Look me in the eye escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 8
Capítulo 8: Monster


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Gente, desculpa a demora. Mesmo nem sendo tanto tempo. É que o meu computador quebrou e esse foi pelo celular :)
Mas... esse tá big :D



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The secret side of me
I never let you see
I keep it caged but
I can't control it so, stay away from me
The beast is ugly
Why won't somebody come and save me from this
Make it end!

O meu lado secreto,
Eu nunca deixarei você ver.
Eu o mantenho preso, mas eu não consigo controlar.
Então fique longe de mim,
A fera é feia
Porque ninguém vem e me salvar disso?
Faça isso acabar!


Olhos abertos.
Se arrependeu no momento em que o fez.
Os amigos a olhavam com pena, tentando demonstrar compaixão e entendimento. Mas eles não entendiam, se importavam, mas não entendiam.
Steve colocou a mão em suas costas, em quanto observava o rosto de um amigo, fitava o chão e depois olhava Natasha. Respectivamente, nessa ordem.
O que dificultou tudo, foi o que Tony fez.
Ele se aproximou dela em silêncio, e a abraçou. Ela não fazer nada, a não ser fechar os olhos e liberar a única lágrima solitária que caiu.
E em seguida, Clint veio, e fez a mesma coisa. Depois Wanda, Bruce depois Thor, que com seus longos braços envolveram todos. Steve sorriu abertamente e abraçou os amigos.
A ruiva mantinha os olhos vazios na parede, o que fez o sorriso de Steve desaparecer, quando percebeu que não surtira efeito nela. Pelo menos ele não percebeu, e rezou internamente para ser a ruiva, mascarando seus sentimentos.
— Você não está sozinha. - Wanda sorriu, se afastando dela.
— É, não... Se preocupem. Só preciso dormir. - ela esfregou de leve um dos olhos, e deu meia volta pra fora da sala.
Todos suspiraram.
Steve abaixou a cabeça.
— Você também não está sozinho. - Um pequeno sorriso iluminou o rosto de Bruce.
— Eu sei.
(...)
— Ste? - Ela disse, sem deixar de fitar o teto.
—Hum? - O loiro observava a mesma coisa que ela.
— Diz aquilo de novo?
— O que? - Natasha o olhou. - Ah. - Sorriu. - Eu te amo Nat.
Ela não esboçou reação alguma. Apenas seus olhos mudaram levemente de tom, um tom mais brilhante. Steve deduziu que era o jeito dela sorrir, como uma pessoa normal. Não que ela não fosse, achava ele. Estão juntos a muito tempo, e ele ainda aprende sobre ela.
— E se ela voltar Ste?
— Nós vamos vence-la. - O loiro se pôs sentado, o que levou a ruiva a fazer o mesmo. - Você venceu ela uma vez. Podemos vence-la agora. - Beijou a testa dela. - Prometeu que não faria uma ação precipitada. Certo?
— Não vou fazer nada que você não queira. - Se deitou novamente, encarando o teto, como se conversasse mentalmente com alguém.
— Nat acho que devia procurar ajuda. - Ele soltou o que segurava de uma vez. Mesmo sem olha-la, ele sentiu os músculos ficarem tensos.
— Tudo bem. Se ajudar a acabar com ela. - Respirou fundo. Ele estava gritando que ela era louca.
— Nat... Não é isso que...
— Não importa. Não importa o que ela faça comigo, eu estou disposta a fazer muito pior, comigo mesma. Pode ligar pro Andrew, marido da May, sei que é o que está pensando. - ela levantou, saindo de perto dele.
— Natasha eu não...
— Eu não estou chateada com isso Steve. Por mim, tudo bem. Eu só... Queria que ela morresse de uma vez. Por isso eu ia...
— Eu sei. E acho que teria feito o mesmo, talvez. Mas na hora de puxar o gatilho, eu pensaria em você. Não posso te deixar, mesmo que isso pareça egoísta, eu não ligo. Sei que morreria sem mim. - Ele deu de ombros, arrancando um pequeno sorriso da agente. Mas ele parou de sorrir e olhou para baixo.
— O que foi agora Rogers? Fala o que está segurando logo. - O loiro mordeu o lábio.
— Amanhã é o júri.
— Tenho que ir, eu sei.
— Quer parar de ler minha mente?
— Não leio sua mente, te conheço bem o suficiente para saber exatamente o que você vai dizer. - Ela pendurou no pescoço dele, o observando tão perto que seus cílios quase se tocavam. - Também te amo.
(...)
Assim que o loiro acordou, viu uma ruiva sentada na beirada da cama, observando a janela que emitia um sol gostoso e fraco da manhã.
