Love Story escrita por Fofura


Capítulo 101
Mortos Não Falam Por Si




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Las Vegas estava cheio de casos pro CSI naquele dia. Quatro ao todo: uma vítima que se afogou e foi encontrada em um elevador, o caso foi investigado por Catherine; uma mulher que caiu de um rochedo íngreme, o caso foi investigado por Warrick, Sophia e Greg; um soldado foi apunhalado depois de voltar da guerra no Iraque, o caso foi investigado por Nick; e duas vítimas do massacre de uma serra elétrica que foi investigado por Grissom e Sara, que é o que nos interessa.

— O clima quente, a lua cheia, pessoas demais se mudando para Vegas por N motivos. O pessoal daqui está inquieto. - disse Brass enquanto caminhavam até o local com eles. _ A cena é na garagem.

Viram vômito no chão e Sara riu fazendo careta.

— Isso não é um bom sinal!

— Bacon e ovos? - Gil perguntou.

— Bem, não se preocupem com isso. Foi o garoto que entrega água, deixou o café da manhã dele aí e perdeu a garrafa de água. Ele disse que a casa era de um sujeito chamado Lou Beltran.

— Uma das vítimas? - perguntou Gil.

— Ele não soube dizer... A porta foi arrombada.

Sara empurrou a porta e a cena que viram foi terrível. Dois homens foram mortos por uma serra elétrica e o lugar estava uma bagunça. Vários móveis destruídos e quase tudo coberto de sangue.

— Achei que isso só acontecesse nos filmes. - comentou a morena em choque.

— A vida imita a arte.

— Bom...- pigarreou. _ Vamos vestir os macacões e começar.

— Você está bem?

— Estou, é que... Isso é assustador. Estamos lidando com o que? O massacre da serra elétrica? - perguntou num tom divertido.

Ele sorriu.

— Espero que não.

Colocaram os macacões e começaram a trabalhar. Gil pegou uma escada para poder fotografar melhor o teto que tinha dois grandes borrifos de sangue, provavelmente um de cada vítima.

Quando terminou de fotografar, olhou pra ela de cima a baixo que passava pó para digitais na porta e, pediu que ela expusesse sua teoria.

— Muito bem, você primeiro.

— Tudo bem. Porta arrombada, uma serra elétrica com sangue e dois corpos. - observou antes de tudo. _ Alguém invadiu o lugar, cortou os dois homens, deixou a arma do crime e foi embora.

— E toda essa bagunça? Os móveis, os eletrodomésticos...?

— Parte dos móveis parece nova, parte deles está cortada, o restante não. Talvez... eles estivessem cortando quando o assaltante chegou.

— Uma teoria viável até agora.

Sara se abaixou pra fazer umas anotações e lembrou-se de uma coisa.

— Sabe o que isso me faz lembrar? De quando nos conhecemos em São Francisco...- ele a olhou. _... na sua palestra sobre Duplo Assassinato em Garagem. Eu tinha ouvido que você era um monótono como palestrante, mas não se pode confiar na primeira impressão.

Gil não disse nada e ela tentou amenizar o clima.

— Aquele era... o assunto da palestra.

— Acho que eu disse que as primeiras impressões são cruciais, mas se as provas mudam, a teoria também muda.

— Exatamente. - sorriu.

— Oi. - Jim apareceu na porta. _ Alguma identificação?

— Continuamos trabalhando para isso. - disse Gil apontando para o lugar.

— Estou meio emperrado. Até que eu sabia quem eles eram, por isso... Sara me faz um favor, me dê a carteira daquele sujeito.

— Claro.

Sara pegou a carteira no bolso do cara e entregou a Jim.

— Obrigado. - Jim abriu e viu a identidade. _ Esse sujeito não mora aqui, ele é Ray Gaynor, mora algumas casa a baixo.

— Talvez o outro seja Lou. - disse Sara.

— Eu não sei, mas aposto meu braço direito que aquele braço esquerdo é dele.- riu.

Gil e Sara sorriram.

— Eu vou ver se a esposa dele sabe como usar uma serra elétrica.

— Certo.

Gil e Sara terminaram de analisar a cena, e ele foi até o necrotério enquanto ela analisava a serra no laboratório.

Doutor Robbins disse que se ele fosse atacado pela serra. Normalmente o ferimento seria descendente, mas não era o caso do ferimento da vítima, pois era ascendente.

— Então o que? Teria sido atacado por trás? É estranho. - comentou Grissom.

— Muito. - concordou o legista. _ Mas deve ter outra explicação.

— Vou atrás da Sara. Obrigado doutor.

— De nada.

Gil a encontrou na garagem, assim que ela sentiu sua presença falou com ele.

— Adivinha de quem é a serra.

Gil se aproximou para olhar, ela ainda limpava a serra, mas já dava pra ver nitidamente o nome.

— Ray Gaynor, o vizinho.

— Também encontrei pedaços de madeira e raspas de metal do lado de dentro, que batem com os móveis e aparelhos domésticos. Os dentes da corrente estão gastos, provavelmente por tê-los cortado.

