O Enigma do Faraó Parte Ii escrita por Lieh


Capítulo 6
VI - Olhares Perdidos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70484/chapter/6

Alessandra entrou no apartamento, branca como lençol. Não acreditou no que Pablo lhe contara... Rafael... Estava morto!

Rafael! Aquele amigo de faculdade que ela não via há anos... Aquele amigo que ela sempre admirou que sempre a ajudou nas horas que mais precisava. Justo quando recebe uma notícia dele é quando sabe que ele está morto!

Sentou no sofá, e uma lágrima doída escorreu do rosto pálido de Alessandra. Sentia mais culpa ainda do grande segredo que guardara e nunca revelou a ninguém... E a culpa era enorme!

Sabrina estava de saída quando viu sua mãe naquela situação.

- Mãe o que aconteceu?

- Nada de mais, querida, um amigo que eu não via há muito tempo faleceu há poucos meses e só agora eu fui saber...

- Nossa, sinto muito mãe... Esquente não, depois passa. Vou dar uma saída, volto antes do jantar, tá?

- Ta bom, mas não vá muito longe...

Sabrina deu um beijo em sua mãe e saiu.

Alessandra levantou-se, foi até a geladeira e pegou uma garrafa de vodca, encheu meio copo e sentou-se no sofá. A bebida parecia mais amarga que o normal...

 

Crânio estava debruçado sobre o leito de Danielle. A garota estava pálida, e com alguns arranhões no rosto, estava inconsciente.

- Por quê? Quem fez isso com você, minha irmã? Quem?

O gênio dos Karas só queria uma resposta, uma luz, mais nada. Entretanto, nada fazia sentido para ele. De repente, lembrou-se de um fato que aconteceu quando ele e Dani tinham apenas oito anos...

 

Dani patinava como uma pluma para todos os cantos do jardim, fazia manobras, rodopiava, parecia uma patinadora profissional, e adorava se exibir!

Crânio estava debruçado sobre a janela, ora olhando tentando concertar o controle do seu vídeo - game, ora olhando as piruetas de sua irmã. E conversava para si mesmo:

- Minha irmã é a garota mais antipática que eu já conheci na vida... Daria tudo para ver ela levar um tombo!

- Como é que é?

O garoto assustou-se: Dani estava atrás dele com as mãos na cintura e se equilibrando nos patins, com a cara mais carrancuda do mundo.

- Você fala isso porque está com inveja de não saber andar de patins!

- Claro que eu sei andar, sua garota estúpida!

- Quero ver!

E tirou os patins e deu para o garoto e o desafiou a dar uma volta com eles.

Crânio apavorou-se, era óbvio que não sabia patinar, mas se recusasse o desafio, Dani iria atazaná-lo pro resto de sua vida, sem contar que o chamaria de covarde. E então, não teve escolha, foi para o jardim, calçou os patins. Na primeira tentativa de colocar-se em pé, escorregou. Ficou furioso, principalmente por sua irmã ter rolado de rir. Tentou novamente, e conseguiu se equilibrar, e patinou lentamente, para a raiva de Dani.

- isso não é nada, duvido você patinar mais rápido!

E o garoto não teve alternativa, acelerou os patins, e a cada passo ficava mais rápido, até o ponto de perder o controle, e se esborrachar em uma árvore e cair de costas no chão, para a alegria de Dani. Mas, a sensação de vitória no desafio passou-se em um segundo, logo percebeu que Crânio estava muito machucado no rosto e com dores nas costas, devido ao impacto. Correu até ele e ajudou a levantá-lo, mas o menino recusou a ajuda.

- Não preciso de sua ajuda, eu me viro sozinho!

- Para ser orgulhoso, e deixa eu te ajudar!

- Não!! Não quero sua ajuda, e se sou orgulhoso, é por sua culpa!!

Dani sentiu-se muito triste, e chorou em silêncio, enquanto seu irmão andava com dificuldades para a casa, gemendo de dores. Olhou com desprezo para os patins que Crânio jogara perto dela, então gritou:

  - A CULPA FOI MINHA, EU SABIA QUE VOCÊ NÃO PATINAVA!

O menino olhou para ela, e a garota correu até ele e o ajudou a chegar em casa. Crânio contou a sua mãe que Dani tentou ensiná-lo a patinar e acabou caindo, para que assim, a menina não ficasse de castigo, por provocar a queda do irmão.

Danielle correu até Crânio, que estava sentado na poltrona da sala, e o abraçou, entre as lágrimas:

- Você é o melhor irmão do mundo!

E pela primeira vez na vida, deu um beijo na bochechas do garoto...

