O Enigma do Faraó Parte Ii escrita por Lieh


Capítulo 8
VIII - Num Beco sem Saída


Notas iniciais do capítulo

Um dos melhores capítulos da fic (na minha opinião kkkk). Tão sofrido =(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70484/chapter/8

 

Sabrina ficou pasma com a fofoca que sua amiga lhe contara: Danielle sua colega de classe foi atropelada e estava no hospital. A sua amiga gostava muito da irmã do gênio dos Karas, mas Sabrina não simpatizou com Dani, na verdade as duas não gostavam uma da outra, porém, Rose, sua amiga, insistiu para que fossem visitá-la no hospital, no final das contas Sabrina aceitou.

Foi fácil entrar, os pais de Dani ficaram contentes em saber que suas colegas de escola vieram visitá-la, Sabrina não quis entrar no quarto da garota, disse que esperaria lá fora.

Crânio entrou no hospital procurando seus pais, querendo falar com eles sobre a viagem ao condado no dia seguinte, e ficou surpreso em encontrar uma garota desconhecida ali. Sabrina arregalou os seus olhos negros: era um dos meninos gatos da foto que Peggy lhe mostrara. O que será que ele estava fazendo ali?

- Com licença, não querendo ser grosseiro, mas quem é você? – perguntou o rapazinho.

- Sou Sabrina, estudo junto com a Danielle... Você deve ser o irmão dela, não é? Ela sempre contou que tinha um irmão...

- È sou irmão dela, me chamam de Crânio...

Sabrina continuava fitando o garoto, era bem mais bonito de perto do que em uma foto, aquele olhar misterioso, aquela colônia masculina que deixava um aroma gostoso naquele cheiro de hospital, Sabrina desejava aquele rapaz, só para ela.

O rapazinho sentiu-se incomodado com aquele olhar, e ficou aliviado quando os seus pais chegaram da lanchonete do hospital. Magrí estava vindo junto com eles, isto significava que a menina já deve ter falado com eles sobre a viagem no dia seguinte.

- Magrí, essa é a Sabrina, é colega de classe da Dani, e Sabrina essa é a Magrí, minha namorada... – fez a apresentações o geninho dos Karas.

- Prazer... – sussurrou as duas meninas, apertando-se as mãos.

Magrí sentiu-se estranha quando apertou a mão da mocinha, e também não gostava nada do modo que ela olhava para Crânio. Tanto que logo depois, agarrou o braço do garoto, temendo que Sabrina avançasse para cima dele.

Logo Sabrina e Rose foram embora, e Crânio e Magrí entraram e espiaram Dani.

- Os médicos disseram que ela apenas está dormindo agora... Que amanhã ela já vai acordar. – comentou a garota.

- Que bom, já estava ficando preocupado...

Em seguida, os dois foram dar uma volta nos jardim aos arredores do hospital. Já era um lindo fim de tarde, e o sol estava se pondo, deixando o céu num verdadeiro espetáculo de cores, mas estava esfriando cada vez mais, tanto que Magrí abraçou-se mais ainda em seu amado, e aproveitou para comentar:

- Aquela garota, a tal da Sabrina, ela gostou de você, não é? Ela não tirou os olhos de você...

Crânio virou-se surpreso para a garota, não estava entendendo aonde ela queria chegar.

- Sério? Eu nem percebi...

- Não se faça de desentendido, se eu não tivesse chegado lá, acho que ela teria...

- Magrí, sua ciumenta... - e o rapaz sorrindo, abraçou a cintura de Magrí, esta, porém não gostou nada do comentário.

- E o que você queria? Que eu ficasse contente em ver uma garota olhando pra você daquele jeito?!

Crânio sorria mais ainda, e abraçou com mais força a menina, e sussurrou no seu ouvido:

- Sua boba, você sabe que eu só tenho olhos para você...

 

Sabrina estava escondida detrás de um arbusto no jardim do hospital, e olhava furiosa para o casal abraçado ali, aos beijos. Logo, o casal se afastou ela ouviu o rapazinho dizendo para Magrí ir à frente para casa, que ele iria depois.

A menina deu um leve beijo no rosto do rapazinho e entrou no táxi.

