.

Levantou-se e foi por cômodo ao lado, atrás da bancada tomar alguma coisa.

Sara achou aquele comportamento estranho e apoiou a cabeça na mão e no cotovelo observando-o se afastar.

Não questionou, esperaria ele falar caso fosse algo importante. Talvez a audição dele já que quando ele saiu do quarto, o viu mexer no ouvido.

Se algo estivesse errado, esperaria ele estar pronto pra compartilhar com ela. Ou podia ser só uma enxaqueca já que o viu na bancada fechar os olhos e apertar entre eles.

Levantou e foi até ele só pra ter certeza.

Grissom a viu se aproximar e entrou em pânico, tentou parecer bem e sorriu pra ela.

— Quer café?

— Não…- ela balançou a cabeça e chegou perto dele. — Está tudo bem?

— Está.- sorriu. — Desculpe, não quis te preocupar.- acariciou o rosto dela. — Só estou sem sono. Pode voltar a dormir, está tudo bem.

Sara não se convenceu, mas fingiu que sim. Lhe deu um beijo e comentou.

— Sabe que não consigo dormir sem você.

Grissom sorriu e beijou sua testa.

— Já vou pra lá, prometo.- ela assentiu e foi voltando pra cama. — Certeza que não quer café?

— Tenho.- ela riu.

Grissom suspirou por ter conseguido driblar a situação.

Sara voltou a deitar e em minutos, assim que se sentiu melhor, Grissom voltou pra cama e abraçou sua esposa.

Lá pras oito da manhã eles acordaram e resolveram levantar.

Trocaram de roupa pra ir à luta. Tinham que analisar o dente que acharam em seu "caso de crueldade animal", então Gil já foi dizendo quando estavam prontos pra sair.

— Bom, então… direto pro laboratório analisar o sangue daquele dente canino, certo?

— Isso aí!- deram um high five e quando Gil foi indo em direção à porta, Sara o impediu quase o assustando.

— Espera, espera aí!

— Que foi?- ele se virou e recebeu um beijo de tirar o fôlego. — Nossa!- exclamou assim que ela se afastou. — O fato de me beijar a cada cinco minutos desde que acordamos já não foi estranho suficiente?

Sara riu.

— Não posso ter abstinência agora? Quase não ficamos no hotel, eu não posso te beijar no laboratório né?!

Grissom sorriu abraçando sua cintura com os olhos direcionados ao decote de sua camisa verde militar lisa com botões.

— Não é mais segredo.- fez cara de sapeca.

— Não é profissional.- ela riu.

— É, mas eu não duvido que você me arraste pro banheiro do nada por causa dessa sua "abstinência".

— Gil!- bateu em seu braço ainda rindo, deu um último beijo nele e saíram do quarto rumo ao laboratório.

Enquanto analisavam o dente, vestidos com jalecos azuis escuros familiares, Gil comentou:

— Sinto falta do velho Hank. O melhor cachorro que tive.

— Eu também.- ela sorriu. — Parece que Brewski também era um bom cachorro. Ele deu uma boa mordida em quem invadiu a garagem. Daria a ele uma Medalha de Honra Canina se o sangue desse dente nos disser quem armou para Hodges.

Sara pegou a amostra e os dois levantaram de onde estavam sentados e foram até o equipamento que estava atrás deles. Colocou a amostra ali e deixou que o brinquedo fizesse o trabalho. Enquanto esperavam, Max apareceu.

— Espero que estejam correndo. O juiz acabou de escolher a data do julgamento de David Hodges. Rápido e direto.

— Está brincando.- disse Sara.

— Hm, hm. Além disso, a Assuntos Internos talvez pegue a investigação e leve para Washoe.

— Washoe County é a 7h de Vegas.- falou Gil. — Prefiro evidências em um microscópio, não em um caminhão.

— Concordo plenamente. Então se encontrar uma detetive da A.I. chamada Nora Cross, vá para o outro lado.

— Ótimo. Agora vamos brincar de esconde-esconde?

— Isso não vai ajudar.- disse Sara com a mão no mouse observando os resultados do DNA. — Não tem DNA suficiente no dente do cão pra passar no CODIS. Só tem dois mil pares de base aqui.

Max se pôs ao lado deles pra ver, pois estava quase atrás do monitor ao conversar, e assumiu o controle do mouse.

— Dois mil não é suficiente para identificar, mas… 

— Pode prever o fenótipo com uma amostra tão pequena?- perguntou Sara, curiosa e impressionada.

— Está na minha cozinha agora.- ela brincou. — Vamos mais fundo nesse DNA. Está atrás de um homem, e os telômeros sugerem que ele não é novinho.- ela então continuou a brincadeira olhando para Gil depois de ler essas informações.

— Ei, não olha pra mim, eu não fiz isso.- Gil respondeu sério, mas obviamente levou na brincadeira, o que fez Max dar risada da resposta dele.

Sara leu mais uma caracteristica que apareceu.

— Nosso cara parece ter descendência sul-americana.- ela então olhou pra ele. — Você se safou.

Gil a olhou de volta erguendo uma sobrancelha e sorrindo com o canto dos lábios, e ambos voltaram a olhar pra tela no mesmo momento, numa sincronia perfeita.