 

Miguel, Calú, Chumbinho e o detetive Andrade estavam se registrando em um hotel. Enquanto o gordo detetive tentava conversar com a recepcionista, pois o seu inglês era horrível, os três Karas se sentaram em uma mesinha isolada do saguão do hotel e conversavam aos cochichos:

- Calú, ligue para o celular da Magrí e avise a ela o hotel onde nos hospedamos e que é para ela e Crânio nos encontrar na praça da cidade, perto do palácio da Rainha amanhã bem cedo.

- Certo Miguel!

Enquanto Calú se retirava para um canto, o líder dos Karas olhava sem interesse para as pessoas que entravam e saíam do hotel, mas seus pensamentos estavam em Dani e o medo e a preocupação tomaram conta do garoto.

- Miguel, você está bem?

- Sim... Não se preocupe Chumbinho, estou ótimo...

Minutos depois, o ator dos Karas se aproximou.

- Karas, eu esqueci de avisar a vocês que a Peggy está aqui em Londres...

- Peggy está aqui?! – assustou-se o caçula dos Karas – Fazendo o quê?

- Veio para estudar, e quando eu me atrasei na última reunião dos Karas foi porque eu estava conversando com ela, e sem querer eu contei sobre o caso do faraó e nossa viagem para cá...

- Você agiu bem, Kara, Peggy também é um Kara e tem o direito de saber o que está acontecendo... – afirmou Miguel, que continuava pensando em Danielle.

- Mas, como ela vai participar da reunião amanhã? Os seguranças que ronda ela não iriam deixá-la sair sozinha para se encontrar conosco.

- Eu sei Chumbinho, mas ela não precisa estar presente fisicamente na reunião...

E com entusiasmo, Calú narrou para Chumbinho e Miguel como Peggy participaria da reunião, mas o líder dos Karas perdeu-se em seus pensamentos que vagaram para Dani, como uma música...

 

Peggy estava adorando o fato de amanhã conversar com seus queridos amigos: Os Karas! E ela também era um Kara, ainda por cima que veria Calú, o garoto que a menina era apaixonada. Sem mencionar que a filha do Presidente dos Estados Unidos fez uma amiga nova, Sabrina sua vizinha de andar.

A garota estava fascinada com o apartamento de Peggy, que era duas vezes maior que o seu, era o melhor apartamento do prédio, com uma vista maravilhosa da cidade.

- Peggy estou abobada que tudo isso aqui é seu!

- Ah, que nada, eu divido com minha babá.

Sabrina sentou-se no sofá ao lado de Peggy que estava com o note book ligado apoiado em suas pernas.

- Quem são esses?

Uma foto de cinco jovens sorridentes se abriu: três lindos rapazes estavam atrás meio que abraçados, enquanto uma linda garota estava no meio deles sorrindo, e aos seus pés um garoto  de sorriso enorme e feliz.

- São meus amigos, o da esquerda é o Crânio, é o apelido dele porque é um gênio, o do meio é o Miguel, que é muito corajoso e simpático, e o da direita é o Calú, que é ator, e... Meu namorado! – Peggy corou por alguns instantes e continuou – A garota do meio é minha melhor amiga, Magrí, uma ginasta incrível, melhor do que eu, e o menino agachado é o Chumbinho, a quem lhe devo a minha vida...

Peggy contou como conheceu seus amigos do Brasil, e que eles estavam em Londres de visita (óbvio que ela não contou a verdadeira razão deles estarem na Inglaterra), mas Sabrina não estava prestando atenção, seu olho negro estavam fixos na foto, olhando maliciosamente para os três belos rapazes...

 

Magrí entrou no quarto de hospital com um cobertor, espiou Dani adormecida, levantou a cabeça e viu o gênio dos Karas dormindo numa poltrona próxima. Aproximou-se e o acordou. Crânio levou um susto, ao ver Magrí ali o cobrindo com o cobertor. A garota olhou carinhosamente para Dani.

- Pensei que tivesse ido para casa de minha tia como combinamos.

A menina sentou na poltrona que era muito espaçosa e deitou a cabeça no peito do rapazinho e sussurrou:

- Eu não iria deixa você aqui sozinho...

O gênio dos Karas olhou carinhosamente para a menina que ele tanto amava. Pegou o cobertor que estava em cima de si, e cobriu Magrí, mesmo fazendo muito frio naquela noite, e ainda por cima ele estava totalmente descoberto, Crânio sentiu-se aquecido e quentinho perto de Magrí, e logo em seguida, os dois adormeceram abraçadinhos ali mesmo, um embalando o sono do outro...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Enigma do Faraó Parte Ii" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.