Love Story escrita por Fofura


Capítulo 180
Relacionamentos XXXIII - Estava Tudo Indo Bem… Ou Não


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
Não revisei, então desculpa se tiver erros de digitação kk :P



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— Eu não acreditooo!- Rayle gritou histérica. — Vocês se casaram em Paris???- Sara assentiu com um sorriso enorme ao ver a reação da amiga. — Que sonho, Sarita! Você viveu um conto de fadas!

— Isso se excluir os anos antes do namoro e os depois do divórcio né.- riu de nervoso.

— Ai nem me lembre dessas coisas!- a fotógrafa respondeu num misto de raiva, ódio, indignação, desapontamento, ranço, entre outros. — Só de pensar em tudo o que ele te fez passar...- Rayle tinha ficado full pistola quando Sara lhe relatou tudo o que aconteceu desde que perderam contato. — Eu juro, Sarita, que ele não teria feito essas merdas e te feito sofrer se eu ainda estivesse na sua vida. Sério, te garanto. No segundo "não" que ele te desse, eu já ia ligar pra ele "Oh seu bocó! Qual o seu problema?? Aceita que é louco por ela e se joga! Deixa de ser frouxo!!"

Sara gargalhou como não fazia já tinha um tempo. Que saudade que sentira disso.

Rayle continuou.

— "Você quer que ela desenhe o quanto ela quer esse teu corpo inteiro?? Nu, de preferência"- Sara continuou rindo com o jeito que ela falava. — Sério, Sara, que medo besta!

A morena tinha contado os motivos de Grissom ter feito tudo aquilo, todas as inseguranças e medos.

— Eu até entendi no começo, mas continuar tendo esse medo depois de tudo o que vocês viveram? Depois dele já estar cansado de saber o quanto você o ama independente de qualquer coisa? Sara, como ele pode duvidar do seu amor depois de tudo o que vocês passaram? É burrice terminar com tudo assim!- ela então parou e suspirou sorrindo. — Deu pra perceber que eu estou p da vida de novo né?- riu. — Ai não dá.

Sara também sorriu.

— É, Ray, eu me pergunto isso todos os dias. Eu sei que tive uma parcela de culpa no divórcio, mas... Podíamos ter resolvido de outro jeito.

— É, confesso que deixar Paris pra voltar pra Vegas não foi uma boa escolha, Sara. Mas Grissom teria ido pro Peru de qualquer forma, então vocês teriam vivido um casamento a distância mesmo assim. A menos que você fosse com ele...

— É... Talvez...- Sara suspirou. — Sinto tanta falta dele.- Rayle sorriu com tristeza. — Me sentia tão segura nos braços dele, tão amada, tão completa. Os carinhos dele, os beijos dele...

— Queria ter visto vocês dois juntos nesses momentos felizes.- Rayle continuou sorrindo com tristeza ao ouvir a amiga falar das coisas que sentia falta. — Eu não tinha dúvidas de que fosse acontecer. Vocês tinham uma química que eu nunca tinha visto antes, era incrível.

Sara sorriu com a mesma tristeza.

— Guarde minhas palavras, Sara. Se um dia eu reencontrar o Grissom, ele vai ouvir tanto sermão que vai chorar no banho quando chegar em casa.

Sara mais uma vez deu risada.

— Só você, Rayle!

— E não só isso, vai levar um bom tapa na fuça. Se você não deu, eu dou!

— Teria coragem de bater nele?- Sara perguntou surpresa.

— Você teria de bater no Renê, não teria?

— Claro!

— Pois então.- ela fez cara de durona. — Grissom que não esbarre comigo!

Sara sorriu só de imaginar a cena acontecendo.

Depois de mais de três horas conversando e contando exatamente TUDO o que já tinha acontecido com ela depois de 2002, incluindo suas quase mortes e também experiências sexuais, Sara pediu que Rayle desse mais detalhes da dela, como por exemplo, os amigos que ela mencionou que a ajudaram. Rayle disse que seus nomes eram Thomas e Jeremmy, que ela apelidou carinhosamente de Tom e Jerry. Eles foram fundamentais na jornada dela, e sem nenhum interesse envolvido já que ela disse que ambos eram gays.

