Acordei meio perdida, ouvindo barulho de sacolas para todos os lados. Olhei ao redor do meu quarto e ele estava uma completa bagunça.

 - Bom dia – Marie estava no quarto procurando alguma coisa. Ela era uma espécie de governanta e mãe pra mim, mas era jovem deve ter no máximo 35 anos, tanto tempo juntas e eu nunca perguntei... que feio.  Levantei a coberta á fazendo sair de cima de mim – achei que não fosse mais acordar...

 - Bom dia pra você também... – comentei levantando da cama. Estiquei-me.

 - Acho bom você se arrumar logo... o Brandon esta te esperando – fiz cara de desentendida.

 - O que ele faz aqui...?  - perguntei.

 - E eu que sei? Ele é seu namorado e não meu.

 - Ele não é meu namorado – peguei o vestido que havia usada na noite passada para o shoot com a Capricho (que eu fui obrigada a ir) e me vesti – não taque fogo no meu quarto por favor- comentei fechando a porta e soltando meus cabelos que estavam embaraçados. Passei no banheiro pra escovar os dentes e lavar o rosto.

 - Desce logo mulher – ouvi sua voz e ri baixinho. Ainda estava meio lerda. Desci as escadas e o encontrei deitado no sofá.

 - Nossa... tira esses pés sujos do meu sofá caro – comentei sentando ao lado dele.

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 - Não sabia que pra me ver precisava estar tão bonita – ele falou rindo e passando a mão no rosto.

 - Não se empolgue, eu estava com esse vestido para o shoot com a Capricho... o que quer? – perguntei logo.

 - Jesus ein menina... só queria saber se você vai hoje para a ultima aula – levei minha mão a boca me lembrando do Frances.

 - Nossa... verdade, me esqueci totalmente... são tantas coisas na minha cabeça! Desculpa Brand – falei pondo a mão entre as pernas.

 - Muitas coisas ou Harry Judd? – ouvi o nome dele e meu coração disparou.

 - Para de ser bobo Brand... o Judd nem lembra que eu existo – no mesmo instante Marie apareceu na ponta da escada.

 - Toma - Ouvi sua voz e só deu tempo de ver o celular  voar na minha cara, mas consegui segura-lo

 - Obrigada – disse agradecendo sua gentileza. Olhei a tela e Brandon tirou o celular da minha mão.

 - É, posso ver que ele se esqueceu de você – vi ele jogar o celular no sofá e levantar. O peguei e li. 

 Oi May... Mayne! Ér.. eu só queria saber alguma coisa de você... não sei como começar! Bom, você tem meu e-mail, então se quiser me mandar um!

 Era uma DM no twitter que chega pra mim via e-mail. Não soube bem o que falar... era meio assustador. Me virei procurando por Brandon, ele já estava saindo da casa.

 - Heey... espera – o chamei e fui até a porta – onde vai? – quis saber.

 - Pra qualquer lugar onde o nome Harry Judd não seja conhecido... – seu rosto estava serio.

 - Espera – segurei seu braço e ele me encarou.

 - Não, a gente se vê no Frances – ele virou-se e saiu. Me senti mau, não sei por que, mas pela primeira vez não gostei do fato de Harry ter falado comigo.

 Voltei para a sala meio perdida.

 - VAMOS AS COMPRAS? – Marie apareceu toda linda de vestido vermelho curto. Detalhe: Meu.

 - Ta pensando que isso aqui é o que? Nova York minha querida – comentei rindo e passando por ela. Subi pro quarto e me joguei na cama.

 - Vai se trocar pelo menos... você precisa ir pro Frances! Seu ultimo dia e depois – ela veio atrás de mim – LONDON – ela gritou quase me deixando surda.

 - Ok, Ok... – tirei o vestido e coloquei uma roupinha pra tomar banho – já volto.

 Sai do banho e me troquei rapidinho. Estava atrasada pro ultimo dia do Frances o que me renderia altas broncas do Brand, mas to nem ai! Terminei de colocar a bota e sai pegando minha bolsa em cima da mesa da sala.

 - Relaxa, o Antonio vai voar com você dentro do carro – Marie brincou me fazendo rir. 

 Tudo bem que a aula foi um saco, mas pelo menos recebi um elogio de Brand e da professora que disse que eu era a melhor aluna na aula. Sai de lá meio boba e sabendo que sentiria saudade de todos.

