Love Story escrita por Fofura


Capítulo 216
CSI:Vegas ❥ Hora de Lidar com Nora Cross


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! ♥
Ontem não deu de novo kkkk mas cá estou com o capítulo um pouquinho atrasado, mas pronto kkk
CBS, VOCÊ NÃO TINHA O DIREITO DE CORTAR MEU BEIJO, OK????
Espero que gostem kk ^^



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Felizmente os sintomas de Grissom não voltaram até a manhã seguinte.

Gil ficou um tempo na cama até passar, enquanto Sara estava do lado com o notebook no colo, pesquisando sobre o Mal de Débarquement.

— Achei umas coisas interessantes.- disse ela depois de ler o artigo inteiro. — Quer que eu leia algumas?

— Por favor.- pediu.

“Para gerenciar sintomas persistentes, é importante reduzir o estresse, fique bem descansado e preste atenção como seu sintoma desencadeia. Tente não entrar em pânico e tenha sempre em mente que o MdDS não oferece risco de vida.” Isso foi o que me deixou mais tranquila.

Ele sorriu e ela continuou.

— Tem algumas precauções com leitura, viagem e alimentação. “Alguns acharam benéfico manter o livro ou o tablet no nível dos olhos para evitar olhar para baixo. Quando seus braços se cansam, é hora de fazer uma pausa.”, “Não role rapidamente nas telas (telefones, tablets, computadores), pois isso pode aumentar os sintomas.”, Alguns descobriram aplicativos de bloqueio de luz azul e óculos úteis. Os usuários do iPhone devem ativar reduzir Movimento.”.

— Acho que isso é benéfico até pra quem não tem essa doença.

— Concordo. Isso é interessante: “Escolha os assentos do avião na frente para o meio, a parte mais estável do avião sendo logo à frente das asas, para reduzir a detecção de movimento e turbulência.”

— Boa dica.

“Muitas pessoas com MdDS relatam ganho de peso se tiverem dificuldade para se exercitar no nível anterior ao MdDS. Esforce-se para comer alimentos saudáveis, limitar o consumo de álcool e manter-se hidratado.” Isso você já faz, portanto, tranquilo. Ah, óh isso aqui:  “Mantenha as refeições simples e peça ajuda para cozinhar, especialmente mexendo e misturando.” Olha, mexer e misturar eu sei fazer, então deixa comigo.

Grissom deu risada.

— O que eu faria sem você?!

Antes que Sara pudesse responder, o telefone de Grissom anunciou uma mensagem.

— Nora Cross.

— O que? Onde ela arranjou seu número?

— Eu sei lá. Quer conversar comigo em particular… sem você.- e olhou pra ela depois de ler.

— Olha, não é por nada não, mas acho que você vai ser interrogado.- ela pegou o celular pra ler a mensagem. — Bom, pelo menos ela marcou no laboratório e não na delegacia. Já é um bom sinal.- ele riu com isso. — Não achei que ela fosse querer falar com um de cada vez, ela é esperta.

— Bem, estou curioso pra saber o que ela tem a dizer, melhor eu me apressar.

— Me liga assim que acabar, pra eu saber o que esperar.

— Sim, senhora.- lhe deu um beijo antes de levantar.

— Ei, calma, você está melhor? A sensação ruim passou?

— Passou sim.- deu mais um beijo nela e foi se trocar.

~ ♥ ~

Assim que chegou ao laboratório, encontrou Nora em uma das salas comendo uma maça.

— Você quer uma?

— Geralmente não comemos no laboratório.

— Preciso comer em transito essa semana. O caso Hodges está me deixando bem ocupada.- ela sorriu. — Obrigada por concordar em vir.

— Eu não sabia que tinha escolha.

— Seu amigo David fez uma grande bagunça.- falava enquanto mexia nas pastas à sua frente. — Oito mil condenações estão prestes a desaparecer. Estou me encontrando com todos os supervisores que assinaram os trabalhos do Hodges.

“Aham, todos, tá. Duvido que tragam Catherine e Russell pra cá pra ‘se encontrar’ com ela”.

— Há um caso entre 12 que se enquadrou no seu mandato.- ela continuou. — Não sei se você lembrará do caso Diane Chase?!

Claro que ele lembrava. Foi um dos mais marcantes.

— Eu lembro.- disse ele. — Advogada da máfia. Foi morta pelas damas de honra no casamento do filho.

— Em 2006! Boa memória!- ela se surpreendeu. — Achamos amostra de sangue de uma das condenadas no depósito de David Hodges.

— E você acha que ele replicou o DNA dela para montar o caso?

— Você vai testemunhar sobre como deixou isso passar.- ela falou lhe mostrando um relatório censurado. — Essa é a sua assinatura, correto?

