Sonhos de Uma Noite de Inverno escrita por Diundica


Capítulo 6
Investigações.


Notas iniciais do capítulo

Esse esclarece algumas coisas.
apreciem sem moderação.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70478/chapter/6

Resolvi seguir em frente. Adiante avistei Helenna conversando com Padre, pelo visto já havia explicado a ele sobre o bilhete. O bilhete de minha mãe – doía só de pensar nisso – estava na mão do padre, e Helenna estava ao celular falando com alguém, fui me aproximando, e o Padre vinha ao meu encontro.

-Minha filha, sinto muito, faremos de tudo para encontrá-la.

-Obrigada Padre - o abracei.

 Não consegui evitar que as lagrimas começassem a brotar em meu rosto, ele me reconfortou. Padre Gustavo sempre foi amigo de nossa família, desde que eu me lembre ele sempre esteve presente em minhas memórias, o Vilarejo de São Bento foi o único lugar que eu morei até hoje, todas as minhas lembranças se encontram aqui. O vilarejo não mudou muito, a igreja sempre foi esta, e o padre também, a escola, o posto de saúde, enfim, tudo sempre foi desse jeitinho. Mas com o tempo gente nova foi chegando, e nem todas trouxeram coisas boas para a nossa cidadezinha, muitas com o tempo foram embora por não serem bem aceitas.

Consegui me recompor um pouco, já não chorava tanto.

-Padre, o que iremos fazer? – perguntei soluçando.

-Só temos que esperar as autoridades agirem, Helenna já entrou em contato com elas, eles já estão a caminho.

-Nós iremos ficar parados enquanto minha mãe pode estar sendo morta? – desabei a chorar novamente.

-Não, claro que não, faremos multirões de busca pelo bosque e cidades vizinhas, sua mãe é uma pessoa muito querida todos irão querer ajudar.

Não tive palavras somente assenti com a cabeça. Corri em direção a Helenna, ela me recebeu com os braços abertos.

-Calma, vai dar tudo certo. Você vera, logo isso só vai passar de uma memória trágica e dolorosa – disse Helenna afagando meus cabelos.

As palavras de Helenna eram reconfortantes. Faziam-me sentir melhor. Ela é minha amiga desde pequena, sempre confiei nela para tudo. Já de Cristiana, não posso dizer o mesmo, ela havia chegado aqui há uns cinco anos, sua mãe morreu afogada em um naufrago então ela se mudou com o seu pai para cá. Seu pai trabalha no ramo da agricultura, e em nosso estado há boas áreas para se plantar. Junto com eles veio também a indústria agrícola da família. A sede da indústria não fica aqui, ela se localiza na cidade vizinha, que é mais industrializada que a nossa.

Nem eu nem Helenna confiávamos plenamente em Cristiana, ela já mostrou muitas vezes que do mais valor a si própria do que aos outros, mais sempre a perdoamos, porque nós somos as únicas pessoas que são verdadeiramente amigas dela – agora eu não seria mais tão amiga assim – Tenho certeza que Cristiana é a vilã de meus Sonhos. A vilã sempre foi uma incógnita, não tinha rosto definido em meus sonhos, mais as atitudes eram nítidas – como as de Cristiana.

Helenna e eu fomos caminhando lentamente entre a multidão da festa até chegarmos a minha casa. Começou a cair uma garoa. O inverno apenas tinha começado muitas tempestades ainda virão, e eu podia prever que meu resfriado só pioraria com o tempo. Assim que chegamos a minha casa Helenna foi até meu quarto arrumar uma bolsa de roupas para mim, ficaria por em quanto na casa Paroquial, como disse o bilhete – cada vez que essa memória me atingia, era como farpas sendo cravadas em meu coração - Fui até o banheiro tomar um banho e tentar por as idéias em seu devido lugar. Vesti uma roupa confortável, e fui tentar encontrar Helenna pela casa. Ela estava na sala me esperando com um sorriso amigável em seu rosto.

-Vamos? – perguntou ela.

-Claro – disse desanimada.

-Tem certeza que não esta esquecendo nada?

-Sim, podemos ir.

Da porta da minha casa podia-se ter uma visão ampla da praça, ainda garoava, e a praça ainda estava lotada. Só tinha uma pequena diferença agora com algumas viaturas, policiais e equipes forenses. Me senti estranha vendo toda essa movimentação, pessoas sendo interrogadas, e cães farejadores, equipes de buscas. Essa cena demoraria a sair da minha cabeça.

-Quer ir lá agora, ou que dar mais um tempo aqui?

-Não vai adiantar adiar as coisas agora, só vai piorar a situação, tenho que ser forte.

-Estarei no seu lado a todo tempo.

Só a abracei. Seguimos em direção a praça. Todos nos encaravam, podia afirmar que todo mundo já estava sabendo. Uma policial veio ao meu encontro juntamente com o Padre.

-Catherine, a policial Cherry quer lhe fazer umas perguntas – disse o Padre Gustavo.

-Claro, já imaginava isso.

-Bom... Catherine vamos nos sentar ali. – apontou para um banco próximo ao canteiro de flores.

Seguimos para lá em silencio.

-Qual a ultima vez que você a viu?

-Quando ela pediu minha opinião para se vestir.

-E isso ocorreu quanto tempo antes de saírem de casa?

-Cerca de uns 30 minutos, tempo suficiente para eu me arrumar. Depois só encontrei o bilhete da geladeira.

-Poderia nos entregar esse e o outro bilhete?

-Claro, eu gostaria de saber o quanto da história você já sabe?

-Bom, posso te dizer que já sei da história toda, mais preciso te pergunta para saber se a sua versão e a que os outros me deram são iguais.

-Sim, compreendo.

Olhava a multidão para ver se encontrava Helenna, a vi perto de um poste também sendo interrogada por um policial. A Cherry era muito bonita, era loira, com olhos castanhos claro que davam um contraste perfeito com a sua pele clara, mas não tanto quanto a minha.

-Então, existe alguém que guarde rancor de sua mãe?

-Não, que eu saiba. Todos que eu conheço sempre demonstraram carinho por ela – tudo o que eu falava era anotado em um bloco.

 O silencio perto de nós era tão grade que era possível escutar o ruído da caneta marcando o papel.

-Você não conhece o seu pai não é mesmo?

-Sim. Não sei se ele poderia fazer isso, nunca o conheci nem tive informações suficientes sobre ele para deduzir qual é sua índole.

-Por enquanto é só isso Catherine. Obrigado –estendeu sua mão para um aperto, eu retribui.

Fiquei lá sentada no banco sentindo a garoa aumentar.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Faça uma autora feliz mande um Review.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sonhos de Uma Noite de Inverno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.