Love Story escrita por Fofura


Capítulo 184
Um Quase Adeus


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
O capítulo demorou pra sair porque eu escrevi praticamente todo no caderno e levou uma eternidade pra digitar tudo D:
Se tem uma coisa que eu não aconselho é fazer isso, porque a luta e a preguiça que é pra passar tudo pro computador é imensa. Admiro quem consegue fazer isso com tanta recorrência e facilidade.
Enfim saiu e eu sei que a grande maioria, senão todo mundo, vai querer me matar depois de lê-lo. Mas acreditem, doeu mais em mim do que vai doer em vocês :’)
Nesse capítulo então teremos a primeira aparição do assassino de Gig Harbor, o último grande serial killer da série, né, o que me faz lembrar que entramos na última temporada aqui na fic e que falta pouco pra Immortality chegar. E também vai retratar aqui o episódio Bad Blood onde Sara e Greg ficam em quarentena com suspeita de estarem infectados com o vírus Ibare. Então, muitas emoções shaushajs risos nervosos. Quase tive um treco quando Sara desmaiou, mas passo bem
Espero que gostem e não me xinguem :')



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Sara até que passou bem o aniversário. Comemorou o dela e o de Abby juntos com Rayle e Rebecca.

Tudo parecia bem pra todo mundo até uma semana depois quando Finlay quase morreu com uma bomba em seu carro. Quem a colocou lá? O assassino de Gig Harbor.

Mas quem é esse?

Um assassino de Seattle que assassinou 7 mulheres enquanto Russell e Finlay eram da equipe de lá. Inclusive, ele perseguiu a filha de Russell na época, e em sua confissão, ele provocava e debochava de Russell. Era bem pessoal.

O cara deixava as cenas dos crimes já analisadas e um gravador com a voz distorcida especificando cada coisa analisada na cena fazendo deduções do que podia ter acontecido, como eles faziam mesmo. Ele praticamente deixava tudo pronto pra eles. Mas o problema era: ele já tinha sido pego e condenado. Então, quem fez a cena do crime nova, em Las Vegas, que eles acharam? O negócio era que esse assassino tem um irmão gêmeo, e o cara parecia intocável.

Haviam três das sete mulheres que eles nunca encontraram, e na cena do crime nova haviam cordas feitas de tecido humano, e o DNA deles? Das três mulheres que eles nunca encontraram. Depois de 5 anos, depois de Seattle, eles acharam os corpos em Las Vegas, entregados de bandeja.

O caso Gig Harbor voltou com todo vapor e nessa treta toda, sem provas pra condenar o outro irmão e com a dúvida se o que estava preso era de fato culpado, Finn acabou caindo numa armadilha que quase tirou sua vida. Sara até teve a chance de rever Anthony que era o chefe da equipe que foi designada a tirar Finlay do carro com segurança.

O caso estava longe de ser solucionado, era só o começo de uma busca incansável por provas e justiça.

Enquanto não tinham como solucionar aquele, solucionavam outros que surgiam. Em um deles Sara ficou pistola fazendo um suspeito pular da cadeira com o baque que ela deu na mesa gritando com ele, e em outro ficou com medo, pois ela quase se tornou uma das vítimas. Vamos para esse último que mais impactante.

Era um dia comum de trabalho e, Greg e Sara foram designados a um caso em uma casa onde havia o corpo de um homem. Nada de estranho até eles repararem que havia sangue nos olhos dele, algo incomum, e que havia também vários artigos, livros e fotos pelo cômodo falando de epidemias virais. Aquela era a época em que o vírus ebola estava circulando pelo mundo, e o cara morto claramente estava infectado com um tipo de doença viral.

— Tente não tocar em nada. Eu vou ligar pro CDC. Os olhos dele. Já viu isso antes?

— Já, em livros de biologia. Epidemias virais.

— Pois é.- ela disse suspirando e já pegando o celular.