 - Quer ir tomar um café? – Brand me perguntou. Ele estava mais bonito do que o normal. Afirmei com a cabeça enquanto caminhamos em direção á cafeteria.

 - E ai, vai voltar pra Nova York? – perguntei.

 - Não, na verdade eu acho que vou voltar pra casa... vou pra Australia – parei o encarando.

 - Como assim? – não conseguia acreditar no que eu ouvia – você é da Australia?

 Ele me encarava se sentindo incomodado.

 - Desculpa ter mentido... não foi minha intenção! Mas realmente Mayne... eu preciso sair daqui – ele puxou a cadeira e me fez sentar.

 - Não é problema de ter mentido... só não entendi o por que... – comentei. Ele sentou também.

 - Bom... acho que foi vergonha! Ah esquece isso – ri fraquinho.

 - Não Brand... não é bem assim! Por que você mentiu dizendo que era dos Estados Unidos? – perguntei ainda sem acreditar naquilo.

 - Olha May, existem coisas que a gente simplesmente faz e quando percebe que deveria ter falado a verdade é tarde demais – ele balançava a mão e dava soquinhos na mesa. Levantei minhas mãos na altura do meu rosto pedindo pra ele se acalmar.

 - Oh oh... relaxa. Só queria saber por que você mentiu, mas não quer falar tudo bem – virei pro lado encarando o garçom – Café com chantilly – pedi.

 - Dois – disse Brand. O moço assentiu e saiu. Brand encarava a mesa parecendo querer devorá-la com os olhos. 

- Tenho que te contar... – disse tentando quebrar o clima, ele levantou o rosto mostrando seus olhos tristes, fiz de tudo pra não mostrar que aquela atitude dele me deixou totalmente sem fôlego - A Sayre quer que eu vá á São Paulo buscar uma modelo especial para a campanha!

 - UAU... quem seria – disse ele brincando http://hills2city.files.wordpress.com/2009/02/whitney-port-jay-lyon_404x542.jpg?w=404&h=542

 - Não faço a menor idéia... Mas pelo que eu entendi ela é tipo... TOP! Haha – rimos baixinho – acho que vai ser legal sabe... só não entendo por que EU – disse apontando pra mim – tenho que ir buscá-la se ela tem perna – ralei os olhos e vi um garoto super estiloso numa bicicleta azul passar. Ele usava uma daquelas blusas xadrez que o Danny, Doug e Harry gostam, com um chapéu Alá Justin Timberlak e uma calça jeans clara toda surrada com um all star... muito estiloso.

 - May? – Brand me chamou me fazendo voltar a nossa conversa.

 - Sim – seus olhos continuavam pedindo carinho, aqueles olhos azuis que brilhavam mais do que o oceano. Sorri boba.

 - Você vai pra Londres? – seus lábios pronunciaram Londres da pior forma possível, até achei que ele tivesse assumido Edward Cullen com dor de barriga. Tirei o sorriso dos lábios e fiquei seria – assim, é que eu queria saber pra poder me preparar entende? – ele juntou as mãos e ás encarou.

 - Se preparar? – perguntei.                                     

 - É... – vi seus olhos fecharem e suas mãos tremerem.

 - Brand? O que esta acontecendo? – perguntei tocando de leve por cima das mãos dele. O garoto tremeu. O encarei assustada.

 - Nada May – ele não me olhava e isso estava me deixando irritada – só que... quero ao menos poder me despedir! – agora sim ele levantou o rosto me mostrando o que eu já prévia, as marcas nos olhos dele, as provas de que ele estava mais do que triste.

 - Brand – apertei sua mão e me aproximei dele, puxei seu ombro e ele me deu um abraço, senti sua cabeça deitar no meu ombro, ficamos ali por minutos eu acho.

  - Me acostumei á você entende? – quando o soltei vi seus olhos abaixarem para a mesa – eu queria tanto dizer o que... – ele parou de falar por que meu celular apitou sete vezes seguidas. Mordi os lábios tentando pedir desculpas, girei-o (o celular) e li, duas mensagens, três e-mails e dois novos reply’s no twitter. Eu leio agora ou não? Encarei a tela do celular intrigada – pode ver o que é – disse ele, o encarei e ele parecia bem, virou o rosto e encarou o park a nossa frente.

