Sonhos de Uma Noite de Inverno escrita por Diundica


Capítulo 7
Esse dia de São Bento ficaria na memória.


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo é mais uma ponte para o outro.



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Já passava de meia noite, e só agora as pessoas começavam a sair da praça, com certeza esse dia de São Bento ficaria na memória de todos que estiveram aqui hoje. E muito mais na minha. A garoa tinha se transformado em uma chuva de vento, então fui para dentro da paróquia, Helenna me acompanhou. Ficamos sentadas em um dos bancos somente apreciando a decoração da igreja. Quando estou dentro da igreja sinto paz em mim como se todos os problemas sumissem junto com as preocupações, na verdade sempre foi assim, a paróquia me passa boas vibrações.

Senti que alguém se aproximava era a policial Cherry – novamente – com seu bloco nas mãos e vestindo uma capa de chuva.

-Catherine, poderia lhe fazer mais algumas perguntas?

-Sim – procurava ser mais direta possível.

-Com qual roupa sua mãe saiu de casa?

-Um vestido azul escuro com detalhes em preto.

-Algo marcante nele?

-Uma faixa preta da cintura.

-Quando você viu Lucas Carison pela ultima vez?

-Quando ele entrou no bosque junto com a Cristiana.

-Eles não voltaram até agora – parecia que falava consigo mesma – Isso foi por volta de que horas?

-Umas duas horas depois do inicio do festival.

-Preocupante... – sussurrou para ela mesma.

-Já foram atrás deles também? –perguntei como quem não se importava.

-Sim, a cerca de uma hora atrás.

-Realmente é preocupante – comentei seca.

-Catherine poderia me acompanha até sua casa, para procurarmos mais pistas?

-Se importa se for a Helenna? – não queria passar mais tempo  do que o necessário com a Cherry ela me assustava, e fazia cada fez mais eu me lembrar do ocorrido.

-Não – respondeu enquanto anotava algo em seu bloco.

Fui em direção a Helenna que até agora estava atenta assistindo ao interrogatório que Cherry fazia a mim. Falei para que apenas Helena ouvisse.

-Fique de olho nela. E entregue os dois bilhetes.

-Sim, se acontecer algo de suspeito te avisarei – disse me tranqüilizando.

Ela se virou e foi em direção a saída com a Cherry, as duas desapareceram chuva adentro. Voltei a sentar-me no banco em que estava antes. Acabei adormecendo e conseqüentemente sonhando. Era um lindo campo de flores o sol brilhava e eu sabia que era primavera caminhei por entre as flores e árvores, e o sol virou lua até que reapareceu mais quente e brilhante continuei caminhando e sabendo que era verão, mas a frente havia um monte com uma árvore em cima conforme me aproximava, as folhas iam secando e caindo, sabia que era outono, fiquei cara a cara com o monte, vi que nele existia uma gruta, o sol virou lua e então neve começou a cair, sabia que era inverno, olhei dentro da gruta e vi um braço esticado na minha direção a luz da lua iluminou melhor a gruta e vi com clareza o rosto de minha mãe apavorado com os olhos esbugalhados, sussurrando.

-Ajuda...me ajuda por favor – implorava quase sem voz, respirando com dificuldades e com os pés amarrados, marcas de cordas no pulso, um rosto pálido, seco.

A mão que estava estendida para mim me puxou para dentro da gruta, e quando olhei para o rosto da minha mãe novamente com intenção de tranqüilizá-la, não era mais ela. Era um homem cujo rosto a lua não conseguia iluminar, suas mão grotescas estavam em volta do meu pescoço, era impossível gritar por ajuda.

Olhei para frente e vi o corpo de minha mãe sem vida no chão.

Acordei chorando, desejando com todas as minhas forças que isso não passasse de um pesadelo – claro que não era um sonho – o sol já estava nascendo. E eu ainda estava na igreja. Fui até a casa paroquial ver se o padre estava lá. Para chegar a casa paróquia era necessário atravessar toda a igreja. Chegando lá me deparei com Cherry batendo na porta do padre. Sequei as lagrimas antes que ela pudesse ver.

-Bom dia Cherry – vi a surpresa de me ver refletida em seus olhos.

-Bom dia – ela estava com um envelope grande em mãos.

-Posso te ajudar? – me ofereci dando um sorriso forçado.

-Não o que tenho para falar é somente com o Padre.

Finalmente ele abriu a porta, a situação entre mim e a Cherry já estava ficando desconfortável e eu nem sabia ao certo qual era o motivo.

-Bom dia! – disse a nós – Dormiu bem querida? – perguntou agora se dirigindo a mim.

-Sim – menti.

-Poderia nos dar licença Catherine? – Cherry disse em seu tom mais autoritário.

-Claro – olhei fundo em seus olhos.

Entrei na casa, e fui usar o telefone para ver se estava tudo bem com Helenna. Devia ser umas 6 da manhã, o céu estava nublado poderia chover a qualquer momento.

-Alô?

-Helenna?

-Oi Catherine já estava indo te encontrar.

-Venha estou aqui na paróquia.

-Estou a caminho – simplesmente desligou.

Fui ao banheiro lavar meu rosto, estava um caco. Recompus-me e resolvi comer algo, fui até a cozinha e preparei um sanduíche qualquer. Enquanto comia meu sanduíche no sofá pensava. Tinha certeza que a Cherry tinha noticias sobre minha mãe ou ate mesmo sobre aqueles dois – por mais que desprezasse o Lucas sei que sinto algo forte por ele, posso até dizer que é algo sobre humano – sabia que aquele envelope que trouxe junto consigo guardava algo importante sobre a investigação, caso contrario ela não o traria para cá.  

Escutei a batida na porta, era Helenna. A essa altura já havia terminado meu sanduíche. Ela entrou e sentou-se no sofá contei todo o meu sonho detalhada mente para ela.

-Tenha certeza que você sonhou com isso pelo que você esta vivendo. Não significa que sua mãe esta morta.

Helenna sempre sabia o que dizer para me manter clama nas horas de maior pavor.

-Você viu a Cherry conversando com o Padre aqui na porta?

-Não...Nem sabia que o padre estava aqui.

-Estranho... – sussurrei – Bom, daqui a pouco ele estará aqui com noticias.

-É tenho certeza disto.  

Gostaria de saber o que a Helenna toma para ser tão otimista, assim poderia tomar um pouco também. Helenna sempre tinha uma explicação racional para tudo e todos, sempre otimista e calculista. Era disso que eu estava precisando, uma amiga assim ao meu lado. E acho que ela sabia que eu precisava.

 


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Notas finais do capítulo

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