Steve sabia que ela mordia a unha do indicador quando estava nervosa. E ela tinha razão por estar nervosa. Ele estava nervoso, o mundo todo estava nervoso, tinha que estar.
— Bom dia. - Tentou fazer igual a ela. Fingir que não se preocupava por não haver motivo para preocupação. Ela se sairia bem. - Bom dia Nat.
— Volte a dormir, são seis horas ainda. Hoje não vamos.
— Você dormiu? - Ela não respondeu, apenas ficou olhando pro mesmo lugar, imóvel, sem tirar o dedo da boca. - Natasha, você dormiu?
— Não Steve. Vou tentar. De novo. - Se deitou ao lado do loiro, em silêncio.
Ele observou o rosto dela. Ela tinha mudado, era inegável. Por mais que tentasse agir normalmente, ele via a diferença. As coisas seriam diferentes, e isso o preocupava. Mas ele estaria lá por ela.
— Boa noite então.
(...)
Quando Steve acordou, o quarto estava escuro, e Natasha não estava a seu lado. O relógio do seu lado, marcava 3 horas da manhã, o que assustou Steve. Aquela conversa tinha sido tão real, era impossível que tenha sido um sonho.
Mas o que importava agora era que Natasha não estava do seu lado.
Se levantou rapidamente, lutando contra o cansaço. Nada no banheiro, nem caída do outro lado da cama. Nem no corredor, quarto de hóspedes, muito menos na cozinha. Só encontrou ela caída no chão, com um corte no braço.
— Nat? - Ele se ajoelhou do lado dela, e começou a sacudi-la de leve. Depois de chamar mais vezes, ela abriu os olhos devagar - O que está fazendo aqui? E o que aconteceu?
— E-Eu... Onde eu estou?
— Em casa Nat. Mas o que aconteceu?
— Onde eu estou? - Ela repetiu, agarrando a mão de Steve, esperando desesperadamente uma resposta que fizesse sentido pra ela.
— Está em casa Nat. Tudo bem.
— Onde eu... Onde...
— Shhh... Tudo bem. - Ele a pegou no colo, e acariciou seus cabelos. Ela ficou quieta olhando para Steve. Sem desgrudar os olhos dele um segundo.
Colocou a ruiva na cama, e pegou no armário uma caixa de primeiros socorros.
— Vai doer um pouquinho, certo? - Ela não fez nada, então ele colocou desinfetante em uma gaze, e depois por cima do ferimento, o que fez Natasha gemer. - Não foi profundo, está acabando. - Em seguida, colocou um curativo branco por cima do corte e se abaixou na suafrente - Pode dizer o que aconteceu?
— Eu não sei. - ela deu de ombros, o olhando. O loiro notou os cabelos molhados da ruiva.
— Tomou banho?
— Não lembro Ste. Me deitei aquela hora, com você, e acordei na sala. E com essa roupa. - Apontou pra calça jeans e a blusa colada e de mangas azul.
— Você bebeu?
— Estou ciente da conversa que estamos tendo. Não estou bêbada.
— Tudo bem. Vamos descobrir o que aconteceu. - Ele se levantou para ir até a sala, mas ela segurou sua mão.
— Não me trate como uma problemática Steve. - Pediu, saindo na frente dele. O soldado suspirou, seguindo o caminho dela. Só estava tentando ser cauteloso e cuidadoso. Natasha não aceitava cuidado facilmente. Mas eles já tinham saído dessa fase de rejeitar cuidado e afeto.
Tudo tinha mudado.
Natasha checou a fechadura da frente, e estava intacta. Janelas, paredes, teto, chão, móveis, tudo intacto.
— Steve. - ela chamou, assim que abriu a gaveta da cozinha. Ele foi até ela rapidamente.
— O que? - A ruiva apontou para uma grande faca suja de sangue. - Oh. Uma pista pelo mesmos.
— Não acho que seja sem querer.
— Vamos pedir pra Bruce analisar.
— Não sei se é uma boa idéia. - Ela pegou a faca, e foi até a pia. Steve segurou seu braço.
— O que você está fazendo?! - Perguntou, confuso.
— Não sei se é uma boa idéia Steve. Me larga. - A ruiva ia tentar se soltar com a outra mão, mas ele a segurou também. - Steve!
— Não pode lavar isso! Por que você não quer que Bruce analise?
— Eu já disse.
— Não disse não. Se tivesse dito a verdade, não estaríamos quase nos esfaqueando. Natasha, me diga a verdade.
— Não tenho que te dar satisfações! - Ela disse, tentado puxar os braços e se livrar dos braços dele.
— É claro que tem! Sou seu namorado e eu te amo. Me preocupo com você. - Parou de se debater um segundo, pensando. Mas logo tentou se soltar e se afastar dele.
— Steve! Que coisa!
— Natasha, você não pode lavar essa faca.
— Tudo bem.
—É? Não vai lavar?
— Talvez esteja certo. - O loiro a soltou, meio desconfiado ainda. Assim que estava livre, tentou correr para o outro lado, mas ele a segurou.
