Sonhos de Uma Noite de Inverno escrita por Diundica


Capítulo 5
O Bosque.


Notas iniciais do capítulo

Esse é um pouquinho mais comprido que os outros, espero que esteja bom.



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Finalmente entramos no bosque, estava na hora do crepúsculo isso deixava a paisagem um tanto assustadora.

-Vamos seguir em frente, Lucas disse que era na parte mais elevada – eu disse confiante.

-Claro, é o que devemos fazer.

Resolvi que estava na hora de contar sobre o Lucas para Helenna.

-Helenna, preciso contar uma coisa – continuamos caminhando olhando apenas para frete.

-Pode contar sou todo ouvido.

-Bom, o Lucas não é só o filho do Marcos, ele... Ah! Ele me encanta, mas... Hoje ao sair de casa tropecei em uma rosa e um envelope. No envelope dizia que queria me encontrar no bosque após a abertura da festa, quando comecei a procurar pela minha mãe fui falar com ele, ele me disse que tinha visto ela perto dessa tal casa, quando perguntei o que fazia lá no bosque, disse-me que estava preparando um lugar especial para ele e uma menina em especial, e colocou a mão em meu ombro e perguntou se eu tinha gostado da rosa, senti a maldade em sua voz, não gostei disso, mais dentro de mim tem algo que me deixa cada vez mais atraída por ele.

Paramos de caminhar.

-Catherine, isso é muito perigoso, você não o conhece direito para se entregar assim para ele – disse Helenna praticamente implorando – Não se aproxime mais dele esta bem?

-Farei o possível, mas não garanto nada, há algo nele que me chama, parece uma força magnética, quando estou perto dele tenho vontade de abraçá-lo, sentir seu cheiro de perto... – ela me interrompeu.

-Catherine ACORDA, você não pode estar falando sério, ele é um estranho, focaliza no seu objetivo, sua mãe sumiu! Você não pode ficar se distraindo agora, sua mãe é mais importante.

Somente assenti com a cabeça.

Continuamos a caminhar em silêncio, reparei quando nós subimos uma pequena ladeira, quase imperceptível.

-Helenna, creio que chegamos à parte mais elevada, teremos que ter o dobro de atenção agora.

Ela concordou, e a essa altura, já era noite nossa pequena fonte de luz era quando tinha clareiras no bosque, onde a luz da lua iluminava o nosso caminho. A paisagem, os ruídos, os sons dos animais nos deixavam cada vez mais aterrorizadas. Vi ao longe uma luz fraca. Corri, deduzi que era a casa, só não compreendi o fato de te uma luz acesa já que ela estava abandonada.

-Helenna, olha! – apontei para a casa.

-Vem, vamos logo, melhor irmos silenciosamente.

Fomos em silencio, a luz que víamos era de algumas velas dentro da casa, olhamos pela janela lateral, era possível ver muitas ferramentas, parecia mais aquelas casa que tem nos jardins que serve como porão para guarda ferramentas, estranho ter uma dessa no bosque. Entrei, Helenna ficou do lado de fora, para ver se alguém aparecia. Não tinha muito sinal que alguém tenha passado por ali, a não ser pelas velas, tudo estava com muita poeira, e com muitas teias de aranha. Desesperei-me, minha mãe havia realmente sumido?!

Sentei-me no chão. Não tinha mas motivos para viver. Pra que viver? Não tinha mais mãe, nunca conheci meu pai, a únicas coisas que sei dele foi o que minha mãe havia me contado, que eu parecia muito com ele. Olhei para a parede que estava a minha frente, tinha um papel. Levantei-me o mais rápido possível, peguei-o, estava com manchas de sangue, era a letra da minha mãe, não estava muito legível mais consigo reconhecer ela em qualquer lugar. Era uma letra corrida, escrita com pressa, dizia.

“Não venha atrás de mim, por enquanto fique com o Padre Gustavo.

Sempre te amarei,

Não me procure é perigoso demais”

 

Comecei a chorar. Com a plena certeza eu não ficaria aqui parada com a duvida de ela estar viva ou não. Tinha manchas de sangue no papel, qual quer pessoa em sã consciência ficaria preocupado, principalmente se tratando de sua mãe, seu único laço de sangue, a sua melhor amiga.

Helenna entrou na casa após ouvir meu choro.

-Catherine?! O que houve?! – disse ao me ver sentada no chão novamente.

Só consegui estender a mão com o bilhete para ela, ela o pegou após ler, se sentou ao chão comigo, e me abraçou, era disso que eu precisava. Uma pessoa para me apoiar, consolar e ajudar nesse momento. Após uns minutos ela me ajudou a me levantar, e fomos caminhando bosque adentro em direção a praça.

Depois de 20 minutos conseguimos chegar à praça, ainda chorava. Cristiana viu essa cena, e veio ao nosso encontro.

-O que aconteceu?! – Perguntou preocupada.

-Vem, deixa que eu explico – disse Helenna.

Afastei-me delas, fui em direção a paróquia, irei fazer uma prece para todos os santos protegerem minha mãe nesse momento. Ao chegar à igreja, assim que ajoelhei senti uma mão em meu ombro direito.  Olhei para trás e não vi ninguém, mas senti uma paz de espírito muito grande, seja quem for que tenha posto a mão em mim, foi de grande ajuda. Continuei minha prece. Ao sair da igreja avistei o Lucas, minha cara estava melhor mais ainda sim parecia que tinha chorado recentemente. Ele veio em minha direção, aparentemente com a intenção de falar comigo.

-Catherine, conseguiu encontrá-la?

Não sabia se respondia ou dava as costas, como já disse antes a algo nele que me chamava, tive que responder.

-Não, infelizmente não – tentei ser o mais curta possível.

-Eu me preocupei.

-Se você tivesse realmente se preocupado teria ao menos se mexido para procurá-la também.

Ele ficou sem ação, sorriu – apesar da situação não ser propicia- e foi caminhando calmamente de volta a floricultura.

Fui procurar o padre, ele estava próximo as barracas de bebidas. Fui andando calmamente, e tentando me manter estável. A poucos metros de distancia avistei Cristiana de mãos dadas com Lucas, isso me deixou chocada, não entendia o porquê, perdi a linha de raciocínio, parei de andar e só conseguia olhar para os dois. As mãos dadas se tornaram braços na cintura, e logo depois entraram no bosque. Foi simples de entender, ele não conseguiu me levar então pegou a primeira que apareceu, conhecia bem a Cristiana para entender que qualquer menino que a desse mais atenção, ela retribuiria facilmente. Não sei se ele sabia disso também, mais conseguiu o que queria... No meio do meu raciocínio lembrei-me do que Helenna tinha me dito, tinha que focalizar em minha mãe.

 


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Notas finais do capítulo

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