— Temos que voltar à casa do Hodges e procurar mais pistas.- Sara falou.

— Não olhamos o perímetro ainda, pode ter algo lá.- Gil concluiu.

— Ótimo, façam isso. Mas fiquem atentos.

Gil e Sara assentiram e os três se foram, Max pra um canto e o casal pro outro.

~ ♥ ~

Já no perímetro, Gil olhava a lateral, e Sara a frente. Depois de um tempo, Emma apareceu do lado de fora e desceu as escadas falando com a morena.

— David disse que não está indo muito bem? O advogado acha que o cachorro do vizinho ser morto não seja suspeito.

— Bem, se vincularmos ao roubo da garagem, ele vai mudar de ideia.- Sara respondeu. — Então, Emma, me conta, como você e David se conheceram?

Era algo que ela estava realmente curiosa, pois não imaginava que David fosse gostar de alguém a ponto de se casar, que não fosse Wendy.

— Ele me superou em um leilão do eBay. Havia uma caixa da Three’s Company, e…- Sara não aguentou e riu, fazendo a loira rir também. — Ah, não ria.

Enquanto davam risada, Sara ouviu o marido chamar seu nome. Ela então foi até ele, seguida de Emma.

Ele estava segurando uma pedra ensanguentada.

— A fratura do crânio do Brewski era irregular. Esta pode ser a nossa arma do crime.

Gil passou o cotonete na ponta da pedra, em cima do sangue, e pingou o luminol nele deixando-o rosa.

— Vamos levar ao laboratório e testar o DNA.

— Podemos não ter terminado aqui ainda.- disse Gil ao perceber uma porta que não tinham visto. — O que há do outro lado desta porta?- perguntou a Emma.

— É um quarto extra. Vai ser um berçário, mas precisamos pintá-lo.

Grissom olhou pelo vidro da porta e lá dentro haviam mais caixas.

— Quando você disse que coisas foram roubadas de sua garagem, há alguma chance de algumas estarem aqui?

— Provavel que sim, ai sinto muito.

Ela abriu a porta pra eles e eles deram uma olhada lá dentro.

— Sinto muito mesmo. Deve ser o cérebro da gravidez. Eu esqueci. Trouxe algumas caixas no mês passado.

— Este deve ser o ponto de entrada.- disse Sara olhando a fechadura da porta. — Não posso dizer com certeza. Ele limpou tudo.

Enquanto ela falava, Gil tirava dois porta retratos de dentro da caixa e olhava pra interior dela sem eles. Emma achou estranho só ter dois.

— Deveria haver três desses. As molduras são feias, mas foram um presente da mãe do David. Você não viu um desses no depósito, viu?

Grissom fez que não.

— Se ele roubou um, pode não ter sido para o depósito.- falou Sara. — Pode explicar como as digitais de Hodges acabaram lá. Fabricação de digitais. Ele pega as digitais e faz cópias para plantar por todo o lugar.

— Isso é… diabólico.

— Bem, não vamos transformá-lo em um vilão do Bond ainda.- Gil abriu mais uma caixa. — Criminosos cometem muitos erros.

— O que é isso?- Emma indagou ao ver Grissom apontando a lanterna pra uma mancha na caixa. — Isso é alguma coisa?

— Não sei, mas se você também não sabe, é um bom sinal.

O casal então levou pro laboratório, não só a pedra, mas também o pedaço daquele papelão manchado.

Chegando lá, Gil foi para um lado com a pedra, Sara foi com a mancha para outro. Estava passando pelo áudio e vídeo quando ouviu seu nome sendo chamado por Allie. Ela estava com Folsom analisando as filmagens de uma câmera de segurança.

— Hey, Sara! Como está indo o caso de crueldade animal?

Sara parou na porta.

— Achei uma mancha.

— Amamos uma boa mancha.- disse o charmoso Folsom.

— Pode vir aqui um segundo?- Sara entrou na sala com curiosidade e estranheza. — Essa é Nora Cross.- Allie falou um pouco mais baixo e apontou pro outro lado do corredor. Como era tudo vidro, dava pra ver bem ao redor. A mulher estava conversando com outra, de modo que não podia ouvir que estavam falando dela, mas conseguiu perceber que a olhavam. — Pensei que quisesse evitar a inquisição.

Sara fechou a porta e riu de nervoso.

— Obrigada.- Allie também riu e assentiu como quem diz que não foi nada. — É tudo tão estranho. Não consigo imaginar o que estaria pensando se estivesse no seu lugar.

— Bem, já esteve no nosso lugar. David Hodges também. Não acho que alguém arriscaria tudo para trapacear o sistema. Não acredito nisso.

Folsom pareceu surpreso com a fala de Allie, e Sara olhou pra ele também querendo uma opinião. E ele deu enquanto Sara olhava pra ele com o cenho franzido.

— Não conheço o cara. Talvez ele fez isso para parecer uma estrela. Talvez não.

Sara assentiu querendo rir da coincidência de ideias. O que Allie disse foi muito o que ela diria, já Folsom falou como Grissom.

