Weasleys Shots escrita por Tyke


Capítulo 3
Mania de ver clones.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é quase continuação do anterior.



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Na plataforma crianças e adolescente circulavam, alguns correndo, para todos os lados com seus carrinhos de malas e pais. Harry abraçava sua filha mais nova, cabelos ruivinhos e rosto salpicado de sardas, desejando boa sorte com um ultimo beijo no topo da cabeça, enquanto isso Ginny ralhava com James que queria entrar logo no expresso de Hogwarts sem se despedir.

— Você esta preste a passar quase um ano longe de nós, pode pelo menos agora não agir como se não existíssemos? - Ginny aparentava realmente ferida com a atitude do filho. Adolescência era com toda certeza a pior fase da criação de um filho, ela pensou quando se deu conta que as crianças estavam crescendo muito rápido que estaria preparada para aquela fase, afinal sua mãe passou por aquilo 7 vezes e sobrevivera, mas durante a ultima férias escolar James a magoou constantemente quando passava o dia trancado no quarto ou simplesmente dizia "Vou dormir no Freddie" e desaparecia por dois dias deixando Ginny desesperada mandando cartas e até mesmo ligando com o telefone para George perguntando se James realmente estava lá e se estava bem.

— Tchau, mãe. - Ele respondeu de má vontade enquanto voltava para trás. Abraçou a mulher rapidamente e acenou para Harry. - Tchau, pai - Em seguida desapareceu através da porta do vagão logo à frente.

Harry também não estava se sentindo nada confortável com as atitudes do filho ultimamente, ele estava frio, distante, evitava passar "tempo de mais" ao lado dos pais e como nunca antes ele e Albus brigavam por praticamente tudo. Quando de repente enfrentar Lord Voldemort parecia mais fácil que tentar conversar com James, Harry começou a ficar preocupado e se perguntar se estava tão qualificado para ser um bom pai como ele pensava um ano antes. A pior parte dessa situação era apartar as discussões entre James e Ginny encadeadas por motivos diferentes, mas com o mesmo diálogo oculto; "Passe mais tempo conosco" "Não",  elas sempre terminavam com o garoto batendo a porta do quarto e Ginny em seus braços chorando. Nunca passou pela cabeça de Harry que algum dia aquele traço de arrogância que James demonstrava desde a infância poderia chegar naquela situação difícil de contornar.

—Tchau, pai! - Os pensamentos do homem foram interrompidos por um abraço apertado de Albus - Não liga pra ele. - Era obvia a decepção estampada na cara do pai quando o irmão mal o olhou quando se despediu. Harry forçou um sorriso através do rosto decepcionado para o menino.

— Oi, Al! - A voz de um garoto veio do lado esquerdo da família e todos olharam para ele.

Harry nunca sentira tanto desconforto diante de uma criança, por mais que tentasse aceitar que aquela criança não era Draco Malfoy e sim a melhor amiga de Albus. Foi só olhar para o rosto pálido facilmente confundido com um estado de patologia e os cabelos quase brancos daquele garoto que percebeu que não gostaria que ela se aproximasse mais e uma interação social acontecesse naquele momento.

Albus foi até o garoto, o abraçou e em seguida o puxou para a frente de Harry.

— Esse é o meu pai. Pai, esse é o Scorp - O menino estendeu uma mão pálida sorrindo, os dentes tão brancos... Parecia um fantasma de doninha. Que maldade Harry Potter! É apenas uma criança. Tentando não demonstrar relutância ele estendeu a mão.

Dois anos atrás Harry havia dito ao seu filho que não tinha problema ele ir para Slytherin e que o chapéu seletor levava sua opinião em consideração, portanto o menino escolheu a casa que intimamente tanto gostava e ficou bastante feliz com dormitório nas masmorra."...é bonito e aconchegante." ele disse em sua primeira carta para casa; "...acho que somos amigos." ele disse na segunda sobre o filho de Draco Malfoy; "... Scorp disse que gostaria de conhecer o papai, ele é um grande fan." essa frase da sexta carta de Albus assustou um pouco Harry, seria possível Draco permitir aquilo? Bom! Talvez  a doninha nem tivesse controle sobre isso.

