Double Trouble escrita por Mandy


Capítulo 5
Give You What You Like


Notas iniciais do capítulo

Amores, se quiserem podem ler esse capítulo ao som de "Hallelujah" do Rufus Wainwright, ou do próprio capítulo, GYWYL, da Avril Lavigne. Espero que gostem, porque esse capítulo deu o maior trabalho! ❤

P.S: Quem já viu a tradução de Give You What You Like sabe que ela bem retrata os sentimentos da Lilá pelo Ron. Então, por isso ela está aqui!

P.S: Meu aniversário foi dia 31, reviews de presente são bem vindos rs



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02 de dezembro de 2005. Londres, Balada Maddox, 01h30 da manhã.

POV – Lilá Brown

— Ah... isso, mais forte... oh! – Gritei, enquanto sentia o homem estocar com mais força dentro de mim. Este estava por cima de mim, urrando. – Ah, Ron...

O nome de Ron escapou de meus lábios, mas isso não foi um problema para o homem em cima de mim, que estava inebriado pelo meu cheiro e pela própria bebida.

— Oh! – Ouvi ele urrar pela última vez antes de jorrar seu líquido dentro de mim. Saiu de dentro de mim rapidamente, colocando suas vestes sem sequer olhar-me. Saiu do quarto, deixando-me ali, ainda despida e sozinha.

A algum tempo, havia concluído Hogwarts. Não havia mais notícias de Ron, mas sabia que com certeza ele tinha se casado com a sangue ruim da Granger. Ela havia conseguido tomá-lo de mim, afinal.

Desde então, perdi o rumo completo de minha vida. E foi assim que eu vim parar aqui, num quartinho apertado de uma boate em Londres, deitada em uma cama completamente despida, depois de mais uma noite com apenas mais um homem.

Vesti minhas roupas lentamente, olhando pela janelinha que dava vista para a rua. A lua brilhava aquela noite, e pelo horário o frio e o vento atingiam meu rosto e minha pele ainda desprotegida de roupas. Pus um cachecol, e uma luva para proteger-me, saindo do quarto rapidamente. Desci as escadas, me aproximando do barulho alto da música tocando em baixo. Vi pessoas dançando, fumando, ou se agarrando em algum canto dali. Passei despercebida pelas pessoas, agora andando lentamente pelas ruas até onde ficava meu apartamento. Encolhi meus braços quando o vento passou mais uma vez pelo meu rosto, bagunçando meus cabelos. Minha maquiagem estava borrada e meus sapatos na mão, os pés encostavam no chão frio.

Entrei no condomínio com o mesmo cuidado, apertando o botão do elevador até meu andar. As portas deste abriram-se, revelando um grande corredor que havia até meu apartamento. Caminhando até lá, tateei minha bolsa para encontrar a chave. Passei-a pela fechadura, entrando no aposento e trancando a porta novamente. Estava tudo escuro, o que impossibilitava minha visão.

— Lilá? – Ouvi uma voz chamar por mim e uma luz da sala ser acesa, revelando uma Parvati Patil de hobbie, me encarando. – Onde estava?

— Maddox. – Respondi prontamente, sabendo que Parvati reconheceria da onde eu estava falando.

— De novo. – Ela disse, parecendo reprovar minha ação, mas sem questionar mais nada. – Lilá... o que pretende com isso?

— Eu sou livre, Parvati. Posso fazer isso quando quiser. – Retruquei. – Vou dormir, e acho que você deveria fazer o mesmo.

***********

Acordei devagar, sentindo a cabeça doer e as pálpebras pesarem diante da luz do sol que batia em meu rosto. Fui levantando lentamente, até ter forças o suficiente para ir ao banheiro. Me despi, olhando-me no espelho e lembrando da noite passada. E então lembrei de Ron.

