-Fica calma, só estou querendo conversar – disse em um sussurro dando a volta no banco e aproximando-se para sentar-se ao meu lado.

-Não temos o que conversar – me distancie mais.

-Eu sei...Só quero um tempo com você – passou seus dedos em meu rosto – quero te conhecer melhor, não tive oportunidade para isso, sempre foi assim entre mim e Lucas, nunca conseguimos  ficar muito tempo juntos sem trocar algumas farpas.

-Eu acho isso errado – tirei sua mão de meu rosto – Lucas não vai gostar de saber disso.

-É só ele não ficar sabendo – sussurrou.

-Mas é errado, ele não quer mais saber de você, e eu nunca quis. Quer saber?  Não sei nem porque ainda estou aqui te ouvindo – me levantei.

Mas seus braços envolveram meu corpo obrigando-me a me sentar e a ficar mais próxima dele do que antes.

-Eu só quero te entender melhor. Poder te conhecer. Você é diferente de qualquer outra garota que eu já tenha visto. Enxergo nos seus olhos suplicas de ajuda. E eu sinto que posso te ajudar – sua mão segurava meu rosto – Me deixe te ajudar – ele se aproximou.

A única coisa que conseguia ver na minha frente era os lábios carnudos se aproximando cada vez mais dos meus. Não consigo entender porque não me movo? Preciso levantar! Vamos Catherine levante-se!

Suas mãos eram quentes, aconchegantes, meu corpo estava se entregando a tentação que era Jared. E isso era errado, e eu tinha essa consciência. Seus lábios seguiram um curso diferente do que eu imaginava, Foram até meu pescoço. Ele deu três beijos. Não pude evitar fechei meus olhos e pude sentir o calor de sua boca. Pude sentir sua mão saindo de meu queixo e indo para minha nuca. Sabia muito bem onde aquilo iria parar. Agora precisava intervir.

Levantei-me rápido me despertando daquele prazer, ele não esperava por isso. Sai correndo em disparada a padaria. Cheguei lá ofegante, Lucas não entendia o por que.

-O que houve? –ele me perguntou com os olhos arregalados.

-Nada! – menti na cara dura.

-Me fale! – ele segurou em meus braços.

-Nada! Já disse só senti que precisava ficar perto de você! – me senti mal por mentir assim.

Ele me abraçou e pós seu queixo sobre minha cabeça. Me senti segura, mas estava com medo que ele pudesse ver Jared saindo da igreja.

Os amigos de Lucas indicaram um caminho novo para seguirmos. Fomos por ele pelo que Lucas havia me dito a tal informação era verdadeira e confiável. Pelo que pude ouvir a uns dias atrás um homem veio a um supermercado com uma mulher que tinha as descrições de minha mãe, a Mulher foi muito mal tratada pelo home, ela aparentava esta com fome, e esta muito suja. Isso chamou a atenção dos moradores da região ao ponto de pedir que os guardas ficassem de olho nesses forasteiros.

É em uma cidadezinha próxima a essa aqui onde estamos. Teremos que passar o resto do nosso dia viajando de trem.

-Já vai comprar nossas passagens? – perguntei assim que chegamos a estação.

-Claro, fique sentada neste banco aqui. Tome conta de nossas bagagens.

Assim que Lucas se afastou vi Jared entrando na estação. Ele estava com um sobretudo cinza escuro e um chapéu preto. Mesmo assim pude ver o brilho de seu sorriso quando me avistou sentada ali. De imediato abaixei minha cabeça corada. Procurei não olhar para lugar algum, até que Lucas voltasse só olharia o chão. Não estava com vontade de avistar Jared novamente. Não esta me apaixonado por ele, mas meu corpo não me obedecia quando chegava próximo ao corpo dele.

Senti uma mão pousar em meu ombro, dei um pulo, Lucas me olhou assustado.

-Esta agindo estranho ultimamente! – disse ele sobressaltado – parece até que esta com medo de tudo e de todos.

-Não, não é isso não...acho que estou sentindo falta de seus beijos – disse sorrindo e contornado o banco para abraçá-lo.

Seus braços pegaram minha cintura com firmeza, e me puxaram para mais perto. Sua boca roçava em meu pescoço. Isso me lembrou Jared e me fez abrir os olhos assustada, acho que ele percebeu minha alteração. Uma mão em minha cintura e outra em minha nuca, sua boca em meu queixo, fazendo um percurso perigoso até chegar a minha boca. Arrepiei-me com sua respiração quente batendo em minha pele. Me entreguei a ele, avancei, e enrolei meus dedos em seu cabelo macio. Era bom ter a sensação que nós éramos feito uma para o outro.

Quando nos separamos estávamos ofegantes e sorrindo, de mãos dadas fomos para o trem não quis olhar para traz com medo de encontrar novamente o sorriso de Jared.

A viajem foi tranqüila, fiquei o tempo todo agarrada a Lucas, ele recitou-me poemas e me fez juras de amor, cochilei em seus braços e em tempos tive um sonho agradável. Sonhei que estava Lucas e eu caminhando com nossos filhos em um campo florido. As crianças eram sorridentes assim como eu e ele. Foi rápido o sonho, mas me deixou com uma sensação boa. De esperança para o futuro.

Chegamos a tal cidadezinha já era noite, e logo fomos procurar um lugar para dormirmos. Lucas se informou na própria estação de trem.  E seguimos na direção indicada. Paramos na frente de um belíssimo hotel, por um momento perguntei-me se teríamos dinheiro para pagar a estadia. Mas por julgar a cara de Lucas posso dizer que sim.