— O agente patogênico pode estar nesse sangue, ou pode estar no ar.- Greg comentou claramente já preocupado.

— Tente não entrar em pânico.- ela mesma já estava entrando. Fez a chamada.

— Tente não respirar.

— Aqui é a CSI Sara Sidle da perícia criminal de Las Vegas. Eu estou numa cena de crime com o que parece ser uma possível febre hemorrágica, uma pessoa morta...- olhou para Greg e continuou, aflita. — E duas foram expostas.

Greg deu um suspiro pensando "de novo não", porque sim, já havia passado por isso, e foi justamente com ela. Daquela vez escaparam, esperava que escapassem dessa vez também, apesar de não estar muito confiante. Da outra vez os arrancaram da casa a força, do nada, eles levaram um baita susto. Robbins salvou a vida deles. Quem os salvaria agora?

Sara ligou para Russell também e informou o que estava acontecendo, o chefe repassou tudo para sua equipe. Sara então desligou o celular.

— Vamos ter que esperar aqui dentro, não podemos correr o risco de levar o vírus pra fora.

— Então não adianta nem tentar ficar sem respirar.- ele lamentou. — Já deu merda mesmo.

— Olha só, vamos acreditar que foi precipitação. Nós podemos nem estar contaminados como da outra vez e estamos fazendo tempestade num copo d'água.

— Sempre tentando ver o lado bom das coisas.- ele sorriu segurando sua mão.

Sara também sorriu e apertou a mão dele.

— Vai ficar tudo bem.

O CDC não demorou pra chegar, isolaram toda a área com lonas transparentes e levaram roupas especiais para Sara e Greg, parecidas com a deles pra eles poderem sair em segurança até a área de quarentena onde teriam que ficar isolados dos outros para observação.

Greg e Sara se viram na mesma situação de anos atrás, tendo que tirar a roupa na frente de agentes da CDC. O diferencial foi que não tomaram banho e vestiram roupas da perícia. A situação era mais grave.

Russell ficou muito preocupado, e David, culpado. Pois o legista geralmente sempre chega antes, mas ele estava ocupado em outra cena de crime. Claro que não foi culpa dele.

A equipe ficou muito preocupada por inteiro, por não ter notícias e por não poder visitar os dois amigos. Finn principalmente, por estar longe em Seattle trabalhando no caso Gig Harbor.

Mas como não podiam fazer nada em relação aos dois, continuaram investigando o crime pra saber quem matou o cara e pegá-lo antes que ele espalhasse o vírus, pois se ele esteve na casa, com certeza estava infectado.

Chamaram uma doutora chamada Heather Lanning que tinha especialidade no assunto, e depois que fizeram a autópsia no corpo ela descobriu qual tipo de vírus, o agente patogênico, que Greg e Sara foram expostos, o que tinha matado a vítima.

Era chamado de vírus Ibare, um vírus transmitido pelo sangue. Igual ao ebola na estrutura viral.

Sara perguntou se tinha tratamento ou anti viral. A expressão da especialista não era nada boa. Ela não sabia como dar a notícia a eles. Disse que não tinha nada eficaz, o que os deixou em pânico. Eles sabiam tudo sobre o vírus, menos como curar.

— O Ibare tem um período de incubação rápida. Se em 48h vocês tiverem febre, dor muscular…

Greg a interrompeu perguntando a taxa de mortalidade e quando ela respondeu que era 80%... o pânico aumentou.

Greg ficou meio paranoico, pensando em milhares de formas de ter se descuidado na cena e isso os levar ao perigo que corriam.

— Não pense nisso!- Sara o repreendeu. — Não aconteceu nada, nós tomamos cuidado! Sempre tomamos trabalhando com sangue.

— Eu sei!- ele respondeu num tom óbvio, andando de um lado pro outro.

— Já tomamos sustos assim antes.

— É.- ele lembrou. — O atleta morto com o molde do assassino na parede.

— Uma chuveirada no meio da rua e tudo fica bem… né?- Santo otimismo!