Passei as mãos pelo meu rosto, olhando cada detalhe deste. O nariz bem desenhado, as bochechas coradas e os lábios vermelhos. Com a outra mão, apalpei um de meus seios, enquanto a mão que se encontrava em minha face agora bagunçavam meus cabelos. Fechei os olhos diante do carinho que eu fazia em mim mesma, abaixando mais as mãos para a minha barriga. Senti a excitação aumentar ao ver que minhas mãos se aproximavam de minha intimidade. Sem pressa, fui descendo as mãos até o clitóris, acariciando levemente ali. Fechei os olhos, pensando nele novamente. Estimulada pelos meus pensamentos, introduzi um dedo dentro de mim, arfando ao imaginar que aqueles dedos poderiam não ser meus. Com a mesma coragem, introduzi dois, acariciando lá dentro ao sentir um prazer indescritível. Tombei a cabeça para trás, gemendo baixinho enquanto movimentava com força meus dedos dentro de mim.

— Lilá? – Ouvi a voz de Parvati enquanto esta batia na porta do banheiro.

— Já estou indo, Parvati. – Gritei, enquanto me trancava no box e ligava o chuveiro, deixando a água se espalhar por todo meu corpo.

— O que vai fazer hoje? – Parvati perguntou enquanto colocava um prato de omeletes em minha frente. Comi calmamente, observando Parvati sentar-se a minha frente.

— Não sei. Acho que fico por aqui por hoje.

— Bem, então até mais. – Ouvi-a dizer, enquanto colocava um casaco que a protegia do frio e saía do apartamento.

************

2 semanas depois. 20 de dezembro de 2005.

— Lilá? – Ouvi a voz de Parvati da porta do banheiro, pude perceber que estava preocupada. – Está tudo bem?

— Não. – Eu respondi com a voz embargada, logo abrindo a porta. – Faz uma semana que eu acordo colocando pra fora tudo o que eu comi no dia anterior.

— Lilá, será que...

— Não. Eu não tô grávida, Parvati. Não pode ser... – Eu respondi, involuntariamente olhando para a barriga inexistente. – Ou pode?

— Vamos descobrir. – Ela respondeu, tirando da bolsa um pequeno frasco com um líquido transparente. – Tome isto.

— O que é isso?

— Uma poção pra saber se está grávida. Quando tomar, uma luz vai reluzir dentro de você. Se estiver verde, você está grávida. Se estiver vermelho, você não está.

Engoli o líquido de uma vez, nervosa. Arregalei os olhos ao ver a pequena luz verde reluzir dentro de mim. Parvati também olhara, assustada.

— Eu tô grávida, Parvati. Grávida! – Eu exclamei, pondo as mãos no cabelo num sinal de desespero.

— O que você vai fazer? – Ela questionou

— O que você acha? Abortar, claro! Eu não posso ter um filho! – Eu disse, acariciando involuntariamente a barriga.

— Não!

— Não? Como não, Parvati?

— Lilá, pense. – Ela pediu. – Você odeia a Granger, não odeia? – Eu assenti positivamente com a cabeça. – Ela casou-se com o homem que você amava. Essa é a oportunidade, Lilá! Tenha esse filho. E quando ele for pra Hogwarts, poderá fazer com os filhos da Granger o que você sempre quis fazer com ela. Infernizar sua vida.

*************

25 de abril de 2005, Londres, 20h40.

— Não, Parvati! Eu não vou atrás do pai desse bebê! – Eu disse, acariciando a barriga de agora quatro meses. – Você acha mesmo que ele vai assumir essa criança?

— Talvez. Não custa nada tentar, Lilá. – Ela retrucou. – E se ele assumir, sei lá? Ao menos tente.

Seguindo os conselhos de Parvati, me dirigi até a porta do apartamento, sem antes pegar um casaco por conta do frio que fazia aquele dia. Caminhei rapidamente pelas ruas, ainda sentindo o frio percorrer pelo meu corpo e me arrepiar, o vento balançava meus cabelos soltos. Entrei na mesma boate onde estava quase todos os dias, passando os olhos pela pista de dança. Avistei o rosto do homem sentado ao balcão enquanto bebia um copo de whisky, me dirigindo rapidamente até ele.

— Podemos conversar? – Eu pedi, pondo-me em sua frente. O homem olhou-me, erguendo uma sobrancelha.