— Natasha! Precisamos mostrar isso pra Bruce! Ele pode descobrir o que fez isso em você!
— Me solta Rogers!
— Não, amenos que me dê um motivo válido!
— Não quero saber!
— Por que?
— Steve você está me machucando! - Ela gritou, tendo um pequeno surto de força. O braço direito avançou até ele, o afastando.
Mas ele se apoiou na bancada, e só aí ela viu o que tinha feito.
O ombro de Steve sangrava. O loiro colocou a mão no ferimento, e olhou pra ela. Mas não era raiva, nem intenção de culpa-la, ele sabia que isso pioraria a situação dela.
Natasha largou a faca já sentindo lágrimas grossas correrem de seus olhos. Foi se afastando do loiro, até encostar no canto entre a geladeira e outra parede.
— Nat... Tudo bem... Eu estou bem.
— Eu não queria...
—Eu sei, eu sei. Foi sem querer. - Ele andou apoiando na parede até ela. - Lembra quando desloquei seu ombro no treinamento? Eu sei como se sente, fiquei me sentindo um monstro. Mas você disse pra mim apenas um obrigada. Porque, agora sabia se defender desse golpe. E ainda que me amava. Mesmo eu me sentindo mal por ter feito isso.
— Eu lembro. - ela respirou fundo, fungando. - Certo... Eu...
— Sente muito. Eu sei, foi sem querer. Agora vamos pro...
— Hospital. - A ruiva limpou as lágrimas, e foi se aproximando dele devagar. - Não os normais, vão achar que eu esfaquiei você. O que aconteceu. - ela deu um pequeno sorriso.
— Tudo bem. Me ajuda. - A ruiva se aproximou dele, com os olhos fixos no ferimento. Ele tocou o queixo dela, a fazendo olhar pros olhos dele. Passou o braço pelos ombros da ruiva, se apoiando, e foram andando até o carro.
(...)
Natasha dirigia não muito rápido por causa do trânsito, mas alternava o olhar entre a pista e o loiro.
Um carro businou, e ela percebeu que estava com o carro parado, olhando para Steve.
— Tudo bem, calma. - ele tocou a mão dela. Assentiu, e voltou a andar com o carro, mas, em seguida, quase bateu no carro da frente. - Nat!
— Desculpa. - Olhou pra ele, com os olhos cheios de água.
— Podemos trocar de lugar...
— Não, tudo bem. Eu consigo. - Apertou o volante firmemente, sem tirar os olhos da frente. Mas não adiantou, um carro businou novamente, pra mulher perdida em pensamentos.
— Ô CARALHO! DIRIGE DIREITO! TINHA QUE SER MULHER! - A ruiva estava prestes a abrir a porta e colocar o homem em seu devido lugar, mas Steve precisava de médicos. Em vez disso, deu ré até onde deu, e saiu cortando as pessoas, em alta velocidade.
— Natasha! Mais devagar!
— Devagar o caramba, você tá morrendo. E eu não quero ser a responsável por isso. - Resolveu ele, apenas assentir.
Em alguns minutos de ameaças de batidas e xingamentos, eles chegaram na torre.
Tony que estava na recepção conversando com uma secretaria que se jogava em cima dele, arregalou os olhos.
— Caraca o que foi? - Ele se aproximou.
—Eu... Bem...
— Chama os médicos por favor? - Steve pediu.
— Ta. Ella, chame a equipe médica agora! - Berrou o milionário. Em pouquíssimo tempo, Bruce, Cho e mais alguns médicos chegaram.
— Nossa Steve. Vamos entrar né? - Bruce disse, o ajudando a sentar na maca.
— Ele vai ficar bem? - ela perguntou, mordendo os lábios exageradamente, para conter as lágrimas.
— Vai. - Ele a tranquilizou. Levaram Steve pra dentro, e Natasha sentiu o chão cair.
—Ei. Ele vai ficar bem. - ela olhou Tony. - Vamos lá pra cima. Esperar.
— N-Não... Ele me viu aqui.
— O que?
— O que o que? - Os olhos lacrimejando dela fitaram-o novamente.
— Não sei. Vamos lá pra cima.
— Ta. Mas... Ele vai ficar bem né?
— Vai Nat.
— Tem certeza? - Uma lágrima escorreu rapidamente do olho dela.
— Tenho. Ele é forte Natizinha. - Ele ofereceu o braço pra ela se apoiar, e foram até onde os outro estavam.
— Soubemos de Steve. - Wanda disse, antes de voar em Natasha, a abraçando. - Nat...
— Ele vai ficar bem? - Thor perguntou.
— Vai povo. O nosso Steve é forte.
— Meu Steve. - A ruiva disse, atraindo os olhares ora ela. - Desculpa. É hábito. - Disse dando um pequeno sorriso, antes de secar o canto dos olhos.
— O que aconteceu? - Clint perguntou, tocando o ombro da ruiva. Ela respirou fundo.
— Eu enfiei uma faca no ombro dele.


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Notas finais do capítulo

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