Rayle contou que eles cuidaram dela quando ela se sentiu perdida e vulnerável, além de diverti-la todos os dias como ela fazia com Sara quando moravam juntas.

A morena desejou com todo o coração poder encontrar com eles para agradecer tudo o que fizeram pela "irmã".

— Depois que a Becca nasceu, o Jerry ficou meio sem tempo, muito atarefado, pois a carreira dele foi a primeira que decolou. Tom fez mais parte da nossa vida fisicamente. Até se mudou pra São Francisco também pra ficar perto da gente.

— Ele parece ser um amor.- Sara sorriu.

— É sim. Becca ama ele. E Jerry é uma figura, mil vezes mais engraçado que eu. Você tem que conhecê-los.

— Adoraria!- sorriu novamente.

~ ♥ ~

O tempo foi passando. Sara e Rayle se falavam todos os dias e isso ia fortalecendo a morena mais a cada dia. Já aparentava estar mais saudável, a pele menos pálida, a bochecha mais rosada e sem precisar de pó ou blush. A maquiagem que voltou a usar era a mesma de antigamente, batom, sombra e as vezes rímel. Ainda sofria de saudade do ex, mas pensava nisso pouquíssimas horas por dia.

A ideia de sua mãe de as vezes elas visitarem uma a outra de vez em quando não deu muito certo. O tempo e as recaídas de Laura não ajudavam muito. Mas Sara tentava cuidar dela o máximo que podia, d num resumo, estava tudo bem.

Seus amigos também aparentavam estar muito bem. Finn e Russell como sempre joviais, Greg e Morgan aos poucos se recuperando do choque, Nick estava pegando firme na academia e deixando a barba crescer (um pitel), e Jim tentava levar um dia de cada vez. Catherine também estava muito bem, inclusive estava planejando passar o natal com eles.

A ruiva não tinha contado a amiga que tinha feito a mesma coisa que Jim quando soube do divórcio e que Grissom quase desligou na cara dela pra não ouvir mais sermão. Catherine também não conseguia entender, principalmente depois de ter presenciado como ele ficou sem ela na primeira vez que ela partiu.

Sua vida no FBI não podia estar melhor, não se envolveu com ninguém depois de Vartann, só umas flertadas e noites sem compromisso, e Lindsay estava pensando em estudar perícia criminal, para a sua surpresa. Sara ficou empolgada, quando a ruiva contou.

Os casos que surgiam eram complicados e as vezes não eram, mas um em específico fez Sara voltar quatorze anos atrás quando investigou um caso que Catherine estava supervisionando no lugar de Grissom, e Ecklie tinha dado uma de insuportável como sempre, tomando o caso delas. Foi um dos primeiros grandes casos de Sara.

Como eram outros tempos e Ecklie era um novo homem, assim que surgiu um caso relacionado ao primeiro, ele deixou que Sara visse as evidências antigas. Ele até se desculpou por tirar o caso delas na época. Sara se surpreendeu.

Apesar de se envolver no caso novamente e ter que reviver tudo o que aconteceu quatorze anos atrás, ainda mais por ter passado muito tempo com a família de Darcy — a “vítima” da época —, Sara se sentia mais madura com seu emocional, sentia que mesmo se abalando conseguia controlar. Apesar de Russell dizer que ela ainda forçava a barra as vezes.

Com o fim do caso, no depósito de provas, Sara arquivava o caso junto com Greg e pensavam olhando pra maquete do cassino The Premiere que nunca chegou a ser construído.

— E apagam-se as luzes do The Premiere.

— Witten ainda pode construir.- comentou Sara.

— Não funcionaria, é muito inocente pra Las Vegas de hoje.

— E falando de outra época…- Sara pegou umas das caixas que continha o chapéu de dançarina que Greg colocou na cabeça quatorze anos atrás, quando Grissom e Catherine o pegaram dançando no corredor. Sorriu.

Greg ficou um pouco constrangido e riu: — Guarda isso, por favor.