— Dessa vez não é tão simples!

— A gente vai ficar bem!- ela insistiu tentando fazer ele parar de surtar.

Foram interrompidos pelo barulho de uma chamada de vídeo no notebook.

— Oi Nick!- Sara o saudou e virou para que Greg também pudesse vê-lo.

— Oi! Como é que estão minhas duas pessoas favoritas?

— Felizes com a distração.

— Eu soube que deixaram dois computadores aí com vocês.

— Como é que vai o caso?- perguntou Greg, e Nick explicou o que já sabiam sobre a identidade da vítima. Ele era um médico que estudava diferentes tipos de vírus, e a doutora Lanning o conhecia.

Ele teve que desligar pra voltar ao foco do caso deixando Greg e Sara sozinhos de novo.

~ ♥ ~

— O tempo está passando, Sara.- Greg a alertou quando ela não fez a jogada. — Sua vez.

Já tinha um tempo que estavam jogando xadrez. Virou um hábito depois daquele caso.

— E se isso for só o começo? De uma epidemia?- ela refletiu. — E se ontem foi o último dia normal?

Greg fechou o notebook.

— Cadê todo aquele otimismo que reinava nesse aquário?

— Só estou pensando… Tudo pode mudar de uma hora pra outra. Você tem febre, dor de cabeça, acha que é só um dia de folga no trabalho… na verdade...

— Está planejando uma viagem pra Costa Rica?- ele continuou e ela franziu o cenho. — Por que quando a gente sair daqui, uma coisa boa vai acontecer. Motivação pra tirar férias.

— Será que precisa disso?- ela sorriu, mas de nervoso. — De uma coisa assim? Pra gente fazer as coisas que sempre adia?

Greg suspirou e decidiu fazer uma coisa.

— Eu vou levar lembretes pra onde eu for.- ele então abriu o notebook e começou a digitar.

Ela estranhou e deu um gole em sua água.

— Vai planejar suas férias tropicais?

— Não exatamente.

Ela franziu o cenho e a voz de uma idosa foi ouvida.

— Greg?

— Oi vó!- ele sorriu. — Como a senhora está?

— Bem. Que bom que esta me ligando. Como você está?

— Eu… hã.- ele deu um sorriso brincalhão. — Está rolando um dia bem interessante.- ele olhou de relance para Sara, fingindo ser um dia normal, não uma despedida. Ela sorriu com isso — E aí, o dia está bonito?

— Fez sol a manhã toda. O jardim está lindo.

— Ah é por isso... que eu estou ligando pra senhora. Eu estou pensando em… ir até aí e ver como ele está.- Greg segurou a tristeza ao dizer. Sara só observava olhando de vez em quando pro próprio notebook.

— Ah Greg, eu ia adorar.- disse a senhora.

— Eu também.- ele respondeu.

Sara olhou bem pro notebook dando mais um gole em sua água, enquanto Greg falava com a avó.

Ligava ou não ligava? Se ia partir, precisava se despedir, ou como Greg fez, só ver quem ama pela última vez, sem nada da verdade dizer.

Abriu o skype e fez a chamada.

Ele demorou um pouco para aceitar, mas quando apareceu, Sara sentiu seus olhos arderem.

Estava lindo com a barba por fazer, um pouco maior que o habitual. Não adiantava quanto tempo passasse, ele sempre fazia seu coração palpitar de amor. Ao mesmo tempo que queria socá-lo, queria abraçá-lo.

— Oi.- forçou um sorriso de lado pra que ele não percebesse que ela estava prestes a chorar.

— Oi.- Grissom respondeu surpreso por ela ter ligado, porém também aparentava estar triste com alguma coisa.

— Você está bem?

Estava um clima estranho, eles não tinham se falado muito desde o divórcio, pareciam dois estranhos.

— Eu... eu ia mesmo te ligar, só... não sabia como.- só então ele respondeu a pergunta dela: — Estou tentando ficar bem.

