Pack Up escrita por Maria Lua


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Eu estou empolgadíssima com essa fic, gente, porque eu sou apaixonada por essa história que criei anos atrás. Acontece que eu poderia ter feito muito melhor antes, e por isso estou aqui.
Espero que gostem da minha visão Scorose (totalmente diferente de Cursed Child), e comentem! Nunca é tarde pra dar opinião!
Boa leitura!



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Para Scorpius esse era um dia importante. Primeiro porque iria começar a maratona de quadribol em Hogwarts, e segundo porque era o primeiro ano dele com o cargo de capitão do time, que, sinceramente, ele julga merecer há muito tempo.

Pegou no colo a sua Nimbus 2019, esbanjando sorrisos e segurança enquanto caminhava para a quadra.

— E aí, Malfoy? Cara, você está péssimo. Não dormiu não? Diz aí, como se sente? – Luke Zabine, o melhor amigo de Scorpius e, também, um rapaz mais extrovertido do que o permitido, apareceu por trás do loiro e o seguiu em sua caminhada com o braço apoiado no ombro. Ele sorria quase tanto quanto o outro, apesar de menos tenso e cansado, considerando que Scorpius havia passado a noite em claro planejando o seu dia seguinte; desde o seu momento até a comemoração em Hogsmeade.

— Como me sinto? Bom... – fingiu pensar durante um momento. – Estou me sentindo justiçado. Convenhamos, depois de cinco anos fazendo tudo o que fiz, já era hora de ter algum reconhecimento. – ele tentou agir normalmente, apesar de saber que Luke enxergava o seu nervosismo. Era bem fácil, aliás. Scorpius sempre fora um cara muito peculiar quanto às suas características: dois de seus dedos de cada mão tremiam em momentos como esse. Não qualquer dedo, mas os denominados “seu vizinho e maior de todos” na contagem “mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo e mata piolho” – ou, ao menos, ele aprendeu dessa forma.

Acontece que sua ansiedade e, claro, sua controversa segurança no momento não se devem apenas ao seu sonho de ser capitão do time. Ele sempre quis muito isso, mas a pressão que recebe em casa de seus pais é maior que sua vontade. Seu pai sempre jogou no time da Sonserina – e, apesar de Scorpius ser vergonhosamente da Grifinória, ele conseguiu provar para o pai que a casa era apenas uma cor, e que sua personalidade é ambiciosa como a das demais serpentes – enquanto a família de sua mãe era campeã em diversos países do mundo – desde o primo mais próximo até os cunhados menos sanguíneos – e isso exigia dele treinos diários e comentários patéticos de familiares o “incentivando a ser o melhor”. Típico de seu sobrenome, se bem conhece histórias.

Quando chegaram até o centro do campo havia vários grupos de garotos espalhados – entre vinte e trinta. Como capitão do time, era Scorpius quem selecionaria os novos participantes do time deste ano. O rapaz observou a arquibancada, repleta de garotas torcendo. Havia uns vinte anos desde que se estabeleceu que meninas não jogavam mais quadribol, apesar de não ter lei alguma que diga isso. Subconscientemente todos assimilavam os rapazes no time de quadribol e as garotas no coral, jornal da escola, ou qualquer outra atividade que Scorpius sequer se interessava. Para ele as garotas só serviam para uma coisa, e definitivamente não é quadribol. Torcer pelo time, por exemplo. Dentre outras atividades que exigem esforço pulmonar...

Quando alcançou os novatos notou que todos se postaram mais próximos, o que o fez sentir-se respeitado. Um sorriso esnobe surgiu, fazendo Luke revirar os olhos.

— Bom dia. – cumprimentou com expressão repentinamente séria. Logo recebeu alguns cumprimentos de volta. Olhou em volta e viu a platéia bastante movimentada, provavelmente com vários comentários positivos a respeito do Malfoy. Digamos, apenas, que ele é bom em fazer com que gostem dele. Muitas garotas costumavam ir assistir aos seus treinos, mas hoje estava mais cheio que o normal. – Vamos começar com os testes para goleiros, tudo bem?

Todos concordaram, e só então ele começou a distribuir os materiais – ombreiras, jaquetas, aparelhos de proteção e a bola.

— O primeiro é... Hugo Weasley! – gritou, olhando para o ruivo do terceiro ano. Ele era na verdade novo demais para o time, e não tem o corpo necessário para ser um bom goleiro, mas Scorpius achou que dar uma chance a ele não mataria ninguém, até porque seu pai era um bom goleiro. Ótimo, na verdade.

Hugo subiu em sua vassoura e voou até o gol. Logo os batedores oficiais foram até lá em cima para bater algumas bolas. A primeira foi bem fácil, como fora combinado, e ele agarrou, mas a partir da segunda os batedores começaram a aumentar o nível, e lá para a quinta bola ele errou, deixando-a passar pelo arco bem por pouco, mas a partir daí não deixou passar nenhuma, mesmo que desengonçadamente.

