Look me in the eye escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 9
Capítulo 9: Skyfall




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704033/chapter/9

Let the sky fall

When it crumbles

We will stand tall

And face it all

Together

Let the sky fall

When it crumbles

We will stand tall

And face it all together

At skyfall             

At skyfall

 

Deixe o céu cair

Quando desmoronar

Estaremos de pé, orgulhosos

E iremos encarar a tudo

Juntos

Deixe o céu cair

Quando desmoronar

Estaremos de pé, orgulhosos

E iremos encarar a tudo juntos

Ao cair do céu

Ao cair do céu

 

— Explica isso direito. Foi a Viuva? – Clint perguntou, pedindo para ela se sentar.

— Não. Foi eu. Mas... Foi sem querer.

— Como fez isso? – Wanda perguntou.

— Eu... Podemos não falar disso? Minha mão ainda está tremendo. – ela apoiou a cabeça no braço.

— Tudo bem, não tem problema. Vou pegar água pra você Lady Nat. – Thor disse, tocando o ombro dela.

— Vou ver se tem notícias do Steve.

— Vou junto. – Clint disse e saíram da sala, deixando as duas a sós.

— Não vou perguntar. – disse, andando sem pressa até a cadeira do lado da ruiva. - Como você está?

— Bem.

— Isso é mal, entendi. – ela suspirou. – Sabia... Que você é a pessoa mais forte que conheci Nat?

— Que?

— É um exemplo. Não só pra mim, pra eles também. Não tente se culpar pelo que não teve culpa. Essa é a pior tortura, até pra você. Você não merece isso. – A ruiva a fitava, com os olhos cheios de lágrimas.

— Talvez.

— Pode chorar. Segurar, faz mal.

— Fiz isso a vida inteira. Eu sei o mal que faz. Mas não importa. Não ligo mais pra mim mesma.

— As pessoas que te amam se importam, e não querem te ver sofrer. Então se se importa com elas, não quer ver elas sofrerem, eu aposto. – Ela estava frustrada. Não choraria perto de Wanda, ela tinha acabado de dizer que ela era um exemplo de pessoa forte. Mas droga, machucava as pessoas tentando se prejudicar, para não magoa-las, o que a magoava, magoava as pessoas, magoava a formiga que matou a um mês, magoava Jesus, magoava a alpaca que mora no Peru, magoava o mundo inteiro. E perdia tudo. De novo. Começando do zero.

— Nunca quis magoar ninguém. – disse, jogando a cabeça para trás.

— Ninguém quer. Nem tudo acontece de propósito.

— Eu tento segurar as pessoas que eu amo. Mas cai as outras, cai o teto, cai o prédio, cai Atlantida, Cai o céu, cai o planeta, cai o universo, cai a galáxia...!

— VOCÊ NÃO TEM QUE SEGURAR A GALÁXIA. VOCÊ NÃO SEGURA TUDO SOZINHA. ESTAMOS AQUI PRA ISSO.

— VOCÊ NÃO ENTENDE! PASSEI A VIDA AFASTANDO AS PESSOAS, FUGINDO DE TUDO, MAS DROGA, EU SEGURAVA TUDO! POR QUE SE EU NÃO SEGURAR TUDO O QUE EU SOU? UM MONSTRO.

— Como pode ser tão egoísta? Nós estamos sofrendo tanto quanto você! Por que nós te amamos merda! E o que você faz, é ficar se remoendo! Todo mundo a seu redor morre, mas mesmo assim estamos aqui! Não vamos sair do seu lado nos momentos de dificuldade. Queira você ou não. – disse por fim, colocando o dedo na cara dela. As lágrimas começaram a correr dos olhos da ruiva. Mas não era tristeza, era a realidade. Bruscamente, ela colocou a mão nas nuca da morena, e a puxou para um abraço desesperado.

