Love Story escrita por Fofura


Capítulo 185
Mais um Susto


Notas iniciais do capítulo

Obrigada Ps e Pamella por terem comentado no capítulo anterior ^^ Depois que completou quase uma semana com o capítulo postado, eu realmente achei que ninguém fosse comentar :') Obrigada mesmo ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704963/chapter/185

Era uma manhã ensolarada de domingo e nossas três protagonistas caminhavam graciosamente pela beira da piscina do Mediterranean com suas saídas de praia. Morgan, no canto esquerdo, estava com seu biquíni azul marinho e um vestido longo e bem fininho estampado com linhas coloridas por cima. Finn, no canto direito, estava de biquíni preto com uma saída de praia laranja por cima dele, curto, no meio das coxas, meio transparente. E Sara — a coisa mais perfeita desse mundo —, no meio das duas, vestindo um shortinho azul saturado bem soltinho e uma saída de praia listrada em tons de azul e verde, com uma pitada de vermelho, por cima de um biquíni ciano, com um chapéu de praia de palha pra dar um up! Era a primeira vez que usava um daquele. Tinha comprado pra combinar com o de Gil depois que se casaram, mas nunca usou. Foi a ocasião perfeita.

As três andavam com seus óculos escuros e chinelinho no pé, rindo do que a outra falava. Estavam animadas com aquele fim de semana e esperavam que não fosse como o outro que elas tentaram ter.

Chegaram até suas cadeiras de praia, e na ordem que estavam andando, se sentaram.

Sara se esticou: — Tudo o que eu quero fazer... é relaxar.- tirou o chapéu e o colocou sobre o rosto.

— Espera só o tratamento de spa na piscina.- disse Morgan animada.

— Meninas, a noite vai ser longa…- Finn também se ajeitou e apoiou a cabeça na cadeira.

— Qual o plano?- Morgan perguntou e Sara tirou o chapéu da cabeça pra olhar pra mais velha.

— Bom, pra começar, vamos jantar na Marcienne.

— Churrascaria! Incrível!- Sara ironizou.

— Eu já falei com o Chef. Ele vai preparar um prato vegetariano especial, só pra você.- Finn explicou deixando a morena chocada. — Depois, iremos dançar no Tao, onde consegui pra nós uma mesa VIP.

— Uh! Diversão!- Morgan se empolgou. — Talvez esbarramos com Kim e Kanye!- brincou e as amigas riram.

— Ah, garçom! Com licença!- Finn chamou. — Poderia nos trazer uma boa garrafa de champanhe?

Sara olhou pra ela.

— Oh Finn, olha só… não são nem nove da manhã.

— Com suco de laranja!- ela finalizou pro cara que sorriu pra ela. — Ai meninas, temos só algumas horas antes da conferência começar. Temos que aproveitar o máximo.

— Excelente.- após essa fala de Sara as três se recostaram novamente na cadeira e respiraram o ar puro. — Eu me pergunto o que os meninos estão fazendo no laboratório agora.

A resposta, mal sabiam elas, era bem nojenta. Decomposição pura logo pela manhã, muito parecido com o homem sopa que Sara e Nick investigaram uma vez. Greg jogou logo uma indireta pro chefe que infelizmente eles não tinham dado sorte naquele fim de semana, já que Russell resolveu mandar só as meninas pro hotel. Tadinhos.

Lá, as meninas estavam bem entediadas, só que não. Morgan recebia uma massagem nos ombros, Sara nas mãos — por um homem negro e bem forte, inclusive, uhh — e Finn ganhou logo uma manicure. Enquanto elas brindavam seus sucos de laranja em taças, nem desconfiavam que um atirador se preparava para aquela conferência.

E essa foi a merda daquele fim de semana que tinha tudo pra ser perfeito.

Enfim, por enquanto estava tudo bem, mas logo o caso dos meninos no laboratório iria se relacionar com o que iria acontecer no hotel depois.

Poucas horas se passaram e elas tiveram que voltar pro quarto pra poderem trocar de roupa e seguir até o andar da conferência.

Eram muitas pessoas e muitas ferramentas e métodos novos, então era obrigatório dar uma olhada em tudo pelo menos.

