Breazin escrita por Hina


Capítulo 2
Capítulo 2




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A primeira coisa que Cordélio fez na manhã seguinte foi procurar o Major Fyrel. Tinha treinamento físico e alguns documentos e papéis para preencher antes de encontrar Alexis no estande de tiro a tarde, mas queria resolver aquilo o mais rápido possível. Se ainda houvesse alguma chance de seu irmão fazer a prova para a escola preparatória, precisava descobrir o quanto antes.

Parou em frente à pesada porta de madeira escura do escritório do Major e conferiu se o uniforme estava arrumado e os coturnos limpos. Havia feito a barba com cuidado quando acordara. Seu cabelo crescia rápido demais e estava, como sempre, um pouco mais comprido do que era permitido, mas não havia muito que pudesse fazer quanto a isso. Respirou fundo e bateu.

A principio nao houve resposta e após alguns instantes Cordélio bateu novamente na porta. Apenas então a voz grave do Major perguntou quem era, em um tom não muito convidativo.

— Tenente Cordélio, senhor.

— Ah, Cordélio. Pode entrar.

Ele entrou. O escritório era pequeno, mas ricamente mobiliado de forma clássica e elegante. Destoava um pouco do restante do quartel, marcado pela modernidade e praticidade. Fyrel estava atrás de uma ampla mesa que ocupava boa parte do espaço, repleta de papeis, canetas e carimbos espalhados e um computador. Ele ergueu os olhos da tela e se levantou para cumprimentar o garoto.

Fyrel era alto, com um físico de dar inveja especialmente para um homem de sua idade, e trajava a farda negra que o destacava como um membro da unidade de operações especiais. Havia sido um dos instrutores de Cordélio quando este estudava na academia, antes de se tornar Major e passar a atuar mais na parte administrativa.

— O que foi?

— Eu soube que ontem aconteceu a primeira avaliação das fichas dos candidatos à escola preparatória, senhor.

— Sim, é verdade. Temos muitos candidatos promissores esse ano, vão nos dar trabalho. Veio se candidatar para instrutor?

— Não, Major. Na verdade eu vim conversar com o senhor porque meu irmão se inscreveu para a prova. Eu gostaria de saber por que ele foi reprovado. Se for possível.

Fyrel ficou imóvel por um momento, então voltou os olhos para o garoto.

— Eu soube do caso do seu irmão.- Ele disse devagar.- Não parece ter nada de errado com ele. Poderia se candidatar para alguma outra unidade.

— Dannyl gostaria de vir para Rydef. O senhor acha que ele não se adaptaria à  de operações especiais?- Perguntou com cuidado.

O mais velho contornou novamente a mesa e se sentou. Apoiou os cotovelos na mesa e o queixo na mão.

— Veja, tenente. Como eu disse, temos muitos candidatos promissores esse ano e nosso número de vagas é limitado. Em geral abrimos a oportunidade às pessoas de mais baixo nascimento para manter o nível de excelência dos candidatos, mas dessa vez não será necessário.

Cordélio não soube o que responder. Ele deveria ter notado, deveria ter sabido que esse era o caso. Eles não iriam aceitar seu irmão simplesmente porque, como ele próprio, nascera em uma família comum e não em uma casa nobre qualquer. Precisou de alguns segundos para absorver o fato antes de falar.

— Senhor, Dannyl tem muito potencial.

— Eu acredito em você. Ele certamente encontrará algum lugar.- Ele claramente dava aquela conversa por encerrada, mas Cordélio não estava pronto para desistir.

— Ele só precisa de uma chance. Eu tive uma chance, ou não estaria aqui hoje. Deixe-o tentar, ele não irá decepcionar o senhor.

— Cordélio...- O Major suspirou.

—  Deixe-o fazer a prova. Por favor.

No intervalo de silencio antes que o outro respondesse Cordélio não conseguia soltar o ar de seus pulmões. Agora que sabia o motivo de tudo não podia permitir que fizessem aquilo com seu irmão.

— Eu vou pensar no caso, já que é um pedido pessoal seu.- Disse por fim em um resmungo.- Mas não abuse de minha boa vontade, tenente.

— Obrigado, senhor.

Cordélio segurou o sorriso que sentiu nascer em seu rosto. Prestou continência ao oficial mais antigo e saiu da sala. Apenas quando já havia cruzado para o outro corredor, soltou um "Isso!" e deixou sua alegria transparecer.

—-//--

— Isso é incrível.- Alexis passava com o dedo as telas no computador do laboratório, mudando as imagens projetadas no telão.- Tem dezenas de aplicações.

