A Porta dos Tempos escrita por Magnolya, Rizzo, Maegyr


Capítulo 11
Bree




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   As botas militares de solas metálicas de Bree ecoavam pelo piso de madeira e de mármore do grande apartamento enquanto ela seguia a pequena linha de fumaça cor-de-rosa que voava lentamente cômodo atrás de cômodo, pelos largos corredores do apartamento. Enquanto passava e andava, Bree podia ouvir vozes distantes, vozes muito familiares. Seus olhos encontraram a sala de estar completamente destruída, sua visão vacilou e revelou a mesma sala, porém luxuosa e grã fina.

   Os vários adolescentes caminhavam pelos pisos, alguns já bêbados demais pelas bebidas, outro vacilando pelos lados, completamente alterados pelos efeitos da várias drogas que estavam escondidas nos bolsos dos jovens mais rebeldes. Alguns meninos com cabelos penteados de maneira elegante assanhavam algumas meninas vestidas com roupas chiques e bem selecionadas. Alguns outros, com rostos mais soberbos e depravados ousavam tocar as partes inferiores dos vestidos das meninas, que, inexperientes, deleitavam-se a gemer baixinho em seus ouvidos.

   A anfitriã da casa estava na sacada segurando uma taça de Martini e ao lado de um rapaz alto de cabelos escuros. Era uma figura muito sensual e atraente, mas ainda sim não se comparava com a beleza magnifica de Bree.

   A consciência da Amazona voltou quando o fio de fumaça voltou a dançar e seguiu para outro cômodo e Bree o seguiu, a cada passo ouvia mais gemidos, risadas e vozes murmurando obscenidades por todo o canto, aqueles sons irritavam vossa majestade que impacientemente segurava o cabo de sua espada, pronta para destruir a fonte daqueles barulhos infernais. A fumaça finalmente pairou no cômodo mais barulhento de todos, ela havia voltado pelo corredor e parado no quarto de Bree. Sua visão agora era mais clara, ela via o quarto luxuoso e bem decorado de uma rainha mimada e gastona.

   Haviam duas figuras na cama enorme e cheia de detalhes, a que estava por cima da outra movia sua cintura e seu corpo com perfeição e fazia seu corpo parecer parte de uma pintura clássica. A de baixo tentava ao máximo acompanhar a magnitude da de cima, mas seus movimentos se perdiam na excelência do sexo, eram escorregadios e muitas vezes sem ritmo. Bree se irritou com a falta de coerência de seu companheiro e parou de se movimentar, ficou parada em cima de seu colo e o encarou desgostosa. Seus olhos emitiam cores rosas de diversas escalas.

—Que porcaria é esta que você está fazendo, Bryce?

—Sexo, ué... – O jovem Bryce não compreendia a perfeição com que Bree tratava o sexo e achou estranha a pergunta.

—Isso é sexo? Fala sério, e ainda dizem que você era o melhor na cama... só pode ser brincadeira. – o rapaz ficou ainda mais confuso após os protestos de Bree e saiu de baixo dela, encarando-a fixamente, agora em sua frente.

—Sabe qual o problema gataVocê tem que deixar que eu comande o sexo... é assim que funciona. Os homens comandam e as mulheres o seguem.

—Deixar você comandar para eu morrer de sono? Nem ferrando.

   Bree odiava aquela memória mais do que todas as outras. Sua visão agora encarava o quarto abandonado e destruído pelo tempo. Ela se lembrava bem como aquela cena terminava, não precisava de nenhuma fumaça rosa para lembra-la, era um final péssimo, mesmo que o idiota do Bryce merecesse... sua visão voltou a vacilar e estava pronta para entrar em outra memória quando ela puxou a espada da bainha e com um grito feroz que ecoou por todo o apartamento ela atravessou a linha de fumaça com a lâmina de sua espada, a fumaça se curvou e se dividiu em duas como se fosse sólida. Bree ficou na mesma posição por alguns minutos, refletia e pensava em seus atos, até que sua atenção foi chamada novamente por uma risada distante logo atrás de seu corpo.

—São memória interessantes, vossa alteza. – a voz era um tanto familiar para a garota, era um som grave e temeroso que a fazia pensar em coisas ruins e cruéis. Ela se virou para trás e viu a figura mais controvérsia que poderia encontrar em seus anos como Amazona. A voz pertencia a um homem alto e muito escultural, robusto e viril, tinha cabelos negros como a noite presos em alguns arames que lhe davam um charme rebelde, olhos igualmente escuros e uma pele pálida feito a lua. Seus traços instigavam medo e desejo ao mesmo tempo, não fosse sua armadura de metal preto e vermelho e sua longa capa rasgada como um par de asas desgrenhadas e sua imensa espada em suas grandes mãos, Bree julgaria que seria um anjo de tão belo. Ela continuou parada, apenas o encarando, mesmo que um medo terrível lhe subia pelo corpo.

—E o que é você, que ousa entrar em minha casa? – Sua voz de deboche tentava esconder o medo que sentia no momento, e mesmo que apertasse sua espada nas mãos, ainda sentia que não teria grandes chances contra o homem.

—Não percebe as semelhanças, querida? A diferença entre nós é que eu venho de Afrodite, e você de Vênus... – Bree o encarou fixamente, tentando se lembrar de algum antepassado com os mesmos traços do homem presente.

—Eu sou Deimos.


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