Crânio caminhava pelo jardim, muito feliz por saber, que mesmo depois de alguns meses namorando Magrí, ela ainda sentia ciúmes dele...

                                                                     ***

Magrí estava voltando para o hospital, pois havia esquecido sua bolsa no quarto de Dani, teve a impressão que estava sendo observada, mas a impressão passou, e ela se dirigiu a um banco do jardim, onde estava um rapazinho...

                                                            ***

Crânio estava sentado de cabeça baixa no banco, olhando para os seus pés, e contemplando o anoitecer, pois já estava escuro, e as luzes que iluminava o jardim, não era o suficiente para ele distinguir, logo que levantou a cabeça, a silhueta de uma menina parada na sua frente.

- Magrí?

A silhueta avançou para perto dele, sentou ao seu lado, agarrou-lhe o pescoço e o beijou ferozmente.

No meio da noite, ouviram-se passos que corriam junto com um soluço desesperado...

                                                                       ***

Depois do beijo forçado, Crânio achou que Magrí estava realmente muito apaixonada... Mas, quando as luzes do jardim refletiram no semblante da moça ao seu lado, sentiu calafrios e raiva do erro que cometera...

 

Tia Mary não estava entendendo o porquê de Magrí está tão desesperada e por estar arrumando suas malas, dizendo que ficaria no hotel junto com seus amigos. De repente, ouviram-se passos vindo da sala, e começou a subir as escadas, abriu a porta do quarto onde Magrí estava.

- Magrí, o que você está fazendo?

A garota fuzilou Crânio com o olhar cheio de lágrimas.

- Acabou Crânio!

A garota pegou a mala e começou a arrastá-la para a porta, mas o gênio dos Karas entrou na frente, impedindo-a:

- Por quê? Aonde você vai?

- Você sabe por que, E NÃO È DA SUA CONTA AONDE EU VOU!!

Magrí empurrou Crânio com a mala, fazendo o rapaz quase cair. Saiu rapidamente arrastando sua mala para um táxi parado na porta da casa, Crânio correu tentando impedi-la, mas já era tarde demais, Magrí já partira. O rapaz começou a chorar, perdera Magrí... Provavelmente para sempre!

 

Peggy estava deitada em sua cama lendo, e olhando a toda hora para o relógio na cabeceira, pois dali a algumas horas, ela Miguel e Calú iriam invadir uma delegacia...

“Tomare que o plano dê certo, e minha babá não perceba nada...”

O telefone tocando fez a garota acordar de seus pensamentos, correu para a sala atender, antes que sua babá o fizesse, porque provavelmente era Miguel ou Calú.

- Alô?

Do outro lado da linha, Peggy ouviu uma voz conhecida e trêmula e muito chorosa.

- Peggy...

- Magrí, o que aconteceu?

- Ah Peggy, o pior que podia acontecer comigo...

- O que houve?

Em meio há soluços, Magrí tentava contar a amiga a cena que vira entre Crânio e Sabrina. Peggy sentiu-se muito mal, pelo fato de Sabrina ser sua amiga, e se Magrí soubesse... Será que ficaria zangada com ela?

- E isso não é tudo, Peggy, amanhã eu, Chumbinho e ele, vamos passar o dia juntos... Não sei se vou conseguir olhar para ele...

- Ai Magrí, não dá para acreditar que ele foi capaz de fazer isso... Eu sempre percebi que havia alguma coisa entre vocês no dia que eu o conheci, ele se preocupava muito com você, quando você estava seqüestrada para me salvar...

- Eu não sei o que fazer Peggy...

A filha do presidente dos Estados Unidos, logo que terminou de consolar Magrí, sentiu-se péssima, ela sabia muito bem que Sabrina foi quem armou tudo isso, desde o dia que ela mostrou a foto dos Karas, ela não parava de perguntar sobre ele, e então cabia a própria Peggy resolver esta história...

 

Miguel e Calú estavam de prontidão em uma esquina do prédio onde Peggy morava com mochilas nas costas. Observavam aflitos a janela do quarto da menina. Calú estava muito preocupado. E disse aos sussurros:

- Miguel, você tem certeza que Peggy vai conseguir sair sem ser vista? Como ela vai passar pelos seguranças que estão na porta do apartamento dela?