— Bom, vamos recriar a cena.

Depois de falarem com Brass, foram até a garagem.

...

— Onde quer que eu coloque? - Sara perguntou querendo saber onde colocar o boneco.

— Coloque sob os borrifos de Lou Beltran, e prenda-os aí.

Espirraram tinta azul numa espuma, o lugar onde iam pôr a serra pra testar os ferimentos.

Grissom ligou a serra e passou na espuma. Os borrifos azuis não batiam com os vermelhos do sangue.

— A tinta azul não está alinhada com a vermelha. - disse Sara.

— O corpo está na posição correta, mas não no ângulo certo.

— O que poderia ter alterado o ângulo?

— Eu não sei, mas é muito difícil tentar alinhar essa coisa. - fez careta tentando alinhar a serra.

Sara sacou o que estava errado.

— Ah, espera aí... E se você fizesse isso... trocando as mãos assim.- pegou a serra das mãos dele e ligou a mesma.

As tintas se alinharam perfeitamente.

— O assassino de Ray Gaynor era canhoto.

— Lou Beltran usava o relógio no pulso direito. Eu aposto que ele era canhoto. - Gil se lembrou, viu a marca quando foi ao legista.

— Então... Lou poderia ter matado Ray e cortado seu braço. Mas quem matou Lou?

— O doutor Robbins disse que os cortes no corpo de Lou foram feitos quando a serra estava se movimentando para cima.

— Se eu atacasse você...- sorriu e apontou a serra pra ele que arregalou os olhos. _ ... a serra estaria indo pra baixo se segurada normalmente e por uma pessoa canhota ou destra.

— Significa que a parte de cima da serra teria que estar de frente pra ele.

— Bom, é o seguinte... Se o Lou estivesse segurando a serra... A serra estava gasta por cortar as coisas da esposa dele. A esposa disse ao Brass que ele não era habilidoso.

— Um operador canhoto e inexperiente, e com uma serra gasta, sem dúvida aumenta os riscos de ferimento.

Sara concluiu o raciocínio:

— Ela recuou.

— Caso resolvido. - sorriu para ela.

— Caramba, que má sorte. - ela comentou.

— Mas vamos combinar, se ele não sabia mexer com a serra, por que foi inventar de arriscar?

— Raiva da esposa. Queria cortar as coisas dela e acabou se cortando.

— Ter esses sentimentos sempre acaba mal.

— Pois é ...- ela concordou. _ Vamos escrever os relatórios? Estou doida pra ir pra casa.

Grissom sorriu e assentiu.

...

Assim que saíram do laboratório, Gil e Sara foram pra casa, comeram alguma coisa e resolveram ir pra montanha. Pegaram um tabuleiro de xadrez de madeira que Grissom tinha, as peças ficavam dentro de um saquinho. Pegaram também agasalho, pois poderia esfriar quando estivessem voltando.

O caminho foi divertido, Sara contava as “aventuras” dela com Rayle em Modesto quando eram crianças. Foram até a metade com o carro como sempre e subiram a pé de mãos dadas. Gil levava o tabuleiro e Sara as peças.

— Eu fico com dó de ver a árvore machucada, Griss. - Sara comentou passando os dedos pelas marcas que ele havia feito nela com suas iniciais. _ Mas confesso que é lindo ver que é um cantinho só nosso gravado.

— Acha que ela se importaria? Afinal, sempre dá amor a ela quando vem aqui. - disse ele colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

— Eu não sei. - ela respondeu. _ Talvez sim, talvez não. O fato é que me importo com elas. - sorriu.

— Eu sei. - retribuiu o sorriso. _ Vamos jogar?

— Vamos! Você vai perder feio! - ela brincou.

— Haha! Até parece! - sentaram-se um de frente para o outro com o tabuleiro no meio deles. _ Você sabe com quem está falando, meu bem?

— Ai. “Meu bem” não. - ela fez uma careta engraçada que o fez rir.

— Por que não?

— Hank me chamava assim.

— Arrrg!

Agora Sara quem riu.

— Eu quero as peças pretas.

Gil jogou todas as peças no tabuleiro e os dois foram arrumando em seus devidos lugares.

Enquanto moviam suas peças, Sara resolveu tocar em um assunto que não tinha nada a ver com xadrez.

— Sabe que eu me lembrei de uma coisas esses dias...?

— É? Do que? - ele deu uma breve olhava pra ela e voltou a olhar pro jogo.

— Aquele caso de anos atrás que você falou em linguagem de sinais.

— Ah sim, o caso de Bryan Clemonds. - recordou-se.

— Esse mesmo.

— Oque que tem?

— Não vai mesmo me dizer onde aprendeu sinais?

Grissom sorriu.

— Vou. - fez uma breve pausa e continuou. _ Aprendi com a minha mãe. - Gil a olhou em seguida.

Ao olhar nos olhos dele, Sara entendeu.

— Sua mãe é surda?

— É.- ele respondeu. _ E eu quase fiquei também. Se eu não tivesse feito a cirurgia...

— Cirurgia? - perguntou ela surpresa, meio em choque.