— Uma manteiga derretida e um São Tomé. Parece familiar.

Eles sorriam sem entender, ou talvez tenham entendido, não se sabe, mas ela desviou sua atenção pra câmera de segurança que ainda rodava no monitor e, sem saber, mostrou o que eles estavam procurando. Eles comemoraram e Sara riu.

~ ♥ ~

Depois de coletar a amostra da mancha, Sara devolveu o papelão para Grissom e foi para outra sala checar, enquanto ele trabalhava na pedra.

Gil fazia anotações quando Max chegou na sala com os olhos no celular.

— A melhor parte de estar no meio do pacífico é que os celulares são inúteis.

Inclusive, ele dava graças a Deus que seus filhos não eram escravos da tecnologia, com a cara grudada no celular ou no tablet vinte e quatro horas por dia como a criançada de hoje em dia. Dos três, só Abby tinha celular e ela ficava agoniada quando estavam num lugar sem um pingo de sinal pra se conectar. Quando voltou pra Vegas pra estudar, parece que tinha voltado a respirar. A parte boa é que ela havia pegado o hábito da leitura e quando não estava estudando com eles, estava lendo alguma ficção, mas foi difícil fazê-la largar o aparelho. Felizmente os pequenos não eram apegados a esse ponto. Gostavam de jogar e assistir desenhos, mas preferiam jogos de tabuleiro e brinquedos reais.

Ai que saudade que bateu agora.

Max respondeu a observação dele ao vê-la digitando preocupada.

— E o meu pessoal não teria mais ninguém com quem reclamar.

— O caso do Hodges está nos afetando?

— Sim, não está sendo nada bom, a Agência de Assuntos Internos está em cima. Isso poderia terminar mal.- ela então parou para observar o que o cercava.  — Mas quer saber?- guardou o celular. — Prefiro trabalhar do que me preocupar.

Sentou ao lado dele e Gil passou a pedra pra ela, apresentando a evidência. Assim como o papelão com a mancha.

Trabalharam juntos passando pro outro o que precisavam, super fofos e parceiros, e assim que terminaram, foram atrás de Sara que já tinha os resultados da amostra epitelial do papelão, e fazia umas anotações.

— Acertamos duas vezes.- Gil chegou dizendo atraindo a atenção da esposa, com Max do lado. — A pedra e a mancha. 2 a 0.

— Minha análise saiu.- ela falou. — Dimeticona e sulfato de magnésio. A mancha é maquiagem. É um corretivo corporal para braços e pernas. Acho que nosso sul-americano de meia idade tinha uma doença de pele. Estou curiosa em saber quantos homens sabem andar pela Sephora e pelo cofre de provas DPLV.- e olhou para Max.

Grissom reforçou o argumento.

— É um ótimo lugar para encontrar suspeitos. Aquelas provas no depósito tinha que vir de algum lugar.

— Não tenho certeza se um caso como esse, de crueldade animal, poderia justificar uma ida ao cofre de provas.- só precisou Grissom e Sara olharem pra ela com carinha de pidões que: — Tá, vou pensar nisso.- e saiu da sala.

Grissom e Sara se olharam. Gil ergueu as sobrancelhas e Sara suspirou.

— Pausa pro café?

— Boa ideia.- ele concordou.

Gil ia ligar pras crianças no caminho, mas na mesma hora ele recebeu uma ligação de outra pessoa. O responsável pela marina onde tinha deixado o Ishmael. Ia deixar em San Diego, mas não tinha espaço, Nick havia checado pra eles. Teve que deixar no Peru e ir de avião pra San Diego pra deixar Maggie lá.

Abriu um mapa na mesa enquanto Sara preparava o café. Ele conversava em espanhol com a pessoa e Sara ouvia tudo achando que a coisa não ia bem na conversa. Ao que parece, não queriam mais ficar com o barco.

No, imposible. Estoy en Las Vegas… Comprendo… cuatro punto cinco ocho… Gracias.— desligou e suspirou. Sara tinha ido pro lado dele com duas xícaras de café. — O Ishmael vai ser despejado. Preciso encontrar um novo lar pro barco.

— Não devia ter contado dos cupins comendo o ancoradouro.- brincou Sara tomando um gole do café em seguida.

Ele tirou os óculos.

— Cupins nunca dormem. Isso pode ser uma curiosidade ou um estaleiro afundado.

Ele então jogou o óculos na mesa e apertou entre os olhos com o indicador e o polegar. Aquilo lhe daria uma boa dor de cabeça. Sara o observava. Estava estranho de novo, como naquela madrugada.

— Você está bem? Parece um pouco cansado.

— Não, não, estou bem. Só…- suspirou bem pesado. — Vou passar a noite toda ligando para as marinas peruanas.

Sara continuou olhando pra ele, sabia que ele estava escondendo alguma coisa.

A atenção foi roubada para Maxine que chegou e colocou duas pastas pretas grandes na mesa. 

— Todos que visitaram o cofre de provas no ano passado. Espero que seu cara esteja aí.

— Você foi lá?- Sara ficou surpresa e feliz. — Muito obrigada.