— Não assinei um relatório censurado naquela época e não posso assinar a culpa de Hodges agora sem olhar para as provas.

— Não estou pedindo sua opinião profissional.- GROSSA! — Estou perguntando se esta é a sua assinatura.- ele não respondeu. — É muito simples. Ou você cometeu um erro de supervisão ou participou da má fé do sr. Hodges. Você tem uma reputação excelente, dr. Grissom. Mas David Hodges agiu impunemente sob sua supervisão. Agora que ele é descoberto, você e sua esposa simplesmente aparecem em Vegas?- ela usou de deboche sim pra falar essa última frase, como se fosse coincidência demais e ela não acreditasse que fossem inocentes.

— Nós voltamos porque alguém tentou matar nosso amigo.- vale lembrar né minha fia. — Capitão Jim Brass do Depto. de Polícia de Las Vegas.- pra ser mais específico e até debochado do que ela.

— E vocês dois voltaram a trabalhar para perícia.- ela alegou mais um motivo pra não acreditar na ladainha.

“Contra a minha vontade, que fique claro”.

— Preferíamos estar trabalhando em nosso barco.

— Mas não vai proteger seu legado no meio do oceano pacífico. Acho que precisamos conversar sobre o porquê vocês realmente voltaram para o CSI.

Grissom a olhou tentando não demonstrar nada e deu a conversa como encerrada. Já do lado de fora, ele ligou como prometeu.

— Ela é bem direta.- disse o ex supervisor ao telefone com a esposa. — Não me intimidei, mas ela é intimidadora.

— Acha que ela vai querer falar comigo depressa?

— Talvez ela avalie o meu depoimento primeiro. Mas eu tive uma ideia pra ela não desconfiar tanto assim.

— E qual seria?

— Soube que a equipe está trabalhando num assassinato em um luau. Podemos ajudá-los e assim não vai parecer que estamos só no caso do Hodges, digo, o de crueldade animal.

— Está doido pra matar a saudade, não é?- ela não pôde deixar de zoar.

— Não enche.- ele riu.

Como planejado, Gil foi até a cena de crime e chegou até antes de Maxine. A viu sair do carro e foi falar com ela.

— Olá, senhor Manto e Adaga!- disse Max ao vê-lo se aproximar. — O que não podia falar pelo telefone?

— Acabei de ser interrogado pela moça da Assuntos Internos. Acho que ficaria melhor para todos se trabalhássemos em casos que não começaram com David Hodges.

— E você pode começar agora.

E lá foi ele falar com Folsom e Allie que já periciavam o local. Soltou até uma piada que fez Folsom e a assistente de legista rirem. Aquilo que era nostalgia!

Ficaram analisando a cena até escurecer. Sara chegou a ir lá pra conhecer a área, mas ficaria mais focada na parte laboratorial do negócio. Quando a noite chegou, eles deram uma pausa e foram pra casa, ou melhor, pro hotel. Jantaram, falaram com os filhos, descansaram, e na manhã seguinte estavam prontos para mais um dia.

Sara deixou que ele dormisse mais um pouco enquanto ia buscar um café. E quando voltou, ele já estava desperto, trocado porém descalço, no pé da cama olhando a pasta do caso.

— Bom dia. Como está se sentindo hoje?

— Fora do oceano.- Sara suspirou. — Que é onde deveríamos estar.

Ela ignorou a queixa dele, pois já tinham conversado sobre isso.

— Eu tenho uma reunião com Nora Cross em uma hora. Alguma dica?- perguntou antes de dar um gole no café.

— Ela gosta de maçãs.- Sara segurou o riso enquanto engolia o café. — É uma pessoa muito discreta.- ele então levantou. — Não quis me mostrar nem a metodologia que Hodges supostamente usou para replicar DNA em 2006.

Ela deu o café pra ele e pegou a pasta de suas mãos dando mais uma olhada nas fotos enquanto falava.

— Queria ter tido mais tempo naquele depósito, talvez saberíamos alguma coisa sobre o cara por trás disso.

— Hodges saberá no compartilhamento. O advogado dele poderá ver o que eles têm.

— Será tarde demais.- respondeu ela voltando pra sala sendo seguida por ele. — O compartilhamento está longe. Se formos descobrir qual desses caras incriminou Hodges antes do julgamento, temos que nos apressar.- ela terminou pegando sua bolsa e colocando no ombro, prestes a sair. Gil ia ficar no hotel por enquanto e dar uma olhada em Brass.

— Aquela mulher já desconfia do motivo de estarmos aqui.

— Tenha um pouco de fé.- aproximou-se dele para lhe dar um beijo que ele correspondeu com amor, mesmo preocupado com a conversa que a esposa ia ter com Nora. Pois ele sabia ser calmo e passivo, Sara não. — Você sabe o quanto posso ser persuasiva.- ela disse ao separar os lábios dos dele. Sorriu, lhe deu mais um selinho e se dirigiu à porta.

