Sonhos de Uma Noite de Inverno escrita por Diundica


Capítulo 12
Eu te amo.


Notas iniciais do capítulo

Finalmente!!!
o capitulo inteirinho.
Curtão ao maximo.



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Sua mão estava presa a minha fortemente. Ele parecia nervoso. Podia jurar que ele tremia e suava, suas feições não eram de conforto. Ele realmente estava muito desconfortável com essa situação – não preciso dizer que eu também – Estou começando a achar que há algo de errado com este bosque. Tudo, tudo mesmo acontece nele. Minha mãe some, eu beijo Lucas, a maldita cabana é no bosque, Cristiana foi encontrada no bosque. Tudo me leva a crer que há algo de muito estranho neste bosque, mais também pode ser cisma minha ou apenas coincidências absurdas.

Estava ficando cada vez mais tarde, e eu e Lucas ainda estávamos adentrando na floresta. Confesso que estremeci só em pensar em que ele faria comigo.

De repente paramos. Estávamos em uma clareira era possível ver o céu, as estrelas brilhavam como nunca havia brilhado antes, a lua estava bela, encoberta por umas nuvens, mais ainda assim bela.

Ele finalmente soltou minha mão, e sentou-se em um tronco caído, o acompanhei fazendo o mesmo. Seus olhos que antes estavam tão penetrados nos meus agora fugiam do meu olhar.

 

-Catherine – disse em um fio de voz –  eu tenho noticias muito importantes sobre o paradeiro de sua mãe.

-Conte-me! – praticamente ordenei.

-Ela esta em alguma parte entre o nosso vilarejo e essa cidadezinha vizinha. Seguindo por aqui – apontou para uma parte escura do bosque - conseguimos chegar à floresta da cidadezinha.

-E você pretende que eu vá até lá? – não estava conseguindo entender o seu raciocínio.

-Pretendo que você vá...mas comigo junto, claro – olhou nos meus olhos, aquele azul profundo enfeitiça qualquer um. Pude ver que ele segurava um belo sorriso.

-Luca...- ele me interrompeu pondo seus dedos em meus lábios.

-Catherine somente me escute. Não confio em dar essa informação a ninguém, muito menos a Cherry, ela não vai com minha cara e muito menos eu com a dela, sei que todos acham que fui eu que fiz tudo isso, mas sei que você confia em mim o suficiente para saber que minha palavra é verdadeira. Também sei que você é a mais interessada neste assunto, por isso quero que você faça o possível e o impossível para ir comigo até essa maldita cidadezinha.

-É quase impossível, terei que contar a Helenna e o Padre... – por um momento pensei e caiu a fixa que se tratava de uma chance considerável de encontrar minha mãe e finalmente acabar com esse pesadelo – Lucas nós vamos atrás dela sim. Quando partimos?

-Amanhã – respondeu-me sorrindo.

 

Ele se levantou e eu fiz o mesmo, segurou em minhas mãos, olhou nos meus olhos – eu estava em êxtase - se aproximou soltou as suas mãos das minhas, passou as mãos pela minha cintura, e eu pelo seu pescoço, minha cabeça estava grudada em seu peito podia ouvir sua respiração nervosa e seu coração acelerado. Senti sua respiração quente em meu ouvido.

 

-Eu te amo – sussurrou.

 

Uma explosão de sentimentos invadiu meu ser, já não conseguia distinguir o certo do errado. Fiquei completamente sem ação, o que dizer? Eu te amo? Não sei se é o momento. Pude ver que ele ansiava por uma resposta, sua respiração que já não estava normal acelerou-se mais. Minhas mãos suavam, as entrelacei entre seus cabelos, tirei meu rosto de seu peito.

-Te amo – consegui quase sem voz, sem sombra de duvidas estava rubra.

 

Ele sorriu. Se aproximou do meu pescoço, o beijou – evidentemente me arrepiei, evidentemente ele notou – seus lábios seguiram o percurso até aos meus, ao se encontrarem pude sentir a ferocidade com a qual ele os consumiam. Sua língua brincava com a minha de uma maneira gentil, mais apreçada, minhas mãos passavam por seus cabelos lisos cada vez mais delicadamente, enquanto as dele estavam em um movimento constante em minha cintura. Quando ele parou me senti desolada, incompleta era como mágica, com um toque ele já consegui me fazer viajar em pensamentos e sensações nunca experimentadas antes.

