Love Story escrita por Fofura


Capítulo 170
Em Família


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! Atrasada e descarada shuahsaj tive que dividir esse capítulo pra variar shuahsa
Me empolguei em momentos fora dos episódios por isso ficou desse tamanho, demorei pra digitar essa pocilga hsausah e só a saída da Cath que vai estar aqui relacionado a episódio. Pois é, chegou a hora da nossa ruivinha também :(
Espero que gostem do capítulo ^^



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Enfim o tão esperado momento chegou um mês e meio depois: o natal, que cairia num fim de semana, sábado e domingo. Na sexta eles já estavam juntos em Las Vegas. Sara ajudou Abby a preparar a pequena mala e Grissom terminou a decoração da nova casa, enfim estava completa e linda. A estufa já estava com bastante plantas, a sala estava com todos os móveis, Gil até colocou um pequeno piano lá pra deixar mais bonito com um banquinho de veludo vermelho, as fotografias dos dois estavam por toda parte da sala e no quarto. Cozinha toda planejada em tons de marrom claro. Aliás todos os móveis eram em tons amarronzados, bem contemporâneo. O ambiente era leve e transmitia paz.

Abby adorou a nova casa, mas só ficaram lá na sexta, já que o plano era passar a data em Paris, na neve. Infelizmente e ironicamente, em Nevada não nevava.

Os quatro ― Gil, Sara, Abby e Hank ― chegaram em Paris pela manhã e… surpresa! Já estava nevando!

― Neve!- disse Abby entusiasmada olhando pela janela, mesmo tremendo de frio.

― Eu te disse que ia ver neve.- Sara sorriu. ― Mas tem que aguentar a temperatura baixa, e você não está acostumada.

― Não mesmo.- respondeu ela batendo o queixo e abraçando Sara pela cintura.

A morena riu e beijou o topo de sua cabeça loira coberta por uma touca.

Gil vinha atrás com Hank na coleira, que estava uma graça de roupinha por causa do frio.

― Eu não aguento ver essa coisa linda de roupinha e não apertar todinho!!!- disse a mamãe coruja agarrando o cão no meio da multidão que pegava as bagagens pra ir embora.

Grissom pegou as três e a caixinha de Hank, e Sara ficou com a tarefa de guiar as crias pra fora.

― Se aqui dentro está frio, imagina lá fora, se prepara.

Abby já agarrou ela e os quatro saíram.

Sara chamou um táxi e eles tibungaram.

Demorou um pouquinho pra chegar, mas logo estavam em casa. Gil já foi logo acender a lareira e Sara levou as coisas pros quartos com a ajuda de Abby. Já Hank correu pro sofá e lá ficou.

― Vem cá, garotão.- Gil o chamou pra ficar com ele um pouquinho perto do fogo. Hank desceu bem quietinho e deitou em seu colo. ― Que foi, hm?- Gil perguntou acariciando sua cabeça.

Hank já tinha uma idade um tanto avançada, era normal ficar cansado as vezes. Mas Gil sabia que não era cansaço.

― Amor!- Gil chamou a esposa. ― Vem cá!

― Estou indo!- ela gritou do quarto e logo desceu, com Abby ao seu lado. Elas riam de alguma coisa. ― Que foi, vida?

E mais uma vez Gil ficou com o coração quentinho ao ouvi-la chamá-lo assim.

― Você tem deixado o Hank sozinho muito tempo?

Sara estranhou a pergunta.

― Não, quando não está comigo em casa, está com a Vicky. Por quê?

― Não sei. Ele está estranho.

― Vou levá-lo no veterinário quando voltar. Talvez seja só a idade dele avançando.

― Hank já tem muito tempo de vida, eu tenho medo que mesmo ele sendo um cão saudável e bem cuidado, possa partir a qualquer momento.- lamentou abraçado ao cão.

― Não pensa nisso, Griss…- Sara agachou ao lado deles perto da lareira e acariciou os cabelos de Gil. ― Hank ainda vai ficar muito tempo com a gente.- beijou sua testa e também acariciou o cão. Hank foi direto pro colo dela e Sara sorriu.