Enquanto caminhavam, cada uma com seu crachá de identificação, Finlay viu alguém conhecida.

— Jane Snyder está aqui.

— Meninas, querem algo pra comer? Eu pago.- Sara quis fugir e virou-se pra não ser reconhecida, mas foi tarde.

— Ai meu Deus! Sara?- a moça gritou por ela. — Sara!

Sara fez uma careta e se virou se desfazendo dela. "Droga!"

— Sara! É tão bom ver você!- "falsa!" — Como você está?

— Ótima. E você?- Sara vestiu sua máscara de simpática com ela, e depois que ela respondeu, Sara apresentou as amigas.

— Dra Jane Snyder, me chamam apenas de Dra Jane.- ela se apresentou de volta. — Mas já sabem disso.

— Eu já li seu livro.- disse a mais nova.

— Ah que sorte a sua. Se estiver com sua cópia, posso autografar pra você.

— Ah, desculpe, eu não trouxe.- ela ficou sem jeito.

— Espero que todas compareçam a minha apresentação nesta tarde “Defendendo sua evidência: Como evitar espetadas no tribunal”.

— Esse é um grande título.- elogiou Finn.

Sara quis revirar os olhos.

— Eu sei que é.- respondeu ela rindo. — Sabe, testemunhar é uma forma de arte. Nem todos os criminalistas são bons nisso. Mas não preciso dizer isso pra você, né Sara?- a morena quis socar a cara dela com esse comentário. Não respondeu nada. As meninas perceberam o clima. — Oi Trevis!- ela respondeu alguém que a chamou e se despediu. — Vejo vocês mais tarde. Levem os livros, autografo pra todas vocês.

As três se viraram.

— Certo. Qual a história de vocês duas?- Finn quis saber.

— Éramos criminalistas juntas em São Francisco e depois ela mudou de lado. Tornou-se especialista da defesa.- e voltaram a andar.

— Ela “espetou” você no tribunal?- perguntou Morgan.

— Não, eu não, mas um estagiário meu. Primeira vez dele no tribunal, estava nervoso, e ela o fez parecer completamente incompetente. Questionou seu protocolo, suas éticas…

— É por isso que os advogados pagam um dinheirão pra ela.- concluiu Finn.

— É, e em troca de um salário gordo, ajudou a por um estuprador de volta às ruas.

Chegaram perto de uma das mesas daquele salão e Finn falou com o vendedor do produto. Parecia bem intima ou só atirada mesmo, e as meninas trocaram olhares enquanto Finn falava com o cara, que sim, ela já conhecia.

— A Morgan e eu vamos dar uma olhada nos novos marcadores de fita.

E as duas escapuliram dali pra não ficarem de vela.

Depois de olharem muitas coisas, as três se encontraram na beira da piscina de novo. Estavam sentadas em uma mesa redonda tomando mais suquinho e comendo uns petiscos. Sara olhou pra trás e lá estava Jane Snyder do outro lado da piscina cercada de fãs.

A morena voltou a atenção pras meninas, e mesmo indignada com Morgan, percebeu que Finn estava toda hora olhando em volta.

— Eu não acredito que inscreveu a gente pra palestra da Snyder.

— Ah, mas isso foi há duas semanas. Como eu ia saber que você e ela tinham uma história dessa? Achei que seria divertido.

E Finn continuava olhando em volta. Sara ficou olhando pra ela enquanto Morgan falava.

— Eu vi alguns videos dela no youtube, eu achei ela bastante divertida.

— Procurando alguém?- Sara indagou. Finn olhou pra ela na hora. — Certo vendedor, talvez?- provocou.

— Sim.- foi sincera. — O nome dele é Mark. Ele vem me encontrar aqui pra uma bebida.

— Tá, mas por favor, toma cuidado.- aconselhou Morgan preocupada. — Da última vez que você saiu com um cara...- ela lembrou da primeira vez que as três saíram juntas e Finn acabou indo parar no hospital.

— Não, não, não, eu conheço esse cara há muito, muito tempo.

— Mesmo? Como se conheceram?- Sara indagou de novo.

