Up In The Air escrita por lovelylady


Capítulo 2
The Interview


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, perdoem-me e não desistam de mim. 37 dias sem atualizações é bem triste mas farei a política e vou prometer sim, prometo publicar capítulos novos o mais rápido possível dentro do que meu abençoado TCC permitir. Obrigada aos que leram o primeiro capítulo, por cada comentário carinhoso e incentivo aqui e nas redes sociais.

Não deixem de acompanhar a playlist de Up In The Air disponível no link nas notas da história e qualquer sugestão, crítica, bate-papo sobre o futuro da fanfic, comentem e me sigam no Twitter @LuannaCullen.



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Perfect Illusion - Lady Gaga ♪

8:10 AM

Emma sapateava incansavelmente sobre o piso de madeira do apartamento e seus mocassins cor de caramelo se arrastavam enlouquecidos de um lado para o outro da suíte em que Killian ainda tentava dormir.

Sem sucesso, o homem se levantou esfregando os olhos com as mãos, ele andava devagar e trazia consigo uma expressão de birra tão infantil que Emma poderia rir se não estivesse estressada por seu atraso. Ela vestia uma blusa cinza confortável com uma jaqueta por cima, o primeiro jeans que encontrou na gaveta e seus óculos de sempre. Olhou-se no espelho e realmente queria gritar, péssimo dia para um “bad hair day”, não que normalmente se preocupasse com isso mas estava longe do modelo ideal de funcionária da Mills Corp.

Enquanto Emma tentava arrumar os cabelos num rabo de cavalo meio bagunçado, Killian entrou no banheiro e se sentou no vaso para observá-la.

 — Sabe que isso tudo é uma péssima ideia, não sabe? — Killian abominava o fato de Emma estar trabalhando num caso sem ele. Ela revirou os olhos e fingiu não escutar.

 — Não tenho tempo agora. Fecha a porta e deixa a chave no vaso de plantas quando sair, okay? — Saiu do banheiro para pegar a bolsa e as chaves de seu Fusca amarelo enquanto Killian a seguia pelo apartamento espalhando negatividade. Ele não poderia apenas apoiá-la? Deixá-la pra cima e segura com o novo caso?

 — Emma, pegar um caso sem parceiro é diferente, você ainda pode recusar. Que identidade você vai usar?

 — Emma Swan. Por um deslize Mary Margaret deu meu próprio nome como indicação na empresa, agora preciso usá-lo e eu sou plenamente capaz de fazer isso sozinha.  — Ela estava convicta.

 — Meu Deus! Você é insana ou só burra? Emma, você nunca foi convincente infiltrada, em Boston você era patética e agora vai usar seu próprio nome? ­— Ele debochava entre risos enquanto ela se enfurecia.

Chegando ao seu limite, Emma levantou as mãos para lhe dar um tapa na cara e ele as segurou com uma força maior do que a necessária para contê-la, em seguida a empurrou violentamente na cama e voltou rindo ao banheiro.

Mais que furiosa, Emma estava magoada. Mil pensamentos confusos faziam sua cabeça girar, ela queria se lançar em Killian e machucá-lo tanto quanto ele foi capaz, mas suas ações não refletiram seu desejo de fazê-lo pagar por aquilo, ela apenas levantou com os olhos marejados e se recompôs antes de encará-lo.

— Recomendo que saia daqui AGORA, a menos que você queira perder o que tem debaixo das calças. Eu deveria saber o quão inseguro você é, um babaca que se sente ameaçado por uma mulher ser melhor do que ele. Vai embora. — Manteve uma postura dura e firme, não podia desmoronar por um homem, especialmente um homem como Killian. Ela nunca mais queria vê-lo.

 

Dangerous Woman - Ariana Grande ♪

09:10 AM

Emma passou correndo pela imponente fachada da Mills Corp. Era enorme, arquitetura moderna, vidros espelhados cobriam toda a frente do edifício que trazia em destaque o logo da empresa. Na Gold, ela trabalhava num cubículo com Killian e Ruby, que como estagiária apenas atendia telefonemas e a acompanhava em pequenos casos. Era apertado mas era seu lugar, a Mills Corp parecia um mundo novo ao qual Emma jamais imaginara fazer parte.

A detetive estava particularmente preocupada por investigação empresarial não ser sua especialidade mas Gold confiou nela para o trabalho e jamais o desapontaria, mais do que seu chefe era a única referência paterna que tivera em sua vida adulta e ele acreditava em seu potencial.

Se pudesse estaria correndo, caminhava em passos longos e rápidos até o elevador e o minuto em que permaneceu nele parecia uma eternidade. As portas se abriram revelando um salão com várias outras portas e uma mesa de escritório estrategicamente localizada e bem organizada, atrás dela a secretária impecavelmente vestida e maquiada a recebeu com um olhar de desdém. Emma gostaria de uma dose de confiança no momento mas a realidade era que sentia-se ridícula naquele universo desconhecido.

 

POV Emma.         

Ela me olhou como se eu fosse um extraterrestre e era verdade. Sempre me senti um alien, um ser expulso de outro mundo e jogado neste planeta, talvez por isso a vida tenha deixado tantas cicatrizes... Minha queda não deve ter sido das mais fáceis. Jamais estive tão deslocada como me senti diante daquele olhar mas mantive a calma, respirei fundo e falei com a secretária (num idioma compreensível aos terráqueos, para surpresa dela).