Ele se afastou, mas nossas mãos continuaram unidas ele nos guiou até a saída do bosque, ao avistar a praça ele me abraçou forte deu-me um beijo na testa.

 

-Até amanhã – sussurrou ao pé do meu ouvido.

 

Por um momento eu havia me esquecido de tudo, inclusive de fugir com Lucas nesta jornada de busca. Como convencerei o Padre? E Helenna? Ela vai surta.

Abracei Lucas. E ele seguiu para floricultura e eu para a igreja. Precisava de uma intervenção divina nesta situação.

A praça não estava movimentada como de costume, só havia as viaturas estacionadas – como sempre - e umas pessoas sentadas nos bancos.

Entrei na igreja determinada a sair dela com uma solução. Fiz uma longa prece para São Bento e todos os santos que vieram a minha cabeça. Precisava rápido de uma solução. Não podia simplesmente sair a caminho da cidade sem dar alguma satisfação iriam achar que fui pega também, mas por outro lado se eu contar toda a verdade iriam me impedir. E agora?

Senti que a resposta estava a minha frente, que a qualquer momento ia saltar a minha frente. Sai da igreja e fui em direção a casa paroquial, estava cansada, um banho ia me ajudar a resolver essa situação.

Ao entrar na sala Helena ria alegremente conversando com o Padre, estavam sentados no sofá pude ver as xícaras de café na mesinha de centro.

 

-Catherine! – disse Helenna com seu sorriso contagiante – onde estava?

-Precisei dar uma volta para esfriar a cabeça.

-Junte-se a nós – sugeriu o Padre gesticulando para a poltrona.

-Claro, o café estava bom? – perguntei com um tom brincalhão.

-Sim muito mesmo – respondeu Helenna rindo.

-Vou busca para você Catherine – disse o Padre já se levantando.

 

Assenti com a cabeça e levantei-me e fui em direção a Helenna, queria sentar ao seu lado.

 

-Meus pais ligaram. Minha avó não melhorou terei que ir ficar com ela. Eles têm um compromisso em uma cidade próxima ao porto que não pode ser adiado, pensei que você gostaria de ir comigo – terminou com um belíssimo sorriso no rosto.

-Mande melhoras para ela, não quero ficar longe daqui. Perderei informações importantes.

-Entendo, mas acho que será melhor você ir e esfriar a cabeça lá comigo, o padre também acha.

-É, mas vai ser mais difícil para mim ficara tranqüila lá com você do que aqui, sendo informada a cada minuto do que esta acontecendo. Obrigado pela preocupação – a abracei forte.

-Fica direitinha aqui esta bem? – Sorri e ela entendeu que fez a melhor não insistindo mais.

 

Helenna tem esse jeito todo protetora, mais sabe a hora de parar de insistir. Isso que eu acho coerente na parte dela, por isso que nos damos tão bem assim desde sempre.

 

-Aqui seu café – disse o Padre me entregando.

 

Dei uns dois goles, o Padre se sentou na poltrona onde antes eu estava.  Eu só fiquei observando a conversa dos dois.

 

-É ela disse que prefere ficar ao ir comigo – disse Helenna.

-Mas olhando pelo lado dela, é melhor para ela se manter informada ao Maximo – argumentou o Padre.

-Entendo perfeitamente mais o psicológico dela fica sendo obrigado a lembrar disso 24 horas – disse Helenna em uma tentativa frustrada de convencer o Padre que o melhor para mim era ir com ela.

 

Fiquei boba de ver a maneira como eles conversavam sobre mim, parecia até que eu não estava presente no local. O telefone tocou na cozinha. O padre deixou Helenna sem resposta e foi atendê-lo.

 

-Helenna eu prefiro mesmo ficar aqui, o Padre vai me ajudar a me manter centrada, não ficarei, psicótica nem deprimida ou algo do tipo – sabia que ela não queria mais insistir comigo, mas tentaria a todo custo convencer o Padre.

O Padre voltou a sala – e dessa vez quem ficou sem resposta fui eu - com uma expressão não muito boa, parecia preocupado, coçava a cabeça. Sentou na poltrona e olhou diretamente par mim.

 

-Catherine, meu irmão mais velho faleceu há poucos minutos atrás. Não se preocupe, eu já aguardava por isso ele tinha câncer em um estado terminal. Já era inevitável, só por um milagre mesmo e conseguiria superar.

