Entre dois mundos escrita por Vicky18


Capítulo 17
O alerta


Notas iniciais do capítulo

OOii gente!!voltei sorry pela demora e espero que tenham uma boa leitura:))



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  Estava tudo escuro naquele lugar ainda desconhecido,mas aos poucos os borrões sumiam dando lugar a uma imagem pouco iluminada que transmitia uma sensação de insegurança para Cebola.O lugar em que o mesmo estava em questão era uma rua deserta e mal iluminada,com algumas árvores em cada extremidade que encobriam casarões ou casas que mais pareciam mansões.

  Era obvio que era um bairro nobre,mas que Cebola nunca viu em sua vida mesmo que aquela rua lhe parecesse um tanto familiar.Enquanto dava seus passos cautelosamente no lugar,explorava cada canto daquela rua como se estivesse procurando algo ou alguém.

  No entanto era difícil encontrar alguma coisa numa noite tão escura quanto aquela,sem nenhuma estrela no céu(a iluminação do lugar também não contribuía muito).Depois de cruzar por inúmeras casas e ruas,Cebola avistou um lugar muito familiar...a padaria de Quim.O estabelecimento não tinha mudado nada,tinha a mesma fachada e as mesmas cores e também se encontrava no mesmo endereço(fazendo com que Cebola percebesse que estava no bairro do limoeiro).

  O mesmo mal consegui acreditar no que estava vendo,como um bairro de classe média havia se tornado um bairro chique como aquele?em que ano Cebola se encontrava?seria no futuro?Muitas perguntas e poucas respostas rondavam a mente de Cebola que seguia até a padaria para se certificar do que realmente estava acontecendo.

  Assim que chegou na entrada do local um arrepio lhe percorreu todo o corpo como um choque,fazendo-o recuar um pouco de sua próxima decisão.Aquelas janelas de vidro e a fachada escuras e tomadas por teias de aranhas mostravam claramente que o local estava abandonado,as mesas do estabelecimento estavam empoeiradas e haviam pichações por quase todas as paredes.

  Algo lhe dizia que tinha alguma coisa estranha nesse lugar ou energia pesada que fazia com que Cebola quisesse sair correndo dali,mas sua curiosidade foi maior do que sua cautela instigando o mesmo a entrar por uma das janelas quebradas do local.

  Quando colocou seus pés naquele piso frio pode sentir seu calçado quebrando e arrastando pequenos cacos de vidro,a cada passo que dava os cacos produziam sons diferentes assustando Cebola e fazendo com que ele se desequilibrasse muitas vezes.Mas os cacos eram o de menos comparados com aquele lugar jogado as moscas,as mesas e cadeiras empoeiradas e jogadas no chão,o balcão destruído e os doces da vitrine sendo tomados por vermes e fungos.

  Cebola sentia o tempo todo que estava sendo observado,mas mesmo assim continuava seguindo.Porém no meio do trajeto escutou um estrondo vindo da cozinha do local..o barulho ecoou por todo o estabelecimento como um trovão de tão forte.

  No mesmo instante Cebola sentiu um grito abafado ficar preso em sua garganta,seus batimentos cardíacos aceleraram e seu medo ganhava mais força a cada passo que se aproximava da cozinha.No entanto quando chegou no lugar em que se originou o som,não viu absolutamente nada(por enquanto...)a não ser uma grande cozinha industrial com seus inúmeros balcões e seu chão sujo e alagado.

  Mas um cheiro muito forte do que aparentava ser sangue tomava conta do lugar,como estava tudo escuro naquela cozinha era difícil ver da onde aquele cheiro vinha...porém não demorou muito para que Cebola descobrisse de onde e de quem venho aquele sangue.

 Pois ao dar mais alguns passos adentrando ainda mais naquela cozinha,se deparou com o corpo de um homem virado de costas jogado no chão atrás de um balcão.Cebola sentiu o seu estomago apertar e seu coração parar de bater por um tempo indeterminado,aquela cena era horrível como se fosse alguém que ele conhecesse naquela situação.

Quando o mesmo se aproximou  do corpo e viu a face do defunto,ficou em choque e dera um sobressalto pra trás...aquele homem era ele mesmo.Der repente Cebola sentiu o sangue escorrer em sua roupa e uma dor muito forte consumir o seu corpo inteiro,fazendo-o soltar um grito de dor na mesma hora.

Mas assim que desviou o olhar do corpo,viu Magali de pé a sua frente com um longo vestido preto,seus olhos inchados e vermelhos lhe encaravam e suas mãos tremiam enquanto seguravam uma faca ensanguentada.Depois de segundos,ela saiu correndo do lugar desesperada jogando a faca no chão e  arrastando seu longo vestido pelos cacos de vidro.

Cebola se arrastou tentando ir atrás dela,mas suas pernas estavam paralisadas e seu sangue escorria formando um rastro pelo chão,o desespero lhe afogava e sufocava naquele lugar escuro e frio...até um clarão invadir a sua visão.

Aquela luz branca lhe levou para outro lugar,dessa vez Cebola se encontrava bem longe daquele lugar correndo com a respiração ofegante no meio de uma avenida muito movimentada.No entanto depois de um tempo descobriu que ele estava no corpo de Magali,apenas observando tudo o que ela estava fazendo(provavelmente depois que ela “matou”o amigo).