— Nosso trabalho focou-se em aproveitamento energético, mas antes disso exploramos outras utilidades da pedra, especialmente na construção de maquinas de precisão e próteses.- Confirmou Julian Suez Delmoro.

O cientista nobre de Ambrya chegara ao quartel no dia anterior e fazia hoje sua primeira apresentação aos técnicos e engenheiros de Rydef. Era estranho para Alexis ver o já famoso doutor Suez pessoalmente, depois de saber do caso de Kamil Gernot e escutar de os detalhes de Cordélio.

O doutor Suez, no entanto, tinha exatamente o comportamento que se podia esperar de alguém de sua posição. Mantinha a postura profissional, mas estava aberto a perguntas e muito educado. Nada parecido com a figura que imaginara, mas também fizera um julgamento injusto a partir daquela história. O homem havia acabado de perder o melhor amigo.

 - Sinto muito por não podermos ampara-lo melhor aqui.- Alexis disse ao maior.- A verdade é que minha formação é em engenharia mecânica, já faz algum tempo que não estudo novos materiais.

— O capitão está sendo humilde.- Disse Allyn, uma de suas companheiras, física.- Ele vai acompanhar.

Além dele e de Suez estavam presentes apenas a equipe principal da área tecnológica. A tenente Allyn, Seth, um cabo técnico em eletrônica e a capitão Leona engenheira eletricista. O projeto em parceria com Ambryader era consideravelmente sigiloso. Era dele o comando da equipe e também a responsabilidade de absorver e incorporar o conhecimento sobre as pedras Ambrya. Felizmente, o doutor Suez parecia estar bem disposto a colaborar.

Apos toda a manhã de trabalho e um almoço rápido no refeitório da unidade, Alexis trocou o jaleco pela jaqueta azul de sua farda. Era fácil diferenciar as pessoas em Rydef: aquelas que vestiam preto, as que vestiam azul e as que ocasionalmente usavam o branco dos jalecos. Foi então encontrar Cordélio no estande de tiro.

O moreno já estava lá, e praticava. Apesar de saber que provavelmente já fora notado, Alexis parou na entrada no estande e passou a observar Cordélio. Os olhos castanhos do rapaz fixavam-se no alvo a frente, um tom mais escuros do que normalmente. O corpo movia-se com velocidade e precisão impressionantes a medida que ele e a mira de um alvo para outro, permanecendo perfeitamente imóvel no segundo em que apertava o gatilho. Sua respiração era um movimento suave e rítmico e suas mãos seguravam a arma de forma leve, com firmeza, quase uma extensão de seu braço. Todo o resto do mundo parecia em câmera lenta enquanto ele se perdia na face serena e séria, mas séria do que seria em qualquer outra ocasião. Cordélio era encantador a qualquer momento, mas quando atirava tinha um magnetismo especial.

Quando enfim conseguiu desviar os olhos, Alexis foi até os armarinhos em uma das paredes e buscou seus protetores de ouvido e a arma que tinha reservado para o treinamento, prendendo-a cuidadosamente no coldre no cinto. Então aproximou-se de Cordélio.

— Olá, Alex! Como está?

— Bem.- Sorriu. Seus sorrisos eram discretos comprados aos radiantes do mais novo.- Você parece animado hoje.

— Eu tive uma boa manhã. Falei com o Fyrel e acho que o convenci a deixar meu irmão fazer a prova para cá.

O moreno explicou brevemente a situação de seu irmão mais novo. Não era surpresa que a família de nascimento humilde sofresse preconceito entre os militares mais tradicionais, porém apenas saber da história foi o suficiente para que Alexis sentisse um pouco de vergonha de sua origem nobre.

— Você já contou ao Dannyl?

— Não, ele ainda se recusa a falar comigo, mas pedi a Amélia que contasse. Ela ficou tão feliz que me deixou ainda mais animado, queria poder estar lá quando ela contasse.

Alex sorriu. Ele torcia para que Dannyl realmente ficasse tão contente quanto Cordélio esperava.

— Eu também tive uma manhã interessante hoje.

— Oh. Novidades no laboratório?

— Sim. E ela se chama Julian Suez Delmoro.

O queixo de Cordélio caiu.

Ele está aqui?

Alex assentiu.

— Chegou ontem e começou a trabalhar conosco hoje. Está nos transmitindo os resultados de seu trabalho com Kamil Gernot sobre a pedra Ambrya. É um dos mais impressionantes que já vi.

— Nossa, eu preciso contar ao Elliot...- Cordélio já estava se afastando quando parou, deu meia volta, e retornou para o lado do loiro.- Depois do nosso treino.

Alex riu.

— Pode ir.

— Não vou te abandonar. O Elliot deve estar correndo feito um maluco em algum lugar ou detonando qualquer um que tente treinar com ele. Pode esperar um pouco.