— Pensei que soubesse.

— Não. - disse ela. _ Quando você fez?

— Um pouco depois do laboratório ter explodido. Achei que Catherine tivesse contado pra vocês.

— Cath sabia?

— Sabia. Ela foi me visitar no dia, pra me desejar boa sorte.

— Griss, por que não me disse? Eu teria ido também. - disse um pouco triste.

— Desculpa, amor, eu não queria que ninguém soubesse. - na verdade, ele não queria que Sara ficasse sabendo, pois achava que ela desistiria dele caso isso acontecesse. _ Mas Catherine eu tive que avisar, porque ela seguiu na investigação sozinha.

— Só ela sabia?

— Não. Albert também sabia. Eu fui pedir que ele desse uma olhada antes de marcar a cirurgia, já que ele é médico...

— Eu não fazia ideia...- ela ficou um pouco decepcionada por ele não ter dito a ela sobre seu problema, ela teria ficado do lado dele.

— Você já presenciou...- ele comentou com uma expressão meio de tristeza também. Não gostava de lembrar daquele dia.

— Já? - ela não se recordava. Ele assentiu. _ Quando?

— Você ainda estava chateada comigo porque eu recusei seu pedido pra jantar... Estávamos na minha sala, falando sobre o caso. Você me falou sobre os resultados e eu não respondi.

— Ah! - ela lembrou. _ Eu lembro. Você ficou olhando pra mim de um jeito estranho, parecia que não conseguia me ouvir e ...- só então ela percebeu. Grissom abaixou um pouco a cabeça e olhou pra ela. _ Você não conseguia me ouvir?

Ele balançou a cabeça negando.

— Eu achei que estivesse passando mal.- ela disse sentindo-se mal também. Ela devia ter percebido.

— Foi umas das piores sensações que já senti. Você falava e nada saia da sua boca. - Sara ouvia ele dizer com dor no coração. _ Foi horrível não poder ouvir sua voz, Sara.

— Oh meu amor...- Sara afastou o tabuleiro e o fez apoiar a cabeça em seu peito, abraçando-o e apoiando uma das mãos em seu cabelo, acariciando ao fazer isso. Depois de alguns segundos ela perguntou: _ Por que não me contou?

Grissom suspirou.

— Tive medo de perder você.

— Me perder? - ela ficou confusa e se afastou um pouco para olhá-lo nos olhos. _ Por que me perderia?

Novamente ele suspirou, olhou pro horizonte por um instante e voltou seu olhar pra morena que aquecia seu coração.

— Sara... e se eu não fizesse a cirurgia...? E se eu... tivesse ficado...- não disse a última palavra e já passou pra próxima frase. _ Iria desistir de mim, não iria?

Sara suspirou sorrindo fracamente.

— Eu nunca irei desistir de você, Griss. - afirmou. _ Eu te amo, seu cabeça dura. - ele sorriu discretamente. _ De qualquer jeito. - disse acariciando seu rosto sem barba.

Céus! Quem havia enviado aquele anjo pra ele? Seria eternamente grato por isso. Como amava aquela mulher!

— O que eu fiz? - ele acariciou a mão dela que estava em seu rosto.

— Como assim? - perguntou confusa.

— O que eu fiz pra merecer você?

Sara então sorriu com aquela pergunta e acariciou seu rosto mais uma vez.

— Você me deu amor, Griss. Me deu uma família também, me deu a história de amor que eu jamais achei que fosse viver. - ela lembrou dos amigos que fez desde que chegou e do quanto estava sendo feliz mesmo o relacionamento sendo segredo. _ Foi "só" isso que você fez, você me amou. Me amou de verdade.

Não contendo a emoção, Grissom se aproximou de seu rosto e beijou os lábios que sempre sonhou em beijar e agora podia sempre que quisesse. Sara era o seu anjo e sempre seria, sempre a amaria.

Jogaram uma partida de xadrez que Grissom venceu – como sempre – e em seguida deixaram o jogo de lado, sentando abraçados e encostados na árvore. Grissom com as costas no tronco e Sara entre as pernas dele com as costas em seu peito. Gil de vez em quando beijava sua bochecha, seu ombro ou seu pescoço enquanto apreciavam a paisagem. Aquele era um cantinho só deles, onde podiam ir pra ficarem juntos sem se preocupar com os outros, onde podiam trocar juras de amor e apreciar o som dos pássaros e do vento, onde podiam ficar só os três ali, eles e o amor.

“Eu não quero perder um sorriso

Eu não quero perder um beijo

Eu só quero estar com você

Mesmo aqui com você, apenas isso

Eu só quero te abraçar

Eu sinto o teu coração tão perto do meu

E só ficar aqui neste momento

Para todo o fim do tempo” ― Aerosmith


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Notas finais do capítulo

EU TÔ MORRENDO DE AMORES AAAAAA
Desculpa, eu achei muito fofo esse fim de capítulo *-* Eu amo esses dois! ♥
Me digam o que acharam, tabom? Estarei esperando os reviews de vocês ♥
Abraço de urso :3



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