Sara deu risada e guardou. Depois, olhou ao redor.

— Todas essas evidências… Todos estes anos…- ela ficou reflexiva. — Acha que já trabalhou o bastante?

— Está brincando? Eu estou só começando.

Trocaram um sorriso e saíram do local. Depois daquele caso, Sara ficou mais nostálgica que o normal e nem se deu conta que passou por uma das caixas que continha a mão de borracha de Paul Millander, onde especificamente só haviam assinaturas de duas pessoas, mesmo a equipe inteira tendo investigado o caso. Gil Grissom e Sara Sidle.

~ ♥ ~

Era quarta-feira, estava caindo um pé d’água em Las Vegas, uma tempestade muito, muito forte, com raios trovões e algumas quedas de energia. Mas mesmo com a chuva eles não deixavam de responder às cenas de crime que surgiam, e nesses dias de chuva, pra ser justo, cada um tinha a sua vez. Se um foi pra uma cena de crime na chuca uma vez, era a vez do outro ir. E o azarado da vez… foi Greg.

Sara soube que ele estava voltando da cena e ligou pra ele.

— Alô.

— Oi! Soube que já deixou a cena, bom trabalho. Será que pode comprar um lanche vegetariano pra mim lá no RJ?

— Pode ser, lá tem drive thru.- ele então ouviu a voz de sua donzela.

— Oi, é a Morgan.- ela não precisava nem dizer, ele sempre saberia. Mesmo tendo se corroído de ciumes na semana anterior quando Morgan teve que trabalhar com um dos caras do turno do dia, ainda era caidinho por ela. — Pode trazer um vegetariano pra mim também e um cheeseburguer pra Finn?

Greg sorriu.

— Tá, mas vão ficar me devendo.

Agradeceram e desligaram.

Sara estava com Morgan na sala de descanso assistindo ao noticiário que falava das enchentes já causadas pela chuva.

Henry chegou tirando o casaco e chacoalhando o corpo para se livrar do frio: — Uh, está feio lá fora!

— Não vou discordar…- Sara fez uma careta. Coitado.

— A gente não devia ter pedido pro Greg trazer comida.- Morgan também fez uma careta.

— Não, ele nada muito bem.- Sara caçoou. (kkkkkkkk eu amo essa cena)

— O Greg vai trazer comida?- Henry se animou. — Sopa seria bom, ah, ou chilli!

Russell chegou bem na hora e a luz falou.

— Bom, vocês vão ter que ficar longe da geladeira por enquanto.

— Ah, não seria a primeira vez.- Henry deu de ombros sorrindo.

— Eu sabia que era você!- Morgan semicerrou os olhos ao falar.

— Ok, ouçam… A polícia retirou um homem de um canal de inundação com um ferimento na cabeça, precisamos processá-lo. Tratem como crime até provarem o contrário.

— Quem é o próximo?

— Seria eu.- Sara levantou a contra-gosto. Depois de Greg, a próxima a investigar o caso que surgisse seria ela, Morgan seria depois. Nick estava de férias.

— Sinto muito.- disse a loira e Sara pegou o caso da mão de Russell se dirigindo ao hospital.

O homem que acharam no canal estava vivo e enquanto a equipe de emergência do hospital o atendia, disseram que por enquanto ela podia pegar a bolsa que estava com ele, pra procurar a identidade.

Sara a pegou, se afastou e quando abriu... bateu o desespero.

Era um bomba. E estava ativada. Qualquer movimento e iria tudo pelos ares.

Sara paralisou e entrou em pânico interno. Mandou que todos deixassem o hospital e que chamassem a equipe anti-bombas.

Enquanto esperava, sua vida passava diante de seus olhos, como aconteceu quando ela estava no deserto debaixo do carro. Foi agoniante.

E foi assim por longos vinte minutos, sem fazer um movimento sequer, nem respirar tão fundo. Foi alegria, mas ainda não alívio, que viu um membro do esquadrão entrar falando com a central verificando se o prédio tinha sido evacuado.

O homem parou diante de Sara que estava nitidamente tremendo de medo e perguntou como ela estava.

