Cebola havia chegado na sala com um desanimo aparente,ele já estava cansado de tudo o que tinha acontecido de manhã a caminho da sua escola,da noite em claro e obviamente de começar o dia olhando pra cara do novo casal “Mônica e Dc”.O mesmo tinha vontade de enfiar a cabeça em um buraco toda a vez que via aqueles dois juntos,era como se fosse o inferno na terra,porém a única coisa que o mantinha na escola era a tal experiência que iria se submeter.

    Era uma das poucas coisas emocionantes que iria fazer em sua vida monótona,rodeada por algumas decepções amorosas e vídeo-game.

   Cebola finalmente se sentou em uma carteira nos fundos da sala,querendo se isolar um pouco pra poder tirar uma soneca enquanto o professor não chegasse,mas eis que o seu principio de cochilo fora interrompido por um burburinho vindo do corredor...até ai nada demais(provavelmente era mais grupinho qualquer),porém os alunos que estavam nas carteiras a frente(quase ao lado da porta)saíram correndo para fora.

  Quando derrepente,Mônica que também estava perto da porta deu um berro e correu para o corredor.Cebola não entendeu muito bem o que estava acontecendo,mas foi até lá para conferir,assim que chegou perto da porta viu um amontoado de alunos em volta de alguém...ele não conseguiu ver,até que Mônica passasse no meio do grupo e revelasse o que estavam “escondendo”.

—MAGALI!!!-Mônica gritou desesperadamente indo em direção a amiga-Rápido chamem a enfermeira!!!

—Nós já chamamos!!!-Alguns alunos tentavam acalmar Mônica

Cebola sentiu um aperto ao ver Magali desmaiada no chão,seu rosto estava pálido e seu lábios estavam brancos como se estivesse morta,seu semblante era sereno porém perturbador.O mesmo assim que viu  a amiga sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo inteiro e somente um pensamento que martelava em sua cabeça “ela também é sensível a substância!”.

   Mas quando tentou socorrer a amiga,alguns enfermeiros da escola chegaram e levaram Magali até a enfermaria,impedindo que os alunos o seguissem e ordenando que os mesmos voltassem para a sala.Mônica estava enfurecida,queria ir até lá com a sua melhor amiga de um jeito ou de outro,mas os próprios alunos bloquearam a sua passagem,tentando ao máximo acalmá-la.

 Por fim o professor chegou e ordenou pela segunda vez que todos entrassem.O problema já estava aparentemente resolvido,mas o clima pesado ainda continuou pairando por toda a turma,e mais tarde por toda a escola.Cebola era o único que sabia o motivo,mesmo não tendo muita garantia de que fosse verdade.

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No final da aula-enfermaria

Abrindo os olhos vagarosamente,Magali acordara de seu sono quase profundo.

Seus lábios tremiam,suas mãos suavam,seu coração palpitava e sua cabeça (agora com um curativo)doía constantemente,era difícil descrever o que ela sentia naquele momento.Seu olhar era assustado enquanto observava a pequena sala branca da enfermaria,ela se via enjaulada dentro daquele lugar tão pequeno e nada aconchegante.

Depois de algum tempo recobrando os sentidos,Magali tentara sair do lugar..Mas fora impedida por um dos enfermeiros.Agora se sentia presa oficialmente,a mesma estava com uma sensação estranha e não se sentia nada bem,ela só queria poder voltar para a aula ou para qualquer lugar que não fosse aquela enfermaria.

Porém mesmo contra a própria vontade teve de ficar deitada naquela maca,até que seus pais chegassem.Já o enfermeiro que lá estava,parecia estar ocupado com outras “prioridades”no seu celular(era visível que o seu olhar entediado mostrava que ele não queria estar ali).Após alguns minutos alguém entrou na enfermaria:

—Maga!-Era a Mônica desesperada invadindo o local

—Mô!..-Magali mal conseguiu falar e suas palavras foram sufocadas por um forte abraço

—Aii Maga!você está bem? !-Mônica perguntava quase em soluços

—Eu...eu vou ficar-Magali não estava nada bem,mas ao ver o desespero da amiga resolveu que a melhor saída era mentir-Não se preocupe!

—Tem certeza? 

—Claro...-Magali deu um sorriso reconfortante para a amiga

—EI!Já acabou o tempo..pode ir embora mocinha!-Uma outra enfermeira entrou no local,expulsando Mônica.

