O Enigma do Faraó Parte Ii escrita por Lieh


Capítulo 7
VII - Na Busca por Respostas


Notas iniciais do capítulo

Aii...esse capítulo...tão doído, tão difícil escrever HAUHAUAHAU =P



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Na manhã de domingo, Magrí acompanhava o detetive Andrade até a delegacia para acompanharem as últimas notícias sobre o motorista que atropelou Danielle. Enquanto os policiais conversavam em um “portuinglês” com o detetive, a garota acabou se distraindo e passou a caminhar pelos corredores da enorme delegacia. Como que automaticamente, e não sabia por que, acabou chegando a uma longa porta de ferro onde se lia no alto em uma placa: REGISTER.

 “Só pode ser a sala de arquivos da polícia” pensou a garota.

Magrí sabia que se meteria em uma grande encrenca se a pegasse vasculhando lá dentro, mas sabia que tinha alguma coisa naquela sala que seria de seu grande interesse saber. Com a mão trêmula, ela tocou a maçaneta da porta e a girou.

A sala de arquivos era uma verdadeira bagunça: tinham-se várias mesas cheias de papéis, um quadro cheio de recortes de jornal e revista pregados, estantes com inúmeras gavetas e milhares de jornais espalhados por toda a sala. A menina caminhou com o seu olho atento a qualquer coisa que lhe chamasse a atenção, mas até agora nada de familiar lhe aparecera, até que bateu o olho em um jornal jogado em cima de uma pilha de revistas. Estava empoeirado e velho, datava 02/09/1998, e manchete principal dizia:

 

Tragédia na família Shumpike Maximilliam

Em baixo da manchete estava a foto de um jovem de cabelos rebeldes, magro e com olhos assustados. Lia-se a seguir:

 

Uma das mais tradicionais famílias de Londres chegou ao fim. Ao que se parece, depois do misterioso desaparecimento de Rachel Shumpike Maximilliam há dois meses, agora sua filha caçula Anabel Jane Shumpike Maximlliam, também desapareceu, mas a polícia acredita que a garota foi ameaçada de morte pelo seu pai e esposo de Rachel, Joseph Willians Maximlliam, ao o que tudo indica, Joseph obrigou seu filho mais velho, Stanislaw Rave Shumpike Maximilliam, a matar sua irmã caçula. Os motivos não se sabem ao certo, mas a polícia afirma que foi por causa de uma antiga lenda egípcia que a família é herdeira. Os Shumpike Maximilliam sempre foi considerada uma família tradicional muito respeitada e de quem eram amigos da família Imperial. Joseph Maximlliam fugiu do condado de Wiltshire no interior de Londres conhecido por seus sítios arqueológicos onde a família morava em sua mansão. Stanislaw, depois do incidente, nunca mais foi visto. O corpo da garota também não foi encontrado.

 

Magrí continuou com o olhar fixo na foto do velho jornal, seu coração batia acelerado, seus pés pareciam estar pregados no chão, até que se acalmou e dobrou o jornal, o colocando em sua bolsa. Será que aquilo tinha alguma coisa a ver com... Vincent?

A menina abriu a porta cautelosamente e saiu, andou espiando pelos ombros para ver se alguém se aproximava, alcançou a saída e viu Andrade perto do seu carro alugado olhando feio pra ela.

- Magrí, onde você se meteu? Procurei-lhe por tanto canto...

- Desculpe Andrade, eu me perdi...

- Vamos entre, vou levá-la para casa da tia de Crânio...

- Andrade, posso te fazer uma pergunta?

- Claro querida...

- Você está com a ficha criminal de Vincent com você agora?

- Estou por quê?

- Posso dar uma olhada?

Andrade tirou do bolso um envelope marrom, e várias folhas e entregou a menina. Magrí arregalou os olhos... Suas suspeitas se confirmaram!

A reunião secreta dos Karas seria dali a alguns minutos, então, a garota fingiu que iria para casa de tia Mary, e quando viu que Andrade se afastava com seu carro brecando, pegou um táxi e se dirigiu para a praça do centro da cidade.

Magrí ficou deslumbrada com o tamanho do palácio da Rainha, mais ainda com aqueles guardas que ficavam no portão como estátuas, com seus uniformes vermelhos - sangue e aqueles chapéus engraçados com pelugem fofa preta, que parecia um picolé gigante.

Perto da entrada do portão do palácio havia muitos visitantes tirando fotos, dentre eles avistou Calú, Miguel, Crânio e Chumbinho, que por sua vez estava tirando um sarro do guarda do portão.

- E aí, se passa o dia inteiro assim? Como você faz pra ir ao banheiro? E se você estiver com fome? Você é surdo?

O garoto se aproximou do guarda e começou a encará-lo, o guarda era duas vezes maior que o rapazinho, não piscava o olho e nem se mexia, parecia mesmo uma estátua viva. Chumbinho começou a fazer careta e palhaçadas para o guarda, que continuava sem se mexer, Miguel pegou o garoto pelo cangote da jaqueta e o puxou de costas arrastando-o.

- Me larga, Miguel!

- Chumbinho, você pirou? Querem chamar a atenção pra nós?

- Desculpe Kara, eu sempre quis fazer isso...

Os cinco Karas se dirigiram para um banco bem afastado da aglomeração de visitantes, onde tinha um enorme arbusto cheio de amoras. Magrí não perdeu tempo, mostrou o jornal que encontrara na delegacia e também sobre a ficha criminal de Vincent.