- Calma Kara, o plano que nós bolamos vai dar certo, confie nela.

- Eu sei Kara, mas é muito perigoso, ela está arriscando a própria vida...

- Calú, relaxa, Magrí fez isso uma vez, Peggy também pode fazer, ela é uma ginasta, assim como Magrí...

- È, mas Magrí e Peggy não são iguais...

Miguel sabia que a sua idéia era muito uma loucura, Peggy poderia ser pega se algo desse errado... Ou pior, poderia até morrer se...

Logo sua atenção e de Calú foi voltada novamente para a janela do quarto da garota. Olharam no relógio, eram 20h30min h.

- Chegou a hora Kara – e olhando aflito para a janela, o líder dos Karas falou como se Peggy pudesse escutar daquela altura:

- Boa sorte, Peggy...

A filha do presidente dos Estados Unidos estava pronta. Colocou vários ursos em sua cama, caso sua babá entrasse em seu quarto, pensaria que era ela que estava dormindo. Agora, se ela resolvesse mexer na cama... Ela sabia que se meteria em uma grande enrascada.

Colocou sua pequena mochilinha nas costas e pegou uma bonequinha de porcelana, pequena, mas pesada, capaz de quebrar qualquer coisa com uma pancada.

Abriu a janela e espiou o chão; estava no vigésimo terceiro andar, tanto que os carros que passavam eram como formigas. O vento estava forte naquela noite, e balançavam os seus cabelos.

Com um impulso, como se subisse nas barras paralelas, Peggy ficou em pé no parapeito da janela, se segurando nas grades da janela do apartamento de cima, e a outra mão com a bonequinha de porcelana. Deu um impulso para frente, e ficou de costas para a rua, enquanto tentava se equilibrar na pequena saliência da janela do apartamento de baixo, se segurado na saliência do apartamento de cima, ficava mais difícil por causa da bonequinha em sua mão, segurou-se com a outra mão, com apenas alguns dedos.

Com um pouco de dificuldade, Peggy foi se arrastando pela fachada do prédio, passando de janela em janela...

 

Calú e Miguel olhavam a cena com o coração na boca, se Peggy desse um passo infalso...

Até que o ator dos Karas olhou o jardim do prédio e percebeu que algo daria errado se ele não agisse.

- Miguel, olha!

No jardim, o zelador passava para atender uma moradora do prédio que estava do lado de fora. Se um dos dois olhasse para cima, veriam uma garota fazendo um número de circo, sem proteção alguma.

Calú se esgueirou até uma árvore perto do portão do prédio, subiu nela e de lá de cima, pegou um enorme galho e jogou no jardim do prédio fazendo um grande barulho que assustou o zelador e a moradora, que saíram procurando da onde vinha o som...

 

Lá em cima do prédio, Peggy agora estava descendo, mas mesmo assim continuava muito alta do chão, estava no vigésimo andar, então ela viu uma janela aberta, se esgueirou até lá, entrou.

O apartamento era pequeno e logo reconheceu que era de uma senhora que morava sozinha, todos do prédio achavam que ela era louca, pois ouvia vozes, e falava consigo mesma.

Peggy espiou a sala, a porta de saída ficava em um corredor que passava pelo quarto da senhora, e era lá onde ela estava. A garota simplesmente poderia passar correndo pelo corredor até a porta, a velha senhora até poderia perceber alguém passando por ali, mas quem iria acreditar que uma adolescente entrou pela sua janela e saiu pela porta da frente sem ser vista?

Mesmo assim, Peggy achou muito arriscado, tinha que arranjar um jeito de tirar a velha de dentro do quarto e sair do apartamento. Logo se lembrou da bonequinha de porcelana que trouxera caso precisasse espantar alguém.

Então, ela jogou a boneca em direção à adega, que acertou em cheio uma garrafa de vinho, onde esparramou o líquido e cacos de vidro, fazendo grande barulho. Sem perder tempo, ela se escondeu detrás do balcão da adega. A velha senhora veio correndo ver o que estava acontecendo, nesse meio tempo, enquanto a senhora procurava de onde vinha o barulho, e não demoraria para ela ir detrás do balcão, Peggy engatinhou até o corredor, abriu a porta, tentando não range-la e saiu.