— Não fiz por vocês. Ou por mim. Se vamos restaurar a fé das pessoas no que fazemos, precisamos ter a verdade. E não acho que Washoe vá conseguir ela.

— Hey, se alguém perguntar…

— Qual é!- ela interrompeu Gil, que estava preocupado de dar ruim pra eles. — Se eles precisam de um bode expiatório, serei eu.- sorriu. — Apenas acertem isso.- deu um tapinha nas pastas e voltou para sua sala.

Assim que Max saiu, Gil e Sara se olharam daquele jeitinho deles.

— A coisa vai ficar feia.

— A coisa já está feia.

Grissom suspirou desviando o olhar dela. Dava pra ver que ela estava desconfiada, que tinha algo errado com ele. Ela sempre sabia quando tinha alguma coisa errada. Mas ela sempre lhe dava espaço para contar quando se sentisse à vontade. Sara nunca forçava uma conversa se ele não estivesse confortável para tê-la.

Foi pego de surpresa com a mão dela em seu rosto fazendo uma leve carícia. Ela estava preocupada, mas sabia disfarçar, aqueles carinhos eram comuns agora que não precisavam esconder o relacionamento no laboratório. Ele resolveu descontrair, algo que também tinha se tornado comum já que ele estava bem mais aberto.

— De novo sujeira de reboco?

Sara fez aquele barulhinho com a garganta ao rir e deu um tapinha no braço dele.

Grissom sorriu com seu feito. Amava ouvi-la rir e isso nunca mudou.

— Você pegou duas xícaras só pra você?- descontraiu novamente fazendo Sara franzir o cenho.

Ela tinha pegado pra ele inicialmente, mas acabou tomando das duas sem perceber. Fez uma careta com sorriso amarelo e riu mais uma vez.

— Você quer? Ainda tem.

Ele quem riu dessa vez.

— Não, tudo bem.- lhe deu um beijo na bochecha e pegou a pasta que Max levou pra eles. — Melhor vasculharmos isso no hotel. Eu ainda tenho que achar um lugar pro Ishmael. Vem.

Ele lhe estendeu a mão que ela só pegou depois de levar as xícaras de volta pra bancada. Saíram de mãos dadas até o carro.

Assim que chegaram no quarto, Gil foi pegar os mapas pra conseguir se achar e achar o local que lhe foi passado por telefone, enquanto Sara olhava a lista de funcionários que tiveram acesso ao cofre de provas.

Uns minutos se passaram e…

— Olha, eu sentia que conhecia todo mundo em Las Vegas. Não conheço metade das pessoas que passaram pelo cofre de provas no ano passado.

Um sorriso brotou em seu rosto ao ouvir o marido cantar um trecho da música de Joni Mitchell, The Circle Game, em resposta ao que ela disse.

— “E as estações dão voltas e voltas. E os pôneis pintados sobem e descem.”. Sabe, as coisas mudam.

— É, é impossível comparar um fenótipo a uma lista de nomes de estranhos.

— Bem, talvez possa fazer o pessoal novo ajudar a colocar alguns rostos nos nomes.- ao terminar de falar, sentiu novamente aquela sensação terrível. A visão ficou turva, sentiu ondas e um enjoo, ouviu o zumbido, e de repente, parou.

Olhou o mapa e o local que o homem lhe deu não deu em lugar nenhum. Era 4.58 mesmo ou entendeu errado?

— Isso não faz sentido.- disse, fazendo Sara levantar e ir até ele pra dar uma olhada.

— Não há muitas marinas peruanas no meio do Andes.- sorriu.

Mas ele não sorriu de volta, continuou olhando pro mapa com cara de perdido, mas ainda ouvia o zumbido.

— Sabe…- suspirou. — O cara que deu as coordenadas usava um telefone via satélite. Talvez eu não consegui…- deu uma cutucada de leve no ouvido pro zumbido ir embora. —... ouvi-lo muito bem.

Sara cerrou os olhos e não falou nada. Estava cada vez mais desconfiada que tinha algo errado, e agora parecia mesmo ser a audição dele. Sua atenção foi puxada pra TV, onde dizia o seguinte no noticiário:

Más notícias para o ex-CSI David Hodges podem ser boas novas para 8.000 homens e mulheres encarcerados. Hoje, o juiz Warner decidiu que as petições de novo julgamento e as alegações de prisão injusta serão reunidas em um único caso. O escritório de advocacia de Anson Wix e Associados foi nomeado para o caso.

— Nunca ouvi falar.- expressou Sara. — Um caso com tanta imprensa, vai para quem nunca ouvi falar.

“Um erro da polícia arruinou a vida de 8.000 pessoas? Se o Sr. Hodges terá seu dia no tribunal, meus clientes também terão”. Fim da citação.

Sara balançou a cabeça indignada e voltou a olhar pros papéis, mas Gil não fez o mesmo.

— Que foi?- ele arqueou uma sobrancelha e disse que não era nada. — Já ouviu falar desse tal Anson Wix?

— Não, mas o que ele falou é preocupante. 8.000 inocentes? Sério?

— Eu sei. Mais um babaca pra gente lidar.