-Padre isso é terrível. Sinto muito, mesmo que já fosse esperado é um choque grande perde um irmão – eu disse, levantei e fui abraçá-lo. Ele levantou-se e retribuiu meu abraço, respirou fundo, provavelmente segurando o choro.

-Vai dar tudo certo... – disse Helenna o abraçando também.

 

Voltamos aos nossos lugares e ele continuou.

 

-Enfim, terei que sair do nosso estado e ir ao encontro de nossa família. Neste caso a melhor opção é deixar você Catherine – olhou para mim – com a Helenna.

-E se a Cherry me supervisionar, ela é uma policial e aqui é uma igreja nada poderá acontecer.

 

O Padre parou e refletiu sobre o que eu havia falado a Helenna também, pelo visto meus queridos santinhos estavam respondendo minhas preces, nunca pensei que seria tão rápido.

 

-Se Cherry ficar de olho, não vejo problema algum – falou o Padre.

-É – disse Helenna não muito satisfeita.

-Então está resolvido amanha ficarei aqui. Bom, vou tomar um banho, e dormir. Boa noite a vocês – déia as costas e subi as escadas.

 

Fui até o quarto de hóspedes onde estava minha bolsa com minhas coisas, peguei uma muda de roupas e fui ao banheiro do quarto – sim, é uma suíte – Tomei um banho demorado até de mais, a água estava fria boa para por as idéias no lugar. Festejei em silencio a minha conquista, iria atrás de minha mãe e o mais importante com o Lucas.

Fui me deitar estava muito cansada. Deixei que os pensamentos me guiassem até um destino desconhecido, ansiava pelo sonho dessa noite. Queria finalmente depois de esse longo dia poder entrar no meu mundo dos sonhos, e poder vivenciar cada sentimento intensificado.

O sono logo me alcançou. O Como esperado o sonho também.

Estava em uma praia a areia era branca, e o céu era de uma azul claro que chegava a doer os olhos de olhar.  Havia pássaros, e muitas pedras, grandes pedras. Tinha um homem sem camisa, apenas uma bermuda, deitado em uma dessas pedras. Fui ao seu encontro mais a cada passo que eu dava mais para trás eu andava, e cada vez mais distante do belo homem eu ficava, escutei ele gritar.

 

-Catherine Socorro – gritou com toda a sua força.

 

Era o Lucas, e havia caído da grandiosa pedra, um pássaro tinha pousado em seu ombro, então ele desequilibrou-se quando foi tirá-lo. E caiu na água pedindo minha ajuda para salva-lo. Foi horrível não poder ajudar. Me senti inútil, sem utilidade alguma. Cada passo desesperado que eu dava em direção a ele era um puxão que eu recebia. Puxavam-me para trás justo na hora que eu mais precisava avançar.

Um som alto me despertou do sonho um baque na janela, levantei em um pulo na cama. E corri em direção ao barulho e uma pedra foi arremessada da janela. A abri e fui olhar para saber de onde vinha, vi uma sombra se mover nos arbustos.

 

-Hey! Quem é? Aparece? – disse em um sussurro mas no silencio da madrugada meu sussurro saiu como um grito.

-Psiiiiu... – sibilou alguém.

 

Pude ver Lucas saltar dos arbustos, me surpreendeu. Não esperava vê-lo a essa hora da madrugada. Pensei que sairíamos de manha. Não de madrugada.

 

-Só queria saber se esta tudo bem com você – sorriu.

-Ficou maluco? Olha a hora Lucas, se te pegam aqui... – ele precisava perder essa mania de não me deixar terminar minhas frases.

-Fica calma, esta tudo sob controle – disse na maior calma possível.

-Sei, estou bem, e esta tudo certo para amanha. Te espero aqui – sorri.

-ok, até amanha. Ah! De uma olhada na porta, deixei algo para você – sorriu torto, todo maroto.

-Está bem, até mais tarde – estava com um sorriso largo na face.

 

Ele deu as costas a mim e saiu pela escuridão da madrugada. Não resisti, precisava ver o que há na mim porta. Segui em direção ao corredor, mais escutei o padre, parecia que ele havia acordado, isso não é bom, nem um pouco bom. 

 


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Notas finais do capítulo

Tyninha muito obrigado pela recomendação.
Ah! juh_banana, Luma_Black e NCullen tambem!
amoo muito todas vocês.



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