 

Miguel e Calú olhavam aflitos para a porta do prédio, pois sabiam que Peggy viria de lá, e cada minuto que passava, eles ficavam mais nervosos.

Até que avistaram uma garota de capuz que abria o portão do edifício e veio na direção deles.

- Desculpem a demora...

- Pensei que alguma coisa tinha dado errado... - disse o ator dos Karas abraçando-a.

- Certo, agora temos que ir, vamos a pé, que é mais seguro do que de táxi, assim não dá na vista – começou Miguel.

Os três Karas seguiram até a delegacia, procurando andar na parte mais escura da calçada.

Quando chegaram, viram o erro que cometeram: esqueceram-se de planejar a entrada na delegacia, pois preocuparam-se mais como Peggy iria fugir.

“O que vamos fazer agora?” – pensavam os três Karas.

- Olhem, tem um policial entrando, vamos seguir ele – sugeriu Peggy aos sussurros.

Então, os três Karas aproveitando a entrada do policial na delegacia, eles entraram também, se escondendo o máximo que pudessem. Quando adentraram a delegacia, não sabiam para que direção irem, havia muitos corredores estreitos.

- Vamos pelo corredor da esquerda.

- Mas onde isso vai dar Miguel?

- Ora Calú, quem não arrisca, não petisca!

Mesmo achando que aquilo não vai dar em nada, Miguel, Calú e Peggy seguiram pelo corredor, onde tinha muitas portas dos funcionários da delegacia, quando estavam num beco sem saída, para piorar a situação, um funcionário adentrou o corredor. Sem perder tempo, os três Karas entraram na primeira porta que viram.

Olharam em volta, era um almoxarifado, não era um lugar grande, mas muito bagunçado.

- Vamos nos disfarçar aqui.

Por cima das próprias roupas, os três Karas se vestiram de policias. Calú maquiou Peggy para ela parecer mais velha, enquanto colocou uma barbicha falsa em Miguel, e ele com uma cabeleira que caia até o olho por causa da boina que usava.

Discretamente, os três saíram do almoxarifado, e andaram pelos corredores da delegacia, procurando a sala de arquivos. Quando estavam para desistir, finalmente encontraram.

A sala estava muito escura, só as pequenas faixas de luz que entravam pela janela não era o suficiente para iluminar tudo, então tiraram dos bolsos pequenas lanternas e passaram a andar quase caindo no meio dos aglomerados jornais e revistas.

No fim, não encontraram nada sobre a família Shumpike ou Vincent, a respeito do motorista que tentou matar a irmã do gênio dos Karas, eles teriam que entrar na sala do delegado, que para o azar deles, estava lá.

No caminho para casa, os três Karas estavam desolados, quem estava muito frustrado era Miguel que por sua vez, fez Peggy arriscar a própria vida para nada, e para completar, achou nada sobre o atropelamento de Danielle.

Enquanto caminhavam pelas ruas desertas e escuras de Londres, um carro se aproximou lentamente perto deles, quase encostando à calçada, Calú olhava desconfiado para o carro preto, até comentou:

- Por que estou tendo a impressão que estamos sendo seguidos?

Miguel logo virou e sentiu o seu coração gelar: Dani foi perseguida por um carro preto muito parecido com aquele que estava os acompanhando.

Sentiu um impulso forte dentro de si e berrou:

- CORRAM!!

Os três Karas dispararam a correr sem rumo, apenas tentando fugir do carro preto que acelerou, perseguindo-os.

O carro se aproximava cada vez mais, e o desespero tomou conta dos três. Miguel avistou um beco que seria sua última saída, e virou para a entrada do beco cheio de lixos, seguido por Calú e Peggy.

O veículo negro parou na frente do beco, e de dentro dele saiu uma figura, tão negra quanto à noite, com uma lanterna na mão, revistando o pequeno local. Logo entrou no carro e partiu.

Escondidos detrás das latas de lixo, o coração de Peggy, Calú e Miguel batiam desesperadamente...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Enigma do Faraó Parte Ii" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.