— Eu te conheço?

— Ainda não, mas vai. – Eu disse, puxando seu braço até os fundos que nos levavam a uma escada, na qual entramos em um quarto. O mesmo quarto que nós estávamos a alguns meses atrás.

— Então, o que quer? – Ele pediu, não notou o volume da minha barriga por conta da roupa que eu usava.

— Eu tô grávida. – Disse, ele continuou a me encarar, confuso. – E tenho uma leve impressão de quem é o pai.

Ele continuou a me olhar, tentando decifrar o que eu dizia. Logo seu olhar de confusão se transformou em um sorriso debochado. – Tá dizendo que essa coisa é minha?

— Meu filho não é uma coisa. – Eu retruquei, o instinto materno falando mais alto.

— Não importa. Essa criança não é minha... e mesmo se fosse, sou novo demais pra ser pai. – Ele justificou, indo em minha direção, pronto para sair do quarto. – Então, não me procure mais. Eu não tenho nada a ver com isso.

***************

Toquei a campainha da casa em minha frente, respirando fundo ao ver passos cada vez mais próximos. Arfei ao ver a figura de uma mulher se formar em minha frente. Com o olhar confuso, Hermione Weasley me encarava, a barriga de três meses a mostra.

— Lilá? – Ela me olhou por longos segundos até dizer. – O que quer?

— Com você? Nada, Granger. Preciso falar com Ron. – Pedi. Hermione não moveu um músculo, como se não houvesse entendido. – Não ouviu, Granger? Onde está Rony?

— Eu não vou chamá-lo pra você, Brown. – Ela respondeu.

— E nem precisa, querida. – Ouvi a voz grave de Ron se aproximar e sua figura se formar atrás de Granger. – O que quer, Lilá?

— Preciso conversar com você. – Eu pedi, ele fez um sinal para que eu falasse. – A sós.

— Hermione é minha esposa, não temos segredos. Seja lá o que você queira conversar, Lilá, tenho plena certeza que Hermione pode ficar aqui para ouvir.

— Eu estou grávida, Ron. – Eu soltei, o ruivo olhou-me, confuso. – Eu...

— Você...? O que você quer de fato, Lilá? Sem ofensas, mas, eu não tenho nada a ver com sua gravidez. – Ele retrucou, porém não me senti intimidada. Pelo contrário. Olhei com raiva para a esposa ao seu lado e depois novamente para ele.

— Largue a Granger. Fique comigo, assuma essa criança. Por favor, Ron. – Pedi, os olhos marejados. O ruivo sorriu, debochado.

— Você definitivamente enlouqueceu, Lilá. – Ele disse. – Não vou perder meu tempo com você. Vamos, Hermione.

Ele se dirigiu a esposa, preparado para fechar a porta e me deixar ali, mas eu segurei a maçaneta antes que este o fizesse. – Não. Por favor, Ron. Você sabe que eu posso dar o que você quer. Você sempre soube, senão jamais teria ficado comigo no sexto ano.

— Cale a boca, Brown. – Hermione disse, ríspida. Ron olhava pra mim com pena. Rancor.

— Lilá, pela última vez. – O ruivo tornou a pedir. – Vá embora. Não posso fazer nada por você.

**************

02 de outubro de 2006, 16h30.

— Força, Brown! – Ouvi o médico gritar mais uma vez, enquanto eu apoiava as mãos na maca e fazia o máximo de força que eu conseguia. A dor insuportável foi tornando-se menor quando ouvi um choro de criança pela sala. Sorri involuntariamente ao ver o rosto da menina. Logo, ela estava em meus braços.

— Minha filha... – Eu sussurrei, olhando a menina dormir tranquilamente em meus braços. Acariciei seu rostinho delicado, com medo de acordá-la. – Catarina. Você vai se chamar Catarina.

XXXXXXXX

— Parvati, não. – Eu pedi, segurando o braço de minha amiga novamente e olhando o berço onde Catarina dormia. – Eu... não sei como cuidarei dela.

