As Sete Ameaças escrita por Leh


Capítulo 55
Parte IV: Sangue e Água – A capital de Gapazium.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Desculpa a demora em postar, mas eu ainda posto essa semana, viu! Não desistam de mim!
O capítulo está cheio de links de fotos, vocês logo entenderão por que.



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Eles caminhavam pela floresta decididos. Embora Ibraim e Quon não tivessem concordado, os Sete tinham decidido marchar até Gapo, a capital de Gapazium e tomar o poder do rei Zoro o mais rapidamente possível, ou morrer tentando.

— Vocês estão sendo precipitados – falou Ibraim segurando os ombros de Yuki, tentando convencê-lo de não fazer aquilo – Não podem atacar a capital mais fortemente militarizada e esperar saírem ilesos.

— Nós somos as Sete Ameaças Prodígio, Ibraim. Vamos vencê-los e mostrar por que eles não devem se meter conosco.

— Yukiko, pense racionalmente. Se vocês perderem essa luta, como teremos uma mínima chance de vencer os três reis? Há muito tempo estamos nos reunindo sem poder suficiente para atacar, sem vocês nunca poderemos nem mesmo cogitar a vitória.

— Não se preocupe Ibraim, nós vamos vencer.

O homem não pareceu estar completamente convencido, mas desistiu de tentar mudar a ideia de Yuki.

“Chô? ” perguntou Yuki para a borboleta que voava ao seu redor “Pode me dar a visão, por favor?”

E então o mundo ganhou cores. Por mais que fossem cores foscas e formas difusas, ele conseguia ver o que estava à sua frente. Sorriu como se estivesse feito algo incrível.

— Vamos – falou Clyde, uma forma marrom à frente de todos – Para Gapo! Vamos invadir aquele palácio e arrasar tudo o que estiver pela frente! Não tenham medo de usar suas ameaças!

Todos gritaram em resposta, entusiasmados. Até mesmo Li, que era a garota acanhada e reservada, segurava o revolver em uma mão, ansiosa pela batalha.

Começaram a andar, decididos. Levavam todos um grande número de munição e suas armas. Gapo não era muito longe de onde estavam, apenas uma reta de algumas horas de marcha contínua.

— Quando chegarmos lá – começou no caminho Clyde – Quero evacuar a cidade antes de invadir. Imad, você fará um terremoto e esperaremos até as pessoas inteligentes saiam. Então nós invadimos. Vamos direto para o castelo. Vamos vasculhar as salas até encontrar o Rei Zoro.

— E quanto aos soldados que encontrarmos no caminho? – perguntou Sophie.

— Eles não mostraram piedade com Ivo – falou Riley.

E então todos ficaram em silêncio. Era certo que Pietra, Enzo, Giovanna, Saulo, Imad, Logan e Pamela estavam com medo, mas seguiam os outros mesmo assim.

Finalmente chegaram à Gapo. A cidade era cercada com uma lagoa artificial e um muro, de modo que a única entrada e saída era pela ponte que conectava a porta do muro e a terra firme. Tudo o que se via de trás dos muros era a torre do castelo.

— Imad, comece.

O outro assentiu e estendeu as mãos enquanto a terra começava a tremer. Primeiro devagar e leve, mas de repente tão forte que as árvores ao redor começaram a cair. Sophie estendia uma proteção para que ninguém fosse atingido.

O terremoto se sustentou por quinze minutos, quando as pessoas começaram a sair pela ponte, em desespero.

Tudo o que Yuki via eram manchas coloridas gritando e correndo. Mas sua audição conseguia captar o desespero das pessoas que escapavam de Gapo. Como se fugissem de um monstro.

Quando finalmente o movimento cessou, Clyde levantou-se e fez o sinal para que os outros o acompanhassem.

Ananya pegou a mão de Yuki para ajudar a guia-lo. Atravessaram árvores caídas até chegarem à ponte de madeira.

Mesmo com a distância e a péssima visão, Yukiko conseguia ver a destruição através do portão. Ele via um amontoado cinza e marrom por baixo da poeira e rastros vermelhos por todos os lugares.

Entraram finalmente na cidade. Ana precisou ajudar Yuki a atravessar as casas caídas e mortos pela rua principal. Apenas o centro continuava em pé.

— Os pobres moram às margens – explicou Quon – Suas casas são as mais frágeis.

— Precisamos passar pelo centro e adentrar o castelo – declarou Clyde impassível.

Continuaram em frente, armas em punho, preparados para a luta.