- Mas Magrí – começou o ator dos Karas olhando para o jornal – O nome completo de Vincent é Vincent Joseph Maximilliam, e de acordo com a ficha dele, ele nasceu aqui em Londres no dia 17/03/1973, e ele não tem o sobrenome Shumpike, então, essa não é a família dele.

Miguel estava com o note book ligado, e acabou se conectando a Peggy, como uma vídeo-conferência.

- Olá Peggy, como vai?

Os outros Karas se aglomeraram sobre o líder dos Karas.

- Não é hora de matar as saudades- começou a menina – Me contem tudo o que vocês sabem.   Então eles contaram tudo para ela.

- Mas, Karas, só há uma família com o sobrenome Maximilliam aqui em Londres, são os Shumpike Maximilliam, eu vi isto na escola em História, eles moram em Wiltshire, não muito longe daqui, eles foram a segunda família mais importante do país, que claro a mais importante é a família Real ou Imperial, como queiram.

- Você tem certeza, Peggy?

- Claro que eu tenho Crânio, quer ver?

Peggy saiu do campo de visão dos Karas por alguns minutos, logo apareceu com um pesado livro de capa vermelha onde se lia em letras douradas: “História da Inglaterra”, a garota folheou o livro, e depois passou a ler:

- Capítulo 15: Famílias Importantes: Os Shumpike Maximilliam.

“Uma das famílias de grande importância para a história do país, especificamente Londres, onde a família mora no condado de Wiltshire, a poucas horas da capital. Descobertas arqueológicas e históricas do condado se devem a esta família, que por sua vez preservam e cuidam do monumento onde até hoje atraem milhares de visitantes: O Stonehenge. (foto ao lado)”.

Peggy mostrou a foto do monumento e continuou:

“Os Shumpike Maximlliam moram em sua mansão em Wiltshire, que pertence à família há anos”.

- Só quem pertence a essa família tem o sobrenome Maximilliam – continuou ela – Não há ninguém em todo país que tenha esse sobrenome sem ser da família Shumpike Maximilliam.

- Nada faz sentido Karas – começou Crânio – Vincent nasceu aqui em Londres e tem esse sobrenome, mas não é mencionado como da família. Isso é muito estranho...

- Sem falar Karas – começou Miguel – Que até agora nenhuma pista foi encontrada do motorista que atropelou Dani.

- Karas, não é óbvio para vocês?!

- O quê é óbvio Crânio? – perguntou o caçula dos Karas.

- Vincent está por trás do atropelamento da minha irmã, eu tenho certeza, agora o que ele veio fazer em sua terra natal eu não sei...

- Bom pode ser Crânio, mas como ele veio para cá sendo que o Brasil inteiro estava procurando ele?

- Provavelmente ele trocou de nome... – disse Peggy.

- Não adianta especular – liderou Miguel – Temos que procurar pistas, essa vai ser a missão mais perigosa que iremos fazer, mas não tenho alternativa.

O garoto respirou fundo e continuou:

- Magrí, Chumbinho e Crânio: vocês vão para Wiltshire procurar informações, bom daqui até o condado é mais ou menos duas horas, mas como vocês irão de trem que é mais seguro, deve ser menos tempo. Vocês concordam?

- Estamos nessa Miguel! – empolgou-se Chumbinho.

- Pode contar com a gente! – afirmou Magrí.

- Claro que iremos Miguel.

- Perfeito. Agora, eu, Calú e Peggy vamos invadir a delegacia procurando pistas sobre: o motorista que atropelou Dani, a família Shumpike Maximilliam e Vincent. È arriscado, principalmente pra você, Peggy. Você vai ter que fugir de noite conosco do seu apartamento sem sua babá perceber.

- Tudo bem Miguel! – disse a menina com um sorriso no rosto.

- Eu estou nessa, Kara!

- Muito bem Karas, vamos à ação!

Crânio, Magrí e Chumbinho combinaram de ir ao condado no dia seguinte bem cedo, e o caçula dos Karas pediu para Calú lhe dar cobertura sobre o Andrade, que com certeza perguntaria por ele, e Magrí e Crânio diria aos pais do rapazinho que visitariam o monumento de Stonehenge, para não levantar suspeita. Miguel, Calú e Peggy combinaram de entrar na delegacia naquela noite mesmo, disfarçados, pelo ator dos Karas de policiais.

Quando Miguel estava de saída, Crânio o segurou:

- Miguel, gostaria de lhe pedir um favor...

- Pode falar Kara.

- Amanhã como eu e a Magrí vamos estar fora da cidade, gostaria que você ficasse com a Dani no hospital, meus pais estão lá, é só para você fazer companhia para ela...

O líder dos Karas sentiu seu estômago dar um solavanco, por que Crânio pediu para ele cuidar de Dani no hospital? Por fim, falou com a voz faltando:

- Pode deixar, eu cuido dela para você...

O gênio dos Karas deu um abraço no amigo, e disse por seus ombros.

- Muito obrigado Miguel, nem sei como lhe agradecer...

Miguel deu um meio sorriso e se despediu do amigo e lhe desejou boa sorte amanhã. Dentro do táxi para o hotel, o líder dos Karas sentiu seu coração explodir de felicidade: iria finalmente ver Danielle...


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