Grissom ergueu uma sobrancelha.

De fato ela tinha esse poder.

~ ♥ ~

— Se importa se eu fizer uma pergunta? Podemos ir direto ao ponto?- Sara começou segurando um copo de água. Percebeu que Nora estava dando voltas. Com Gil ela foi bem direta, não precisava fazer rodeios consigo. — Digo, queria me conhecer porque eu aprovei várias coisas ruins que Hodges supostamente fez, certo? Quando vai me mostrar os arquivos? Me acusar de ser cúmplice…

— Na verdade, nenhum dos 12 casos que Hodges foi acusado aconteceu sob sua supervisão. Então, parabéns.- Sara forçou um sorriso, mas estava confusa. — Queria falar com você porque ninguém trabalhou com ele mais tempo que você. Só quero ouvir sobre tudo o que você observou…

— Bem, então posso acelerar as coisas.- Sara a cortou. — Eu nunca vi nada. Hodges é um bom homem. Ele era um bom técnico. Ele é profissional…

— Escuta um bom conselho.- Nora que a cortou dessa vez. — Não comece oferecendo um testemunho de caráter. Se fizer isso, o promotor não terá escolha a não ser impugnar seu caráter.

Sara riu.

— O que há de errado com meu caráter?- e bebeu mais um gole de água.

Nora ergueu as sobrancelhas e fez questão de ler. Pegou uma pasta, abriu e começou.

“O temperamento de Sara Sidle pode ser um problema. Ela tem pontos cegos. E a incapacidade de canalizar energia emocional a impede de se tornar a melhor CSI que pode ser”...

— De onde é isso??

Onde diabos ela achou aquilo? Era ridículo!

— Uma avaliação de desempenho anterior a investigação de Diane Chase. Por seu antigo supervisor.

— Gil.

Gil havia escrito aquilo sobre ela?? Não podia acreditar! E não pôde acreditar no que a megera disse a seguir.

— Foi quando a relação ficou séria, certo?

— Isso não tem nada a ver.

— Você estava distraída por um caso que começou no local de trabalho. Talvez por isso não percebeu…

— Isso é completamente mentira!- nervosa, Sara a interrompeu de novo.

— Não mencionei para irritá-la. Só quero que saiba para onde irá se você começar a…

Sara se alterou e a interrompeu novamente.

— O que? Dizer a verdade sobre Hodges? Se eu fizer isso, vão me atacar com as palavras do meu marido contra mim?? Excelente! Entendi!- ela levantou e pegou a bolsa. — Vamos terminar isso mais tarde. Preciso voltar ao trabalho.

— Qual, exatamente?

Ah, ela não ia cair nessa.

— Assassinato em um luau. Por que você não pergunta por aí?- amo minha debochada.

Antes que Sara desse as costas pra ela, Nora tentou finalizar, como se aquilo amenizasse a merda que acabou de fazer.

— Precisa saber que aquilo não foi tudo.- Sara se deteve e Nora terminou de ler. — “Se Sara dominar seus demônios, ela vai prosperar como uma CSI pelo tempo que quiser. Ela foi feita para esse trabalho.”.

— Ótimo.

Sara simplesmente disse isso e saiu. Foi direto pra garagem encontrar Allie. Elas precisavam remexer na terra/cinzas do luau pra ver se achavam alguma coisa. Sara não conseguiu disfarçar que estava chateada e Allie percebeu que ela não estava pra conversa. Então trabalharam quase em silêncio.

Encontraram pó branco no meio daquela terra preta e foram analisar. Era uma ótima pista, e com isso, Allie pôde dar o próximo passo.

Clima tenso também na sala de Max, pois Nora foi meio que queixar-se com ela.

— Receio que tenha cometido um erro grave. Recontratar Sara Sidle e Gil Grissom?

— Eles não estão em julgamento. David Hodges que está.- Max respondeu, sem perder a pose em nenhum momento.

— Está certa, mas eles também estão envolvidos. Se não se preocupa como vai parecer…

— Estou muito preocupada com isso.- Max interrompeu. — Quando olham para este laboratório, quero que saibam que somos corretos. Houve uma agressão à verdade naquilo. Não foi a sua verdade, ou a minha verdade, mas a verdade.

— Acha que estão dizendo a verdade?

— Eu sei que quando contrato as pessoas, pessoas de talento, integridade, eu vou fazer isso toda vez.

— Fazer o que? Especificamente. É isso que quero saber. Eles disseram que tinham um caso de crueldade animal e algo relacionado com um porco assado?!

