Inimigos de Sangue escrita por Ana-Carolina, HannahHell


Capítulo 4
Capítulo 4




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Atravessar a mata estava sendo difícil; arbustos fechados, trilhas indefinidas tudo somado com andar sem chamar atenção fazia que as duplas tivessem tendo um pouco de dificuldade, algumas mais que outras, mas mesmo assim não estava sendo algo fácil.

 

Lisa tentava de todas as maneiras acompanhar os passos rápidos de Jack, mas uma garotas de quase um metro e setenta não conseguiria acompanhar um adulto de um metro e noventa que ainda estava andando rápido.

 

-Jack, espera - ela pediu enquanto pulava um arbusto alto e deu uma corridinha para o alcançar.

 

-Venha – ele estendeu a mão e ela a segurou e recomeçaram a caminhar.

 

-Jack, aquilo é uma árvore caída? – ela perguntou apontando para o grande tronco estirado no chão. Era um pedaço de madeira gigante que  nem mesmo Jack conseguiria escalar. Com toda certeza isso não significava nada bom.

 

-É sim, nós vamos o escalar – Jack explicou.

 

-Que bom - ela deu um sorrisinho forçado, mas na verdade estava muito, mas muito desgostosa com a idéia.

 

Vários metros à esquerda Rick cortava as folhas e arbustos em seu caminho com sua espada e Isa desviava das coIsas que caíam no chão bem na sua frente praticamente pedindo para que ela tropeçasse.

 

-Rick, fazer isso não é denunciar nossa presença?-ela perguntou enquanto tirava as folhas do seu cabelo.

 

-Que nada, aposto que os demônios estão bem mais para frente – ele contou – além do mais estamos indo pelo caminho que tem mais indícios de presença humana, o que quer dizer que por enquanto estamos seguros.

 

-Desde quando você é tão inteligente? – Ela fingiu surpresa.

 

-Eu tenho meus momentos.

 

-Ai, ai Rick, você não muda nunca – ela comentou rolando os olhos – e eu falo isso como algo ruim.

 

-Eu também te amo maninha.

 

Mais à esquerda, vários metros, Zack e Dan passavam sem ligar para o que pIsava, amassavam ou empurravam.

 

Alias, Daniel parecia sentir um certo prazer doentio de chutar a maior parte de coIsas que ele encontrasse ao alcance do seu pé e que pudessem ser chutadas sem causar grande dor. Sua cara era a de alguém que estava absorto em pensamentos com alguém que está muito bravo. E com toda certeza Zack se segurava para não rolar de rir.

 

-A Lisa não sabe andar na mata – Dan começou como se sentisse necessidade de verbaLisar o que passava na sua cabeça – você tem de abrir o caminho se não ela fica para trás, aposto que estão tendo problemas.

 

-Dan, eu também não estou feliz, quero ficar com minha parceira também,mas isso não é razão para ficar reclamando toda hora – Zack bronqueou – se você continuar eu vou achar que você além de estar morrendo de ciúmes está apaixonado por ela.

 

-Cala a boca – Dan virou de costas para o amigo e continuou seu caminho – não diga bobagens, Zack.

 

-Só vou dizer isso uma vez: Negação é apenas o primeiro estágio  - Zack avisou com ar de sabedoria.

 

Dan fingiu que ignorou o amigo e continuaram a andar por mais um tempo sem dizer uma única palavra, até que Daniel sentiu a necessidade de se pronunciar novamente.

 

-Mas, se eu juro que depois dessa missão, esse Jack vai levar uma surra – prometeu fechando os punhos e os balançando no ar.

 

-Mas já está passando para a raiva? – Zack ergueu uma sobrancelha, mas ao ver a cara de negação de Daniel mudou de idéia – ainda está na negação.

 

 

 

 

Os garotos foram os primeiros a chegar ao ponto marcado para pararem e descansarem. Arrumaram rapidamente o acampamento com a experiência e praticidade que os anos de prática em montar o acampamento para as garotas forneceram. Ligaram para Isa e Lisa para avisarem que já chegaram.

 

Daniel se sentou enquanto Zack montou uma fogueira e começou a  tentar acendê-la atritando duas pedras.

 

-Não é algo muito relevante agora, mas eu gosto muito mais de acampar, quando é com a Lisa.

 

-Dan, cala a boca ou essas pedras vão te calar – Zack ameaçou.

 

Ficaram algum tempo em silêncio, mas Daniel não conseguiu se conter – você acha que isso vai dar mesmo certo?

 

-É um plano das garotas, do Jack e do Rick, se não der certo, não sei mais o que dá – Dan respondeu – mesmo sendo atacvados ao mesmo tempo será por um número bem menor do que se fossemos atacados todos juntos.

 

-Muitos ou poucos, estou preparado para acabar com quantos demônios aparecerem no meu caminho – Daniel anunciou arrogante.