— Por que? O que houve?- não parecia ser tristeza pelo divórcio, muito menos arrependimento. Era outra coisa.

Os olhos de Grissom encheram d'água, mas ele segurou. Em seguida, mostrou a coleira de Hank.

Ele nem precisou dizer nada, Sara já havia entendido. Sua respiração já ficou acelerada, sua boca entreabriu em choque e a dor tomou conta de seu peito.

— Não... Gil, por favor, diz que é mentira...- sua voz embargou e as lágrimas acumularam mais, pingando uma.

— Ele morreu, Sara.- a voz dele também embargou. — Tem uns dois dias. Eu só... não sabia como te contar. Achei que... você merecia saber. Sei que o amava como se ele fosse seu.

Sara soluçou, nesse momento não tentava mais segurar o choro.

Gil continuou.

— O veterinário disse que foi a idade, ele... já estava bem velhinho, mas... eu sei que não foi só isso.

Sara entendeu.

— Foi como da última vez... não foi?

Grissom viu culpa nos olhos dela.

— Foi, mas isso ia acontecer de qualquer forma, Sara...- ele secou as próprias lágrimas. — Estando comigo ou com você, ia acontecer. Hank não era o mesmo desde...- não terminou a frase. Sara fez isso por ele.

— O divórcio.- ele suspirou. Sara secou as lágrimas e mudou de assunto vendo céu atrás dele, e o que parecia ser o mar também. — Onde você está?

Grissom sorriu com o canto dos lábios e chegou pro lado pra ela ver melhor a vista.

Mais uma vez ela sentiu os olhos arderem, mas dessa vez segurou.

— Colocando em prática o plano de aposentadoria?

— É.- ele voltou pra mesma posição. — Achei que já estava na hora.

Sara ficou doida pra dizer que faltava alguém ali com ele como ele prometeu, mas resolveu não dizer nada.

— E você, onde está?- ele estranhou o fundo. Não era familiar.

Aí pegou num ponto que ela não queria falar.

— Ah... é... montamos uma tenda na garagem pra um experimento. Nada demais.- mentiu olhando de relance para Greg que a olhava com pesar. — Temos que... ficar aqui por um tempo.

Gil estranhou.

— Parece que estão em quarentena.

— Essa é a ideia.- fingiu um sorriso de lado. — Olha, eu... sinto muito pelo Hank. Queria ter conseguido me despedir.- uma onda de choro quis voltar. Só de pensar que ele também lhe perderia como perdeu Hank, pra sempre dessa vez, doía. Doía não poder se despedir, doía não poder dizer o que realmente estava acontecendo, doía não conseguir dizer que ainda o amava. — Eu...- sua voz embargou de novo e ela fez o que pôde pra segurar as lágrimas no lugar. — Eu preciso desligar, eu só... queria saber como vocês estavam.

Ele estranhou mais ainda, mas não perguntou.

— Certo. Se cuida...- ele então a impediu de desligar, chamando-a antes. — E Sara...?

Ele não precisou dizer nada. Sabia que ele queria dizer pra ela não se culpar como da outra vez.

— Eu estou bem, e... o Hank também.

— Tento acreditar nisso todos os dias.

Sorriram fracamente e Sara desligou, contendo o choro até o último segundo.

Quando a chamada foi encerrada, Sara soltou o que segurava e veio com toda força. Ela soluçou e abaixou a cabeça enquanto chorava. Não só com a sensação de que estava prestes a morrer com seu melhor amigo, mas também com a dor de ver Gil pela última vez e saber que Hank teve o mesmo destino que ela teria a qualquer momento.

Greg sentiu seu coração doer do mesmo jeito, ao ver a amiga naquele estado. Já tinha se despedido de sua avó e ouviu um pouco da conversa de Sara com Grissom.