—Mas ela...-Magali até tentou defender a amiga,mas Mônica parecia ter entendido o recado

—Deixa assim Maga...Depois a gente se fala,só vim aqui pra ver se você estava melhor..-Mônica deu um abraço rápido na amiga e se despediu com um aceno,correndo de volta pra sala de aula.

Assim que a porta se fechou,Magali se sentiu um pouco mais calma com a visita da amiga.Porém agora seu objetivo,não era mais sair daquele lugar e sim descobrir o que estava havendo dentro de si mesma,pois logo em seguida que acordou junto com a as dores que sentia  vinha um sentimento de medo e aflição como se algo terrível tivesse acabado de acontecer.

  A mesma não sabia como explicar,mas era como se estivesse vivido dentro de um pesadelo durante o seu desmaio,um pesadelo cujo era impossível de lembrar o que era, mas que as sensações sentidas nele eram quase eternas de tão recentes e fortes.

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   Horas depois...Casa do Cebola

Cebola havia recém chegado em casa,além de exausto também estava tenso.Um nó dentro da sua garganta se formava a cada segundo que fazia silêncio,sua mente e sua consciência estavam inquietas,ele tinha de falar a verdade para a Magali uma hora ou outra,não tinha outra escolha a não ser esta.

  O mesmo poderia até ficar feliz por ter uma amiga para acompanhá-lo nessa nova experiência,mas algo lhe dizia que Franja estava passando dos limites.Afinal Cebola não desmaiou,como aconteceu com a colega..sem contar que Franja simplesmente espirrou aquela substância pelo laboratório sem nenhum senso das conseqüências que isso causaria.

  E assim que Cebola começou a pensar em jogar tudo no ventilador e desistir de ser uma cobaia,seu celular começou a tocar incessantemente.

—Alô? -O mesmo atendeu rapidamente o número desconhecido

—Cebola!sou eu o Franja!..preciso falar com você!

—Eu também-Respondeu o mesmo seriamente

—Aposto que você também percebeu que temos uma nova cobaia não é?!

—Sim...por isso mesmo preciso falar com você..

—Olha,eu entendo que deve ter ficado um pouco assustado com o que aconteceu com a Magali,mas...

—UM POUCO?!VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE FEZ?!-Cebola se descontrolou

—Ei calma !como eu poderia adivinhar que ela também era sensível a substância?!

—Mas sabia  dos efeitos colaterais!dos riscos..

—Sim...Mas não sabia que iria chegar a aquele ponto,mas pensa pelo lado positivo Cebola..você e a Magali vão ter uma oportunidade única!

—Qual oportunidade?!de sair desmaiando por ai..não obrigado!

—Você sabe do que estou falando...vão poder ter uma experiência com uma tecnologia de ultima geração!poder dar a volta ao mundo sem sair do lugar!

—Eu sei...só que eu não estou a fim de ver a minha amiga passando mal e eu também,pra se aventurar em uma Matrix.

—Cara!pensa bem!você se assusta muito fácil é só o organismo de vocês reagindo,nada mais além disso...e também esses sintomas não vão ser nada comparado ao meu projeto!

Cebola começou a refletir”será que realmente valeria a pena?!””Quais eram os riscos?”,uma metade dizia a ele para aceitar a proposta,já a outra não queria dar o braço a torcer.Então teve que optar pela neutralidade.

—Ok..Vamos fazer o seguinte-Cebola já parecia mais seguro do que iria dizer-Já que o seu projeto é tão confiável assim,você vai ter que mostrar pra mim e pra Magali.

—Não acredito que você está duvidando de mim Cebola!!

—A gente só vai ver,se acharmos que vai valer a pena..então podemos pensar em participar,mas se não for exatamente o que você me falou..pode ir procurar outras cobaias

—Cebo...

—é sim ou não?

—Tá!tudo bem então..eu garanto que não vão se decepcionar,mas com uma condição

—Qual?

—Isso só vai ficar entre nós três!entendeu?ninguém mais pode sonhar que essa experiência existe!

—Relaxa,ninguém vai contar nada...

—Beleza então..nos vemos amanhã

—Até.

Cebola agora mais do que nunca já tinha certeza de sua decisão..mas ainda estava com medo do que iria enfrentar pela frente.Afinal a verdade é sempre o melhor caminho a se percorrer,mas o problema era saber se Magali iria andar neste caminho também,e garantir de que o mesmo não fosse revelado a mais ninguém.