— Terá que se acostumar, Lilá. Preciso trabalhar, afinal você tem uma filha. – Ela disse, soltando-se de mim e saindo do quarto. Entrei em desespero ao ouvir a porta do apartamento se fechar, e olhei para a pequena menina dormindo. Arregalei os olhos ao ver que esta acordava aos poucos, pronta para chorar novamente.

— Cala a boca, bebê. – Eu pedi, a voz já embargada pelo meu choro. Ouvindo minha voz, Catarina desatou a chorar mais ainda. – CALE A BOCA!

O choro se fez presente no local, mais alto ainda. Encostei as costas na parede, arrastando-me até ir de encontro ao chão. Logo, tudo o que se ouvia era o choro de mãe e filha no quarto.

************

24 de dezembro de 2010.

— Eu posso ir, não é? – Eu pedi. Olhei para a pequena menina agora de 4 anos sentada na cama, brincando com algumas bonecas. – Eu e Catarina.

— Desde que você não arranje nenhuma confusão, tudo bem. – Parvati pediu, eu assenti positivamente com a cabeça. – Por favor, Lilá. É legal que Harry ainda tenha consideração pelos colegas de Hogwarts e eu não quero que você estrague isso. Você deve estar ciente de que Ron e Hermione estarão lá.

— Não se preocupe, Parvati. Não farei nada.

XXXXXXXXX

— Quanto tempo, Parvati! – Ouvi o Potter dizer enquanto abraçava minha amiga. E então olhou para mim, enquanto Catarina se agarrava em meus braços mais forte. – Lilá. E quem é essa linda menina?

— Catarina. Minha filha. – Eu disse, enquanto entrava na casa e via Hermione sentada na sala, com uma linda menina de cabelos ruivos ao seu lado. Coloquei Catarina no chão, que logo, em passos lentos, foi até a pequena menina ruiva ao lado de Hermione.

— Quem é aquela menina, Parvati? – Eu pedi, encarando Catarina brincar divertidamente com a ruiva a sua frente.

— Rose Weasley. Primogênita de Ron e Hermione. Ouvi falar de Hermione já espera outra criança. Ela teve Rose na mesma época que você teve Catarina. – Ela explicou, enquanto eu me levantava e caminhava lentamente em direção as duas meninas sentadas no chão da sala.

— Nós poderíamos ser amigas, né? – Ouvi Rose dizer, sorrindo ternamente para minha filha. Catarina sorriu de volta.

— Sim. Amigas para sempre! – Catarina disse, enquanto estendia os braços para um abraço. Vi as duas se abraçarem enquanto sorriam. Catarina assustou-se quando separei as duas, agarrando-a pelo braço.

— Mamãe? – Ela olhou-me, confusa.

— Vamos embora, Catarina. – Eu disse, simplesmente, arrastando-a para fora da casa.

— Mas porque? Eu queria ficar mais um pouco com Rose. – Ela pediu.

— Você não pode ser amiga de Rose. Não pode, Catarina. – Eu disse num tom autoritário.

— Mas, mamãe, eu...

— NÃO PODE! VOCÊ ME ENTENDEU? – Eu gritei, a pequena me olhou com seus dois olhos negros, assustada. Ginny e Hermione observaram a cena, chocadas.

— Você não amadurece, Brown? Deixe sua filha em paz. Ela tem apenas quatro anos. – A ruiva Potter pediu, com tom reprovador na voz.

— Porque elas não podem ser amigas, Brown? Porque Rose é minha filha? Até quando você vai alimentar esse ódio sem sentido? São apenas crianças. – A Granger completou.

— É minha filha. Faço o que bem entender. – Retruquei, e, sem mais delongas, saí da casa com uma Catarina chorosa ao meu lado.

*************

01 de setembro de 2017, 10h50.

— Você sabe as regras, Catarina. – Eu disse. Catarina, agora com 11 anos, olhou para frente, onde Hermione Weasley se despedia da filha. – Jamais se aproxime de Rose Weasley. Ela é uma pequena praga, assim como a mãe foi.

