Scorpius Malfoy e a Pedra da Ressurreição escrita por Mariana


Capítulo 10
Um Natal Conturbado


Notas iniciais do capítulo

Ho ho ho! É Natal em Hogwarts!
E Papai Noel deu de presente a Scorpius muitas confusões com sua família e agregados



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O Natal chegou e pouquíssimos alunos ficaram em Hogwarts. Alvo e seus parentes não estavam entre eles, pois foram para uma festança n’A Toca. Scorpius e Órion também não, pois Narcisa decidiu fazer uma cerimônia natalina, algo que os Malfoys não faziam há anos.

— É tempo de celebrar, reacender a esperança de dias melhores!

A decoração luxuosa remontava aos bons tempos da família. Uma árvore de natal de três metros, cheia de luzes e enfeites roubava a cena. Os Malfoys fizeram um banquete digno dos deuses. Muitas guloseimas, um peru bem grande e gordo e muito vinho para os adultos. Os garotos tiveram que se contentar com suco de uva.

— Um brinde ao recomeço! – dizia Narcisa, levantando a taça. Todos brindaram.

Scorpius começou a entender a empolgação de sua avó. Ela tinha adorado a nova nora e insistia o tempo todo para que Draco a pedisse em casamento.

— Vocês ainda são jovens, não podem passar o resto da vida sofrendo sozinhos. E Scorpius precisa de uma nova mãe.

— Eu estou bem – interrompeu Scorpius – Não preciso de uma nova mãe, eu já tenho uma.

— Que não está mais entre nós, meu benzinho... – interveio Narcisa, usando uma voz doce – Você precisa de uma figura feminina pra não crescer solitário como o seu pai...

— Eu já tenho a tia Dafne e a senhora.

Narcisa ficou comovida com as palavras do neto. Pansy, que achava que Scorpius iria gostar dela mais cedo ou mais tarde, se intrometeu na conversa.

— Mas eu posso te dar mais irmãozinhos, Scorpius querido! Você não quer ter irmãos?

— Não, obrigado. Eu vivo bem sendo filho único.

Pansy suspirou, contrariada. “Ô moleque difícil!!!”

— E você, meu querido afilhado? Está gostando de passar o Natal aqui?

— Sim.

— E da escola? – perguntou Draco.

— Eu gosto de estudar em Hogwarts, já fiz muitos amigos lá.

— E as namoradinhas? – perguntou Lucius. Órion sorriu sem jeito, e Scorpius respondeu por ele.

— A fila é grande, Órion é o cara mais disputado pelas garotas que já pisou naquele colégio!

Os Malfoys riram alegremente. Mas Lucius não conseguia disfarçar a decepção com o neto.

— Ainda não me conformo de você não ter sido monitor neste ano. Na sua idade, eu, seu pai e seu bisavô fomos monitores. Tudo culpa daquele Potter, que nunca foi monitor, mas pôs os dois filhos dele pra serem, em duas casas diferentes...

— Estou bem assim, vô, acho que eu não daria conta de tanta tarefa que um monitor tem.

— Nem uma vaga no time de Quadribol você conseguiu, você acabou com as tradições da nossa família...

— Lucius, acho que você bebeu vinho demais... – falou Narcisa, tentando apaziguar os ânimos – Não se importe com ele, Scorpius, seu avô já está velho e cansado...

— Você consegue ser mais inútil que o seu pai!

— Chega, Lucius! Vem, vamos para o quarto, já deve ser a hora da sua soneca, não é?

Narcisa arrastou um Lucius irritado para o quarto deles. Um silêncio constrangedor tomou conta do ambiente. Draco se manifestou:

— Papai anda bebendo demais ultimamente. Não se importe com o que ele diz, filho, seu avô pode ser um homem difícil, mas te ama.

...

O Natal n’A Toca foi alegre do começo ao fim. Embora a decoração fosse mais modesta que a dos Malfoy, havia muito mais alegria, animação e presentes debaixo da árvore. A visita inesperada de Carlinhos deixou Molly muito mais feliz que o costume.

— Carlinhos, meu lindo, não sabia que você viria mesmo! Venha, se sente, vai ficar quanto tempo?

— Até o Ano Novo, mamãe, depois eu parto para a Albânia.

— Ah, meu filho prefere os dragões do que a própria mãe... – dizia Molly, chorosa.