— Eles estão falando a verdade. Quer ver os arquivos?- e lá veio o deboche que todos nós amamos. — Quer dizer, você tem autoridade para pedir por eles?

Nora não se deixou abalar por essa fala e se levantou.

— Quando isso acabar, quando os testemunhos de Sara Sidle e Gil Grissom ajudarem o promotor a colocar David Hodges onde ele merece… eu espero que ainda esteja aqui. Onde você merece.

~ ♥ ~

Sara encontrou com Gil poucas vezes durante a investigação, mas antes de ir pro hotel ela o viu na sala de descanso tomando um café. Tentou não demonstrar sua chateação, afinal de contas, aconteceu há anos, antes dele saber de fato porquê ela agia daquela forma.

— Amor, eu já vou pro hotel, tá? Preciso urgente de um banho na banheira. Você vem comigo?

— Pode ir, meu amor, eu vou daqui a pouco. Preciso pegar algumas coisas antes de ir, mas logo estarei lá, tá?

Ela sorriu, assentiu e foi embora.

Sara preparou o banho e simplesmente esqueceu da vida naquela banheira. Aquilo que era vida! Ficou tão relaxada que teve até uma ideia para aquele dia não terminar daquele jeito. Um dia pra baixo, repleto de desconfiança, discussões, chateações. Não, naquela noite ela e Gil iam esquecer de quaisquer acusações, de quaisquer evidências que precisavam achar. Perfumou-se com aquele sabonete liquído que tornou-se seu favorito nas quase duas semanas que estivera ali.

Sabia que Gil tinha chegado, pois o escutou fazendo barulho na sala. Não imaginava o que ele estava fazendo, mas não importava, eles só fariam uma coisa aquela noite.

Saiu do banheiro enrolada na toalha branca e enquanto caminhava até a cama, deixou que ela caísse no chão. Com o cabelo num coque e um sorriso malicioso no rosto, ela pegou o roupão que estava sobre a cama e o vestiu. Só pra fazer um charme, não ia sair nua do quarto apesar dele já estar mais que acostumado com isso. Mas quando abriu a grande porta que dava pra sala, seu sorriso sumiu.

Gil estava de avental e luva de latex, rodeado de equipamentos de laboratório, fazendo “experiencias” no balcão. Ela até falou pausadamente.

— Isso não era o que eu tinha em mente essa noite.

— Trabalho de casa!- ele respondeu, sem olhar pra ela enquanto ela chegava perto totalmente desanimada. — Longe de olhares indiscretos. Peguei umas coisas emprestadas do laboratório.

— Deve ter recebido alguns olhares lá no cassino enquanto empurrava essas coisas.- ela disse ao parar do lado dele, com uma certa distância.

— Poderia verificar esse gel de agarose?- ele não tinha percebido ainda que estava de roupão, não tinha olhado pra ela ainda. — Pra ver se eu consegui replicar esse DNA.

— Está tentando ver se Hodges falsificou as provas do caso Diane Chase? A resposta é, sim, ele poderia.

— Então, mesmo com a tecnologia que tínhamos, era possivel.- só então ele olhou pra ela e quase não ouviu o que ela disse em seguida, pois estava ocupado admirando-a de cima a baixo.

— Seja quem for que fez isso, pensou em tudo, e está me irritando ter que chamá-lo de “seja quem for” toda hora.

Santo Deus! Que mulher bonita! Furiosa então! Precisava saber porque estava irritada, mas antes tinha que se concentrar no que ela dizia, e não no cheiro de banho recém tomado que ela exalava.

— Como foi a reunião com a fulana lá?

— Ela é interessante. Deixou claro que não podemos olhar as provas. 

— Bem, eu não compartilharia se eu fosse ela.

Sara não resistiu.

— Você é sempre muito bom em canalizar suas emoções. Manter um temperamento profissional.

Grissom a olhou por cima dos óculos. Sentiu uma certa mágoa em sua voz.

— O que foi, Sara?

Ela desconversou.

— Detetive Cross quer nos ver amanhã no centro. Espero que você possa manter o suspense um pouco mais enquanto eu mudo a opinião dela.

— E como você vai fazer isso?

— Vamos fazer uma troca. Ela vai te deixar olhar as evidências, para que possa restringir uma lista de suspeitos. Mas tem que ser ideia dela.

Parecia um plano arriscado, mas valia a pena tentar.

— Hm…- mais uma vez ele a olhou de cima a baixo. — O que você tinha em mente pra essa noite mesmo?

Sara tentou não sorrir.

— Nada que envolva tubos de ensaio, eu garanto.- ele arqueou a sobrancelha. — Mas…- ela deu de ombros como se desistisse da ideia, só pra ver o que ele faria. — Você está ocupado né.- quando ia se virar pra ir pra cama, Gil lhe pegou pela cintura.