— Eu o conheci há cinco anos em uma conferência. Passamos um bom tempo juntos, e tem sido uma tradição anual desde então.

— Então só o vê uma vez por ano?- Morgan perguntou.

— Bem, ele mora em Boston.

— E no resto do ano só telefonam e trocam mensagem...?

— Não, não é esse tipo de relacionamento, a gente... só se diverte.- sorriu.

— Eu queria conseguir fazer isso.- disse Morgan frustrada. — Quando um cara me chama pra sair, eu tenho que fazer uma lista de prós e contras antes de concordar.

— Mas está tudo bem.- comentou Sara. — Você só está atrás do cara certo, não tem nada de errado nisso.

"Inclusive, com Greg só teria prós"

— É, eu acho que relacionamentos são muito difíceis.- Finn pontuou. — As vezes é mais fácil deixar tudo… deixar rolar.

— É..- concordou Morgan. — Menos chances de se magoar.

— É, tem menos decepções.

— Isso é verdade, mas...- Sara argumentou, por experiência própria. —... assim você não vai conseguir ter uma verdadeira conexão com ninguém, não vai ficar com alguém com quem realmente queira estar, que entende você, que ama você pelo que você é. Sei lá, eu... eu acho que vale o risco.

Finn e Morgan sentiram a intensidade daquelas palavras, pois conheciam muito bem a história de amor de Sara. A loira mais nova desviou a atenção ao ver o "pretendente" da amiga:

— Principalmente quando é bonito assim.

Finn olhou pra trás, sorriu pra ele e se levantou.

— Tchau meninas.- quase cantarolou.

A loira mais velha se foi e Sara olhou pra mais nova.

— Nós não vamos mais ver a Finn...

— É, ela se foi, se foi.- Morgan respondeu mastigando uns petiscos. — Olha...- Morgan voltou ao assunto 'relacionamento'. — Eu vi o quanto valeu a pena o risco... pelo menos pelas fotos.

Sara então entendeu do que ela estava falando.

— Eu queria me sentir segura nos braços de alguém como você se sentia. Apesar de ter acabado, você foi feliz por muitos anos. Eu acho que eu me iludo achando que o príncipe encantado vai aparecer.

— Vai ver ele já apareceu e você nem percebeu.- Sara jogou essa indireta pra ver se ela pegava.

Greg era doido por ela e estava na cara que ela sentia alguma coisa por ele também.

Morgan riu, lembrando de uma situação.

— Lembra da Donna? A especialista em genealogia?

— Lembro! Greg me disse que ficou fascinado por genealogia depois que a conheceu.

— Quando ela me entregou a árvore genealógica da minha família, pra eu dar pro meu pai de natal, Greg e eu falamos ao mesmo tempo a mesma frase. Aí ela olhou pra gente e disse que formávamos um casal muito bonito.- ela corou ao dizer. — Eu quis me enfiar num buraco de tanta vergonha.

Sara sorriu.

— E formam mesmo.- Morgan corou mais ainda. Sara não resistiu. — Você gosta dele?

Morgan foi pega de surpresa. Não foi coincidência elas estarem falando de príncipe encantado e ela citar Greg do nada.

— Ãh... gosto. Ele é um ótimo amigo.- desconversou.

— Você entendeu o que eu quis dizer.- Morgan riu sem jeito e não respondeu. — Tudo bem. Você não precisa me dizer nada, na verdade. Grissom me treinou bem.- sorriu maliciosa.

— Para com isso, Sara!- a loira parecia um tomate de tão vermelha. — Eu... não sei se gosto dele... assim... de verdade.

— Bom...- Sara ficou feliz por ela ter dado esse passo de lhe contar confiando que ela não contaria a Greg, já que ele era seu melhor amigo. — Vou te ajudar a descobrir.

Sara então deu um exemplo de como Grissom a fazia se sentir, e qual a era a sensação que ele lhe passava quando Sara pensava nele ou estava perto dele. Com esses exemplos, Morgan viu um filme passar em sua cabeça com direito a trilha sonora. Quase tudo o que Sara sentia em relação à Grissom em situações específicas, Morgan via um momento desse com Greg passando em sua cabeça.

Depois que Sara terminou o resumo, concluiu:

— Agora pensa... Já sentiu isso com o Greg?