As ruas estavam lotadas de corpos e destroços. Tudo o que Yuki podia pensar era que Imad tinha exagerado, mas ele também sabia que Clyde queria exatamente aquilo. Doía seu coração ver tantos inocentes morrerem, mas sem aquilo, a passagem não estaria livre para eles.

Finalmente, encontraram os soldados. Eram aproximadamente duzentos homens com espadas e lanças contra os dezoito armados.

Pamela perdeu o fôlego, certa de que morreria. Logan grunhiu e estendeu o revolver, preparando-se para a luta com coragem. Imad e Ibraim se olharam, desejando sorte um ao outro sem pronunciar palavras. Quon pegou Li pelo ombro e tentou convencê-la, sem sucesso, a deixar a batalha e esperar na entrada de Gapo. Enzo e Pietra deram as mãos, apoiando um ao outro como podiam. Giovanna apertou mais sua espingarda, mas sem recuar. Saulo engoliu em seco e pronunciou um “Boa sorte” mudo para Ana, que sorriu e agarrou mais forte a mão de Yuki antes de solta-la e levantar sua metralhadora. Clyde e Sophie se olharam, decididos. Nina olhou Giovanna e sorriu, tentando incentivar as duas ao mesmo tempo. Paul e Riley deram um último beijo antes de levantarem armas. Zaki encheu suas mãos de fogo, deixando a arma de lado, confiava mais em sua própria ameaça.

Os soldados pareciam esperar alguma ordem pois estavam apenas olhando os recém-chegados com espanto pelas armas anormais. Então um berro se fez ouvir e os soldados avançaram.

Os dezoito se separaram e cada um foi a um lugar diferente começar a batalha. Yuki viu-se sozinho enxergando apenas muitos borrões chegando perto e atacando-o. Tentou se defender como podia, mas não conseguia distingui-los chegando.

Yuki ouviu um gemido desesperado em sua mente como se dissesse “Reaja!”

“Corte minha visão! ” exigiu apressado “Não consigo usar os outros sentidos com essa visão e ela não me ajuda. Rápido! ”

Então tudo ficou escuro novamente e ele conseguiu se encontrar. Já estava gravemente ferido no ombro e com vários arranhões por todo o corpo. Rangeu os dentes e atirou onde sabia que estavam os soldados que lhe atacavam.  Derrubou cinco antes de se voltar para os outros que agora vinham em sua direção. Os barulhos de tiros vinham de todos os lugares, bem como os gritos de dor e de guerra.

Ao longe escutou o berro de dor de Pietra e logo em seguida Enzo. Não se voltou na direção deles, sabia que não havia mais nada a ser feito. Continuou sua batalha, mudando para um rinoceronte em algum ponto para atingir mais facilmente os outros, ainda não estava acostumado a atirar e a recarga o atrapalhava.

Sentiu um leve tremor de terra que o derrubou. Por sorte conseguiu levantar-se com pressa e matar mais dois soldados com seus chifres.

Foi só quando ouviu o grito de Anya que parou a luta onde estava e transformou-se em morcego, voando pelo campo de batalha, ele pôde sentir as lutas ao seu redor. Eram brutais e mortais. Sentiu tantos corpos no chão que sentiu um aperto no coração.

Finalmente reconheceu o choro de sua amiga e pousou ao seu lado.

— Anya?

— Oh Yuki – falou ela atirando-se em seus braços – Saulo morreu.

Ele a apertou mais em seus braços e alisou seus cabelos.

— Está tudo bem.

Medved rugiu em algum lugar por perto e um homem gritou. A guerra ainda continuava.

— Obrigada por vir aqui, Yuki – falou ela beijando sua bochecha – Vamos acabar logo com isso.

A metralhadora de Anya começou a agir, atirando em tudo o que se mexesse por perto de seu olhar furioso. Ela gritava em dor e raiva.

Aos poucos o barulho de batalha foi diminuindo, mas os soldados de Gapo não desistiam tão fácil e eles estavam em um número muito maior.

De repente, um baque surdo se fez ouvir e todo o som foi cessado. Não por que Yuki tivesse ficado surdo, ele ainda escutava os pássaros e o vento. Todos estavam quietos e tinham parado a guerra.

— O que houve? – perguntou sem entender o silêncio repentino – Ganhamos?

— Sim – balbuciou Anya parecendo extasiada – Zoro está morto.

E Yuki de repente entendeu o que tinha acontecido.

 


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