— Espera aí, eu… posso terminar isso depois…

Sara novamente tentou não sorrir e continuou com seu olhar sedutor.

— Não tem nada aí que vá fazer o quarto pegar fogo, não é?- perguntou tirando seu avental.

— Ali não.- ele olhou de relance para a mesa que montou e logo seu olhar foi direcionado ao robe da esposa. — Mas aqui…- seus dedos habilidosos dasamarraram o laço do tecido, desejando o que tinha por baixo. — Aqui, com certeza tem.

Sara então sorriu, não só com a fala do marido, mas também com o olhar dele para seu corpo desnudo.

Grissom tirou as luvas ao mesmo tempo que Sara puxou sua nuca para beijá-lo.

A morena sentiu um arrepio dos pés a cabeça assim que Gil tocou sua cintura por baixo do robe. Seu corpo todo esquentou logo em seguida. Era incrível como a coisa com eles era instantânea. Gil acendia sua chama só de olhar pra ela ou tocar nela, daquele jeito que só ele olhava, do jeito que só ele tocava.

Parou o beijo, pegou sua mão e o puxou pro quarto andando de costas, sem desviar os olhos dele.

Assim que encostou no pé da cama, Gil chegou bem perto dela, direcionou o rosto para seu pescoço e aspirou seu perfume. A pele cheirosa, mais cheirosa do que já era, pelo recente banho, macia como seda. Deslizou delicadamente o tecido de seus ombros para depositar um beijo ali, depois outro, depois outro.

Sara sorriu, as mãos em seu peito forte amassaram sua camisa.

Sentiu Grissom pegar em seu coque, sentiu os dedos dele se prenderem em seus cabelos puxando um pouco o couro cabeludo, erguendo sua cabeça para beijar seu pescoço.

Sara fechou os olhos e entreabriu a boca soltando um suspiro. Suas mãos se direcionaram para as costas largas, acariciando e arranhando por cima do tecido.

Gil subiu os beijos para atrás de sua orelha, mandíbula, queixo e se perdeu novamente em seus lábios, explorando pela milésima vez cada cantinho.

Sara só interrompeu o beijo para passar a camisa pela cabeça dele, e em questão de segundos, seu robe também foi parar no chão.

Estava tão perdida em seus beijos e carinhos que não soube em que momento o corpo de Gil foi parar em cima do seu no colchão grande e macio, somente sentiu seu peso sobre ela e um volume lhe encostar as pernas.

Não conseguiu tocá-lo, pois suas mãos agarraram os lençóis quando o sentiu acariciar por entre suas coxas. Gemeu erguendo um pouco o corpo assim que seus dedos a invadiram.

Gil revezava entre os dedos e a boca fazendo a esposa agarrar seus cabelos pedindo por mais. A fez chegar apenas com aqueles carinhos e quando terminou, subiu os beijos por sua barriga, seu peito e novamente seu pescoço. Sara estava ofegante, mas louca de desejo. Numa manobra ágil, ela o deitou na cama ficando por cima. Seu cabelo se soltou do elástico, ela só jogou todo pro lado e tratou de proporcionar o mesmo prazer a ele.

Gil já estava sentindo doer preso dentro da calça e Sara não ajudou muito nisso ao esfregar-se nele enquanto beijava sua boca.

Enquanto recebia beijos no peito, Gil arfou e Sara desceu os beijos. Parou e olhou pra ele mordendo o lábio só pra provocar e ouvi-lo sussurrar seu nome.

Assim que ele o fez, Sara o livrou das peças que faltava e realizou sua tarefa com maestria. Também teve seus cabelos segurados por ele e também ouviu súplicas para que continuasse.

Mesmo depois de anos e com menos fôlego, ainda conseguiam levar o outro ao paraíso — vantagem de conhecer cada cantinho um do outro —, ainda conseguiam ser tão intensos quanto eram, ainda se amavam tanto quanto antes.

Certo momento Gil não aguentou mais e ficou por cima novamente. Precisava estar dentro dela o mais rápido possível e sem demora o fez. Não conseguiam mais ficar tanto tempo naquela posição, as pernas pediam socorro mais rápido, então precisava aproveitar o máximo antes que cansassem.

Foi numa velocidade razoável e Sara o prendeu nela com as pernas. O arranhava as costas, puxava seu cabelo, apertava seu traseiro, e Gil mal conseguia se concentrar no que fazia.

Chegaram ao limite depois de alguns minutos e permaneceram naquela posição mais um pouco enquanto trocavam beijos pausados pela falta de ar.

Quando recuperaram o controle das pernas, foram pra debaixo dos lençóis e deitaram agarradinhos trocando mais beijos, dessa vez mais profundos.

Sara interrompeu um deles pra brincar:

— Quer voltar para os seus tubos de ensaio?