~ ♥ ~

— Ai, meus olhos já estão doendo.- disse Sara esticando as costas e esfregando os olhos. — Vou dar uma pausa.- tinha se passado mais ou menos uma hora que estavam perdidos nos papéis. Era realmente como voltar no tempo. — Quer tomar um banho?- ela levantou e ficou atrás dele para massagear-lhe os ombros. — Está precisando relaxar.

Grissom fechou os olhos ao sentir as mãos de fada relaxando seus músculos e suspirou: — Boa ideia.

Segurou na mão de Sara e ambos seguiram pro banheiro, cada um com uma taça de vinho.

Despiram-se e Sara entrou primeiro fazendo Gil apoiar as costas nela pra abraçá-lo por trás.

Bebericavam um pouco do vinho e depois colocavam as taças num banquinho ao lado da banheira pra poderem ficar com as mãos livres.

Suspiraram com a paz daquele momento. A única coisa que faziam naquela banheira enorme e confortável com sais de banho, espuma e cheiro de lavanda, era descansar nos braços um do outro trocando carinhos sutis e dando alguns goles no vinho.

Nada mais relaxante que aquilo.

Grissom apertou mais os braços de Sara em volta de sua cintura ao senti-la beijar seu ombro e ouvi-la perguntar se ele estava bem, se queria mudar de posição ou se estava confortável daquele jeito.

— Está ótimo.- respondeu suspirando e fechando os olhos.

Sara sorriu e apoiou o queixo no ombro dele, também fechando os olhos.

Só saíram da água quando Gil pegou a mão da esposa pra dar um beijo e viu que os dedos de ambos já estavam engrujados.

Assim que já estavam secos, cada um vestiu um roupão e foram ver TV. Deitaram no sofá, com Sara entre as pernas de Gil.

Não passaram pelo canal de notícias, pois certamente ouviriam o nome de Hodges novamente.

O técnico queria tanto ser famoso antigamente, vivia querendo chamar atenção, mas não era bem essa fama que David procurava e esperava ter.

Estava passando o clássico Tubarão de Steven Spielberg em um dos canais e eles optaram por revê-lo, mesmo batendo saudade de casa ao ver o mar.

Assim que o filme acabou, tiveram que deixar o momento de lazer de lado para voltar ao trabalho.

Gil ainda não tinha feito progresso em achar um lugar pro barco e Sara precisava rever os nomes da lista. Resolveu que era uma boa ideia aquela que Gil deu de pedir ajuda a um dos novatos. Resolveu procurar Allie pra isso e ela os levou até o áudio e vídeo.

— Vocês querem fotos? Eu tenho fotos. O novo sistema de Nevada tem um tipo de anuário.- ela falava enquanto dava uns cliques e digitava. — Os visitantes do cofre de provas estarão aqui. Tem até uma seção de alunos antigos, olha só.- escreveu o nome de Grissom, deu enter e a foto dele apareceu, o primeiro crachá dele naquele laboratório, quando ainda era nível 3.

— Ah, esse rosto! Eu vou precisar de uma cópia.- Sara riu olhando pro marido.

— Vou imprimir uma.- Allie riu também e olhou pra ele que as olhava indignado. — Que foi?

Elas estavam mesmo lhe zoando? Ah, pera aí.

— Com licença, posso?- ele digitou o nome de Sara e o crachá dela também apareceu.

Dessa vez, ele riu junto com as duas.

Mas quem ele queria enganar, zoar Sara com uma foto 3x4 era quase impossível, sua mulher era linda até do avesso, zoar foto antiga não colava. Mas que foi divertido, foi.

Max chegou com mais diversão pra ele.

— Exatamente o homem que eu procurava. Preciso de uma identificação.

— Posso ver o espécime?

— Parte dele. Só tenho o ferrão dele.

— Ferrão dela.- ele corrigiu. — O ferrão é um órgão feminino.

Ao fundo, Sara e Allie se olharam, e Sara fez um movimento com a cabeça tipo “ele tem que mostrar que é o sabichão”.

Max entregou pra ele o saquinho e Grissom se entusiasmou.

— Acho que encontrou um dos meus insetos favoritos. Do tipo que resolve crimes.- e sorriu feito bobo.

Sara riu.

— Eu não aguento esse homem.- Max e Allie também riram com esse comentário. — Garanto que ele se diverte mais com insetos do que passando uma tarde comigo.- elas riram mais uma vez.

Gil foi até ela e lhe deu um beijo na testa.

— Desculpe, honey, mas esse é meu momento.

Sara sorriu e balançou a cabeça.

Grissom então foi se divertir com o ferrão, Allie pegou a lista de Sara e colocou rosto em quase todos os nomes que continham as caracteristicas que eles procuravam, enquanto Sara ficou esse tempo com Max jogando conversa fora.

Durante a análise do ferrão, Grissom também sentiu aquela tontura chata e todos os outros sintomas. Ele tinha até pesquisado o que podia ser o que estava passando e descobriu que era uma doença. Não precisou nem ir ao médico, só leu artigos de médicos na internet. Mas achou que passaria, então não contou nada a Sara, mas se sentisse de novo, ia contar.