Abby também foi fazer carinho nele e indagou.

― Quantos anos o Hank tem?

― Já tem uns onze.

― Nossa! Bastante!

― Pois é, mas não vamos antecipar as coisas.- Sara logo tratou de mudar de assunto, pois aquele era pra ser um momento em família feliz. ― Quem topa panquecas e um jogo de tabuleiro?

Gil e Abby gritaram juntos e depois riram.

Foram todos pra cozinha preparar as panquecas e nunca bagunçaram tanto. Hank até se animou e brincou com eles enquanto estavam lá.

Depois foram pra sala jogar banco imobiliário e ficaram horas jogando até alguém ganhar e falir os outros competidores. Abby ganhou dos dois arrancando uma grana enorme deles sempre que caíam em um de seus três hotéis. Gil e Sara ficaram impressionados. Tão impressionados que já era cinco da tarde e não tinham nem montado a árvore de natal.

― Meu Deus! Eu esqueci completamente.- disse Gil. ― Como assim um natal sem árvore??

Sara e Abby deram risada.

Levaram uns quarenta minutos pra montar e decorar, mais uma vez se divertindo muito enquanto o faziam.

― Se eu não lembrasse, a gente ia ficar sem ter onde pôr os presentes.

― Obrigado por sua boa memória, Abby.

Os três riram.

― Bom, tenho muitos planos pra nossa noite de natal, me acompanhem.

― Pra onde?- Abby perguntou e o casal riu.

― Não, me acompanhem no raciocínio.

― Ah tá.- riu.

― Ok, agora que a árvore está montada, podemos sair pra ver as luzes e atrações desse ano, se tiver, patinar e fazer bonecos de neve perto da torre. E em vez de comermos fora, podemos comer aqui enquanto assistimos alguma coisa ou jogamos outro jogo. E meia noite, se Abby aguentar, abrimos os presentes.

― Como assim se eu aguentar?

― Porque você dorme cedo.- Sara riu da cara dela ao perguntar. ― Nunca passa das onze.

― Ah é? Você vai ver, vou ficar acordada até as duas da manhã.

― Ah, eu duvido.

Grissom observava as duas, sorrindo.

― Abby, se a Sara dormir primeiro você pinta a cara dela com chantilly.

Abby deu risada com a cara de indignada de Sara por causa da ideia do marido.

― Feito!

― Hey! Dois contra um não vale.

Os três foram pro quarto se agasalhar pra sair na neve e mesmo sendo complicado de se locomover, eles se divertiram muito. Deixando Hank em casa, eles foram pra perto da torre, na beira do rio fazer os bonecos de neve. Sara fez um e Abby fez outro, Gil foi o juíz e decidiu qual ficou mais bonito.

― O Gil falou que o meu ficou mais bonito só porque eu sou criança né?

― Não, eu falei que o seu é melhor porque o da Sara está horrível.- ele respondeu.

― Gilbert!- lhe deu um murro no braço. ― Meu boneco não está horrível!

― Amor, se existisse um filme de terror na neve, ele certamente seria o monstro.

Abby soltou uma gargalhada tão gostosa que Sara perdoou a zoação do marido só por ouvir aquela delícia.

― Valeu a pena.

Eles fotografaram os bonecos e foram pra pista de patinação da Torre Eiffel patinar, pois lá havia uma no primeiro andar, a 57 metros de altura. Apesar de não ser tão grande, a vista era espetacular. Depois de cansarem bastante, caírem bastante, correrem e rirem bastante também, os três foram tentar ver as luzes do arco do triunfo e a rua de frente pra ele. Como estava nevando não tinha muita coisa pra ver, então foram rápido pra casa. Às 21h já estavam lá novamente.

― Abby deveria ter vindo quando estava sem neve. Hoje nem teve muita coisa por causa do frio.- Sara falou.

― É, mas pelo menos ela brincou na neve, não foi tão ruim.

― Foi ótimo!- disse ela. ― Eu amei brincar na neve, ainda mais com vocês.

