O quarto era grande, a cama de casal – isso me assustava – era bonita e grande, acho que dessa vez nada iria atrapalhar minha noite de sono. Lucas foi por as malas em um dos cantos do quarto e eu me sentei na cama. Era bem confortável. Macia como uma pluma.

-Vou ao banheiro me trocar – disse Lucas com naturalidade, e saiu porta a fora em direção ao final do corredor.

Fui até minha mala e peguei meu moletom – estava frio de mais - precisava me aquecer de todas as maneiras possíveis. Poucos minutos depois Lucas volta ao quarto com uma camisa de decote em V branca, uma calça de moletom preta. Os cabelos escuros e bagunçados o deixava ainda mais com cara de sapeca.

Levantei-me e fui à sua direção precisa ao menos abraçá-lo. Frente a frente com a perfeição sorri como nunca havia sorrido antes. Nem precisei dizer ou fazer alguma coisa, os braços dele se envolveram de tal maneira em minha cintura que nada o faria solta-la. Sua boca veio de encontro a minha e o desejo tomou conta de nós. Ele foi andando em direção a cama ainda me beijando. Ele por cima de mim sobre a confortável cama.

Meu coração estava quase explodindo. Meu corpo sentia a necessidade de estar o mais perto possível do dele, mais minha consciência me dizia que não era a hora, coisas mais importantes deviam ser postas em primeiro plano.  

-Espera! – eu disse.

-Fiz algo errado? – disse parando de me beijar.

-Ainda não é a hora... Temos que pensar em minha mãe! Quando à hora chegar quero estar com você de corpo e alma... E ser for agora à hora, só meu corpo estará aqui minha mente estará vagando por ai tentando descobrir onde esta minha mãe. Eu quero que seja especial.

-É concordo. O meu estresse com Jared ainda me deixa chateado, além do mais temos todo o tempo do mundo porque afinal eu sempre estarei aqui a sua disposição.

Ele nos girou na cama. Nossos corpos estavam em um encaixe perfeito suas mãos em minha cintura e seu queixo sob minha cabeça. Sentia sua respiração calma bater de leve em meu rosto. Seus olhos fechados mostravam como o seu corpo estava pronto para relaxar. Mas eu não. Estava disposta a desfrutar dele o máximo que podia. Aquela noite seria uma noite especial. Era a primeira noite que dormiríamos juntos.

Passei meus dedos em seu rosto e de imediato meu anjo abriu os olhos de maneira lenta.

-Quero mais um pouco de você essa noite – falei em tom brincalhão.

 -Sou todo seu! – disse Lucas sobressaltando-se e se sentando na cama

Agarrei-me nele e eu pude sentir que o que ele já havia dito antes era verdade. Ele sempre estará comigo e eu sempre com ele. Era nosso destino estar sempre juntos.

O sol invadiu nossa janela obrigando-me a abrir os olhos. Juntamos nossas coisas e fomos e já descemos. Lucas foi até ao balcão para pagar e eu sentei-me o esperando. Devia ser quase 7:30 da manhã. Nosso destino a parti de agora era incerto.

Lucas logo saiu e eu fui atrás deixando para trás o albergue que me acomodou em uma noite que lembrarei por um bom tempo.

-O que faremos? – perguntei enquanto pegava em sua mão.

-Farei algumas ligações para uns amigos que tenho por aqui e já saberemos o caminho a seguir.

-Fico fascinada com a confiança que sua voz, quer dizer ate sua presença passa para mim. Quando você fala tudo parece mais simples. Parece que pode ser resolvido assim – estalei os dedos.

Ele riu e a sua mão que antes estava junto da minha foi a minha cintura e me puxou para mais perto. E então ele beijou minha cabeça.

-Eu te amo – e me beijou sem ao menos eu esperar.

-Você sabe que eu também – e seguimos em frente.

Como sempre meu destino incerto aparentemente estava tomando seu rumo. Depois de andar um pouco com Lucas paramos em uma padaria para comermos. De longe Lucas já havia avistado dois amigos seus então fomos ao seu encontro.

-Lucas! Que surpresa! Já estávamos até com saudades – disse o mais alto em um tom brincalhão.

-Achamos que algo havia acontecido – confessou o outro.

-Fiquem tranqüilos como podem ver estou bem – disse Lucas com tranqüilidade.

-Posso ver que bem até demais! – exclamou o mais alto olhando para a mão de Lucas envolta à minha cintura.

-Ah! Claro, Harry e James esta é Catherine minha namorada – disse Lucas em um curioso tom de orgulho.

Harry era o mais alto, só um pouco maior que Lucas, tinha uns olhos expressivos, um rosto comprido e o cabelo totalmente bagunçado e escuro, sua pele era parada. Já o James era da minha altura – não que eu me considerasse baixa – cabelos loiros e compridos até o queixo e uns olhos claros e inocentes, era mais rechonchudo que Harry sua pele era branca, mas ele tinha umas bochechas incrivelmente rosadas e um rosto bem redondo.

-Agora esta explicando porque você foi embora daqui, tinha coisa mais interessante para fazer né? – disse Harry dando um tapinha no ombro de Lucas. Todos rimos.

-Prazer em conhecê-la Catherine – disse James, sua voz era aguda.

-O mesmo digo eu – completou Harry.

-Catherine vá comprar algo para comermos? – perguntou Lucas olhando para mim com um olhar que mais parecia de ordem do que uma pergunta. Imaginei que ele quisesse um tempo a só com os amigos. Assenti com a cabeça e fui para o balcão

Comprei uns pães e algo para bebermos e fiquei lá matando minha fome enquanto eles não paravam de tagarelar ao longe de mim. Não me importava com isso era bom pra ele rever os amigos. E pelo que o sei deve perguntar algo sobre o paradeiro de minha mãe. Não vejo à hora dessas minhas angustia passarem. Quero ser feliz ao lado de Lucas e de minha mãe. Construir minha vida ao lado de quem mais amo nesse mundo. Isso me fez lembrar-se de Helenna, será que ela já chegou à cidade? Será que notou minha falta? E o padre? E a Cherry? Será que ela viria a trás de mim? Muitas perguntas que no momento estão e continuarão sem respostas. Me virei para trás e vi uma capela. Bonita capela. Me deu uma vontade incontrolável de ir conhecê-la. Levantei e fui ate Lucas.

-Lucas – disse o interrompendo – Vou ali do outra lado da rua ver a capelinha a comida esta ali – gesticulei para o balcão .

-Claro meu amor. Depois venha para cá – dei-lhe um beijo rápido e fui em direção a capela.

Era até aconchegante. Tinha uma senhora ajoelhada no primeiro banco, não quis atrapalhá-la sentei-me no ultimo só pra curti a atmosfera de paz que eu sempre sentia dentro de locais desse tipo.

A porta se abriu mais não olhei para trás esta imersa na minha atmosfera de paz. Passos pesados fizera-me sair de minha atmosfera. Senti a presença de alguém atrás, quando ia me virar senti a respiração em meu pescoço e por um motivo que desconheço fiquei imóvel.

-Doce Catherine, que bom que te encontrei – a voz sedutora me fez tremer e me arrasta pelo banco. Era impossível não reconhecer aquele distinto timbre: Jared.