Enfim, depois de pouco tempo, Sara e Max foram até ele, que sorria pro ferrão. Sara sabia o que significava.

— Você conseguiu.

Apidae Apinae Anthophorini. É uma abelha escavadora. Os machos escavam para achar fêmeas para acasalar.

(Gil escavou em São Francisco hahahah parei.)

— Os jovens são criados no subsolo.- continuou. — Isso é um achado raro. Essas geralmente não picam, a menos que o ninho no solo tenha sido perturbado.

— Por alguém enterrando algo?

— Se o ninho estava com larvas na câmara de criação, sim.

Max fez uma cara de que tinha solucionado o caso, que tinha sido uma pista perfeita.

— A mãe do nosso suspeito mora em Red Rock Canyon. Se ele foi lá na manhã após o assassinato e por acaso perturbou um ninho no chão… eu quero saber o porquê.

“Sendo eu uma vespa, melhor tomar cuidado com meu ferrão”.- piscou da forma mais fofa do mundo e sorriu.

Sara quis esmagar num abraço de urso aquele homem.

Max não entendeu.

— Foi alguma citação, não é?

Sara sorriu e assentiu.

— Coração Perverso. Ele gosta de citar frases de livros e as vezes de músicas, depende do momento. Eu já me acostumei.

— Teve uma vez que eu estava falando com um dos técnicos, anos atrás, e eu não lembro direito, mas o assunto tinha a ver com mar ou baleias, algo assim, e eu disse “Me chame de Ishmael” e o garoto disse “Por quê?”. Simplesmente disse que ele precisava ler mais.

Sara riu, e essa Max entendeu, então também riu.

— O começo de Moby Dick. Agora entendi de onde veio o nome do nosso barco.

— O barco tem um nome?- Max perguntou com o cenho franzido e o casal riu.

~ ♥ ~

Allie conseguiu reduzir um pouco a lista, mas eram muitos, então fez metade e deixou o resto para Sara, pois ela precisava voltar ao seu caso com Folsom e Max. Então no final do expediente, Gil e Sara conseguiram concluir a lista.

No último, Sara fez um comentário só pra provocar o marido.

— Robert Gomez, cabelos grisalhos, boa aparência. Gostei dele.

— O quê? Como suspeito, eu espero.

Ela sorriu.

— Muito engraçado.- colocou a foto dele junto com a dos outros. — Dez combinações. Acho que nosso cara está aqui, só não sabemos ainda quem ele é.- do nada a voz dela ficou distante de novo e ele sentiu aquela mesma tontura. — Mas vamos descobrir.- ouviu ela dizer ao longe.

Grissom entrou em pânico. Já devia ser a quarta ou quinta vez, não tinha jeito. Precisava contar a ela. O mal estar parou e ele virou pra ela.

— Honey, ãn… eu estou com um problema.

“Finalmente!”- ela pensou, e olhou pra ele.

— Eu pensei que ia passar, mas…

— As coordenadas da marina.

Ele bem que imaginou que ela associou seu mal estar com a audição, já que ele deu a entender isso, mas não.

— Não é minha audição. Não pude me concentrar no mapa para rastrear a longitude. E isso vem em ondas. Sinto como se não tivesse saído do barco.

— Você está doente?- perguntou preocupada.

— Chama-se Mal de Debarquement. É francês.- fez uma leve careta. — Dizem que se não passar em alguns dias, pode ser que nunca passe.

Ela tentou ver um lado positivo, tentar animar ele de alguma forma, pode ter algum tratamento pra isso, e foi o que ela disse com um sorriso.

— Mas deve ter alguma coisa, não é? Quer dizer…- a cara que ele fez, partiu seu coração. Uma expressão de “não, acho que não”. O sorriso dela sumiu. — Nós vamos dar um jeito, tá?- seu tom mudou pra acolhedor e carinhoso, e ela chegou mais perto para abraçá-lo. — Eu nunca vou embora.- o sentiu tenso em seus braços e fez um carinho em suas costas. — Se precisar se agarrar a algo, agarre-se a mim.

O coração de Gil ficou quentinho assim como o nosso.

Retribuiu o abraço e deitou a cabeça de ladinho em seu pescoço, naquele típico jeitinho de abraçá-la que ele tinha.

Sabia que ela não o deixaria nunca, não importava o que acontecesse. Tinha tirado aquela insegurança de seu interior de uma vez por todas em seu barco anos atrás. Só estava inseguro daquela doença permanecer, não queria ficar passando mal daquele jeito. As vozes distantes, a tontura… era horrível.

A abraçou mais forte aspirando seu perfume.

Aquela frase ficaria guardada em sua memória. Sempre soube que enquanto ela estivesse perto dele, ele sempre teria onde se segurar, a que se agarrar.

Quando o sentiu apertá-la mais em seus braços, Sara acariciou a nuca dele e sorriu com o canto dos lábios. Apertá-la em seu abraço era a forma dele de dizer que se sentia seguro ali.

Quando Sara desfez o abraço e o olhou, ela sorriu.

— O que foi?- ele sorriu de volta.

— Parece um gatinho medroso e indefeso.- disse ela acariciando seu cabelo.

