Fish andava pelas ruas de Gotham normalmente, com a sua pose de poder e um olhar ameaçador para todos que se atreviam a encará-la.

E é quando vê uma criança. Ela era rápida, ágil. Os olhos de lince de Fish a seguem. A menina tem cabelos loiros curtos encaracolados, mas pareciam sujos. Suas roupas eram pretas.

Quando a criança desaparece em um beco, Fish fecha os olhos. A criança lhe lembrou alguém, que estava há muito tempo desaparecida.

•••

Maria corria pelas ruas. Seu pequeno corpo ágil se movia com facilidade pelos becos da cidade de Gotham.

Ela corria como se sua liberdade dependesse disso - e dependia, na verdade. Ela tinha acabado de roubar um pouco de comida uma loja e os donos a estavam perseguindo. Se conseguissem pegá-la... Seu destino seria a delegacia, isso era certo.

Quando vira em um beco sem saída, se vê parada em frente a um homem. Ele a dava medo, na verdade. Parecia ser poderoso, e era capaz de mandá-la direto para a cadeia. Com o tempo que tinha, Maria o analisa, algo que já estava ficando especialista. Com certeza era rico. Seu terno parecia ter sido feito sobre medida e seu cachimbo era de uma das melhores marcas, além do sapato preto que aparentava ter sido engraxado recentemente.

— Olá, menina - diz o homem. - De quem está fugindo?

A respiração de Maria está pesada. Ela estava com medo, mas não demonstraria isso a ele. Depois de tudo que passaria, não demonstraria medo a um homem em um beco da cidade que conhecia como a palma de sua mão.

— Quem disse que estou fugindo de alguém? - há um brilho no olhar de Maria, uma adrenalina. Ela está brincando com o fogo, mexendo com o perigo, ela sabe disso, mas Maria não tem medo de ser queimada, e sabia que correr não adiantaria nada. Por mais ágil que fosse, tinha certeza que seria pega por um dos lados. E era melhor ser pega por aquele homem no beco do que pelos policiais.

— Seu olhar diz, menina. - o homem ali ri. - Mas parece ser bastante corajosa. - ele finalmente diz. - Se não tiver lugar para onde ir, pode vir comigo. Sou Dom Falcone, a propósito.

Maria assente e segue o grande homem, enquanto esse fumava seu cachimbo calmamente. Estranhamente, Maria sentiu que não precisava mais correr. Aquele homem - dom Falcone - passava a impressão de que não deixaria que a polícia a levasse.

•••

— Você já está aqui, menina. - diz Dom Falcone, depois deles entrarem em uma grande mansão. - Um dos empregados mostrará você o seu quarto. Mas antes... Seu nome.

Maria o encara, e quando abre a boca para nas primeiras sílabas de "Maria", Dom Falcone a interrompe.

— Você pode escolher um novo nome, menina. - ele diz. - Mudará de vida agora. Se quiser deixar seu nome para trás, como um marco, ou algo assim...

Dom Falcone dá de ombros e Maria assente. Seu olhar rápido passa por toda a casa, voltando algumas vezes para Dom Falcone. Ela vê o quadro de um enorme peixe brilhante na parede, cheio de cores e é incrivelmente belo. O que a faz lembrar de algo que sua mãe dizia a ela. "Não seja capturada e seja o maior peixe do rio."

Sua mãe tinha sido capturada. Tinha morrido, Maria ainda não sabia porquê, mas seguiria a risca o conselho da mãe.

— Fish. - diz ela. - Meu nome é Fish. Fish Mooney.