 

-Por que você e seu ego não vão caçar algo para o jantar?

 

-Okay – Dan deu de ombros, pegou sua espada e foi em direção da parte mais fechada da floresta – o jantar chega daqui a pouquíssimo tempo.

 

 

 

 

 

Rick tentava acender a fogueira com toda sua força, técnica e azar, enquanto Isa tentava armar a barraca lendo o manual de ponta cabeça.

 

-Consegui! – anunciaram ao mesmo tempo depois de quase uma hora de tentativas falhas. Cada um olhando para suas façanhas orgulhosos de si mesmos.

 

-Todo esse trabalho me deixou com fome – Isa comentou apontando para a barriga que roncava.

 

-Então vou buscar algo para o jantar – Rick falou – não saia daí. Na realidade, nem pense em sair.

 

-Sim senhor – Isa bateu continência enquanto ria do irmão que saiu marchando.

 

 

 

Jack e Lisa estavam com alguns problemas para chegar, Lisa tinha a capacidade de encontrar pedra e galhos para tropeçar até onde aparentemente não havia nenhum, parecia que eles brotavam do nada apenas para que ela quase caísse, mas Jack ainda a segurava pela mão a conduzindo habilmente sem deixá-la cair.

 

-Jack, já estamos chegando? – ela indagou enquanto tirava os galhos e folhas presos em seus cabelos.

 

-Chegamos – ele anunciou parando num lugar em que o espaço entre as árvores era grande o suficiente para montarem acampamento.

 

Montaram o acampamento juntos – o Jack montou enquanto a Lisa montava a fogueira – ele acendeu a fogueira e os dois se sentaram na frente dela. Lisa se concentrava em terminar de tirar os gravetos do cabelo e Jack olhava para o pouco de céu que viam por entre as árvores pensativo.

 

-Isso lembra os velhos tempos – ela comentou apoiando a cabeça no braço dele, ficou assim um tempo até que pareceu se lembrar de algo e se afastou – e falando em velhos tempos, você tem algumas explicações a me dar – ela o encarava com as mãos na cintura e uma sobrancelha arqueada, Jack poderia jurar que ela estava brincando, mas algo o fez entender que o que ela queria saber era sério.

 

-O que quer tanto saber? – ele indagou sério apenas virando o rosto para a encarar.

 

-Quando você me deixou lá com o Lloyd, parecia ter uns vinte e dois anos, o engraçado é que dez anos se passaram e você aparenta ter uns vinte e cinco, como me explica isso?

 

-É uma longa história – ele começou, mas a cara de Lisa deixava claro que por maior que a história fosse ela estava disposta a ouvir, como sempre – certo – ele respirou fundo para contar.

 

-Como você sabe todos tem um pouco de sangue demônio nas veias, acontece que algumas pessoas tem mais que as outras. E outras pessoas, são as meio a meio, eu sou um meio a meio. Há também os demônios que tem um pouco de sangue humano em suas veias.


Há alguns anos, não me arriscarei a dizer quantos, havia um grande rei demônio, Lucius, cuja filha Arthemis não era, o que podia se chamar de uma flor que se cheire. E para completar eles são a última família de demônios cujo sangue era puramente de demônios. Por isso são os mais fortes.


Havia um caçador, que fazia parte dos Lux, a última família de humanos puros. Esse caçador era o único que poderia matar Lucius e sua família.

Com muito custo ele derrotou Lucius, porém tão ferido como estava foi capturado por Arthemis.


Uma vez neste cativeiro ninguém mais soube dele, só descobriram que foi morto quando acharam seu corpo numa floresta do Norte.


Acontece que, alguns meses depois Arthemis deu a luz a um bebê, meio humano e meio demônio, na hora do parto ela foi capturada e presa pelos caçadores e o bebê ficou sob os cuidados deles para se tornar um caçador. Adivinhe quem é este bebê. – Jack contou olhando para o céu, sem coragem de observar as reações de Lisa. O que menos queria é que ela o odiasse, mas ele tinha de lhe contar pelo menos isso. O menor dos segredos.

 

-Você é filho dela? – ela parecia surpresa – legal, isso explica o fato de você ser super poderoso e envelhecer devagar – ela comentou animada, pareceu aceitar muito bem a idéia – por que demorou para me contar?

 

-Não sei ao certo – ele sorriu ao ver que ela estava sorrindo compreensiva – o que vai querer para o jantar? – perguntou ao ouvir a barriga de sua protegida roncar sonoramente.

 

Ela ficou um tempinho pensativa – me surpreenda – ela pediu sorrindo.

 

-Certo – ele levantou e conferiu se sua arma estava carregada – logo eu chego – e foi para a mata caçar algo para o jantar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Heeey um pouco do passado do Jack, e o deenrolar da história vai começar a fica mais interessante a partir daqui.
Espero que vocês gostem
Não se esqueçam das reviews