Gil também brincou.

— O que é "tubo de ensaio"?

Sara deu risada fazendo-o sorrir e voltou a beijá-lo.

— Trate de recuperar o fôlego...- disse a Sara sedutora novamente ao interromper mais um beijo. — Porque nós ainda não terminamos.

— Ah é?

Grissom sorriu e ficou por cima dela. Com aquele movimento rápido, tudo acabou em ondas de novo. Os sintomas voltaram e ele parou o que fazia e fechou os olhos, desfazendo o sorriso.

Sara também desfez o dela.

— O que foi?- ele não respondeu. — Gil, o que foi?

— Está acontecendo de novo.- ele tombou pro lado e deitou de barriga pra cima.

Sara se apoiou no antebraço direito e com o esquerdo tocou seu rosto.

— Respira fundo e fica de olhos fechados. Essa sensação vai passar logo.- continuou fazendo carinho e foi sentindo ele menos tenso. — Passou?

— Está passando.- ela suspirou aliviada. — Estraguei o clima né?

— Está tudo bem, a gente não precisa continuar. Você não estragou nada.

— Ainda temos o resto da noite. Eu só preciso… recuperar a força das pernas.- ele riu pra descontrair fazendo-a sorrir.

— Aproveitamos bastante por uns bons minutos.- ela continuou sorrindo. — Podemos ficar só namorando até dormirmos… ou eu posso te ajudar a terminar o que estava fazendo. Sua amostra vai congelar.- ela riu.

— Minha o quê? Já disse que eu não sei mais o que é aquilo.- ele sorriu fazendo-a gargalhar.

Trocaram mais um beijo e ao interrompê-lo, Sara quis saber.

— Você está bem?

— Estou, a sensação vem do nada, mas vai rápido.- sua expressão de preocupação não ia embora. — Eu estou bem, abelhinha.

Já se passaram anos e ela ainda morria de amores pelo “abelhinha”. Lhe deu um beijo lento e fofo, e em seguida os cobriu com um lençol fino. Passaram o resto da noite trocando beijos e carinhos, e quando o desejo surgiu de novo, foram mais devagar.

— Agora você pode me dizer por que está chateada?- ele quis saber depois que terminaram e já estavam deitados juntinhos.

— Chateada? Não, não estou chateada.

— Então vou reformular a pergunta. O que te chateou?

Sara suspirou. Ele podia até reclamar que ela sempre sabia quando tinha algo errado com ele, mas o mesmo acontecia ao contrário.

— É que a Nora leu um relatório que você escreveu sobre mim antes de ficarmos juntos. E o que estava escrito me chateou um pouco.

— E o que eu disse lá?

— Que meu temperamento podia ser um problema, que eu tinha pontos cegos e que a minha incapacidade de canalizar energia emocional me impedia de ser a melhor CSI que eu podia ser…- conforme Sara falava, ele se lembrava do relatório. — Que se eu dominasse meus demônios, eu ia prosperar no CSI pelo tempo que eu quisesse. Sério que achava que eu ia ser um problema?

— Não, meu amor, claro que não. Eu nem lembrava que tinha dito essas coisas, mas você sabe que foi antes de eu te entender, foi antes de você me contar do seu passado.

— Eu sei, eu sei. Mas você me perguntou, então…

— Desculpa, eu não queria te magoar dizendo essas coisas. Eu tentava ser imparcial o máximo possível, não foi minha intenção parecer insensível assim.

— Eu sei, vida, eu sei disso. Está tudo bem, eu não controlava mesmo o que eu sentia e muitas vezes isso me machucava e até atrapalhava.

— Mas você aprendeu a controlar, não foi?- ele deu um beijo em sua cabeça. — Eu não tinha preocupação em suas emoções atrapalharem os casos, e sim que elas machucassem você.- Sara sorriu. — Eu tenho orgulho de quem você é, honey.

O sorriso dela se abriu mais ainda e ela o abraçou tão forte que ele quase perdeu o ar. Nora tentou afetá-la com aquilo, mas ela ia usar isso a seu favor, e ela nem ia perceber.

~ ♥ ~

Na tarde do dia seguinte, já era o décimo quarto dia que estavam ali e sentiam que não estavam avançando, mas iam avançar, era só dobrar a tal da Nora. Passaram um tempinho tentando convencê-la, usando seus métodos sutis. Ela falou primeiro com Sara, depois com Gil.

— Quero explicar por que saí ontem daquele jeito.- Sara tentou ser mansa com ela dessa vez. — É essa ideia que tem de que o Gil e eu estávamos envolvidos no romance, sem prestar atenção no trabalho.

— Não seria a primeira.

“Calma, respira, respira, não ataca ela. Explica”.