Ele sorriu e os olhos dela brilharam com isso. Era assim que queria vê-lo: sorrindo, feliz. Aquela doença não ia atrapalhar isso.

Sara lhe deu um selinho e resolveu sair dali.

— Melhor voltarmos pro hotel. Levamos os arquivos com a gente, é mais seguro.

Ele assentiu e ambos começaram a guardar tudo.

Sara colocou sua bolsa no ombro e Gil pegou a pasta com o caso. Com tudo pronto pra ir, Sara segurou a mão esquerda do marido pra saírem assim de lá.

Grissom sorriu com isso. Ia realizar uma vontade que nem sabia que tinha, andar mais uma vez de mãos dadas com Sara no laboratório.

Gil tinha um sorriso bobo ao saírem da sala. Andaram poucos metros em direção à escada, mas antes que pudessem passar por ela, alguém apareceu e parou perto olhando diretamente pra eles.

Uma mulher com cabelos castanhos claros ondulados na altura dos ombros, vestindo blazer e saia social. A tal da Nora Cross, mas eles fingiram não saber. Bom, pelo menos Gil não sabia, Sara que já tinha visto ela quando Allie mostrou.

Ela segurava uma pasta igual a Gil.

— Vocês dois com certeza estão trabalhando até tarde.- disse ela assim que eles se aproximaram dela. — Nenhum suspeito em seu caso de crueldade animal ainda?

Gil e Sara soltaram as mãos e Sara colocou as dela nos bolsos do blazer. Ao ver a cara de confusos deles, ela se apresentou.

— Sou Nora Cross, Assuntos Internos.

Por dentro eles estavam "ih carai, fodeu!", mas por fora sorriram como se não estivessem fazendo nada demais.

— Como podemos ajudá-la, detetive?- falou Gil.

— Deveríamos marcar um horário para conversar. Agora que estou em Washoe, tenho algumas perguntas para vocês sobre David Hodges…- Sara a olhou de cima a baixo e por mais "simpática" que ela fosse, Sara não foi muito com a cara dela. —... e no que exatamente a Dra. Roby está trabalhando.- ela continuou.

Sara sacou a leve indireta, pois era nítido que ela estava desconfiada de algo, e deu um sorriso inocente e um tanto debochado.

Nora também sorriu e desejou a eles uma boa noite.

— Encontro vocês amanhã.- completou.

— Boa noite.- apenas Gil respondeu e Nora os deixou sozinhos.

Ambos viraram ao mesmo tempo ao observar Nora se afastar e ir embora. Sara tirou as mãos dos bolsos e voltou a segurar a mão do marido deslizando por seu braço primeiro até alcançar a mão novamente.

Gil olhou pra ela ainda achando estranho aquela conversa. Do nada a mulher dos assuntos internos abordando eles toda simpaticazinha no corredor? Problemas à vista. Porém… arqueou a sobrancelha e deu de ombros apertando a mão de Sara na sua ao senti-la entrelaçá-las.

Saíram andando pra fora do laboratório e seguiram pro Eclipse.

Assim que chegaram, Sara recebeu uma ligação de Catherine perguntando como estavam as coisas. Enquanto a morena conversava com a amiga, Gil foi tomar um banho e logo se deitou. Estava cansado e a cabeça a mil com aquela doença.

Viu Sara desligar a ligação e também ir tomar um banho. Não demorou muito pra ela se juntar a ele na cama.

Sara engatinhou até ele e quando chegou perto, sentou de lado apoiando-se no antebraço.

— Está se sentindo bem?- indagou ao apoiar a mão em seu peito e fazer um leve carinho.

Grissom assentiu colocando a mãos sobre a dela e repetindo o carinho.

— Certeza?- questionou com os olhos semicerrados e um meio sorriso.

Isso o fez sorrir também.

— Certeza. Eu estou bem.

— Promete que vai me contar sempre que os sintomas aparecerem? Mesmo que eu não possa fazer nada, eu quero saber, porque eu posso pelo menos tentar ajudar.

Ele sorriu com o que ela disse. Ela era um amor mesmo.

— Prometo.

— Você vai ao médico né? Deve ter algum remédio pra ajudar a controlar, pelo menos.

— Vou sim, vou tratar certinho.

Sara sorriu e ele suspirou. A morena nem precisou perguntar o porquê.

— Sei o que está pensando. Para com isso, amor.

— Com o que?

— Está pensando na conversa que tivemos depois que o Ricky andou pela primeira vez.

“— Ricky está crescendo, eu estou ficando velho…- Sara já ia tentar fazê-lo parar de falar isso, mas ele não deixou. — É a realidade, Sara. Eu sinto meu tempo passar, é inevitável. Sinto medo de não vê-lo, sei lá, se formar. E por mais saudável que eu seja, eu me imagino doente, e imagino você tendo que cuidar de mim além dos nossos filhos. Sei que a idade não é mais um problema entre a gente, que eu lidei muito bem com isso até, mas pode acontecer.

