Lorcan Scamander 

Acordei e a primeira coisa que eu vi foi os raios de sol pousando sutilmente em alguns fios de cabelo castanhos bagunçados. 

Fechei os olhos novamente pois eles começaram a arder com a luz do sol. Quando os abri de novo, eu vi... Albus. Ele estava com os olhos levemente fechados. Parecia que ele poderia acordar a qualquer momento. Sua boca estava entreaberta e seus lábios, avermelhados. 

Olhei para aqueles lábios. Beijei-os muito na noite passada... Ou será que Albus beijou os meus lábios? Eu já não lembrava quem tinha começado a beijar quem. 

Apertei a mão dele, que estava dentro da minha, provavelmente ainda da noite passada, e vi um pequeno sorriso em seu rosto. Sorri também. 

Beijei as pálpebras dele, que estavam fechadas. Quando estava retirando meus lábios dos olhos dele, consegui sentir seus cílios batendo em meus lábios, como asas de borboleta. Sorri de novo. Ele estava acordando. 

— Bom dia... - ele disse, sorrindo. - Amor. - ele completou, tentando fazer uma voz sexy. Eu ri. E depois beijei-o. 

— Que bom que atingi o meu objetivo... - A voz dele estava sonolenta. - Fiz você ficar com vontade de me beijar. 

— Tudo faz com que eu fique com vontade de beijar você, idiota. Você realmente deve ser muito idiota por não ter percebido isso antes!

Ele sorri. 

— Já tinha percebido. - ele sorri, e seus olhos ficam apertados, formando covinhas ao lado deles e na bochecha. Ele é... Adorável. - Só estava tentando testar minha teoria. - ele ri, e eu o beijo de novo.

— Testada. - sussurro. Ele sorri, e eu também. 

— Agora que já testamos, eu preciso de chocolate e cafeína! 

Eu rio. 

— Nossa, como fui arranjar um cara cheio de vontades assim? Por Merlin!

Albus Potter 

Nunca pensei que seria tão bom acordar com Lorcan ao meu lado, beijando minhas pálpebras. A primeira coisa que eu vi foi os lábios dele se afastando dos meus olhos. E a segunda coisa que vi foi os raios de sol refletidos nos fios loiros dele. 

E acho que aquela foi a melhor sequência de imagens que já vi. Sorri. 

— Bom dia... - continuei sorrindo. Aquele "bom dia" parecia incompleto. - Amor. 

E dai ele me beijou. O beijo de Lorcan era algo indescritível. Mas eu vou me esforçar para tentar descrever. 

Era como se só existíssemos nós dois ali, e nada mais importasse. Como se estivéssemos fora do Planeta Terra, no meio das estrelas, e que, por algum motivo bizarro, não precisássemos de ar para respirar. Ou que nem mesmo precisássemos respirar. Que só precisássemos um do outro. Era uma sensação maravilhosa, perfeita, a sensação de estar completo e de não precisar de mais nada. A sensação de já ter tudo que sempre quis ao alcance da sua mão, a sensação de que aquele garoto loiro de olhos azuis era tudo o que sempre quis e que agora ele o tinha exatamente onde queria. 

— Que bom que atingi meu objetivo... - Eu ainda estava nas nuvens com aquele beijo, e acho que a minha voz saiu embargada demais.. - Fiz você ficar com vontade de me beijar. 

Depois que as palavras saíram da minha boca, percebo que soei como um garoto bobo e carente. O jeito que ele revira os olhos depois que eu falo isso, e os seus lábios quase formando um sorriso me mostraram que o fato de eu ter falado aquilo não me fez parecer tão bobo e carente quanto eu pensei. Bem, acho que eu fiquei tão carente quanto eu pensei, mas... Bem, percebi que Lorcan gostou desse tipo de carência. Então se ele continuasse o diálogo resolvi que iria continuar, porque queria mais dele. Queria mais dos beijos dele, queria mais do toque dele... Eu o queria mais que tudo. 

— Tudo faz com que eu fique com vontade de beijar você, idiota. Você realmente deve ser muito idiota por não ter percebido isso antes! 

Eu já tinha percebido, mas é sempre maravilhoso ouvi-lo dizer isso. Também era maravilhoso vê-lo sorrir daquele jeito depois de dizer. 

— Já tinha percebido. - sorri. Lorcan fica me olhando de uma maneira que, mesmo depois da noite passada, e depois de tudo o que passamos, e de saber que somos namorados, faz com que mais da metade do sangue que tenho em todo o meu corpo vá para o meu rosto. Espero que ele não perceba... - Só estava tentando testar minha teoria. - digo e rio, numa tentativa de fazer ele me beijar, para que alguma coisa desviasse a atenção dele do meu rosto avermelhado. Por Merlin, a quem eu estava enganando?! Eu estava tentando fazer com que ele me beijasse logo e parasse com aquela enrolação toda desde que acordei (mesmo que não fizesse muito tempo que eu acordei, mas dá um efeito de aumento de tempo a expressão "desde que acordei")!! 

Quando ele (finalmente!) me beija, parece que os fogos de artifício soltados no primeiro segundo do ano estão sendo soltados agora, naquele momento, dentro do meu peito, e explodindo todas as coisas com sentido que se passavam pela minha mente antes disso. 

— Testada. - ele sussurra, e dá para sentir a respiração ofegante dele no seu peito encostado sobre o meu e nos lábios dele encostados sobre os meus. Dou um sorriso bobo, como o que uma fã dá para o seu ídolo em um meet and greet. Era a única coisa que eu tinha capacidade mental para fazer. 

Quando o meu cérebro que parecia uma gelatina aguada passou a parecer uma gelatina em forma normal, consegui falar: 

— Agora que já testamos, preciso de chocolate e cafeína. 

Acho que devo ter gaguejado um pouco. Ele ri. 

— Nossa, como fui arranjar um cara tão cheio de vontades assim, por Merlin? - ele está com um sorriso brincalhão no rosto. 

Eu sorrio e digo: 

— Então aqui está outra vontade, se você está colocando dessa forma - tento fazer uma cara séria, mas está realmente difícil. - Eu quero beijar você. 

Ele dá um meio sorriso e faz algo parecido com uma reverência (é impossível fazer uma reverência deitado. Eu já tentei.) e diz: 

— Ao seu dispor. 

E eu sorrio, enquanto me curvo para beijá-lo de novo. 

Céus, eu estava vivendo uma vida encantada!