Ela ficou muda por alguns segundos, raciocinando.

— Minha nossa...!- Morgan parecia desacreditada. — Já...- respondeu a pergunta dela mesmo que tenha sido retórica. — Talvez não o "sentir ciúme" e "só de pensar no futuro, a imagem dele aparecer", mas de resto eu acho que sim.

— Está aí a sua dúvida sanada.- Sara sorriu abertamente recostando-se no banco.

A conversa foi interrompida, pois deu o horário da palestra da sem noção. Já que Finn estava ocupada, as duas foram juntas pra sala onde ocorreria a palestra da Jane Snyder.

Durante o caminho, Morgan ficou pensativa e Sara não quis interromper. Se a loira tinha chegado à conclusão que nutria sentimentos por Greg com o exemplo que Sara deu sobre o que sentia com Grissom, então cabia à Greg agora tomar iniciativa. Ou não, Morgan poderia muito bem tomar também. Agora a coisa só ia rolar se eles quisessem e arriscassem, como ela arriscou.

Mas enfim, Sara era puro ânimo para aquela palestra, só que não. Uma amiga de Morgan, de outro departamento, sentou-se ao lado dela e as três esperaram o "show" começar. Não demorou para a nojenta subir ao palco cercada de homens.

— Luz estroboscópica?- Sara comentou com Morgan.

— Eu não falei?! Ela dá um super show.

Sara revirou os olhos.

— Eu sou a doutora Jane Snyder.- todos aplaudiram. Todos menos Sara. — Eu estou muito feliz de estar aqui pra ensinar como defender a sua prova.- Sara ficou olhando com a cara mais debochada que já fez, tipo, “vai então, linda, mostra aí”. — Em primeiro lugar, o tribunal é um palco, e o seu trabalho é atuar sempre!

Então começou uma música eletrônica, os caras sarados abriram as camisas e começaram a rebolar.

— Ai... Meu... Deus...- Sara comentou de boca aberta e olhos arregalados. Não podia negar que eram gostosos.

A sala era pura gritaria e palmas, até que... tiros foram disparados e Sara se jogou no chão levando Morgan junto para protegê-la. Muitas pessoas, incluindo os dançarinos, foram atingidos, até mesmo a amiga de Morgan que tentou fugir.

Mesmo assustada, Sara conseguiu ver o atirador fugindo depois de atirar e avisou aos que ainda restaram que ele já tinha ido embora.

Morgan se arrastou até Vick, a moça que estava ao seu lado, e tentou a todo custo ressuscitá-la. Sara rapidamente pegou o celular e pediu reforço.

— Aqui é a CSI Sidle, houve um tiroteio na conferência forense do hotel Mediterranean, chamem os paramédicos e a polícia. Código 3.- sua respiração estava acelerada e sua expressão era de puro pavor. Olhou para Morgan tentando ressuscitar a amiga recusando-se a aceitar que ela tinha morrido. — Morgan, ela morreu. Ela morreu, Morgan.-  ela continuava tentando. — Morgan!- a loira então parou. — Morgan, olha pra mim. Você está bem? Está ferida?

— Estou bem.- ela então olhou para as mãos cobertas de sangue. — Mas que diabos aconteceu? Quantos atiradores eram?

— Era só um.- Sara ainda estava com a respiração acelerada e apavorada com a chacina ao seu redor. Seus olhos estavam marejados e o cabelo bagunçado. — Estava com um fuzil, parecia... uma R15.

— Você viu ele??

— Saiu pelos fundos!! Eu vou ligar pra Finn.- pegou novamente o celular discou o número da amiga, que para a sua preocupação, não atendeu. Mas foi de propósito, aquela safada. Só depois que o boy levou um tiro que ela foi retornar a ligação. Estava com ele no elevador e acabaram ficando presos lá dentro.

Ecklie mandou a S.W.A.T. pro hotel e Russell ordenou que suas CSI's voltassem pro laboratório. Como Finn estava presa, só Sara e Morgan tinham que voltar, porém apenas Morgan retornou. Inclusive, Greg foi correndo até ela dizendo que estava feliz por ela estar bem, aquecendo o coraçãozinho da loirinha. Hodges fez isso depois também, mas dane-se, o foco aqui é Morganders.