— Tento segurar tudo pra tentar impedir que todos ao meu redor morram. E nunca dá certo. Você está completamente certa, Wanda. Preciso de ajuda. Não consigo sozinha.

— É em parte o que tentava dizer. Mas você disse melhor Wanda.  A voz de Steve foi ouvida, fazendo os ouvidos da ruiva dispararem.

— Ste – disse, largando a morena.

— Questão de tempo, até ela trocar os amigos pelo Steve. – Wanda revirou os olhos.

Ela parou na frente dele, que tinha o ombro enfaixado, e o observou sorrindo por alguns segundos. O loiro sorriu, soltando um riso comprimido pela boca, como se fosse um sinal de álivio. Alivio que nesse tempo que ele deixou ela, sua ruiva estava bem.

Devagar, ela encaixou os braços na cintura dele, e deitou a cabeça sobre seu peito, o fazendo colocar a mão na nuca dela, acariciando seus cabelos.

— GENTE O STEVE SUMI... Filho da mãe. – Bruce fechou a boca quando viu o loiro ali.Pegou o celular, discando o número de Tony –Tony, cancela a guarda nacional, achei ele.

— Filho da mãe.

— ÁGUA. – Thor sorriu, vendo a cena.

— Pessoas se amarem assim é normal? – Bruce sussurrou pra Wanda, que assentiu, sorrindo.

(...)

— Steve. – ela o chamou, fazendo o loiro desviar os olhos do papel a sua frente. –  Eu preciso... Eu... – Ela soltou todo o ar em seus pulmões, frustrada. Onde estava toda a coragem que tinha há umas duas semanas?

Um simples homem conseguiu fazer seus pesadelos se tornarem realidade, e tudo que conhecia sobre si mesma deixou de existir. Não era mais a mesma, não se reconhecia. Aquilo a assustava 24 horas por dia, mas Steve fazia tudo parecer melhor, mais bonito. Diria iluminado se não tivesse enfiado uma faca no ombro do mesmo.

A ruiva fechou os olhos, tentando estabilizar a respiração que ficava mais ir regularizada mais a cada pensamento.

— Nat, olhe pra mim. – pediu. Num segundo o loiro estava ali, na sua frente, com a mão em seus ombros, pedindo apenas para olha-lo, e esquecer tudo por um instante. Não conseguiria em tal situação, mas aqueles olhos fazia tudo se acalmar. – Tudo bem. Fique calma.

— E-Eu estou calma, só... Eu preciso contar uma coisa.

— Pode contar. – disse. Mas ela ficou olhando pra próprias mãos, sem dizer nada. – Nat. Pode me contar qualquer coisa, eu não sou seu pai, não vou brigar com você.

— Tá piorando. Falando do meu pai.

— Desculpe. Quando você estiver pronta okay? Não quero te apressar, mas você não pode guardar isso pra você.

— Não, eu sei. Vem aqui, então. – disse, se levantando da mesa, e seguindo caminho pro quarto.

Steve a seguiu, mas não conseguiu deixar de ficar apreensivo com isso. Apreensivo, preocupado, desesperado... Mas ele tentou se manter calmo. Tentou.

— Sei que você está preocupado, mas não é nada de mais. – ele a olhou. – Bem, é. Mas... – parou novamente, sentindo a coragem sair totalmente de seu corpo.

— Eu só quero te ajudar. Não vou te julgar. Por favor Nat, me fale em quanto pode. – ela  respirou fundo novamente, antes de entrar no banheiro, sendo seguida por Steve.

Tirou o tijolo perto da pia do lugar, e colocou todos os 17 potes cheios de comprimidos dentro da pia, e os 7 vazios que guardava ali.

— Na... Tasha... Do céu... Você...

— Todo dia, desde que... não consegui mais dormir.

— O que é isso tudo?

— Clamantes e remédios pra dormir.

— Isso pode te matar.... Natasha isso é sério...