— Sara…

Ela não conseguiu responder, seus soluços eram de partir o coração. Já se passaram quase 2 anos desde o divórcio e mesmo ela se mantendo firme o tempo todo, mostrando que não sofria mais, era só vê-lo de novo que tudo voltava. Porém, aquela ligação foi uma necessidade, não uma vontade.

Greg esperou que ela se acalmasse, conversou com ela pra tentar fazê-la se sentir melhor, depois voltaram a jogar pra distrair. Não tinham muito o que fazer.

Passou um tempo e Sara começou a se sentir estranha. Estava suando bem mais que o normal, sua cabeça doía… mas não falou nada.

— Aí, ainda bem que colocaram uma TV aqui né? Que tédio que ia ser só jogar xadrez.

— Verdade.

— Vou colocar no noticiário.

E estavam falando justamente do isolamento da CDC, porém não disseram nada sobre vírus mortal.

— Pelo jeito está tudo sob sigilo e ninguém entrou em pânico.- ele disse assim que Sara levantou e foi pra perto da TV que estava do lado de fora, obviamente.

"...Além disso, fomos informados que dois CSI's veteranos foram retirados da casa. Eles faziam a perícia do local..."

— Ela chamou a gente de veteranos? Ah, agora eu vou entrar em pânico.

Como ela não esboçou nenhuma reação com sua piada e permaneceu imóvel, ele falou:

— Aí, eu posso desligar a TV se tiver te incomodando.

— Não, não... Tudo bem.- e continuou imóvel.

Ela estava estranha demais. Greg levantou, mas como ela estava de costas, não conseguiu como ela estava pálida, suada e com cara de quem levou três socos no estômago ou de que foi drogada.

— Sara? Você está bem?

Do nada ela não aguentou mais o peso do próprio corpo e desabou no chão. Tudo começou a embaçar e ela desmaiou.

Tudo aos gritos de socorro de Greg "Sara? Sara! Socorro! Alguém me ajude! Por favor! Sara!"

Não demorou pra ela acordar, deitada e enrolada na cama. Fizeram exames nela e constataram que ela estava com febre alta e esse foi o motivo pra ela ter passado mal. Febre era um dos sintomas do vírus Ibare. Ficou mais preocupada ainda, e Greg principalmente.

— Quase me matou do coração.- disse ele quando ela acordou.

Ela ficou na cama de repouso por um tempo mexendo no computador até Russell chegar.

E ele chegou preocupado.

— Disseram que você está com…

— 38… de febre.- ela respondeu por ele. Também estava preocupada com isso.

— Mas os exames de anticorpos dela ainda estão negativos.- disse Greg tentando aliviar. — Então pode ser um sintoma ou só estresse disso tudo… né?

Sara deu de ombros e assentiu, querendo que realmente fosse só estresse.

Russell queria tanto abraçá-la pra lhe passar força, mas não podia nem chegar tão perto.

— Me desculpe. Não me deixaram vir antes.

Ele queria ter ido assim que soube que Sara passou mal.

— A gente sabe…- Sara tentou fazê-lo se sentir melhor. Ele não podia fazer nada pra ajudá-los, a não ser… — Russell…- ela se levantou e foi até ele. O que os separava era só o plástico de proteção. — Eu queria pedir uma coisa pra você.

— Claro. Qualquer coisa.

Sara olhou para Greg e voltou sua atenção ao chefe.

— Se nós vamos morrer… queremos lutar até o fim, ok?- sua voz quase falhou. — Então… queremos trabalhar.

Russell sentiu o coração doer com aquele pedido. Depois da febre de Sara, eles meio que ficaram sem esperanças de cura ou melhora.

— Nenhum dos dois tem permissão para morrer - ele, com seu senso de humor evitando a emoção, tentou fazê-los sorrir. — Entendido?

Logo em seguida passou todas as informações do caso e eles conseguiram investigar também através dos computadores.

Nick conseguiu achar o cara que foi contaminado, o que atirou na vítima que Sara e Greg acharam. Nick implorou para que ele ajudasse na investigação, pois o tiro foi acidental.