Scorpius sorriu. O garoto era bom, mas precisava amadurecer bastante. Seus movimentos eram rápidos, mas nem um pouco firmes. Ele era magro e leve demais para a responsabilidade e goleiro do time – quem sabe em alguns anos, o loiro cogitou. Logo voltou a olhar a lista dos candidatos, despreocupadamente. Rose Weasley. Não, deveria haver algum engano, ele pensou. Não havia garotas ali para se inscrever, devem ter posto o nome errado, ou feito uma brincadeira de mau gosto.

— Rose Weasley, não é? – falou em tom alto, rindo. – Muito bem, e onde está a Rose para entrar para o time de quadribol?

Logo alguns começaram a rir junto ao capitão. Não deveria ser diferente, afinal se fosse a Jessie Humberg, masculina e altamente feminista, até se cogitaria ser real, mas era Rose Weasley. Não que ela seja alguém recluso demais para isso, lerda ou fraca, mas ela apenas não era alguém. Ninguém sabe nada dela a não ser sobre seus pais, e muito menos sobre uma paixão secreta por esportes. Ela era uma das garotas mais bonitas do colégio, mas podia ser tudo, menos jogadora de quadribol – e todos ali pensavam a mesma coisa. Teria sorte se souber montar uma vassoura.

Todos estavam rindo da situação, exceto Hugo Weasley e Alvo Potter, que se aproximaram de Scorpius. Alvo é apanhador do time desde o ano anterior, e desde então não havia tentado nenhuma amizade com o capitão – que, inclusive, sempre achou que ele estivesse ali para competir com o cargo que acabara de receber. Isso criou certa antipatia mútua.

— O quê? A Rose se inscreveu? – Alvo tirou a prancheta com os nomes dos candidatos da mão de Scorpius para verificar, com a expressão meio preocupada.

— Relaxe Potter, deve ser uma brincadeira dos garotos. Vamos para o próximo, Sam Waze. – falou despreocupado, parando no exato momento em que viu uma das cenas mais inesperadas do ano: Rose Weasley estava com o uniforme do time e um rabo de cavalo alto, segurando uma bola de quadribol e caminhando para o campo. Ela estava sorrindo largamente com seus olhos verdes brilhando. Parada bem em frente do garoto Malfoy fez um movimento com a sua varinha e, de repente, sua vassoura, idêntica à do rapaz, apareceu ao seu lado.

— Posso começar? Quem vai ser o primeiro? – sua voz doce ecoou pela quadra enquanto todos a admiravam assustados. Realmente, era surpreendente a atitude dela, mas parecia estranho demais para qualquer um acreditar.

— O que foi, Weasley, vai me dizer que quer entrar para o time? – Scorpius falou, arrancando algumas risadas dos demais rapazes do time.

— Não se preocupe Malfoy. Não quero tirar seu cargo ainda, mas espero que não fique chateado se eu jogar melhor que você. – ela piscou o olho direito para ele rapidamente, levantando o canto de seu lábio superior.

Ele limitou-se a bufar, dando passagem a uma gargalhada.

— Tudo bem, se é assim que você quer... Posso fazer as honras de ser o primeiro a jogar com você? – ele perguntou, arqueando a sobrancelha, como em um desafio. Todos os encaravam animados e surpresos.

— A honra é toda minha. – ela fez uma reverência e flutuou com sua vassoura, indo até os três aros. A quadra estava em silêncio absoluto, esperando uma reação.

Scorpius foi até lá em cima, suando frio. Chamou por Luke, que rapidamente subiu com a bola para começarem a jogada. Zabine correu com a vassoura e jogou a bola para o loiro, que zig zagueou pela quadra e a jogou com força para o aro da esquerda, mas então apressou-se, e rebateu a própria jogada para o aro direito. Era um tiro certeiro e que costumava confundir os jogadores, apenas para ela desistir logo e ir embora. Geralmente Scorpius usa esse tipo de ataque para terminar um jogo mais rapidamente, quando está cansado de ficar sem ação – e  ninguém nunca agarra esse tipo de bolada.

Ele viu tudo acontecer em câmera lenta. A bola voava em direção à direita, enquanto a Rose estava voando para o lado esquerdo e fitando os olhos de Scorpius ao mesmo tempo, parecendo distraída. Em uma fração de segundos ela voou – ou, pela velocidade, aparatou – e já estava em frente ao aro do meio com a bola (que estava indo para o lado direito) nas mãos.

Só então a ficha caiu. Rose Weasley havia defendido a sua bola.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Gente, é só um prólogo. Garanto que vai haver muito mais emoção e, por favor, muita visão da Rose. Se gostaram da ideia, por favor, acompanhem! Eu juro me esforçar pra não desapontar. Beijos!