Alexis não tentou argumentar novamente. Ele próprio não queria se afastar de Cordélio tão cedo.

—-//--

O quarto de Kaster parecia maior do que realmente era. Estava sempre organizado, limpo e continha pouco mobiliário. Na mesa ainda estavam os relatórios que terminara de ler, empilhados ao lado da caixa com cartas dos pais. Gostava de te-las por perto, uma lembrança constante deles.

Ambos seus pais tinham origens em Libéria. Seus avós paternos atravessaram o mar dos ventos em busca de novos mercados para sedas, e rapidamente encontraram sucesso em Breazinder, nação tipicamente militar que pouco devolvera sua indústria de tecidos finos. Seu pai nascera deste lado do mar, mas sua aparência, tal qual a de Konrad, denunciava sua ascendência. Já sua mãe de fato nascera em Libéria e viera a Breazinder com o objetivo de casar-se com seu pai.

Foi basicamente uma união de interesses com objetivo fortalecer o negócio de ambas as famílias, e mesmo assim seus pais provavelmente eram o casal mais unido e feliz que Kaster já vira. Podiam não ter a paixão ardente que muitos procuram em um parceiro, mas amavam um ao outro. Trocavam conselhos, se escutavam, riam juntos e viviam em paz. E mais do que tudo, amavam seu filho.

Sempre que olhava para a caixa, Konrad lembrava-se de agradecer pelos pais que tinha.

É verdade que sua aparência causava desconforto no exército, e já lhe trouxera alguns problemas. Mas ele era convicto em suas crenças, seus motivos para lutar e defender o pais em que nascera e fora criado, mesmo que outros pudessem não compreendessem ou desdenhassem. Sua mãe o apoiara quando ele dissera que se tornaria um soldado. Seu pai chegara a derramar algumas lágrimas.

Kaster se levantou, guardou os relatórios na mochila para entregar mais tarde, e trocou a farda tradicional pela de treino. Ainda não vira Cordélio ou Dante aquele dia, então iria sozinho à academia do quartel.

Cruzava corredores vazios em direção à área particular de treinamento para os membros da unidade de operações especiais. O caminho que escolhera era menos movimentado e ele realmente não esperava encontrar ninguém, por isso foi uma pequena surpresa quando avistou uma silhueta ao longe.

A surpresa real veio quando reconheceu a silhueta como Hans.

— Hans...?

O garoto se aproximou. Mãos nos bolsos, os cabelos ruivos desarrumados. Hans era baixo para os padrões de Rydef, pouco mais alto que Elliot, mas qualquer efeito negativo que isso pudesse trazer perdia força frente à postura confiante que ele portava. Não era como Dante, que tinha a expressão fechada e parecia sempre pronto a socar qualquer um que tentasse enfrenta-lo. Hans simplesmente parecia não se preocupar com o que os outros pensavam, como se fosse superior demais para se importar com qualquer um de quem não gostasse.

— Kaster.- Respondeu, com toda a simplicidade, como se houvessem se encontrado naquela manhã.

— Não sabia que já havia voltado. Esperava que retornasse apenas daqui a alguns dias.

— Eu cheguei há pouco. O figurão de quem eu estava tomando conta me dispensou assim que pousamos em Breazinder.- Ele parou ao alcançar o outro.- Vou na sala do comando avisar que já voltei.

— Posso ir com você. Iria até lá mais tarde de qualquer forma, para receber o relatório da missão.

— É mesmo, você é o líder agora.- Hans deu um sorriso de lado.- Como o Dante está lidando com isso?

— Bem.- Kaster respondeu com sinceridade.

O ruivo não pareceu surpreso.

— Imaginei que estaria, ninguém pode dizer que ele não assume as consequências do que faz.- Havia certo carinho escondido em seu tom de voz, que apenas quem o conhecesse bem poderia notar.- De qualquer forma é melhor eu ir sozinho. Você não vai querer aparecer no comando com a roupa de treinamento.

— Oh.- Konrad riu.- Sim, você está certo. Nos vemos mais tarde então.

— Uhum. Bom treino.

—-//--

Algum tempo depois, Hans atravessava o quartel em direção a seu dormitório. Ele buscava os caminhos menos tumultuados possíveis, não exatamente para evitar as pessoas, apenas porque achava um tanto chato ter de retribuir e prestar continência aos outros militares por quem passava. Mal precisou adentrar o corredor em que ficava seu quarto para reconhecer uma voz familiar.

— O que? Por que não me contou?

Era Cordélio. Um sorriso involuntário e um tanto triste tomou seus lábios. Cordélio. O moreno continuava o mesmo, era o tipo de pessoa que nunca iria mudar. Hans torcia para que ele nunca mudasse.