Quando voltou das férias Albus falava bastante do garoto Malfoy, a cada dez coisas contadas sobre o ano letivo sete tinham Scorp no meio."Eu convidei ele para vir aqui em casa nas férias, tudo bem?" "Claro, filho" Harry e Ginny tentavam ao máximo aceitar o novo amigo de Al como se fosse qualquer outra criança. Em poucas semanas, de tanto Albus falar do amigo, Harry sabia que o garoto não gostava de uvas, que tinha alergia a lã, que quando ria fazia um som engraçado, que não sabia diferenciar as cores e gostava de dormir com o cobertor sobre a cabeça... Pela forma como Albus contava e Rose concordava (para o evidente desgosto de Ron) o Malfoy parecia ser bem diferente do otário do pai, mas mesmo assim no fundo era difícil aceitar.

Depois de uma manhã ensolarada de Domingo, quando uma coruja bufo-real albina chegou trazendo uma carta com o selo da dinastia Malfoy endereçada a Albus, toda o excessivo entusiasmo do garoto sobre o novo amigo esvaiu. Ao perceber tal ocorrência, Harry se viu na obrigação de perguntar o que aconteceu. Como se estivesse esperando que alguém lhe perguntasse o que houve, Albus logo foi dizendo desanimado "O pai de Scorpius não deixou ele vir aqui em casa... A coisa foi feia" Albus se sentia culpado por ter insistido para Scorpius pedir aos seus pais deixarem ele passar pelo menos um final de semana na casa dos Potters, Scorpius pediu e agora estava encrencado. Encrencado como? Harry queria perguntar, mas achou melhor não se intrometer tanto. Nas férias escolares do ano seguinte Albus em nenhum momento mencionou convidar Scorpius para sua casa e tão pouco em ir a casa do garoto.

Agora, segurando a mão de Scorpius Malfoy e olhando mais atentamente para o rosto ainda infantil, Harry começou perceber notórias diferenças entre os traços do filho e os, que conseguia se lembrar, do pai. Scorpius tinha o rosto mais arredondado e os olhos onde esperava-se encontrar um cinza gélido havia um caloroso âmbar que brilhava de emoção da mesma forma que brilhava a Iris de grande parte das crianças quando conheciam o famoso Harry Potter.

— Olá, é um pazer. - Harry se viu obrigado a responder diante do sorriso de expectativa do menino. Soltou a mão do menino e tentou pensar em algo para dizer, mas sua mente estava vazia.

— Ann... Filho. - Uma mulher se aproximou, tinha os cabelos negros e os mesmos olhos âmbar do menino. - Como encontrou seu amigo eu já vou indo. - Ela tinha um sotaque que Harry nunca tinha ouvido antes e parecia tão desconfortável quanto ele inicialmente, olhava diretamente para o filho e não desviava nem mesmo para dar uma breve espiada nos demais. Harry esperava que Draco estivesse logo atrás da mulher, mas graças a Merlin não estava.

— Oi! Eu sou Albus Potter - Ele estendeu a mão para a mulher, sorridente.

— Olá! - Ela apertou a mão do garoto. - É um prazer conhecê-lo, Albus. Scorpius fala muito de você.

— Albus também fala muito de Scorpius. - Era Ginny se pronunciando, por um momento Harry quase se esqueceu que a esposa estava ao seu lado, a cena parecia tão estranha e fora de contexto que tudo que ele pode fazer foi observar. Ele olhou para a esposa e viu que ela sorria, estava tentando ser gentil. - Ginny Potter. - Ela estendeu a mão para a outra que pela vez primeira desviou os olhos do filho.

— Astoria Malfoy. - Ela sorriu pegando a mão da outra.

— Você também estudava em Hogwarts?... Desculpe, mas não me lembro de você. - Ginny estava tentando ser legal. "Não faça isso, Ginny, não precisa fazer isso." Pensou Harry.

— Ah, tudo bem! Acho que naquela época vocês estavam ocupados para notar muitas coisas. - Ela olhou para Harry pela primeira vez, ainda estava sorrindo e já não parecia tão desconfortável. - Talvez vocês tenham conhecido minha irmã Daphne  Greengrass.

— Sim, eu me lembro, ela andava com... - Ginny fez uma pausa, por mais que no momento Astoria parecia amigável, não queria dar margem para falarem sobre Draco. - Ela era amiga de Pansy Parkinson, não?

— Sim! Pansy... eram grandes amigas. - Astoria também não queria falar sobre Draco, não com aquelas pessoas, por mais que estivesse achando Ginny simpática sabia perfeitamente que não era adequado. - Eu nunca gostei dela. - Acrescentou como uma confissão.

— Eu também não. - Ginny riu. Astoria riu. "Que merda! Elas viraram amigas?" Harry passou a mão pelos cabelos desconfortável. Astoria parecia boa pessoa, mas não queria mais aproximação com os Malfoys do que Albus ser amigo de Scorpius. Ginny percebeu pelo canto do olho a reação do marido e achou melhor não prolongar a conversa. Astoria também notou então olhou ao redor procurando o filho.