— Estou me segurando pra não espirrar.- respondeu ela. — Quase explodi nós dois.

— E ainda consegue fazer piada.- ele sorriu com o “senso de humor” dela.

— Não é piada.- ela disse, séria, suada, ainda travada no espirro.

Seu sorrisinho de canto de boca era irresistível, mas Sara não tinha tempo nem cabeça pra pensar nisso.

Sara estava tremendo realmente e ele precisava que ela se acalmasse, então deu instruções.

— Tabom… eu vou fazer o seguinte… vou deslizar minhas mãos embaixo da mochila. Eu tiro o peso dos seus braços…- Sara assentiu ainda tremendo. — É crucial você não fazer nada até eu mandar.- ele então sorriu com aquela cara de galanteador. — Ok?

— Eu não vou fazer nenhum movimento.- sua voz também estava meio trêmula e a forma como ela tremia e respirava era como se estivesse com muito frio.

Ele se preparou para deslizar as mãos como disse e continuou com um sorriso escondido, tentou fazê-la esquecer do perigo grave em que estava.

— Eu sou o Anthony.- se apresentou. (diliça)

— Sara.- ela sorriu tentando afastar o medo, mas sem sucesso.

— Está indo bem, Sara.- ele a tranquilizou e ela conseguiu conter um pouco a tremedeira. — Isso… Eu estou deslizando as mãos na mochila…- Sara sentiu o calor das mãos dele por baixo das suas mesmo estando de luvas. Anthony continuou as instruções. — Ok? Agora… Desça os braços devagar 15cm pra trás.- um trovão muito alto a fez se assustar e quase derrubar a mochila, ele a ajudou a segurar. — Tudo bem , tudo bem…- ele sorriu. — Presta atenção em mim…- Sara respirou fundo e se concentrou nele. — Agora, com os braços nessa posição vai indo devagar pra trás… até ficar livre.- e mais uma vez o sorrisinho estava lá.

A situação não era engraçada, mas ela parecia apavorada e ele ficaria feliz em salvá-la. Ela segurou a morte por vinte minutos, alguns segundos na presença dela não mataria.

Sara desviou o olhar dele pra bolsa e fez o que ele disse com muita cautela.

Anthony conseguiu livrá-la da bomba e foi se afastando devagar pra colocar a mesma num carrinho de aço de proteção. Mesmo livre, Sara permaneceu imóvel.

— Aguenta firme aí até eu levar isso lá fora.- disse ele. Informou a central pelo rádio que estava tirando a bomba do local, e antes que ele saísse, Sara comentou:

— Vou precisar dos fragmentos da bomba.

Anthony se virou pra ela.

— Entendido.- ele a olhou de cima abaixo ao dizer: — Você vai ter o que sobrar.

Sara sorriu ainda nervosa.

Anthony se foi e ela conseguiu finalmente respirar aliviada. Suas pernas estavam bambas e seu coração ainda acelerava. Desabou na maca do hospital e levou um susto quando ouviu a bomba explodir dentro da caixa de aço.

O que foi isso?? Que perrengue!!

Felizmente foi salva a tempo. Precisava agradecer seu herói sem capa.

Passou alguns poucos minutos enquanto ela tentava se recuperar e então ouviu a voz de Anthony.

— Hey.- ela o olhou. — Tudo bem aí?- ela assentiu com um sorriso tímido. — Já pode sair. Os médicos disseram que vão colocar os pacientes de volta pra dentro.

— Está bem.- ela sorriu de lado novamente. — Obrigada.

Ele sorriu de volta ainda de capacete, e foi embora dizendo que mandaria o que ela pediu ao laboratório se ela quisesse.

Hodges examinaria. Naquele momento ela precisava ficar no hospital com a vítima e descobrir quem ele era.

Quando o homem foi mandado para o quarto, Sara foi tentar checar a identidade. Brass chegou no quarto e ela estava como se nada tivesse acontecido.

— Ainda desacordado.- disse ela.

Como ela podia estar tão tranquila depois do que acabou de acontecer?

— Como é que você está, Sara?