 - Me desculpa, só um segundo por que pode ser a minha chefe – disse mexendo no bicho e descobrindo que não era – AH MEU DEUS! – levei minha mão á boca e Brand me encarou sem entender.

 - O que foi? – ele quis saber curioso. Mostrei a foto do meu celular.

 Várias garotas tinham fotos em uma janela e uma delas não era de uma garota. Era de Harry Judd. A janela estava embaçada e a frase “The way you make me feel” escrita com o que parecia ser a letra dele. A legenda era: Pra alguém muito especial.

 Não dizia quem era, mas as pessoas não são burras! E meu nome estava em praticamente todos os comentários.

 - Ok, agora chega – Brand mexeu no celular e eu o encarei sem entender – isso já esta virando piada! Quem esse moleque pensa que é? Ele não pode fazer isso... ele não pode ficar falando do “jeito que você o faz sentir” – ele fez aspas no ar -  ele esta só te enganando, te usando te fazendo acreditar que ele realmente se importa com você – Brand aumentava o tom da voz radicalmente  e eu não conseguia tirar os olhos (assustados) do show que ele estava dando enquanto mexia no meu celular – olha isso – ele apontou para a tela – “Não consigo parar de assistir seu vídeo... isso esta me deixando louco” – ele fez chacota da mensagem que eu ainda não havia lido - louco ele vai ficar quando tomar um soco – Brand mexia desesperado no meu celular – ele não tem namorada? O que ele pensa que esta fazendo? Ele não era o Sr. “minha vida é privada e não vou falar nada dela á ninguém?” ele ta pensando que twitter é MSN? Que ridículo, ele não pode fazer isso com você, ele vai te usar, ele vai fingir que te ama, ele vai querer você e depois fazer o que todos os garotos de banda fazem, ele vai te deixar e você vai sofrer e se ele te magoar eu sou capas de matar ele.

 - Ok, para – disse pegando meu celular de volta e percebendo que todas as mensagens foram apagadas, links e fotos que chegaram pra mim. Senti uma profunda raiva dele por que dentre todas as coisas que chegaram alguma delas poderia ser do meu trabalho. Respirei fundo pra não dar piti. Ele estava com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos cobrindo o rosto. Algumas pessoas que passavam olhavam pra gente com cara de espanto, eu não dei a mínima, mas tentei recuperar alguns arquivos, mesmo tendo sido em vão

 3° POV

 Mayne tentava relaxar com o que acontecerá, Brand tentava pensar no que havia feito. Nenhum dos dois queriam falar, estavam brigando com seus pensamentos “Ele fez papel de ridículo... o que ele acha que é? Meu namorado? Meu dono!?” Pensava May já os pensamentos de Brand eram totalmente diferentes “Aquele Judd não tinha o direito de roubar algo que eu venho tentando a tanto tempo... não quando eu estava perto de conseguir! Será que ela nunca percebeu esse clima entre a gente?”

 - Ok, acho que preciso ir arrumar minhas malas – May decidiu quebrar o silencio. Brandon não disse nada, confirmou com a cabeça.

 - Mayne – ele á chamou, May virou-se e o encarou, as faces de decepção um do outro eram notáveis – quando você vai pra São Paulo? – quis saber, esperava que desse ao menos tempo de dizer “Eu te amo”

 - Hoje – respondeu sem paciência. Brand sentiu a respiração parar. Tudo estava vindo na sua cabeça “Sabe o que significa ir pra São Paulo? – o sorriso dela naquele dia era o mais lindo de todas as meninas da cidade na opinião do garoto – significa que eu vou pra Londres! E sabe por quê? Por que a minha chefe disse que só me tiraria de perto dela se fosse pra mim ir pra Londres” o garoto parou os olhos azuis pedindo socorro a primeira pessoa que passasse por ali, May ficou sem expressões perto dele, estava com raiva do que ele fizera, iria ter que ligar na empresa e ver com Tifany se eles haviam mandando alguma coisa pra ela. Antes que Brand pudesse dizer algo a loira virou-se e o deixou ali, com dois cafés com chantilly intocados e um coração apertado!

 - Não pode ser – disse o moreno ao vento, ainda olhava perdido pra o lugar agora vazio onde Mayne estava.