— Claro que não, eu te amo, minha mamãezinha... – Carlinhos deu um beijo na testa de Molly, que o abraçou bem forte.

Gui e Fleur ficaram muito contentes com Dominique: agora ela era a nova contratada da revista de moda bruxa Glam.

— Meus parabéns, minha filha, você merece muitas conquistas e glórias!

— Obrigada, pai!

Percy contava orgulhoso que Molly II agora estava trabalhando com ele no Departamento de Transportes Mágicos como assistente júnior.

— Precisam ver como a minha menina tá me enchendo de orgulho! Seguindo os passos do papai... – dizia ele, dando um beijo na testa da filha mais velha.

Lucy, enciumada com a atenção dada à irmã, fez questão de lembrar suas notas.

— Meus professores nunca me deram nota menor do que Ótimo em nada, se eu quiser, ano que vem até poderia conseguir nota suficiente para ser auror que nem Teddy.

— Sabemos disso, minha linda, mas agora não é o momento de falar sobre as notas! – disse Audrey, uma mulher alta, loira e esguia que tinha que lidar com a guerrinha de egos das filhas diariamente.

Alvo, que estava indo pegar mais um pouco de comida, foi surpreendido por Rose.

— Scorpius não veio dessa vez?

— Não, ele foi passar o Natal com a família dele. Por que, ficou com saudades?

Rose tentou disfarçar.

— Não, é que... Bem... Nas férias ele veio, então eu achei que...

— Dessa vez não deu, quem sabe na próxima? Se você convidar, ele vem!

...

Scorpius estava indo para o seu quarto quando encontrou Órion fitando a lareira.

— Sem sono?

— É, eu não consegui dormir, então eu vim pra cá, pra ver se o sono vem.

Scorpius se aproximou e reparou que Órion estava com o diário em mãos. Desconfiado, perguntou:

— Escrevendo o quê?

— Isso aqui? Ah, são só uns pensamentos, umas ideias que eu tive...

— Posso saber o que são?

Órion hesitou, hesitou, mas achou que deveria contar.

— Umas coisas nas quais pensei desde quando cheguei aqui. Um plano que não sei se vai dar certo.

— E que plano seria esse?

— Conseguir a Pedra da Ressurreição, trazer umas pessoas de volta. Quem sabe meus pais, ou a sua mãe...

Os olhos de Scorpius brilharam. Ele nunca se conformou com a morte dela.

— Você sente muita falta dela, não é, Scorpius?

— Sim... – os olhos de Scorpius se encheram d’água.

— Gostaria de trazê-la de volta?

— Claro, eu...

— Então, que tal procurar a pedra comigo?

— Mas...

— Podíamos fazer isso à noite, enquanto todos dormem.

— Vai ser perigoso!

— Se tomarmos cuidado, nada nos atingirá.

— Você vai usar a pedra só pra trazer de volta a sua família, né?

— Sim, meu pai, apesar de não ser bruxo, me ensinou a respeitar o legado dos Black. Meu bisavô Marius, por uma fatalidade, nasceu sem o dom da magia. Foi injustamente riscado da tapeçaria da família por isso, mas se tem alguém nessa casa que mais prezou a pureza de sangue foi ele. Meu bisavô casou-se com Greta Klenvoss, uma bruxa dinamarquesa de uma longa linhagem sangue-puro, e teve doze filhos, na esperança de que nascessem bruxos como ela. Apenas três moças tiveram essa sorte, mas isso não fez com que meu bisavô desistisse. Arranjou casamentos respeitáveis para todos os doze filhos e os quarenta e sete netos, incluindo meu avô e meu pai, que se casou com uma prima nossa, Melania Klenvoss. Você não pode imaginar a alegria dele ao ver que eu era o primeiro homem bruxo da família Black em gerações.

— Posso imaginar... Meus pais também ficaram muito contentes quando nasci. Queria muito poder abraçar mamãe de novo.

— É, eu entendo você

— E você sabe usar a pedra, Órion?

— Aprendi em Durmstrang, consegui ler uns livros proibidos lá na biblioteca que contam detalhes sobre as relíquias da morte e descreve a Pedra da Ressurreição. Não diz direito como funciona, só que volta um espectro ou algo assim. Um espectro poderia ser útil, pois ele me diria a maneira exata de conseguir um jeito de derrotá-lo.