― Aww!- Sara a agarrou e a encheu de beijos caindo no sofá. Abby riu.

― Sério, foi muito divertido.

― Que bom que se divertiu, princesa.- Grissom sorriu. ― Quem está com fome?

― Eu!! Quero pizza!- as duas gritaram juntas e riram disso.

― Então vai ser pizza.- Grissom sorriu mais uma vez e foi logo pegar o telefone, pois com aquele tempo ia demorar pra chegar.

Enquanto isso, pra tentar passar um pouco o frio, resolveram jogar mímica com temas aleatórios, e nunca riram tanto com as mímicas esquisitas de Sara e a timidez e enrolação de Grissom pra tentar fazê-las acertar. Uma hora depois a pizza chegou e animados eles correram com ela pra cozinha se servir. Hank continuava deitadinho perto da lareira pra se aquecer.

Depois de comerem a pizza inteira enquanto conversavam na sala, lá pras onze da noite, eles resolveram assistir um filme. Deitaram os três juntinhos no colchão que colocaram na sala em frente a lareira, bem enroladinhos e quentinhos, e assim ficaram. Tinham duvidado que Abby ficaria acordada e ela ficou, mas Sara também ficou… quem dormiu foi Grissom!

As duas se olharam e se seguraram pra não rir.

― Vai lá buscar o chantilly, corre.- Sara sussurrou rindo.

Abby levantou com cuidado e correu pra cozinha. Pegou o frasco de chantilly, chacoalhou e já perto de Grissom ela desenhou em sua cara. O tempo todo as duas rindo sem emitir som. A menina cobriu toda a barba dele e colocou também na palma de sua mão que estava pra fora do edredom. Sara fez cosquinha no rosto dele e Gil meteu a mão na cara.

Sara e Abby não conseguiram segurar a gargalhada e Grissom acordou no susto, com o rosto todo melado de chantilly.

― Dormiu né, Gil?- Abby deu a risadinha de porco ao perguntar.

― Ah não!- quando se deu conta da situação, também começou a rir.

O ex supervisor foi lavar o rosto e quando voltou, eles foram abrir os presentes, pois já tinha passado da meia noite, já era natal e Abby estava ansiosa.

Amaram os mimos, principalmente a menina, desejaram feliz natal e depois o sono venceu. Mas não tinha sentença de chantilly pra ninguém daquela vez.

Voltaram pra mesma posição de antes, enroladinhos e juntinhos, e assim os três dormiram, com Hank aos seus pés no colchão.

Já pela manhã, a neve havia diminuído, mas o frio continuava intenso, fazendo com que não quisessem sair nem pra brincar de guerra de bolas de neve em frente de casa.

Depois de tomar café, Abby ajudou Grissom na cozinha enquanto Sara fazia carinho em Hank no sofá.

Não demorou para Abby correr e abraçá-la por trás do móvel.

― Hey.- ela se assustou um pouco, mas gostou do abraço e retribuiu apertando seus braços.

― Amo você.

Sara sorriu e a fez dar a volta no sofá e sentar com ela e Hank, dizendo que também a amava. Abby sorriu e continuou em seu abraço.

Grissom mais uma vez observou as duas sorrindo. Amava suas meninas mais que tudo. Juntou-se a elas no sofá e Abby declarou que também amava ele, pegando-o de surpresa. Ficou todo sem graça ao retribuir o abraço dela e Sara sorriu com isso.

Sem dúvida, o melhor natal que já tiveram.

~ ♥ ~

Quase um mês depois tudo desandou e aconteceu muito rápido. Não na vida de Gil e Sara ― ainda ―, mas no laboratório. A vida de Catherine deu uma virada inesperada.

Já tinha um tempo que a ruiva estava pensando em deixar o CSI como Grissom fez e até conversou sobre isso com o mesmo. Propostas lhe foram feitas que a fizeram pensar muito sobre isso. E depois de toda a loucura envolvendo o FBI e uma amiga de infância, de Russell e ela desaparecerem sem deixar rastros, pois Catherine estava sendo perseguida e até levou um tiro na barriga depois de terem forjado sua demissão, fugindo pra lá e pra cá, depois de terminar com Vartann e todo esse rolo, a oportunidade apareceu e ela resolveu aceitar.