Pode escutar a voz de Dante respondendo alguma coisa e então novamente Cordélio: "Você sabe que eu iria querer saber!".

— Nossa, como você é barulhento.- Hans falou ao cruzar a porta do quarto de Dante. O loiro estava sentado em frente a mesa, encarando um livro qualquer com o claro objetivo de ignorar Cordélio, de pé a seu lado. Dante fechou o livro e deu um sorriso mínimo ao reconhece-lo.

— Hans!- Cordélio foi até o ruivo e lhe deu um abraço rápido antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa.- O Konrad disse que você só chegaria em alguns dias.

— É, eu também não planejava voltar hoje.- Entrou no quarto sem cerimônia. Há algum tempo já haviam se acostumado a adentrar nos quartos uns dos outros, mesmo que o de Dante ainda fosse um espaço relativamente proibido.

— Como foi a missão?- O loiro perguntou.

— Tranquila. Você ficou com a diversão dessa vez.

— Eu não chamaria de diversão.

Hans deu de ombros.

— E você não adivinha qual a melhor.- Cordélio falou com satisfação.- Você não é o único recém-chegado, Julian Suez também está aqui.

— Julian Suez?- Hans franziu a testa até reconhecer o nome.- O cara da sua missão?- Perguntou para Dante.

O loiro suspirou e assentiu. Ele foi poupado de ter que fazer ou escutar mais algum comentário quando o celular de Cordélio vibrou sobre a mesa e o moreno rapidamente alcançou-o. Ele olhou para a tela e soltou um som desanimado antes de tornar a guardar o aparelho. Então explicou a Hans que esperava uma ligação de seu irmão e resumiu toda a história com Dannyl.

— Boa sorte.- O ruivo respondeu simplesmente.

— Acho que agora as coisas vão se endireitar. Eu nem soube como reagir quando escutei o motivo de terem descartado ele. Mesmo depois de tanto tempo em Rydef ainda é difícil de aceitar.- Ele não encarou os outros quando falou, seu rosto com uma sombra que não lhe era comum.

— São idiotas.- Hans concordou.

Poucos minutos depois o celular de Cordélio tocou novamente e dessa vez ele confirmou que de fato era seu irmão. Atendeu com um sorriso, deixando no viva-voz.

— E ai Dan, como você está-

— Por que você fez isso?- A voz de Dannyl o interrompeu, seca.

— O que...?

— Por que você foi falar com os responsáveis pelo exame? Você não tinha o direito, Cordélio.

O rapaz não respondeu de imediato, os olhos fixos na tela do aparelho.

— Eu queria saber o que tinha acontecido. Você não quis falar comigo.

— E achou que devia pedir para eles me darem outra chance? Achou que eu iria querer isso?

— Você nem teve uma chance, Dan. Eles só te eliminaram porque-

— Eu sei porque, mas não importa. O que acha que vão pensar de mim agora? Eu não quero que me deem outra chance só porque eu sou seu irmão!

Após o grito fez-se silêncio. Cordélio podia sentir os olhares dos amigos em si, mas não conseguiu olhar de volta.

— Eu não pensei que você se sentiria dessa forma.

Pode escutar o bufar frustrado do garoto do outro lado da linha.

— Você nunca percebe, Cordélio. Mas se continuar a agir assim todos vão sempre olhar para mim e ver apenas o seu irmão. Eu odeio isso.

— Me desculpe... Você vai fazer a prova?

— Vou.- A resposta veio acompanhada de um suspiro.- Se eu desistir agora com certeza vão me descartar de cara ano que vem. Apenas não faça mais nada, tá bem?

A tom de Dannyl não era mais irritado, apenas magoado e suplicante. Isso de certa forma machucava mais.

— Tá bem.

— Tchau, Cordélio. A gente se fala depois.

Ele desligou. Cordélio ainda não conseguia encarar os amigos.

— Acho que fiz tudo errado.

— Você tentou ajudar.- Elliot respondeu em um tom sério e inexpressivo que poderia ter sido engraçado se Cordélio não estivesse se sentindo tão derrotado.

— Isso realmente importa?

— Não seja idiota, é óbvio que importa.- Foi Hans quem respondeu, se levantando da cama. Ele passou por Cordélio e pousou a mão momentaneamente em seu ombro.- Não pense muito nisso.

Então deixou o quarto. Cordélio guardou o celular e também saiu logo em seguida, com uma despedida desanimada para Elliot.

Dante viu os amigos saindo e não sabia o que dizer, embora soubesse que devia dizer algo. Há alguns meses não teria pensado muito nisso, mas agora começava a parecer importante.

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