— Tchau, meu amor! - Ela o abraçou e beijou o garoto pálido. Acenou para Albus. E virou para o casal. - Tchau! Foi um prazer... Conhecê-los - Ela decidiu incluir Harry, mesmo que ele não tenha nem a cumprimentado. Ginny despediu sorridente, Harry apenas meneou a cabeça e então Astoria se afastou desaparecendo na multidão.

Ginny olhava para onde Astoria havia desaparecido procurando por algo - O seu pai não veio, Scorpius? - Harry olhou para esposa se perguntando o quê pelos poderes de Merlin ela estava fazendo.

— Não, Ele... - De repente o brilho dos olhos do garoto se apagaram - Tinha coisas mais importantes pra fazer. - Talvez aquilo saiu mais amargo do que ele esperava, pois Lily ao lado do pai, que foi esquecida esse tempo todo, soltou de forma inocente:

— Por quê? Seu pai não gosta de você?

—Lily! - Harry chamou atenção da menina.

— Gosta. Ele só está ocupado mesmo. - Scorpius sorriu pra menina, apesar de ter se sentido ofendido com a pergunta, sua mãe havia lhe ensinado a ser educado com as pessoas, todas as pessoas. Principalmente com quem não tinha intenção de ferir e também com as que tinham. - É seu primeiro ano? - Desviar o assunto, ele sabia fazer isso muito bem.

— Sim! - Ela respondeu feliz. Eles teriam prolongado a conversa se um garotinho de cabelos ruivos não houve gritado de longe "Oiiii" para o grupo de família parado na plataforma.

Naquele momento Ron, Hermione e os dois filhos se aproximavam com Louis junto, eles haviam encontrado com Gui e Fleur no caminho e o Louis decidiu despedir dos pais naquele momento e ficar ao lado de Hugo para não correr o risco de não acha-lo nos vagões mais tarde.

Rose abraçou o pai e a mãe antes de todos aproximarem dos Potters e veio correndo para próximo dos dois garotos, cumprimentou os dois e rapidamente o trio entrou no vagão logo de frente.

— Aquele era o tal do Scorpius? - Ron perguntou assim que se aproximou, com a cara amarrada, não gostou nada de como Rose foi amigável com o Malfoy.

— Era sim, um fofo, não? - Ginny disse sorridente.

— O quê? - Harry e Ron disseram em uníssono, indignados com Ginny. Hermione não pode segurar o riso ao ver a cara de espanto dos dois.

— Ah que isso?! Quantos anos você tem, Harry Potter? O Ron até relevo a ignorância, mas você acabou de conhecer o menino. Vai me dizer que ele não é simpático? - Harry não soube o que responder, escolheu o silêncio para a aprovação da esposa.

— Meu Merlin! Ginny ele é filho do Draco lembra? A doninha. Draco Malfoy. - Ron não iria gostar do garoto tão facilmente, nem mesmo se estivesse presente alguns minutos antes e conhecido um pouco ele.

— Adultos e sua mania de achar que somos clones. - Hugo pronunciou indignado mais para si mesmo do que para os outros. Mas todos ouviram.

O apito do Expresso de Hogwarts tocou anunciando a última chamada, Harry agradeceu aliviado de Hugo não ter a oportunidade de iniciar um desconcertante discurso sobre aquilo como havia feito na noite anterior sobre as casas de Hogwarts. Lily, Hugo e Louis despediram dos adultos e juntos entraram no trem. Assim que aquele grande maquinário começou a andar Harry sentiu um aperto no coração de ver sua garotinha a caminho de Hogwarts. Pensou no dia em que ela nasceu, nos primeiros passos, primeiras palavras, ela estava crescendo. Os três estavam! "Estou ficando um velho melancólico" Pensou passando o braço ao redor de Ginny para um abraço.

— Eu gostei dela. - Ela disse para apenas ele ouvir.

— Quem? - Harry respondeu no mesmo tom.

— Astoria. Bem que podemos marcar um almoço lá em casa qualquer dia. Albus e Scorpius iriam adorar. - Marcar um almoço com Astoria incluiria a presença de Draco. Ela sorria para ele. Era indecifrável se ela brincava ou falava sério.

— De jeito nenhum! - Se fosse brincadeira ou não, essa resposta serviria para as duas. Ela riu para ele e não disse mais nada apenas observou o expresso de Hogwarts se afastar e sumir no horizonte.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem :)



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