Enfim. Russell ligou para Sara na hora, zangado, quando viu que ela não lhe obedeceu.

— Um chefe da S.W.A.T. me ligou e disse que você se recusou a sair. Eu mandei você sair!!

— O atirador veio por uma porta lateral, pode ter deixado digitais. Peguei material com os fornecedores.

— Sara, o atirador ainda está no prédio! Olha, você já sobreviveu uma vez hoje, não abuse!!

— A S.W.A.T. liberou o local, tem policiais aqui, não tem a menor chance dele voltar.- Russell respirou fundo sem paciência. Oh mulher teimosa! — Eu posso ajudar, Russell. Por favor, quero fazer alguma coisa!

— Tá, tá. Está bem. Olha, toma cuidado e sai daí assim que puder.

— Pode deixar. Olha, eu falei com a Finn. O amigo dela está mal.

— Eu sei. A manutenção está aguardando. Vão tirar eles daí assim que for seguro.

Eles finalizaram a ligação e Russell entrou na sala da delegacia onde Ecklie estava. O xerife agradeceu por Russell tirar a filha dele de lá mesmo que ela não quisesse sair. Mas como ela estava usando o software que Mark estava vendendo, ela poderia ajudar a descobrir a identidade do atirador. E descobriu.

O caso foi seguindo, e enquanto Sara estava no hotel tentando ajudar, a S.W.A.T. pegava um cara em um dos andares de cima. Mas Ecklie pediu pra liberarem ele já que a descrição não batia com o que Sara tinha dito que o atirador era. O problema era que, não havia um atirador só, haviam dois. E o que Sara viu só tinha sido um deles. O loiro, que a S.W.A.T. acabou matando ao fazê-lo se render, era o que Morgan tinha identificado. Quando Sara soube quem era o loiro, um tal de Lask, e que ele queria se vingar de Snyder, foi até ela jogar em sua cara.

— Ele estava atrás de você! O atirador. Jeff Lask, lembra?- Sara parou na frente dela com toda a sua ira, camuflada com um pouco de classe. — E do Luke Riser? Ajudou a colocar esse filho da mãe de volta das ruas e ele assassinou a família do Lask!

— Se eu me lembro bem, a promotoria não tinha muitas provas contra Riser, e o que tinha, foi mal utilizado.- Jane respondeu.

— Não. Não, não. Eu falei com o laboratório de Dallas. O analista de DNA transpôs dois números num papel. Foi um erro simples, Jane!

— E alguém no laboratório deveria ter visto!

— O culpado foi solto por erro de digitação!!

— Foi um desleixo. Quem sabe que outros erros o laboratório cometeu.- sorriu.

Sara ficou pasma.

— Você se importava com a verdade.

— Ah, qual é, Sara! Não estamos mais do mesmo lado. Meu trabalho é encontrar falhas na ciência.

— E fazer um espetáculo pro júri, né?- Sara debochou e ela não gostou. — O Luke Riser estuprou e matou a mulher e a filha de cinco anos do Lask, cortou a garganta delas e jogou os corpos no lixo!!- Sara se exaltou. — Foi por isso que o Lask fez o que fez!! Onze pessoas estão mortas por culpa sua!!

— Eu não dei a arma pro Lask!- rebateu.

— Praticamente deu. Ele te mandou emails, estava ameaçando você há mais de um mês, e você não denunciou!

— Eu recebo ameaças o tempo todo. Novidade, Sara! Eu sou uma mulher de opiniões fortes, algumas pessoas…- apontou para Sara. —… não gostam de mim.

Sara balançou a cabeça em negativa.

— Nada disso teria acontecido se tivesse falado com a polícia, Jane. Por que não fala isso na sua coletiva de imprensa?

A nojenta perdeu os argumentos e deu as costas para Sara, indo embora.

Depois de fazer a megera ouvir poucas e boas, Sara recebeu uma mensagem anônima dizendo que tinha um corpo no 18° andar. Foi pra lá.

Realmente tinha um corpo lá. Sara a conhecia. Mas enquanto estava lá periciando, alguém a observava sem que ela percebesse.