Depois de toda a preocupação com a cachinhos dourados naquela semana conturbada e agitada, a ruiva pediu para que todos se reunissem na sala de Russell usando o mesmo para fazer isso. Brass, Sara, Nick, Greg, Morgan, David, Robbins, Hodges e Henry chegaram lá totalmente confusos querendo saber o porquê daquela reunião de família, e depois de todos os acontecimentos, o inevitável foi dito.

― Afinal, o quê que houve?- o detetive foi o primeiro a perguntar.

Catherine então começou seu discurso.

― Eu só queria dizer… o quão brilhantes eu acho que todos vocês são. Vocês formam uma ótima equipe, eu respeito muito todos vocês, tanto como colegas quanto como amigos.- eles já começaram a estranhar “que porra é essa, Catherine? Despedida? Agora?”. ― Como todos sabem, foram feitas mudanças há alguns meses que… no começo me machucaram, mas que no final…- ela olhou para Russell e sorriu. ―… acabaram sendo ótimas. E Nick…- olhou para o texano que franziu o cenho estranhando aquilo tudo. ― Eu estava muito errada quando eu disse que foram 19 longos anos aqui, nesse laboratório, nessa cidade. A verdade é que…- sua voz embargou e ela já deu indícios de choro, seus olhos já encheram de lágrimas. ― Passou tudo muito rápido. Mas…- ela engoliu o choro e prosseguiu. ― Chega uma hora na vida em que sentimos necessidade de mudanças.

― Quer dizer o quê?- indagou o texano já imaginando o que seria.

― Que me ofereceram outro emprego, no FBI… E eu decidi aceitar.

― Quando?- perguntou Sara surpresa, também emocionada como a amiga.

― Na verdade, imediatamente. Eu… entreguei a minha demissão. A verdadeira, dessa vez.- sorriu de nervoso. ― Vocês são a minha família, por isso é que… essa é a decisão mais difícil que eu já tomei.- a voz voltou a embargar novamente e ela começou a chorar. ― Como eu posso deixar esse lugar? Como eu posso deixar todos vocês?- tentou respirar fundo e continuou. ― Mas vocês não só estão em boas mãos, como são uma equipe de criminalistas incríveis e nunca se esqueçam disso.

― Todos nós te amamos, Catherine.- disse Nick já chorando também. ― E mesmo que esteja saindo… você sempre vai estar aqui, sempre.- sem conseguir mais segurar as lágrimas, Catherine foi abraçá-lo. ― Nós te amamos.- ele repetiu.

― Também amo vocês.- ela respondeu soluçando, desfez o abraço com ele e abraçou Sara que estava do lado.

― Vai com tudo.- disse a morena a abraçando forte. Ela ia detonar no FBI, com certeza.

Depois a ruiva abraçou Greg, Morgan… e assim foi, um por um. Uma despedida emocionante, dolorosa, mas sabiam que ali começaria um novo ciclo e ela nunca ia perder o contato com eles. Estavam felizes por ela e sua nova fase.

Logo depois de jantar com Morgan e lhe passar uns conselhos, os mesmos que deu para Holly anos atrás ― esperando que a mesma história não se repetisse ―, Catherine ligou para seu melhor amigo e contou que estava feito.

Grissom não ficou surpreso, pois Sara lhe contou chorando logo depois da despedida. Iam todos sentir muita falta dela como sentiam dele.

~ ♥ ~

Os dias se passavam e cada vez mais sentiam falta da ruiva no laboratório, mas ela dizia que estava bem e sempre conseguia um tempinho pra falar com todos eles, principalmente Russell a quem pegou um carinho imenso.

Enfim… vida que segue.

E nada melhor pra esfriar a cabeça do que Sara viajar pra Paris e comemorar o terceiro aniversário de casamento, as bodas de trigo, com Gil. Precisava desse tempo pra descansar, e que companhia melhor pra isso do que seu belíssimo marido que tinha deixado a barba crescer de novo?!