"O que está acontecendo com você pode estar acontecendo com dois amigos meus. Amigos que eu amo muito. Por favor, cara, ajuda a gente." foi o que o texano disse. Mas o que ele tinha a informar não ajudava muito, pois tinha uma terceira pessoa na casa.

Por sorte conseguiram achar o responsável e o vírus não foi espalhado como eles achavam que seria. Apenas duas pessoas foram contaminadas e acabaram mortas. Sim, só duas, o que não incluía Greg e Sara.

O mais novo acordou em sua maca e percebeu que a de Sara estava vazia. Ela não estava lá e a maca não tinha nem lençol mais. Greg já pensou no pior: Sara tinha morrido e o corpo foi levado embora enquanto ele dormia. Mas ela acabou com essa dúvida ao entrar "na bolha" dele.

— Sara?- ele estava confuso. Eles não deviam estar em isolamento? — Ué, você...

— Eu estou bem. O doutor deixou que eu viesse te dar a notícia. Nenhum sinal de contaminação e os exames estão mostrando que o vírus morre depois de duas horas no ar. 

— A casa não estava contaminada quando entramos?!

— Não. O CDC vai manter a área vigiada, mas não teve mais contaminação. Está tudo certo.- Greg continuou sentado, tentando assimilar. — Nós já podemos ir.- ela sorriu, como se a ficha não tivesse caído ainda pra ele.

Greg então sorriu, se levantou e disse que estava morto de fome. Já que iam sair dali, que fosse logo pra comer.

— Eu também!

— Topa um café?

— Café!- era uma ótima ideia, Sara queria comer tudo o que visse pela frente pra compensar o que não comeu quando estava presa ali.

Os dois finalmente deixaram aquela cápsula de plástico e encontraram David todo sorridente. O convidaram pra ir tomar café também, mas Dave foi lá pra buscar o corpo do cara que atirou na primeira vítima. Ele não resistiu ao vírus.

— Nem preciso dizer o quanto estou feliz por vê-los bem.- sorriu e seguiu seu caminho.

Greg então olhou para a amiga, sentindo a mesma coisa.

— Nem precisa dizer…

— É…- a voz deu uma embargada, mas ela sorriu de lado.

Eles então se abraçaram finalmente. Aliviados por passarem por isso e juntos. Talvez não conseguissem segurar a barra se estivessem sozinhos. Pelo menos tinham um ao outro.

Sara sorriu abertamente e o abraçou mais forte.

— Mais uma que escapamos juntos.- ela então desfez o abraço.

— Eu acho que você me dá azar.- ele brincou.

— Hey!- deu um soco no braço dele e ambos riram.

Não demorou nada, não deram nem um passo, e viram Nick entrar correndo ignorando ordens de que era pra esperar do lado de fora. Assim que viu os amigos fora daquela jaula de plástico, abraçou os dois de uma só vez.

— Como soube tão rápido?- Sara sorriu ao receber o abraço.

— Eu vim com o Dave e soube junto com ele, mas me barraram na entrada. Que bom que estão bem.

— Perderia o rumo da vida sem a gente, não é, Nick?

— Eu devia era acabar com esse teu ego.- riram. — Mas tenho que confessar que perderia sim.

Os três riram de novo e se afastaram.

— Íamos comer alguma coisa.- disse a morena. — Já que está aqui feliz em nos ver bem, você paga.

— Que oportunista!- riram novamente. — Mas é justo, vamos lá.- e começaram a ir pra fora.

— Primeiro eu quero tirar essa roupa horrorosa.- falou Greg.

— Ah, é confortável.- Sara comentou.

— Sara se pudesse viveria de pijama.

— Viveria mesmo.

— Eu ia trazer o Sam pra ver vocês, mas também não deixaram.

— Por falar em cachorro, a Sara ligou pro Grissom.

Sara começou a rir junto com Nick, pois a intenção não era chamar Grissom de cachorro, e sim contar que Hank tinha morrido. Ao pensar nisso, Sara ficou triste imediatamente.