A merda era a seguinte:

Os dois atiradores odiavam a polícia e decidiram, separadamente, ir até a conferência forense pra matar todos os criminalistas que lhe fizeram algum mal de alguma forma. Lask queira Snyder por deixar o assassino de sua esposa e filha solto, e Ballard, o segundo atirador, queria eliminar todos os CSI’s que tiveram acesso a seu caso. Ele era um investigador corrupto que foi preso por adulterar provas e queria matar todos que investigaram ele. Quem era um desses CSI’s sortudos? Sara.

Russell, Greg e Morgan descobriram isso quando estavam vendo a lista de investigadores que fizeram parte do caso Ballard, e viram a foto de Sara lá. Ligaram imediatamente pra ela.

Quando Sara recebeu a ligação, ela atendeu de costas pro lado do corredor que o cara estava, de modo que não o viu se aproximar. Ao ouvir o nome conhecido ao telefone, ela ficou confusa.

— Cliff Ballard? Mas ele está preso.

— Eu saí em agosto.- disse ele, bem atrás dela.

Sara gelou dos pés à cabeça, paralisou com o telefone na orelha e se virou lentamente para vê-lo lhe apontando uma arma com silenciador. Ele pediu pra passar o telefone e a arma dela.

Cautelosamente, ela fez o que ele mandou. Ouvindo isso do outro lado da linha, Russell, Greg e Morgan ligaram desesperados para a S.W.A.T. subir pro 18° andar para salvá-la antes que fosse tarde. 

— A mensagem mandando eu vir pra cá... veio de você né?- Sara mais uma vez estava apavorada. Claramente ela era um dos alvos e iria morrer ali, tendo o mesmo fim que a colega que estava no chão.

— Eu queria te pegar sozinha.

— Essa é Linda Gate. Ela fazia parte da equipe de revisão. Você a matou, não foi?

— Ela ajudou a me colocar na cadeia. Igual a você.- ele disse com ódio na voz e apontou melhor a arma.

— Não foi pessoal.- ela tentou apelar pros sentimentos. — Pediram pra gente checar o seu trabalho.

— Eu era um criminalista bom!

— Eu sei que era, Cliff, você fez um ótimo trabalho ao longo dos anos.

— Eu prendi estupradores e assassinos. Todos eram culpados! Mereceram o que aconteceu!

— Eu tenho certeza disso, mas…- ela tomou cuidado com a escolha de palavras. — Você alterou provas pra obter os resultados que queria.

— Eu não tive escolha.- a arma foi abaixando conforme ele se abria com ela. Sara analisava pra ver qual a melhor forma de tentar pegar a arma dele sem ser atingida. Conversando e distraindo era a forma mais fácil. — Os detetives vem atrás de você, querem coisas óbvias. Provas nem sempre são assim.

— É muita pressão, eu já estive nessa posição. A condenação depende de provas conclusivas, se você não tem o bastante… parece que fracassou.

Ele assentiu, com lágrimas nos olhos. Parecia que estava conseguindo domá-lo.

— Eu tinha que fazer alguma coisa.

— Eu entendo. É natural querer ajudar um caso, querer…- ela foi interrompida com a fúria dele pra cima dela.

— Não! Você não entende!- apontou a arma pra cara dela deixando-a em pânico olhando pra ela. — Se entendesse, não teria ajudado a me prender!!

— Cliff, espera!

— Me tratou como criminoso!- apontou a arma pra barriga dela e Sara até fechou os olhos por um instante sentindo que era a hora. — Destruiu a minha vida!- ele armou pra disparar e Sara olhou bem no fundo dos olhos furiosos dele.

Um tiro alto foi ouvido e Sara levou um susto. Não foi ela a baleada, foi ele. Cliff caiu nos seus pés, morto, e Sara ficou em choque olhando pro corpo dele no chão. Os homens da S.W.A.T. se aproximaram para checar os corpos e um deles foi até Sara perguntando se ela estava bem. Como ela não respondeu, ainda muito assustada, ele perguntou de novo estendendo a mão pra ela segurar.

Sara só então ouviu e respondeu que estava bem, agradecendo logo em seguida.