— Bem, não era assim. O trabalho como CSI era a nossa paixão. Sabe, foi o que nos uniu.

— Só quero a verdade.

— Se acredita que Gil Grissom enganaria o processo, que partiria de uma conclusão e iria de trás para frente para chegar nela, não é tão boa no seu trabalho quanto você pensa.

— Acho que está sendo ingênua.- Sara suspirou tentando não perder a paciência. — Sabe, normalmente não tenho tanta dificuldade em persuadir um homem.

— Nem me fala.- Sara tentou não rir, mas sorriu. — Precisei de anos.- foi aí que Sara começou a apelar. — Ele não entendia o meu temperamento. Não entendia o meu emocional no trabalho. Você leu um pouco sobre isso. Uma noite, durante um… caso particularmente difícil, eu contei a ele a minha historia. Minha história completa. Minha infância foi complicada.- Nora arqueou as sobrancelhas de leve e assentiu, ouvindo, mas não ia amolecer. — Gil entendeu e depois disso, ele simplesmente estava lá. Você pode não acreditar em mim, é um direito seu, mas… eu posso te garantir que éramos profissionais aqui dentro.- Nora permanecia fazendo pose, não sabia se estava conseguindo dobrar ela. — Sabe… a maioria das pessoas é motivada por impulsos. Desejo, raiva, medo. Não há engrenagens que mudam para o meu marido até que ele veja como funcionam. Mas você o coloca em um laboratório, dá a ele tempo para estudar, e ele encontra um jeito.

Nora suspirou e fez uma cara de “tá, quem sabe”.

Sara fez sua parte, faltava Grissom conseguir a dele.

~ ♥ ~

Gil levou uma laranja pra ela. Ele não podia deixar de fazer piada com a fruta. Ela até sorriu.

— É uma oferta de paz? Ou simplesmente nunca vamos nos entender?

— Estou dando uma chance para a paz. Tive um tempo para pensar nas opções que ofereceu. Primeira, jogar David Hodges no picador de madeira. Segunda, eu mesmo subir nele.

— Isso é evocativo. Não tenho certeza de que é justo.

— Quer que eu apoie o caso que você construiu. Mas baseado no que sei, tudo que poderia dizer no depoimento é que o Hodges talvez possa ter falsificado DNA, como você sugere.

— “Possa ter” não é o suficiente. Sua esposa afirmou que você não confabulou com nada disso e que não pode ter feito. Disse que ela estava sendo ingênua.

— Ingenuidade, por definição, é uma falta de experiência, sabedoria, julgamento.- Nora prestava atenção na “aula” que ele estava dando. — Os antônimos são inteligência, percepção, esclarecimento. E essa é minha esposa.

Nora suspirou. Os dois faziam isso de propósito ou não percebiam? Pareciam que eram advogados um do outro.

— O Procurador Geral, o Promotor, o Juiz Shapiro…- Gil olhava tipo “do que tu ta falando?” —... aquele advogado civil que designaram, Anson Wix, o advogado do Sr. Hodges, eu, Dra. Roby… eu poderia continuar.

— Com o quê?- ele perguntou cínico até.

— A lista de pessoas jogando cabo de guerra nessa bagunça. Nenhum dos quais você deseja testar.- ela avisou.

Para a sorte dele, ele não tinha medo nenhum.

— Acha que é minha intenção “testar” qualquer um de vocês?- Nora não respondeu. — Me avise o que decidir.

Levantou-se e saiu.

Voltou a focar no caso do luau como se nada tivesse acontecido. Uma coisa curiosa que presenciou foi o lado emotivo de Allie. Ela agiu de uma forma errada, ignorando os procedimentos, porque sentiu pena da irmã da vítima, que agora era suspeita. Algo que Sara claramente faria por causa das emoções. Max ficou do jeito que ele ficaria, mas agiu com paciência e entendeu seus motivos. Foi quase como um déjà-vu.

Lá pro fim da noite, madrugada já, Nora chamou Grissom na sala de interrogatório novamente. Todos já tinham ido para suas casas, inclusive Sara já tinha ido pro hotel.

— Bom dia, dr. Grissom.- já era outro dia, então, bom dia.

— Bom dia, srta. Cross.- ele olhou pra mesa e descontrair. — Onde está a fruta?

Ela sorriu e em seguida abaixou a cabeça olhando para as pastas na mesa.

— Isso é tudo de que David Hodges foi acusado. Tudo o que encontramos no depósito dele.

“Mentiiiraaa! Ela caiu??” Gil tentou conter a alegria da vitória, e continuou imparcial.

— Deve ser uma fração do que fez, mas é tudo o que sabemos. Pode começar com o pior e continuar até que esteja convencido, se quiser.- ela lhe entregou uma das pastas. — Esse é o caso de Ronald Pose.

