Durante uma quente tarde de primavera uma coruja de penas cinzas e brancas e olhos escuros sobrevoava as casas tortas e mal projetadas que mantinham-se em pé graças a magia. Ela  sobrevou a loja de caldeirões dobrou a esquerda no cruzamento do Banco Gringotts e seguiu reto em direção à colorida loja de travessuras vermelha e laranja.  Dentro da loja empoleirou sobre o balcão e esperou pacientemente a pessoa cuja carta estava endereçada retirá-la de seu bico.

George Weasley estava organizando uma prateleira de poções de bafo ao lado do balcão quando escutou a coruja pousar. Freddie! Era a quarta daquele bimestre. Ele já conhecia quase todas as corujas de Hogwarts, recebera tantas cartas da escola nos últimos quatro anos que elas já enchiam um pequeno baú. Sim, ele guardava todas, só para reler o que o filho fazia na escola, rir e pensar "Não é possível que eu e Fred éramos assim." Um prazer estranho e secreto que ele escondia à sete chaves de Angelina. A esposa não aprovaria nem um pouco se descobrisse.

Todos sabiam, até ele mesmo, que não era o melhor exemplo de pai quando tratava-se de colocar limites. As crianças sempre estão testando seus limites com os pais, provocam para saber até que tipo de coisas podem dizer e fazer. E Freddie sempre fez isso mais do que a maioria das crianças, principalmente quando percebeu a fraca imposição que George tinha sobre ele.

George simplesmente não conseguia colocar o menino de castigo por realizar travessuras ou repreende-lo por frases hilárias em horas inapropriadas. Ele acabava era incentivando tais atitudes no menino. Então quem realmente segurava as rédeas de Freddie na infância dando um forte puxão para trás sempre que ele começava ultrapassar um certo limite aceitável, era Angelina, mas na adolescência as coisas melhoravam em alguns pontos e complicavam em outros dificultando até mesmo ela controlar.

Quando o menino nasceu, por mais que não seria correto esperar algo assim, George realmente imaginou em seu filho a reencarnação de Fred, não deu a ele o nome do irmão apenas como homenagem como todos preferem pensar. Mas com uma década de vida o menininho frustrou a ilusão do pai.

O primogênito de George em seus primeiros anos aparentava uma criança tímida e pouco curiosa, mas a partir dos seis anos parecia que algo dentro dele havia entrado em combustão gerando um fogo impagável. O menininho queria subir em tudo que pudesse subir, fazer as perguntas mais inapropriadas possível as pessoas e quebrar tudo que conseguisse quebrar.

Aos oito anos foi quando ele começou os questionamentos, mas não indagações de revolta com relação a algo que é aparentemente "normal e errado" como Hugo e tão pouco como Louis sobre os gostos de um gênero. Freddie questionava ordens, principalmente as do pai; "Eu não sou seu funcionário, você não me paga. Por que tenho que varrer o andar de cima?" As vezes George até sabia lidar com as situações "Porque você é meu escravo e se não fizer, não vai sair com seus amigos para caçar mokes.". Até esse ponto Freddie pode lembrar um pouco o falecido Fred.

Porém, ainda por volta dos oito aos nove anos, o menino começou apresentar uma característica que o definiu finalmente como a não reencarnação de Fred Weasley, ele tinha acessos de raiva de vez enquanto, provocados por situações bobas quando algo o irritava ou o contrariava demasiadamente.  Ele ficava vermelho, gritava, as vezes chorava e xingava, tudo de forma violenta que nitidamente ia além de uma birra ou uma pirraça.

Quando ocorria e o motivo não era alguma discussão com os pais e sim algo simples como perder um brinquedo. Ambos os pais, mas principalmente George, abraçava Freddie, ria, dizia para ele que não podia ficar estressado daquela forma e fazia gracinhas até o menino rir junto. Na maioria das vezes Freddie sempre ficava sem graça e envergonhado após um ataque de raiva.

Os famosos xingamentos. Eles eram constantes no vocabulário de Freddie. Ange até tentava repreende-lo quando alguma palavra feia era pronunciada em alto e bom som, mas ela não estava presente sempre. Ela trabalhava fora e quem passava maior parte do tempo com as crianças era George que as levavas para a loja, é claro que George não via tanto problema em palavrões quando eram daqueles que se diz para enfatizar algo ou quando é uma praga jogada ao além por ter batido o dedinho do pé em um móvel. Mas ele tentava repreender aqueles que eram ditos como ofensa a alguém... quando escutava é claro.

Com a orelha George também perdeu parte da audição, o feitiço que o atingira na orelha esquerda havia danificado seus tímpanos também e não havia magia que os curandeiros conheciam capaz de reverter. Freddie sabia disso e em várias situações se aproveitou das condições do pai para falar coisas e palavras horríveis.

Todavia não só de defeitos vive um homem, ou no caso um garoto. Freddie tem qualidades admiráveis também, ele é amável com os pais, a irmã e grande parte da enorme família Weasley. Ele sabe apreciar momentos de família como poucas crianças e adolescente são capazes. Ele compartilha quase tudo! Tudo que ganhava quando pequeno ele queria repartir com alguém da família, quando comprava um doce guardava três pedaços; um para o pai, o outro para a mãe e o último para irmã. Roxy tinha liberdade total para brincar com as coisas de Freddie e maior ainda para se juntar a ele nas brincadeiras, menos as de perseguir moxes pelos telhados do Diagon Alley que eram obviamente perigosas para a menininha. E não tem nada que o jovem Weasley ame mais do que ajudar seu pai com as invenções da Gemialidades enquanto fazem brincadeiras e piadas sobre tudo.

Freddie nunca ocupou o lugar vazio deixado por Fred na família Weasley. O garotinho de pele morena, cabelos pretos lisos e traços Weasley tinha conquistado seu próprio e único lugar na família sem nunca ocupar o de ninguém, exatamente como os outros primos.

George tirou a carta do bico da coruja cinzenta, sentou na confortável cadeira acochoada atrás do balcão, quebrou o selo de cera, abriu a carta e se pós a lê-la com expectativa.

Caros, Sr. e Sra. Weasley.

Na terça-feira dessa semana seu filho, Fred Weasley,  junto com James Potter. Utilizaram de forma inadequada feitiços de transfiguração ao realizarem uma brincadeira de mal gosto com os demais alunos.

Fred vestiu um manto preto e com transfiguração cobriu os olhos e nariz do rosto com uma camada de pele mágica e acrescentou olhos nas mãos. Ele ficou escondido próximo ao início das escadas para os dormitórios assustando principalmente os alunos do primeiro e segundo ano que passavam. Apesar de ser uma demonstração de habilidade de transfiguração admirável o Professor Goldestein ainda se encontra na enfermaria com o tornozelo torcido e temporário trauma de cantos escuros.

Fred Weasley e James Potter estão de detenção pelo resto do mês, recomendo que mandem uma carta ao seu filho sobre esse ocorrido e conversem com ele quando possível.

Com atenção, Prof. Neville Longbottom 

Como sempre George ria desejando poder ter visto pessoalmente essa nova travessura. Notoriamente, não era boa ideia permitir que bruxos como Freddie e James assistissem os criativos filmes produzidos pelos trouxas. Acabava obviamente em péssimas e travessas ideias.