— Tudo bem, mamãe. – Ela respondeu roboticamente, virando-se para mim novamente.

**************

20 de dezembro de 2018.

— Você tá com essa carinha de boba apaixonada desde que chegou em casa. – Questionei. Catarina continuava a olhar pra janela da casa, como se houvesse algo de interessante nesta. – Catarina!

— O quê? Desculpe, mamãe. Eu realmente estou apaixonada... – Ela disse, vagamente, sorrindo, provavelmente lembrando-se do garoto.

— Quem é?

— Scorpius Malfoy. – Ela disse. Catarina realmente seguiu as regras conforme eu havia mandado. Se afastou da miniatura da Granger e, de brinde, havia se apaixonado por um Malfoy. – Mas tem um problema.

— Problema? Mais que diabos, Catarina. Vai dizer que está com medo de se aproximar?

— Não é isso. Eu tento. Mas Scorpius prefere dar mais atenção à Weasley...

— Weasley? Rose Weasley? Céus, essa garota vai fazer de um tudo pra te infernizar. Vire o jogo, Catarina. Não deixe ela te infernizar como Granger fez comigo.

************

24 de dezembro de 2023.

— Eu consegui, mamãe. – Catarina disse, me encarando enquanto encostava a cabeça na porta do quarto. – Tirei Rose do meu caminho.

— O que houve, Catarina?

— Eu estou grávida. Grávida de um bebê do Scorpius.

— Céus, foi pra isso que você nasceu, Catarina. – Eu disse, segurando seu rosto. – Você conseguiu, afinal. Agora arrume suas coisas e fuja com Scorpius. Não quero ninguém me chamando de “vovó”

— Mas, mãe, eu achei que...

— Achou errado. Não somos uma família, Catarina. Eu te usei pra vingar Hermione Granger, e consegui. Fez um bom trabalho.

**************

10 de janeiro de 2024, Hogwarts.

— Srta. Brown. – McGonagall cumprimentou. – Sua filha está sendo acusada de coisas absurdas.

— Uso de drogas ilícitas na escola. – Olívia acrescentou. Eu sorri, debochada.

— E vocês estão surpresos? - Puxei minha filha pelo braço. – Catarina seria capaz de qualquer coisa pra ter o que ela quer.

— Igual a você, eu suponho. – Rose se pronunciou. Finquei meu olhar raivoso na ruiva. – Você nunca largou do pé do meu pai.

— E ele preferiu a sangue ruim da sua mãe. Uma pena mesmo. – disse. Rose teria avançado em mim, porém Catarina impediu.

— PARA! PARA COM ISSO! – ela berrou, fazendo com que todos se assustassem. E então voltou a fincar seu olhar em Rose. – Isso tudo é culpa sua, Weasley. Tava tudo perfeito até você estragar isso!

Num impulso, Catarina soltou-se de mim, pondo sua varinha nas mãos. E proferiu as palavras com raiva em direção a Rose:

— AVADA KEDAVRA! – gritou, fazendo com que Rose se abaixasse rapidamente e o feitiço pegasse em uma prateleira que havia ali. Olhei minha filha, que começara a gritar palavras inaudíveis como “eu vou matar você, Weasley.”

— CATARINA! – eu vociferei, pegando a menina pelos braços, que agora começará a se debater, escondendo seu rosto sobre o meu corpo ainda assustada. Sua respiração parecia estar entrecortada.

— Srta. Brown, sinto muito, mas terei que expulsá-la. Devido a cena vista aqui não tenho mais dúvidas de que você realmente fez tudo isso.

— Diretora, vou levá-la para casa. Lhe garanto que Catarina não vai mais incomodar. Vou interná-la numa clínica psiquiátrica o mais rápido possível. – e então aparatei, com Catarina agarrada a mim, chorando compulsivamente.

********************

Fiz as malas de Catarina rapidamente, enquanto a mesma ainda chorava.

— CALE A BOCA, GAROTA! – Gritei, despejando as últimas roupas na mala e voltando a aparatar com Catarina para uma clínica. Os médicos, vendo o estado da menina, tiraram ela de meus braços, enquanto a recepcionista me olhava, curiosa.