— Não estou familiarizado com este.- e colocou seus óculos para ler.

— Esse é bizarro. Sr. Pose foi sufocado até a morte nas cinzas da falecida esposa. Peço desculpas, não é um jeito feliz de terminar o dia, mas acho que um pequeno vislumbre o fará ver a verdade, talvez você esteja mais disposto a dizer.

Bom, se ela queria que ele fosse contra Hodges, era isso que ele ia fazer aparentar.

— Sim. Ele falsificou a prova.

— E se ele falsificou aqui…- ela fez aquela carinha de que sempre esteve certa, e Gil foi na dela.

— Certo, você conseguiu. Vou testemunhar no caso de Diane Chase.

— Estou feliz por encontrá-lo, dr. Grissom.- ele quase franziu o cenho. — É difícil encontrar um homem honesto.

“Segura a risada, segura a risada”.

Ele assentiu, se levantou, desejou bom descanso a ela apertando sua mão e saiu de lá com as pastas. Deu uma olhada no laboratório mesmo e quando conseguiu o que queria, foi correndo pro hotel encontrar a esposa.

Ela já estava na cama, lendo num tablet enquanto o esperava. Quando o viu entrar no quarto segurando uma pasta, ela se sentou de imediato perguntando se tinha funcionado enquanto ele sorria com o canto dos lábios.

Grissom sentou perto dela.

— Eu quero saber que tipo de magia você usou para pôr aquela mulher sob seu feitiço.

— Ela acha que sou emotiva, então usei isso a meu favor.- ela pegou o tablet e colocou de lado. — O que você viu?

— O suficiente.

— Você sabe quem foi?

— Só um dos nossos suspeitos tem habilidade para fazer o que vi.- Grissom tirou uma das fotos da pasta, com o rosto que procuravam. Sara olhou e soltou um suspiro pesado. A guerra começava naquele momento. — Agora só temos que provar.- Gil tocou seu rosto na intenção de tranquilizá-la e a viu suavizar a expressão com um sorriso quase imperceptível. — Vamos conseguir.

Ela assentiu sorrindo mais um pouco.

Para quem estava duvidando da inocência do colega, agora queria ir a fundo pra provar.

Gil deslizou a mão até sua nuca para lhe dar um beijo curto.

— Vou tomar um banho, tá?- disse ele voltando com a mão em seu rosto. — Se quiser dar uma olhada enquanto isso…

— Tabom.- sorriu de ladinho e recebeu um beijo na testa.

Gil se levantou e foi pro banheiro.

Não demorou muito para ele aparecer novamente.

— Voltei, feiticeira…- disse ele já juntando-se a ela na cama.

Sara riu com o modo que ele a chamou e colocou a pasta na mesinha de cabeceira juntamente com o tablet que estava lendo antes. Virou a cabeça para beijá-lo assim que ele chegou pertinho dela.

— Temos que repassar tudo pra Max de manhã cedo.

— Nem tão cedo porque já são quase duas da manhã e eu só quero dormir até o meio dia.

Sara sorriu e ele lhe deu um selinho.

— Estava aqui pensando… Nora vai ficar uma fera quando descobrir o que fizemos.- fez careta.

Grissom riu.

— Ah, tudo bem. Digo a ela que foi ideia sua e me livro.

— Hey!- deu um tapa no braço dele recebendo mais um selinho.

— Sabe o que ela me disse quando aceitei "testemunhar"?- Sara arqueou as sobrancelhas esperando ele continuar. — "Estou feliz em encontrá-lo, doutor Grissom. É difícil encontrar um homem honesto".- Sara fez cara de surpresa. — Eu quis rir, porque não fui nada honesto com ela ali.- fez aquele barulhinho com a garganta de quem segura uma risada e Sara quem riu.

— Ela com certeza vai ficar mais brava com você.

— Vou sobreviver.- ele então se aconchegou nela deitando a cabeça em sua barriga e abraçando seu corpo. — O mérito é todo seu, meu amor. Se conseguirmos mostrar a verdade, o mérito é todo seu.

Sara sorriu e passou a acariciar os cabelos dele.

Gil pegou no sono bem depressa, já Sara ficou lendo por mais um tempinho, fazendo carinho no cabelo dele de vez em quando.

Quando o sono veio, só se ajeitou um pouco — já que estava sentada — sem acordar Gil para conseguir dormir também.


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Notas finais do capítulo

O hot veio hihih que cena maravilhosa foi Sara saindo do banho, mdsss ♥
Esse é um dos meus episódios favoritos dessa temporada :') Eles conversando com a Nora e um defendendo o outro, é muito bonitinho *~*
Digam aqui o que acharam, tá? ^^ Abraço de urso e até o próximo :3



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