— Meio abalada.- ela sorriu tentando não pensar. — Nada como… encarar o abismo por vinte minutos pra saber o que importa na vida.

Brass assentiu.

~ ♥ ~

Como não tinham conseguido identificar o cara, Sara voltou pro laboratório e encontrou Morgan na sala de evidências.

— Oi!

— Ai meu Deus!- Morgan respirou aliviada. — Ainda bem que você está inteira.

— Ainda bem mesmo.- sorriu.

— Tem um sanduba vegetariano pra você na geladeira.

— Valeu, eu… como assim que voltar meu apetite.- segurou o riso e fez biquinho. (ai que saudade!)

— Tá, pode comer depois, eu acho.- a loira também segurou o riso. Devia ter sido horrível pra ela e mesmo assim continuava de bom humor e tranquila como se não tivesse sido nada demais. Admirava muito a força dela.

Sara logo teve que voltar ao hospital, pois o desconhecido havia acordado.

Foi até lá, depois teve que voltar com o cara pro laboratório pra ele ser examinado por doutor Robbins. Inclusive o médico legista afirmou que não era a primeira vez que tinha uma pessoa viva na mesa dele. Assim que saiu de lá, ficou sabendo que Greg estava sendo investigado. Estavam remexendo em um dos seus primeiros casos e quem trabalhou junto com a mulher que veio “reabrir” o caso, foi Finlay. Durante todo o processo Julie tratou Greg com indiferença pra não comprometer o caso e se sentiu mal com isso.

Enquanto o processo estava rolando e Greg teve que ficar afastado, Sara foi vê-lo duas vezes. A primeira vez foi rápido, foi assim que ela descobriu. Precisava vê-lo com urgência pra saber como ele estava. O procurou por toda parte e o achou no locker, desolado.

— Soube que está no meio de uma revisão de defesa.- ela parou na porta.

— É… meio pesado.

— É um inferno. É a pior parte do trabalho.

— Só que eu não estou sendo acusado de cometer um erro, eu estou sendo acusado de plantar uma prova!

Sara abriu a boca surpresa.

— Olha… as provas vão aparecer, Greg, eu sei.

Greg suspirou e o celular dela tocou.

— Droga, eu tenho que ir. Eu te ligo mais tarde, tá?

Queria poder ficar com ele e lhe dar apoio, mas estava uma correria em seu caso. Esperava que ele entendesse. Mas mesmo correndo, ela se encontrou com ele uma segunda vez. Ele estava na sala de descanso, sentado, pensando.

Ela chegou uma caixa rosa de guloseimas.

— Fui no Tovin em Pahrump.

— O melhor baklava de Nevada.- disse ele.

— Comprei alguns pra você. E fiz o Tovin traduzir aquela misteriosa frase armênia. O cara estava dizendo “Pérola Real”.

— Parece o nome de uma stripper.

Sara riu.

— É, parece né?- ela então ficou um pouco mais séria. — Como você está?

— Apenas ansioso para que tudo isso acabe.

— Que loucura, né?- Sara se sentou de frente pra ele na mesa. — Tudo o que fazemos todos os dias é avaliado, mas… é diferente quando acontece na sua frente, no seu laboratório.

— Só queria conseguir me lembrar de mais detalhes.

— Greg, você trabalhou em centenas que casos depois desse, não tem como lembrar de tantos detalhes.

— Sim, mas os detalhes que eles encontraram não são nada bons. E se a Finlay e aquela especialista não me inocentarem, eu estou ferrado… eu estou acabado como CSI.

— Isso não vai acontecer.- ela garantiu. — Você não fez nada de errado, Greg, e se tem uma coisa que Grissom ensinou bem foi que as evidências nunca mentem. A verdade está escondida e elas vão achar.

— Ainda dói falar sobre ele?

Sara ficou estática e abaixou o olhar. Nem tinha percebido que tinha mencionado o nome dele.

“Se uma canção me lembrar, troque o CD,

Não ouça mais

Se um perfume me recordar, troque de marca

Não use mais [...]