— Nome da paciente, por favor?

— Catarina. Catarina Brown.

— Tem algum parentesco com a mesma?

— Oh, não. Ela não tem pais, nenhuma família. Sou apenas uma conhecida. Deixe-a na ala dos indigentes, talvez. Prefiro manter minha identidade em segredo.

*****************

Acordei do sono profundo, ainda de braços cruzados. Tirei o cinto e rapidamente desci do avião, carregando as malas comigo. Peguei o único táxi que havia disponível e sentei-me enquanto olhava a única foto que eu havia tirado com Catarina. Nela, Catarina tinha 4 anos. Eu estava abaixada para ficar na sua altura, e sorria abertamente ao lado da pequena de cabelos negros ao meu lado.

— É aqui. – Eu disse, olhando a grande casa a minha frente. Desci do táxi com a pequena mala que carregava e a foto agarrada ao meu peito. Me dirigi até a porta, aflita. Toquei a campainha, respirando fundo ao ver os passos cada vez mais próximos. E então alguém conhecido abriu a porta.

— Lilá? – Scorpius Malfoy me olhava, confuso. – O que faz aqui?

— Rose está? – Eu pedi, prontamente.

— Não.. sinto muito, Lilá, Rose foi embora para França.

— Eu preciso de Rose aqui, Scorpius. Por favor.

*****************

Londres, 11h30 da manhã.

— Lilá? O que faz aqui? – Rose pediu. Eu estava de costas, então fiz questão de me virar para esta, chorando.

— Eu quero ver minha filha, Rose. Onde está Catarina? – Eu pedi. Rose me olhou, assustada diante a minha pergunta.

— Lilá. Você precisa ser forte. – Ela disse, eu me assustei com suas palavras. – Catarina foi diagnosticada com câncer no cérebro anos depois de você ter ido embora. Ela não resistiu... Catarina está morta.

— Morta? O que você fez com minha filha, Weasley? – Eu disse com a voz embargada pelo choro.

— Eu? Eu não fiz nada, Lilá. Você deixou-a pra morrer num hospital, sozinha! Estive com ela quando morreu. Catarina não merecia aquilo. Merecia uma segunda chance. – Neste momento eu já chorava copiosamente. Rose apoiou suas mãos em meu ombro. – Sei onde ela está enterrada. Posso levá-la lá.

******************

Cemitério de Abney Park, 11h50 da manhã.

Chorei por longos minutos no túmulo de Catarina, até encontrar forças para dizer algo.

— Minha filha... minha menina. – Eu disse. Respirei fundo antes de continuar. – Sinto sua falta. Tanta. Não tive a oportunidade de dizer que sinto muito, mas sinto. Me desculpe por ter usado-a para vingar Hermione. Você era uma criança. Desculpe ter proibido uma possível amizade entre você e Rose quando vocês eram crianças. Eu nunca quis isso, eu estava cega pelo ódio. Por favor, me perdoa.

Senti um vento forte sobre meu rosto e Rose se aproximar.

— Acho que ela te ouviu, Lilá. Vai ficar tudo bem. – A ruiva disse, enquanto nós caminhamos para fora do local. Eu estava sozinha agora. Catarina não havia merecido tal fim... nem mesmo eu. Mas eu só estaria colhendo o que plantei.


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Notas finais do capítulo

Gente chorei muito mexxxmo escrevendo as cenas da Lilá, me deu uma pena. Até o capítulo 6! ❤

P.S: Aaaah! Eu escolhi músicas pra serem temas dos principais casais de DT. Aqui estão:

Rose e Scorpius: Robbie Williams - Sexed Up
Luiza e Brian: Tiago Iorc - Coisa Linda
Eliza e Charlie: Avril Lavigne - What The Hell/Anitta - Bang

Lembrando que o personagem Charlie Walters, par romântico de Eliza, vai aparecer no próximo capítulo. Fiquei em dúvida sobre a música dos dois e acabei colocando duas! Até a próxima, amores ♥



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