Recebi alta uma semana depois, depois de tanto choro. Eu acho que eu poderia encher um aquário de tanta lágrima. E, embora minha vida tivesse sido acabada por aquela mulher que eu recuso chamar pelo nome, a mocinha que me salvou do bar não iria me deixar de mão. Eu sabia. Nunca estive tão certo. Ela fazia todas as minhas vontades, inclusive, me dava até banho. Ela era uma pessoa perfeita, porém eu continuava sem saber o nome dela.

—Então, o que mais você vai fazer para me agradar já que só a minha cabeça de cima pode se levantar?

Ela sorriu e disse que jamais pensou em um dia passar por essa situação. Ela era dona de uma boate em algum lugar por aí. Ela não respondeu a minha pergunta, mas eu fiquei de boa. Ela deu o jeito de me jogar da cama (sem roupa) e também deu o jeito de me vestir. Eu estava com medo de ela me vestir igual uma boneca. Mas o que eu queria mesmo era uma calça de abelha com listras pretas e amarelas, pois sou apaixonado por isso, contudo, nunca encontrei. Eu disse a ela sobre a tal calça e pra minha surpresa ela disse que tinha uma. Mais que depressa pedi para ela por. Ela não tirava os olhos no meu falecido garoto. Eu estava lindo com aquela calça de abelha, ela disse que gostou, mas se fosse a Clarck não iria gostar.

—Você poderia algum dia tirar a minha barba? —Perguntei.

— Mas é claro!

Ela foi até o banheiro e pegou um barbeador. Sentou-se na cama e se aproximou de meu rosto.

—Querida, me refiro à barba de baixo! —Sussurrei.

Ela ficou indignada. Acho que ela nem havia pensado nisso.

—Eu não vou tirar de jeito nenhum.

—Mas se você não tira vai virar uma tarja preta natural. —Falei em voz alta. —Quer saber? Esquece isso. Faça um suco de limão, pois quero uma bebida diferente.

Ela imediatamente foi e, enquanto isso, eu ficava olhando a minha calça no espelho à minha frente. Quando ela voltou, deu suquinho na minha boca. Mas eu cuspi na cara dela porque estava muito azedo. Ela, por sua vez, jogou o resto do suco na minha cara. Eu comecei a chorar feito um babaca e ela ficou meio arrependida. Foi até à mesa e pegou um lenço para limpar meu rosto e o dela, ela se desculpou e eu comecei a rir dela. Ela ficou mais brava e foi embora e eu passei a noite toda ali, sem poder fazer nada, afinal, minha cadeira de rodas era de pobre.

Na manhã seguinte fizemos as pazes e fomos para uma praça que não ficava muito longe dali. Ela me deixou descer livremente uma descida e eu me quebrei todo no chão. Fomos ao hospital, o médico disse que eu ia ficar lá aproximadamente dois dias. Essa vida é chata, então, resolvi dar seis meses para a mocinha me fazer andar, caso contrário, daria uma de Edward Cullen, arrumaria um jeito de me matar. Ela ficou passada, bem que eu queria a amarrotar, mas ela não fazia ideia de como me fazer andar de volta. A garota teve uma ideia, uma ideia de me levar para uma igreja para o pastor não sei quem, fazer uma oração por mim. Eu não queria ir, mas ela me obrigou.