Se algum lugar me lembrar, troque de rota

Não passe lá

Se um filme me recordar, troque o canal

É só desligar” ― Jorge e Mateus

— Desculpe. Não devia ter perguntado isso.

— Tudo bem.- Sara segurou as mãos dele por cima da mesa. — Vai dar tudo certo. Se elas não resolverem, eu mesma investigo.

Sara fez Greg rir e isso já valeu pra ela.

— Você é a melhor amiga do mundo… sabia disso?

Sara sorriu abertamente, levantou, deu a volta na mesa e o abraçou por trás.

~ ♥ ~

A morena achou a cena principal do crime, onde o cara havia escorregado e sido arrastado rio abaixo, mas precisava de uma ajuda especial.

Foi com alegria que o viu chegar e ir ao seu encontro. Era outra pessoa sem aquela roupa enorme de proteção. Estava com uniforme de macacão, mas mesmo assim dava pra ver nitidamente como era seu corpo e como ele tinha glúteos vantajosos. Agora Sara conseguis ver o quanto ele era forte e bonito.

— Oii!- seu sorriso branco lhe cumprimentou.

— Oi!!- ela retribuiu o sorriso.

— Como é que tá essa força?

— Bem.- ambos continuaram sorrindo um pro outro e começaram a andar lado a lado. — Obrigada por me salvar e… por aparecer.

— Imagina. Aproveito sempre que posso pra tirar aquele trambolho da minha roupa antibomba.

Sara riu.

— Eu queria a opinião de um expert em bombas sobre a atividade do suspeito.

— É sempre um prazer ajudar.- ele respondeu.

Eles conversaram um pouco sobre como a vítima teria entrado no canal, descobriram como com as “evidências” que acharam, e depois ficaram frente a frente.

— Pelos resíduos identificados, ele estava no setor de carga, e eu queria a sua ajuda pra estreitar o alvo.

Mais uma vez ele a olhou de cima a baixo rapidamente.

— Tá, vamos dar uma olhada.

— Valeu.- ela sorriu. Seu sorriso era mesmo galanteador.

Andaram um pouco até ficarem em cima de uma plataforma, sempre conversando sobre o caso, e quando tiveram que descer, Anthony foi primeiro a ajudando logo em seguida enquanto segurava sua mão. Sara agradeceu.

Encontraram onde a vítima provavelmente se cortou, pois havia sangue no arame, e Sara tirou uma amostra com o cotonete.

— É o momento perfeito pra testar meu novo instrumento de DNA.

— Você tem um laboratório móvel??- ele perguntou surpreso.

— No porta-malas do carro, o resultado sai rapidinho. Você quer ver?

Ele disse que sim e Sara o levou até a traseira de seu carro. Não seria nada mal se ela repetisse a cena que teve com Taylor encostada no carro né? Tratou de afastar esse pensamento. Os olhos também azuis dele lhe deixaram confusa.

Sara fez todo o processo enquanto Anthony observava fascinado. Pegou o resultado e a amostra não bateu.

— Incompatível.

— Ué, o sangue não é dele?

Mitch apareceu e disse que precisava avisá-la que o cara tinha morrido e que David iria buscar o corpo dele.

— Droga!- Sara lamentou.

— Pelo jeito você vai ter que voltar pra base.- ele sorriu.

Ela também: — Pois é. Quer carona?

— Não precisa, eu vou voltar pra minha base também, mas… te vejo por aí? Se precisar de um especialista de novo, é só chamar.- piscou.

— Claro.- mais uma vez ela sorriu. — A gente se vê… E obrigada de novo por estar lá. Eu estava apavorada.- ela riu de nervoso.

— Qualquer um estaria. Mas você é adorável, conseguiu até levar numa boa tudo isso.

— Agradeço o elogio.- ela corou um pouco e ele achou fofo.

— Não há de quê.- ele se aproximou, lhe deu um beijo na bochecha, se despediu e foi embora.

Sara sorriu boba e mais uma vez tratou de afastar pensamentos que a faziam misturar as coisas. Havia ganhado um novo amigo, só isso.