― Ah! Que lindo!- ela elogiou assim que o abraçou no aeroporto.

Grissom riu.

― Como pode gostar mais da minha barba do que eu?!

― Você é o ser mais lindo desse mundo, já te disse isso?

Grissom ainda conseguia corar quando Sara o elogiava, não importava quanto tempo passasse.

Sara achava fofo demais quando isso acontecia. Adorava deixá-lo sem graça.

Ele lhe deu um beijo ao ver que ela sorria pelo que tinha acabado de causar.

Não deu pra levar Hank daquela vez, Sara pediu que Vicky ficasse com ele de novo. O cão não ficou triste em ficar longe de seus pais, afinal, estava sentindo falta da amiga.

― Vicky te mandou um abraço, disse que o Hank vai ficar bem.- comentou Sara após o beijo.

― Tenho certeza que vai.- ele sorriu e arrumou o cabelo dela atrás da orelha. ― Vamos pra casa? Estou cansado. É chegar e capotar.

― Ai, nem fala, estou um caco. Nada melhor do que dormir nos seus braços pra melhorar.

Grissom sorriu, lhe deu um selinho rápido, pegou a mochila dela e ambos foram pra casa.

Era quase onze da noite, Gil preparou uma omelete só pra não dormirem de estômago vazio e depois só subiram pro quarto, exaustos. Tomaram um banho relaxante na banheira e caíram na cama.

― Falei com a Cath, ela parece bem. A ficha ainda não caiu. É uma grande mudança. FBI é outra barra.- comentou Grissom. Teve uma longa conversa com a amiga, pra matar a saudade dos velhos tempos, sentindo-se feliz pela nova fase dela também.

― Mas ela arrasa em tudo o que faz. Não posso negar que vou sentir falta daquela ruiva insuportável.- sorriu ao lembrar das brigas que tinham antigamente.

― Vamos continuar mantendo contato. Ela vai colocar Los Angeles nos trilhos.

― Vai sim.

Gil suspirou.

― É… está tudo mudando. E nós que achávamos que seria pra sempre daquele jeito, que jamais nos separaríamos. A velha equipe do noturno já quase não existe mais.

― Ele está nostálgico!

Sorriram.

― Estou. Mas a vida é assim, dá voltas. Eu que achei que nunca me casaria, estou aqui.- a abraçou mais pela cintura e Sara sorriu. ― Cath que achava que nunca sairia de Vegas, que ia se aposentar no CSI, foi pro FBI. Você que achava que não teria um chefe mais estranho que eu… olha só!

Ambos deram risada.

― É, as mudanças até agora felizmente foram boas.

Sorriram e se aconchegaram mais nos braços um do outro pra dormirem um sono tranquilo. E quando acordaram, já era o grande dia.

A manhã não estava tão fria, um ar fresquinho circulava pelo quarto.

Sara acordou e percebeu que Gil ainda dormia. Expressão serena, respiração calma, com o rosto barbudo como ela gostava virado pra ela, e o braço repousado em sua cintura.

Tocou seu rosto com carinho e cautela para não despertá-lo e velou seu sono, como ele gostava de fazer com ela.

Três anos! Três anos que estava casada com ele! Três anos que se sentia totalmente completa, onde não precisava esconder o grande amor que sentia e o quanto ele a fazia feliz. Mesmo com a atual situação de viverem em países diferentes, a distância fazia com que tivesse mais certeza do amor que sentia por ele com a saudade que apertava, fazendo-a querer estar perto dele todos os dias.

O trabalho dele no Peru continuava a todo vapor e o dela em Vegas também, mesmo ele estando mais empolgado que ela. Sara amava o que fazia e ficava feliz em resolver crimes com seus amigos, mas com toda essa mudança de país, ela começou a se arrepender um pouco, não tinha como voltar atrás agora.