— Greg quis dizer que quando eu liguei "pra me despedir" dele, tecnicamente, Gil me contou que Hank morreu.

— Ah não.- Nick lamentou. — Sério?- Sara assentiu triste e foi abraçada pelo ombro. — Caramba, eu sinto muito. Você amava o Hank como se fosse seu.

— Foi o que ele disse também.

— E como ele aparenta estar?

— Ah, ele não aparenta estar tão ruim. Ganhou um pouco de peso, deu pra ver; não faz a barba já tem um tempo… Ele costumava deixar crescer porque eu gostava. Fora isso… nada de novo, só o fato de ser um "marinheiro" agora.

— Marinheiro? Ele comprou um barco, é?

— Aham.- ela então refletiu. — Eu não devia ter ligado.

— Não se culpe, Sara. Você achou que ia ser a última vez, essa recaída não conta.

— Espero que não.

~ ♥ ~

Fora a tristeza de terem perdido mais um membro da equipe, o tão amado detetive, e quase terem perdido mais dois, o resto ia dando certo. Sara aos poucos ia superando a perda de Hank e o fato de ter visto Grissom mais uma vez; via sua mãe com mais frequência apesar dela não apresentar melhoras; mantinha contato com Rayle sempre que o trabalho permitia e ia visitá-la em seus — agora raros — dias de folga, e Abby tinha finalmente encontrado uma nova família.

Joana e Brian, um casal muito simpático, quiseram adotá-la quando ninguém mais quis, já que ela tinha quinze anos e era raro ser adotado nessa idade.

Abby tinha melhorado muito seu  comportamento, mas continuava com um pé atrás em relação sua vida e as vezes dava aquela recaída, dando a Slade uma oportunidade de se aproximar e aproveitar sua crise existencial.

Sara já tinha dito pra ficar longe dele e na grande maioria das vezes ela até escutava.

Como "guardiã" de Abby, Sara teve várias conversas com o casal e explicou sua relação com a menina, e surpreendentemente ficaram amigos. Sara ia visitá-la e levá-la pra dar um passeio sempre que o trabalho permitia também. Mesmo tendo se fechado um pouco, Abby continuava sentindo o mesmo amor por Sara e essa conexão com ela ia ficando cada vez mais forte, sempre a fazendo lembrar de quando ela era criança.

O que a fez ficar triste com Grissom por nunca mais ter ligado pra saber como ela estava. Achou que depois de seu divórcio com Sara, ele simplesmente não se importava mais. Como se ele tivesse cortado ligações com tudo o que tivesse a ver com a ex mulher. Ficava nostálgica quando pensava nos três juntos e como pareciam uma família feliz.

Ao presenciar a tristeza de Abby e a sua própria, Sara deixou que a mágoa e a raiva que sentia de Grissom por abandoná-las tomasse o lugar do amor que sentia por ele, e sempre que o rosto dele vinha em sua mente, ficava brava.

“Ponha um curativo aqui no coração

Redecore o meu interior

Não me permito que volte a me ferir” — RBD

E pensar que só tinha descoberto o que ele estava fazendo da vida e que Hank tinha morrido, porque ela mesma havia ligado num súbito pânico ao pensar que ia morrer.

E não seria a última vez que sentiria isso, nem a raiva de Grissom, nem mesmo a sensação de que ia morrer.

A calmaria estava longe de reinar.

Afinal, nada é tão ruim que não possa piorar, não é?


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Notas finais do capítulo

Eu literalmente cavei minha própria cova com esse capítulo, mas foi necessário, eu juro :')
É aqui que eu perco leitores HSAUSHAJSHKS
Resumi Gig Harbor porque o fim da temporada vai focar mais neles e naquela injustiça com nossa Finlay, então fica pra depois
Abraço de urso e até o próximo com mais perigos, porque foi só o que essa temporada teve :')



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