Seu coração já tinha dono e por mais que Anthony fosse um escândalo de bonito, ele só tinha feito o trabalho dele, apenas isso, sem segundas intenções. Pelo menos não ainda.

~ ♥ ~

Ao fim do turno, Sara encontrou com Finn na recepção.

— Oi! Falei com o Greg.

— Como ele está?- perguntou a loira.

— Olha… eu até entendo porque achou que tinha que tratá-lo como tratou, mas é duro ficar na situação dele.

— É, eu sei. Eu já fui investigada em Seattle e o Russell me tratou exatamente do mesmo jeito.- Sara ergueu as sobrancelhas chocada com a revelação. — Ainda não superei.- lamentou a loira que ainda ficava triste ao lembrar do que passou com Russell.

— Bom… o Greg está no vestiário.

Sara a incentivou a amiga a ir falar com ele. Greg não ia ficar com raiva dela se os dois tivessem uma conversa franca. E tudo se revolveu e ficou bem depois.

Sara se surpreendeu foi no fim do turno seguinte, quando estava de saída com Morgan e Finn, e Anthony a abordou na recepção.

— Oi Sara!- ele estava com aquele mesmo macacão de trabalho, parecia que também tinha acabado de sair.

— Ah, oi!- ela respondeu surpresa. — O que faz por aqui?- perguntou simpaticamente.

— Eu vim te convidar pra dar uma volta. Tomar um café, um sorvete, sei lá.- sorriu coçando a nuca.

Morgan e Finn se entreolharam, e Sara achou fofo esse desconcerto, afinal, ele era um homem bem direto e não parecia ter vergonha de cantar alguém. Não que esse fosse o caso.

— Eu adoraria.- Sara não quis recusar, precisava sair um pouco e ele já mostrou ser uma boa companhia. — Eu só tenho que ir em casa primeiro, você se importa?

— Não, claro que não. Te pego em uma hora então, pode ser?

— Claro, pode sim.

Sara passou o endereço e ele foi embora. Quando se virou, Morgan e Finlay estavam sorrindo com o canto dos lábios pra ela.

— O que foi?

— Um encontro!- Finn disse com a voz provocativa.

— Ele é um gato!- falou Morgan.

— Parem com isso.- ela riu. — Não é nada que vocês estão pensando.

— Foi ele que te salvou da bomba?

— Foi. Mas vai ser só um passeio entre amigos. Sosseguem.

— Ah, qual é, Sara! Vai deixar passar um cara desse?- Finn indignou-se sorrindo.

— Aliás, é uma boa oportunidade.

— Oportunidade de quê?- Sara indagou.

Morgan não respondeu e olhou para Finn que respondeu por ela.

— De esquecer o Grissom.- disse com cautela e pesar. Sabia que Sara tentava o máximo que conseguia, mas não dava certo.

Com o mesmo pesar, Sara respondeu como um lamento:

— Eu nunca vou esquecer o Grissom.

“Nunca imaginei que pudesse me sentir assim

Como se eu nunca tivesse visto o céu antes

Quero desaparecer num beijo seu

A cada dia eu te amo mais e mais

Ouça meu coração, pode ouvi-lo cantar?

Me dizendo para dar tudo a você

As estações podem mudar de inverno a primavera

Mas eu amo você até o fim dos tempos [...]

De repente o mundo parece um lugar tão perfeito

De repente se move com uma graça tão perfeita

De repente minha vida não parece um desperdício

Tudo gira em torno de você

E não há montanha tão alta, nem rio tão extenso

Cante esta canção e eu estarei ao seu lado

Nuvens de tempestades podem se formar

E estrelas podem colidir

Mas eu amo você até o fim dos tempos” — Moulin Rouge


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Notas finais do capítulo

Olha, não sei vocês, mas que saudade que eu tava da Rayle nessa história kkkkk ♥♥♥
Gente, o Anthony é um pitel né? Sara podia ter tirado uma casquinha.... mas será que tirou aqui? hihihih
Espero que digam o que estão achando. E se estão com saudade do Gil, ele vai aparecer em breve ;)
Abraço de urso :3



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