Enquanto a S.W.A.T. relatava no rádio o que tinha acontecido, Sara olhava mais uma vez para o corpo de Cliff e caía em si.

Quase tinha morrido!! Foi por meio segundo. Meio segundo! Soltou a respiração, um suspiro longo, abaixando a cabeça e passando as mãos pelos cabelos.

E pela quinta vez, em menos de dois anos, ela viu sua vida passar diante de seus olhos.

Estava tremendo, seu coração batia acelerado e ela teve que sentar um pouco no chão pra se acalmar.

Quando passou um pouco aquela sensação, um dos caras da S.W.A.T. a acompanhou até a viatura para ela ser tirada dali.

Sara foi direto para a delegacia dar seu depoimento. Foi com surpresa que Ecklie veio todo preocupado perguntando se ela estava bem. Não só ele, mas Russell, Greg, Nick, David, Robbins, também perguntaram quando ela chegou ao laboratório.

Só foi encontrar Morgan no locker quando estava se preparando pra ir embora. A loira estava sentada no banco, de frente para seu armário, tentando inutilmente tirar os resquícios de sangue seco da amiga que havia ficado em suas cutículas. Ela passava o pano com força e sua expressão era de pura tristeza.

Sara se sentiu mal ao vê-la tentar tirar aquela lembrança dos dedos e lhe estendeu peróxido de hidrogênio que tinha em seu armário. Seria mais fácil de tirar se ela passasse aquilo. Ela agradeceu.

— A gente sempre usa luva quando vai a uma cena de crime... Sabe, a gente... nunca está lá quando acontece...

— É...- Sara sentiu um nó na garganta. Ainda não tinha conseguido digerir tudo o que aconteceu nas últimas horas.

Morgan olhou pra ela e mais uma vez se surpreendeu com a capacidade de Sara em se manter firme mesmo depois de quase ter morrido. Ela estava ali, como se nada tivesse acontecido, como ficou depois do tiro de raspão, como ficou depois da bomba, como ficou depois do vírus! Mantendo a pose como se estivesse tudo bem, como se ela estivesse bem, mas não estava, ela só fingia estar.

— Você está bem?- perguntou num tom óbvio, tipo, como ela fazia aquilo? Nem tremendo estava, pelo menos não mais.

— Estou bem.- Sara garantiu, novamente com um nó na garganta. Parecia que tinha desaprendido a chorar depois que jurou nunca mais o fazer.

— O Ballard quase te matou! Se a S.W.A.T. não tivesse chegado...

— Mas chegou...- ela sorriu, ou forçou um sorriso, não lembrava o que era isso desde o tiroteio.

Morgan ficou pensativa, ela tinha pensado no pior. Aquele dia, aqueles momentos, iam ficar em sua mente por um bom tempo. Sara sentou ao lado dela e as duas ficaram em silêncio por alguns segundos. Sara o quebrou.

— A Finn ligou.- Morgan a olhou. — Ela disse que nós ainda temos aquela meda VIP.- sorriu. — O que acha? Dança... Tequila...- continuou sorrindo para que ela fizesse o mesmo e esquecesse pelo menos um pouco daquela tragédia toda.

— Tequila parece uma ótima ideia.- Morgan sorriu e logo em seguida a puxou para um abraço apertado.

Sara foi pega de surpresa, mas retribuiu o gesto com carinho.

— Fico feliz que não tenha se machucado.- comentou a morena depois de alguns segundos no abraço.

— Você estava lá pra me proteger.- Morgan respondeu fazendo o coração de Sara ficar quentinho.

Depois de um banho relaxante, as três se encontraram de novo em frente o hotel que já tinha sido liberado. E Sara comentou com elas antes de entrarem, fazendo as amigas darem risada:

— Olha, se alguma coisa acontecer, eu nunca mais saio com vocês!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sara passou por mais um susto, oh mulher que passa perrengue viu! Misericórdia!
Espero que tenham gostado das ceninhas acrescentadas e que comentem o que acharam, porque: sim, eu ainda preciso saber a opinião de vocês mesmo que esteja acabando, tá? :')
Até o próximo :')



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Story" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.