Sara suspirou e ainda acariciando seu rosto, disse:

— Não tem que se preocupar com isso. Não vai acontecer, e mesmo que aconteça, não importa. Eu também vou envelhecer e posso até envelhecer mais rápido que você. Pode ser eu a ficar doente e você ter que cuidar de mim além dos nossos filhos. E sabe por que isso não me preocupa?- Gil prestava atenção cada palavra e em cada traço daquele rosto que amava. — Porque é pra isso que estamos juntos. Pra amar e cuidar um do outro. Na saúde ou na doença. Esqueceu?- Grissom sorriu. Não tinha como não sorrir. — Vamos ficar beeem velhinhos e vamos ficar assim juntos. Vamos ver o Ricky crescer e se formar. Vamos fazer parte disso de uma forma ou de outra.- sorriu voltando a acariciar o rosto dele. — Está bem?”

— Não tem que se preocupar com isso, Griss.

— Agora que aconteceu, eu não posso evitar.

— Você vai ficar bem. Você pesquisou sobre essa doença, não é?

— Superficialmente. Só vi que os sintomas é resultado dela e que pode não passar, estava com medo de você me pegar no flagra e não li muito.

— Bom, vamos ler mais sobre ela amanhã e você vai ao médico pra ele dar o diagnóstico oficial e talvez receitar algo pra amenizar. O fato é que a vida é imprevisível e até a pessoa mais saudável pode adquirir alguma coisa.- ele suspirou assentindo. — Eu vou cuidar de você, mas não como um doente, eu vou cuidar como meu marido, como o homem que eu amo e quero bem. Entendeu, cabeça dura?

Ele sorriu.

— Eu te amo demais.

Sara também sorriu da maneira mais fofa do mundo e lhe deu um beijo lento e bem prolongado. Deram um beijo de esquimó logo em seguida e ficaram em silêncio um pouquinho, até Gil quebrá-lo.

— Estou com saudade das crianças.

— Eu também. Não achei que fosse demorar.

— Vamos ligar. Pode ser que não tenham dormido ainda.

Sara assentiu e foi pegar o celular pra fazer uma chamada de vídeo para Abby, pois sabiam que ela sim estava acordada.

— Oi pombinhos!- ela os saudou fazendo-os sorrirem. — Como vocês estão?

Resolveram não contar sobre a doença de Gil para não preocupá-la, então disseram que estavam bem.

— E vocês, como estão?

— Tudo bem por aqui. A Maggie caiu no sono assistindo Frozen. Já o Ricky parece que tomou café, é a quinta vez que ele levanta pra buscar um brinquedo no quarto.

O casal riu.

— Nada fora do normal.

— Ricky!- Abby o chamou com cuidado para não acordar a irmãzinha. — Vem ver a mamãe e o papai!- ele veio correndo com tanta rapidez que não conseguiu frear. — Cuidado, cuid…

Ele escorregou no tapete e caiu com tudo no chão fazendo um dinossauro cair, acordando Maggie e fazendo não só Abby fazer careta com o tombo, como Gil e Sara também do outro lado da tela.

— Meu Deus.- Sara tapou o rosto.

— Ele está bem?- Gil perguntou rindo.

— Bom, ele está rindo, então… está bem sim.

Ricky levantou dando risada e engatinhou até Abby chamando os pais.

— Eu tô bem, mamãe. Eu tô bem, papai.

Eles sorriram.

— Que bom, filho. Toma cuidado.

— Papai?- Maggie chamou ao ouvir a voz dele falando com o irmão, ainda meio desorientada pelo sono.

— Oi minha princesa.

Abby posicionou em seu colo cada um de um lado e segurou o celular de um modo que seus pais pudessem ver os três melhor.

— Com sono, meu amor?- Sara queria apertar aquela fofura.

— Um pouquinho.- ela disse esfregando os olhos. — O Ricky fez bolo hoje e deu dor de barriga na Abby.- mesmo com sono, quis contar o que aconteceu durante o dia.

Abby tapou a cara com vergonha.

— Jura? Ricky fez bolo? E não queimou a cozinha?

— Fala pra ela, filho "eu não sou você, mamãe".

Os três riram e aquele riso gostoso aqueceu o coração da mamãe coruja.

— Ai que saudade dos meus bebês.

— A Abby não é mais bebê, mamãe.- Ricky corrigiu Sara enquanto Maggie bocejava.

— Não importa que ela tenha acabado de fazer 22 anos, ela vai ser sempre a minha bebezinha.- Abby revirou os olhos e Sara riu. — Falando em datas comemorativas, logo logo tem ação de graças, e nós estamos presos em Las Vegas.

— Relaxa, ação de graças só mês que vem. Não vai demorar tudo isso aí, né?

— Esperamos que não, querida.- disse Grissom. Já estavam há uns 10 ou 11 dias naquilo e Gil só queria acabar com esse caso e ir pra casa.


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Notas finais do capítulo

Aaaaa eu acho a cena final deles no episódio tão foofaaaaa *~* "Eu nunca vou embora. Se precisar se agarrar a algo, agarre-se a mim" ♥ não supero, amo demais ♥
Gil dodói, mas isso não é problema, Sara tá sempre ali pra ele ♥
Espero que tenham gostado das cenas acrescentadas aqui e eu espero vocês nos comentários ^^
Abraço de urso e até o próximo :3



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