— Bom dia, sou Emma Swan. Bem, eu sei que deveria estar aqui antes das 9:00 e estou atras... — Usei o tom de voz mais simpático que conseguia e ela me cortou rapidamente.

— ATRASADA. Bom dia Miss Swan, meia hora de atraso. Tenho certeza que passará uma ótima primeira impressão. — Ela revirou os olhos e se levantou me deixando sozinha com uma cara de tacho.

Tão veloz quanto saiu ela estava de volta comunicando-me que havia anunciado minha presença à herdeira do Império Mills e CEO da empresa.

POV Emma OFF.

 

Agora não havia uma forma de voltar atrás, Emma estava decidida. Passou por três outras salas até chegar ao local que abrigava o trono da Imperatriz da Mills Corp. Não hesitando muito ela entrou, sem bater à porta como lhe foi orientado pela secretária.

Ao entrar, Emma encontrou o escritório elegantemente arrumado com móveis planejados em diferentes tons de verde e uma decoração que tornava o ambiente pessoal e aconchegante. Atrás de uma mesa suntuosa estava a CEO da empresa, sentada de costas, era uma visão privilegiada de seus cabelos naturalmente ruivos.

Quando a cadeira repentinamente virou-se para Emma, ela não soube reagir e por uma fração de segundo sua respiração falhou. Zelena Mills era poderosa, multimilionária e como se não bastasse era a mulher mais bonita que já vira. Ficou de pé, paralisada, embora devesse estar pedindo desculpas pelo atraso, aguardando que a bela iniciasse um diálogo tenso.

— Emma Swan? Olá! — Ela tinha um copo da Starbucks nas mãos e uma enorme caixa de donuts apoiada nas pernas. Era o que ela fazia de costas, estava comendo tão alegre quanto uma criança. — Quer um? São de blueberry, meus favoritos.

Emma esperava que a CEO da empresa a recebesse como um carrasco preparado para decapitá-la por seu atraso, Zelena parecia o oposto.

— São meus favoritos também. — Emma sorriu e sentiu-se mais confortável quando pegou um donut e a entrevista começou de maneira descontraída.

— Então, Emma, Mary recomendou você e seu currículo é realmente incrível. Suas habilidades como secretária serão úteis à Regina, ela precisa de funcionários melhores, uma assistente que possa auxiliá-la, sabe? Minha irmã viaja demais e precisa passar mais tempo com meu sobrinho Henry. Você irá organizar a agenda dela e acompanhá-la durante as viagens para que não fique tão sobrecarregada.

Sabia que a Diretora de marketing e recursos humanos percorria todo o mundo negociando com investidores, palestrando e ministrando workshops sobre propostas inovadoras para o mercado e melhores condições de trabalho para seus funcionários. Ela era realmente genial, mas não era a genialidade de Regina que assustava Emma e sim as enormes e monstruosas máquinas em que ela costumava viajar. Emma tinha pânico de aviões, pensar neles a deixava apavorada mas ela precisava manter o controle e lidar com seus medos mais íntimos.

Zelena se demonstrava amigável, falou sobre a rotina de trabalho e a personalidade de Regina. Ela repetia incansavelmente o quanto a amava embora a irmã não merecesse e a conversa ganhou um rumo diferente, a expressão e até o tom de voz da ruiva mudaram. Ela tinha um olhar louco.

— Bem... Emma, você é amiga de Mary e por certa insistência dela estou lhe contratando. Você estará diariamente com minha irmãzinha, seguirá as ordens dela mas quero que fique claro que você trabalha PARA MIM. Vigie cada passo, observe e escute as conversas durante as reuniões dela. Quero que me reporte qualquer informação relevante e sei que minha querida Mary Margaret lhe pedirá a mesma coisa, você a fará acreditar que tem as cartas na manga mas tudo deverá passar primeiro por mim. — Sua voz era quase um sussurro e seu sorriso foi do diabólico ao gentil novamente. — Deve achar que sou uma pessoa horrível, mas isso é por Regina, ela precisa que tomem conta dela. Apenas me mantenha informada e vou recompensá-la generosamente.

Era perturbador como Zelena conseguia ser tão manipuladora, Emma sabia que era mais esperta e preparada para lidar com aquele ambiente caótico, com pessoas más e ambiciosas, mas ainda estava em pânico com a ideia de voar. Ela demonstrou estar em acordo com todas as orientações e exigências e a entrevista parecia estar chegando ao fim quando a ruiva estendeu as mãos com um pequeno retângulo de papel e uma agenda, possivelmente a que trazia os compromissos de Regina. Ao confirmar o que era, Emma estremeceu.

— A propósito Miss Swan, não preciso lhe dizer que esta conversa deve permanecer aqui. Não comente com absolutamente ninguém. Seu primeiro encontro com Regina deve acontecer amanhã, ela está em Nova York a sua espera. Aqui está sua passagem aérea, seja pontual desta vez. — Disse, entregando a passagem para Emma que estava prestes a hiperventilar.

Emma estava num grande jogo de interesses. Se Zelena Mills era tão bela quanto dissimulada, sua irmã mais nova deveria superá-la. Agora ela precisava enfrentar seus medos e se preparar para um encontro que mudaria sua vida para sempre.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Zelena tem sido uma das personagens que mais me intrigam durante a escrita. Ela vai surpreender vocês e tem um papel primordial na trama. Não se esqueçam dela!

Será que o famigerado encontro entre a Detetive Swan e Regina Mills acontece em breve? Será que Emma será capaz de enfrentar seus maiores medos?

Aguardem o próximo capítulo.