Mesmo assim, esforçava-se o máximo como sempre para aquele casamento à distância continuar dando certo como estava dando nos últimos dois anos. O amava mais que tudo e vê-lo feliz fazendo o que gostava e participando daquelas escavações, repetindo, era o que importava pra ela.

Seus pensamentos foram interrompidos pelo resmungo dele ao se mexer. Sara sorriu e continuou acariciando seu rosto.

Ao sentir seu toque macio, Grissom sorriu e abriu os olhos.

― Bom dia, meu amor.- ela sussurrou.

Aquilo era música para seus ouvidos. Sara lhe chamando de ‘meu amor’ era algo que ele nunca se cansava de ouvir, algo que ele achava surreal, impossível de acontecer, e agora era super comum.

― Bom dia, abelhinha.- respondeu no mesmo sussurro.

Outra coisa que ela também achava impossível acontecer, Gil chamá-la com apelidos assim, e ela amava.

― Feliz aniversário.- disse ela ainda com sua carícias, porém agora em seus sedosos cachos grisalhos quase brancos.

Grissom sorriu. Não aguentava olhar para aquela perfeição na terra olhando pra ele com todo amor do mundo, sentindo seu toque de fada, sem lhe dar um beijo, e foi o que fez. Tocou sua nuca suavemente e a puxou para um beijo com a mesma suavidade. O paraíso não era nada comparado àquela junção de lábios.

― Feliz aniversário.- ele respondeu com mais amor ainda no olhar.

Sara sorriu.

― Pronto pra fazer vários nadas hoje?

Grissom riu.

― Prontíssimo!

― A preguiça é grande, só quero ficar assim com você o dia inteiro.

― Eu também. Nada melhor do que passar o dia todo na cama com você.

Sorriram e trocaram um beijo.

― Escuta… Você sabe que eu tenho uma caixinha de lembranças né? Que eu guardo a maioria das coisas relacionadas a você nela.

― É mesmo?- perguntou surpreso.

― Espera, eu nunca te mostrei??

― Que eu me lembre, não.

― Eu trouxe ela pra gente relembrar de algumas coisas hoje. Vou te mostrar depois do café.

― Hm, estou curioso.

E depois do café, lá estavam eles, sentados no tapete macio da sala olhando a caixinha de Sara.

― Bom, fora os retratos, as flores e os livros, está tudo aqui. Coloquei só as coisas pequenas.

Grissom logo pegou a foto deles em São Francisco, a primeira coisa que viu quando ela abriu a caixa, e sorriu. Como cada um tinha uma cópia, a de Grissom ficava decorando a casa e a de Sara ficava guardadinha na caixa.

― Uma das melhores lembranças.

Sara também sorriu. Ia falar alguma coisa quando Grissom falou com surpresa na voz ao pegar algo da caixa.

― Ah, não acredito que guardou o galho daquele casulo!

Sara deu risada.

― Guardei, não dava pra guardar a borboleta.

Grissom também riu.

― Meu Deus!

― Guardei até a fita daquela rosa branca que me mandou, olha.- pegou a fita juntamente com o pequeno bilhete. ― O bilhete também.

― Ah, depois do que o Hank fez com você né?- Sara assentiu. ― Juro que estava rezando pra não esbarrar com aquele canalha, caso contrário ele ia sentir meu punho.- fingiu uma pose de durão que não tinha.

― Não teria coragem de bater nele, Griss, você era muito seguidor de regras, não se envolvia em brigas.

― Mas bem que ele merecia.

― É, merecia, mas esquece isso. Ah!- ela se lembrou. ― Eu achei outro bilhete esses dias nas minhas coisas e coloquei aqui, mas esse você ainda não conhece.- Gil ficou intrigado e levantou uma sobrancelha. ― Lembra daquela planta que me deu como pedido de desculpas junto com isso aqui?- ela pegou o pequeno cartão escrito “De Grissom” e mostrou a ele que sorriu com a lembrança. Catherine estava lá quando ele se enrolou todo no telefone ao fazer o pedido.

― Lembro.

― Eu tinha escrito um bilhete pra te enviar como resposta e desisti, acabei por enviar a mensagem mesmo. Aqui.- entregou a ele o pequeno papel.