— Do que você está falando?

Órion olhou ao redor. Todos dormiam naquela casa, exceto ele e Scorpius. Fitou o garoto, parecia apreensivo e ansioso. Pensou “se ele é do meu grupo e não tá mais falando com o Potter, então é de confiança”.

— Eu pretendo trazer um cara de volta que vai me ajudar a trazer a glória aos bruxos nobres de volta.

Scorpius engoliu em seco e disse sem pensar.

— Voldemort?

Órion mudou de cor. Estava mais verde. Ficou possuído: como Scorpius poderia saber que a pessoa de quem ele falava era o antigo Lorde das Trevas?

— C-como você sabe?

— Do quê?

— EU PERGUNTEI COMO VOCÊ SABE???

— Não sei do que está falando.

Scorpius tentou se fazer de desentendido, mas não tinha dado certo.

— Acha que sou idiota? Eu ouvi muito bem você dizer o nome do Lorde das Trevas! Você leu o meu diário, não foi? Quando?

— Eu não sei... – Órion segurava Scorpius pelo braço com tanta força que quase o machucava.

— Quando?

— Tem um tempinho...

— QUANDO?

— Antes de eu entrar pro grupo. Queria saber o que você tinha com a Rose e descobri isso.

— Sempre essa sangue-ruim pra atrapalhar, SEMPRE! Devia ter desconfiado quando ela veio puxando papo sobre dementadores, ela parecia tão encantada por mim... Você está com ela, não? Vi vocês conversando na reunião, está ou não está?

— Fiquei surpreso por ver Rose ali e perguntei...

— Sabia que ela entregou a gente, não é?

— Não, fiquei ainda mais surpreso quando soube, eu...

— Malfoys são uma desgraça mesmo... Aliavam-se aos trouxas quando convinha, mas quando houve a cisão e o mundo mágico teve que se esconder, vocês mudaram de lado e passaram a desprezá-los! A mesma coisa com o Lorde das Trevas! Nas duas guerras bruxas foi igual, seu avô desgraçado disse que foi controlado pela Imperius pra não ser preso e ainda entregou os outros ex-Comensais da Morte! Agora, você se faz de amigo de Alvo Potter, porque sabe que agora são eles que mandam no mundo mágico, e se aproxima da sangue-ruim Weasley só porque ela é filha da Ministra da Magia!

— Você é um louco! Doente! Eu nunca me aproximei de ninguém por interesse, diferente de você que só falava comigo por eu ser um Malfoy! Se afaste de mim e da minha família agora, ou eu...

— Ou o quê? Vai me lançar uma Maldição? Acha que pode comigo, Malfoy?

Órion estuporou Scorpius, rasgou seu diário e todas as outras provas de seu plano maluco.

— O que está acontecendo aqui? – Draco chegou, com a varinha em punho emitindo uma luz. Pansy chegou logo em seguida, e notou Scorpius estuporado e o afilhado destruindo suas coisas.

— Órion, querido, o que há com você?

Horas depois, completamente restabelecido, Scorpius bebia uma caneca de chocolate quente servida por sua avó enquanto contava o ocorrido a Draco.

— Você agiu bem, meu filho, estou orgulhoso de você.

— Mesmo? O senhor não me acha um inútil que nem o vovô?

— Não, papai só falou essas coisas porque esperava muito de você. Assim como ele também esperava muito de mim. Esse foi o jeito como ele foi criado, mas não precisamos imitar os maus exemplos da nossa família.

— Eu te amo, papai. Não quero que você se case com Pansy Parkinson por minha causa.

Os dois se abraçaram.

— Eu também te amo muito, meu filho. E quanto à minha vida amorosa, não se preocupe, eu e Pansy estamos bem, achamos melhor ficar separados por enquanto.

— Mesmo? – Scorpius não conseguia conter a alegria.

— Será bom, para pensarmos melhor, sem as pressões de vovó Narcisa por perto...

Pai e filho sorriram. Mesmo com as intrigas do avô e a discussão com Órion, aquele Natal até que foi bom, no fim das contas.


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Notas finais do capítulo

É... E no fim, tudo deu certo!
Pansy e Draco pareciam fadados ao fracasso, e Órion só fez apressar as coisas
Bom para Scorpius, que se livrou da madrasta, mas não pensem que acabou



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