— Você acha que eu não sei? Steve, eu, sinceramente, eu não ligava. Não tinha ninguém que eu precisava me preocupar em agradar... Ninguém, eu não tinha ninguém. Mesmo quando tinha Clint, eu não tinha nada. Não me preocupava em morrer, e agora só me preocupo por vocês. Eu tomava, por que me fazia dormir bem, então valia a pena. Mas... Depois que eu conheci você, os Vingadores... Eu... Tentei parar. Mas isso me matava aos poucos e eu não sabia mais que fazer, e te acordar toda noite de cinco em cinco minutos... Estava me deixando maluca. Comecei a ficar acordada durante toda a noite, mas isso também me enlouquecia. Eu... Voltei a tomar. E as vezes não funcionava, então eu tomava outro, e mais um...

— Ah Deus. – disse, a abraçando. – Vamos pra um médico certo? E eu vou pedir a Cho pra ligar por Andrew, pra um psiquiatra, pra um marciano, mas nós vamos fazer alguma coisa, tudo bem?

— Tudo bem. – disse, vendo Steve se soltar dela e ir até as chaves do carro. – O que? Agora? Steve...

— O que? Você pode estar correndo risco de vida Nat.

— O tribunal... É de noite. Eu estou nervosa ao extremo. Chega até doer. – ela sorriu.

— Você não tem motivos para se preocupar. Vai se sair bem.

— Você é tão otimista que chega a ser trouxa. Muito.

— Não. Eu te conheço. Você se faz de durona mas é uma menininha muito fofa, no fundo.

— Não sei mais quem eu sou Steve. – disse, se sentando na cama, sendo acompanhada pelo loiro. – Vamos logo pro hospital, essa conversa vai me fazer vomitar. – A ruiva se levantou, e foi até o armário.

(...)

— Isso é completamente sério. E um pouquinho irresponsável. – A doutora disse, se sentando na cadeira de frente pra eles. – Impulsivo. Burrice...

— Eu já entendi Sra. Elen. – retrucou.

— Já conversamos sobre isso, ela entendeu e aceitará ajuda. – Steve sorriu, um pouco forçadamente.

— Vocês entendem pra que serve um psiquiatra não é mesmo?

— Claro que sim, não sou burra. – a ruiva revirou os olhos.

— Aqui, da licença? Pode se controlar um pouquinho?

— Não se preocupe, estou acostumada a arrancar tiros da barriga dela em quanto reclama. – Steve comprimiu um riso, sendo atacado pela ruiva com um, olhar. – Mas, bem, seus resultados sairão em alguns dias. Pode ser que demore um pouquinho, mas...

— Claro que vai demorar, fiz uns 30 exames.

— Mas todos foram necessários. É incrível como seu metabolismo é mais forte que o de uma pessoa normal. Era pra estar morta a 7 ou 8 anos. – Steve arregalou os olhos. – Mas, se não tomar mais esses remédios por conta própria, não precisa se preocupar, inicialmente. Sei que é teimosa, e que faz isso pra conseguir dormir, mas não pode simplesmente se apagar, esperando que os problemas se resolvam magicamente. Um dia eles vão voltar e cair em cima de você.

— Eu sei. Aprendi do jeito mais difícil. – ela suspirou.

— E... Comparado aos exames que fez a uns meses, o que fez essa semana pra passar pelo isolamento de doenças no Texas, na qual eu fui responsável, parece que seu metabolismo aumentou. A força, nível muscular... É estranho, mas talvez não, você é uma super-heroína, eu não sei como isso funciona, só parece que... Ficou mais poderosa.

Natasha fitava o calendário a sua frente, com um ar assustado.

— Tá... Obrigada. Precisamos ir Steve. – ela pegou a bolsa e saiu andando, apressada.

— O que...?

— Vamos Steve! – gritou, aparecendo na porta novamente.

— Ta bom sua maluca, eu estou indo. Obrigada doutora Cho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Look me in the eye" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.