Cebola não poderia controlar aquele corpo em que estava,mas poderia sentir tudo o que ela sentia...era um medo e uma aflição enorme,ela estava sendo corroída pelo arrependimento  e pela culpa..era uma mistura de sentimentos e emoções.

A mesma corria sem rumo no meio das ruas,os milhares de carros que lhe rodeavam ,as buzinas e luzes ofuscavam a sua visão e atrapalhavam seu caminho.

Der repente ela parou no meio fio de uma calçada e Cebola sentiu que ela iria fazer alguma coisa...algo horrível,não sabia o que era,mas ao ver que uma onda de carros se aproximava e de sentir os pés de Magali se dirigindo em direção ao meio da rua(era mais do que certo que ela estaria prestes a cometer suicídio,se jogando em cima de todos aqueles carros).

Cebola não se segurou naquela hora e deu um grito desesperado”MAGALI!!!”.

E surpreendentemente a mesma parou o que estava fazendo e voltou a calçada como se tivesse escutado a voz do amigo:

—Cebola?!-Sua vez tremula ecoava

—Magali..o que esta fazendo?!!

—Me perdoe por favor .... eu não queria fazer isso!!-Magali se encolhia na calçada chorando copiosamente

—O que está acontecendo?porque você me matou?!-Cebola estava muito confuso..aquele sonho era muito estranho apesar de parecer muito real.

—Eu matei a pessoa errada...não era pra ser você...

—Quem era a pessoa certa então?!

—Não posso lhe dizer!! por favor me perdoa...eu tentei te proteger,mas eu causei essa desgraça...-Ela respondia em soluços-Esse mundo não lhe pertence,volte pra casa!!por favor...não entre aqui de novo!!é muito perigoso!!

—Como assim?!!-Aquela não era a Magali que Cebola conhecia,era outra...sua voz era diferente,seu jeito..tudo-O que quer dizer com isso?

—Vá embora!!esse não é o seu lugar...você jamais deveria ter entrado aqui!!-Ela gritava desesperada.

Assim que Cebola tentou responder,um novo clarão tomou conta de sua visão levando-o de volta para o mundo real.O mesmo acordara em uma sala de cirurgia sentindo um choque em seu peito derivado de um desfibrilador,estava rodeado por médicos e assim que acordou ouviu a comemoração de alguns dos deles que lhe atendiam.

Foi a partir desse momento em que se tocou do que estava acontecendo:

—Eu morri?-Cebola perguntou com a voz rouca para um dos médicos

—Quase garoto...quase-um dos médicos respondeu seriamente

Cebola sentiu um novo arrepio lhe percorrer a espinha “como assim quase?!”,o mesmo ficou pálido na mesma hora...sem acreditar no que houve.Depois de algum tempo indeterminado a suposta operação fora encerrada e Cebola fora levado para outra sala.

Assim que chegou lá se deparou com seus pais e sua irmã no quarto lhe direcionando um olhar preocupado,Maria Cebolinha estava com olhos vermelhos enquanto agarrava a sua boneca e seus pais se seguravam as lágrimas.

—MANINHOO!!!-Maria Cebolinha saltou da poltrona onde estava pulando em cima de Cebola(que recém havia acabado de se sentar na maca)-Achei você tinha morrido!!-A garotinha chorava enquanto agarrava o irmão

—Filha por favor!!sai daí..o seu irmão ta muito fraco!!-Dona Cebola tentava tirar a filha de cima do irmão..sem sucesso

—Não quero sair!!!não quero!!

—Mãe...deixa ela-Cebola retribuía o abraço da irmã,mesmo sentindo muita dor-Eu to bem...ta bom-O irmão tentava acalmar a irmã mais nova

—Eu te amo..-As palavras saiam abafadas da boca de Maria Cebolnha..surpreendendo o irmão-Não faz mais isso comigo!!

—Eu também te amo maninha...não se preocupe eu prometo que isso não vai mas acontecer-Cebola sabia que era impossível prometer algo daquele tipo,mas ela era só uma criança..não era um bom momento para ser realista.

Depois daquilo se passou um bom tempo,em que Cebola tentava reconciliar tudo o que havia acontecido com ele...se ele estava naquele sonho e Magali também,então aquilo significava que ela também estava no hospital:

—Mãe!Você por acaso tem noticias da Magali?

—Meu filho..isso é hora de perguntar sobre os outros?

—Por favor Mãe!você sabe se aconteceu alguma coisa com ela?

—Não sei...mas porque você quer saber disso meu filho?

—Por nada não..só tive um pressentimento.-Cebola estava aflito,não tinha noticias dela ou de nenhum de seus amigos,mas mesmo assim não poderia contar o sonho que teve e nem nada relacionado senão seus pais pensariam que ele poderia estar ficando louco.Enquanto tentava se acalmar tinha de se conformar com as poucas informações que tinha e tentar se reconciliar com a sua família naquele momento aparentemente difícil.


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Notas finais do capítulo

Então é isso pessoal espero que tenham gostado e até a próxima!:)))



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