Grissom pegou, abriu e leu.

“Viver assim tão perto e tão distante de mim... Às vezes vejo que vem, às vezes vejo que vai. É uma coisa tão estranha. Sabe... Se pudesse eu te prendia em mim e nunca soltaria. Mas eu vou esperar amanhecer... de novo, outra chance... E dividir meus sonhos com você, no tempo certo para acontecer.”

― Nossa! Que lindo! Por que não mandou? Sempre falava tudo na lata.- sorriu.

― Ah, não achei apropriado no momento. E você também não saberia como agir se lesse, então deixei pra lá.

― Nem vou contestar, porque é verdade. Imagina eu recebendo isso naquele tempo.

― “Não sei o que fazer sobre isso, Sara”- ela repetiu a fala revirando os olhos e Grissom riu a abraçando e beijando sua bochecha.

― Por falar em bilhetes, lembro de um que eu achei em minha mesa uma vez. Tenho ele guardado em algum lugar. Na época, eu achei que o Jim tinha escrito ele, mas quando você me questionou quem era a mulher que eu me referi no interrogatório, passei a achar que foi você.- Sara sorriu ao se lembrar do tal bilhete, era uma frase de Shakespeare. ― Foi você, não foi?

― “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”.

Ouvi-la repetir as palavras o fez ter certeza. Só podia ter sido ela mesmo.

― Você é incrível, sabia?

Sara sorriu e lhe deu um beijo.

― O que mais você tem aí?- ele voltou a olhar pra caixa curioso.

― Os votos de casamento… a carta que você escreveu e não me enviou… as caixinhas das alianças e anel de noivado… a bolinha de gude… Fora as lembranças que não cabem numa caixinha. A nossa árvore, por exemplo. Tenho só uma foto dela aqui.

A foto era linda, não tinha como ver suas iniciais por estar longe demais, mas a vista de Vegas era inconfundível com o pôr do sol de fundo.

― Uau! Quando tirou essa foto? Ela está linda.

― Tem umas semanas, no dia que fui lá sozinha depois do turno.

― Mês que vem eu vou pra lá pra gente matar a saudade dela juntos.- Sara sorriu. ― Estou impressionado, honey. É uma linda caixinha.

― Pego ela e fico olhando o conteúdo quando a saudade aperta.

Grissom sorriu com o canto dos lábios, chegou pertinho e tocou sua boca na dela com suavidade.

― Te amo.- murmurou fazendo-a sorrir. ― Já tem um tempo que não digo isso né?

Sara continuou com o sorriso nos lábios.

― Você diz isso sempre que olha pra mim.

Ele também colocou um sorriso bobo no rosto e lhe deu mais um beijinho.

Recordar é viver, e eles passaram quase o dia todo relembrando todos os momentos que já viveram e compartilharam juntos, as conversas e algumas risadas rolaram soltas, beijos também. Aproveitaram bastante aquele dia, mesmo sem ter ideia de que aquele seria o último aniversário que comemorariam juntos.

Se despediram no aeroporto na tarde do dia seguinte, o voo de Gil era primeiro que o dela. A cada despedida ia ficando mais difícil, e eles contavam os dias pro próximo mês chegar logo.

“Quando você vai embora eu conto os passos que você dá

[...] Quando você vai embora

Os pedaços do meu coração sentem a sua falta

Quando você vai embora

O rosto que eu conheci também me faz falta

Quando você vai embora [...]

Eu sinto sua falta” ― Avril Lavigne


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Notas finais do capítulo

Ai que dor no coração, sinto dizer que o próximo capítulo será o último felizinho e fofinho, já adiantando pra vocês se prepararem psicologicamente :')
Me digam o que acharam do capítulo, tá? Devo confessar que Sara e Abby colocando chantilly no Gil dormindo foi uma das melhores coisas que já imaginei sahushaj ♥ amo uma família ♥
Quem lembrava desse bilhete que a Sara não enviou pra ele? Finalmente ela mostrou né kkkk
Abraço de urso e até o próximo :3



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