When you feel my heat

Look into my eyes

It's where my demons hide

Don't get too close

It's dark inside

Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meu olhos

É onde meus demônios se escondem

Não se aproxime muito

É escuro aqui dentro

Natasha suspirou, tentando arrancar coragem de algum lugar.

— Se não conseguir... – Steve disse, num tom preocupado.

— Eu consigo. Fiz coisas horríveis. Fugi delas por anos, mas... Agora tenho que enfrenta-las. E talvez ele esteja certo. Talvez... Eu tenha que pagar pelas pessoas que matei.

— Mas... – Wanda ia dizer.

— A KGB era uma agencia de segurança nacional. Mas eles só se importavam com o país. E, como na SHILD exisiam pessoas más, como a HIDRA russa. Talvez piores. Em um ataques rebeldes a Stalingrado... Colocaram fogo na minha casa. Minha mãe me jogou pela janela, e só eu sobrevivi. Ivan Petrovic, um soldado da KGB, cuidou de mim como uma filha por muito tempo.Eu estudava em escolas ótimas, com um grande programa esportivo. Eu era a melhor, o que chamou atenção do governo soviético. Ivan foi cumprir com seu dever soviético, e eu fui tirada a força dele, pelo próprio Stalin. Ele era feio, eu lembro.

“O soldado Ivernal... Me convenceu a entrar pro experimento Viúva Negra. Depois disso, minha vida foi destruída. No programa, eles criaram uma nova personalidade no meu cérebro. No meu, e de outras garotas Eles desligaram a Natália criancinha. Me tornei a maior das Viuvas, matei todo mundo que eles mandaram, e quando cansei deles, matei todos eles.  Até Clint ser enviado pra me matar, quando eu fazia minhas próprias missões. Ele me mostrou que o mundo era mais que matar e obedecer. Eu estava cansada e perdida, e a outra personalidade fraca. Consegui desativar a Viúva Negra. Não sei como, ela sempre foi poderosa. Mas... Agora... eu tento... Consertar isso. Mas isso me atormente, eu ainda sinto ela aqui, e tenho medo de que ela volte.

Ela respirou fundo, olhando pros olhos sem expressão dos amigos. Todos estavam... Estupefatos com isso.

— Vocês tem motivos suficientes pra me entregar como culpada pro Ross, e dar um relatório completo. Eu estou pronta pra parar de fugir e...

— Não continue isso. – Clint pediu.

— Nunca diga uma coisa dessas. – Wanda concordou.

— Se acha que vamos sair do seu lado esta muito enganada. – Tony sorriu.

— Sua história... É superação Natasha. – Bruce concluiu. - Você venceu uma personalidade psicopata.

— Você é do bem Lady Nat. – Thor olhou pra ela.

— E você sabe o que eu penso. – Steve lançou um olhar, que derreteu todas as calotas polares do planeta. – A gente ama você. Mesmo eu amando mais.

— Obrigada. – ela sorriu de orelha a orelha, sentindo os olhos se encherem de lágrimas.

(...)

Steve e Natasha estavam deitados na cama, abraçados, apenas curtindo o calor um do outro. Depois de botar todo o peso pra fora, Steve simplesmente pediu pra ela parar de pensar por um segundo, e o abraçar.

— Steve você pode prometer uma coisa?

— Posso. – Ele disse, sem ter ideia do que era.

—Você é a única pessoa que eu posso pedir isso. – ela fechou os olhos, novamente puxando coragem de algum lugar maluco. - Se ela voltar... Você jura que... Vai mata-la? Mesmo se isso...

Ele olhava pra ela incrédulo.

— Você só pode estar brincando. Natasha, eu nunca vou te machucar. Muito menos...

— Você disse que ia prometer. - Ela se levantou, saindo de perto dele. Não podia chorar agora, estava tentando segurar tudo.

— Faço tudo por você. Mas isso não é fazer por você.

— Então faça por mim. - ela se virou de frente pra ele, para que pudesse ver o desespero em seu olhar. - Steve ela é mais poderosa do que você imagina. Não quero que ela machuque mais ninguém!

— Isso é o pedido mais descabido que alguém fez pra mim. E olha que uma vez Clint pediu para mim pintar os cabelos do Thor de rosa, em quanto ele dormia. - Ele se mantia sério, olhando-a, procurando um sinal de que ela estava brincando.

— Steve. - ela resmungou, se sentando na cama ao lado dele, em quanto cobria os olhos com as mãos, a fim de espantar a dor que invadia sua cabeça.

— Você não pode pedir isso pra mim. - O loiro se aproximou dela.

— Eu sei. Steve, me prometa, por favor. É só isso...

— Não Natasha. – Ele franziu o cenho, se irritando com tal pedido.

— Por que não?! Você é um super herói, seu dever é proteger pessoas! A vida delas valem muito mais que a minha! Pensa Steve, ninguém merece ser morto por ela, mesmo que isso signifique...

— Eu não conseguiria nem se eu quisesse. – ele colocou a mão no rosto dela. - Sua vida, pra mim, vale mais que a minha. Não pensaria duas vezes antes de morrer por você. Eu prefiro nunca mais abrir os olhos, que atirar em você!

— Eu não posso pedir isso a você. - ela fechou os olhos, deixando lágrimas silenciosas escorrerem de seu rosto.

— Não, não pode. É impossível. E... Pra começo de conversa ela não vai voltar. Ela morreu. – Ele fez um biquinho, que fez Nataha rir, em meio as lágrimas. Ele tinha esse super poder: Faze-la se sentir bem em seus piores momentos, que era quase sempre. – Não deveria rir. - Steve disse, sorrindo, e limpando as lágrimas dela.

— Não deveria fazer esse biquinho. – Steve a abraçou com toda força, e ela fez o mesmo.

Mas algo a fez parar de sorrir.

Foi o que ela pensou.

Não podia pedir isso a Steve, mas podia pedir a si mesma.

Um favor a si mesma.

— Eu te amo. – ela sussurrou em seu ouvido.

— Eu também te amo. – ele segurou o rosto dela com as duas mãos - Vamos superar tudo que vier certo?

— Certo. - ela sorriu, olhando pra baixo por alguns segundos. - Você confia em mim não é?

— Completamente. Se você pedisse pra eu me jogar em um vulcão, eu me jogaria sem pensar duas vezes.

— Mas se eu disser isso durante uma briga, não faça okay? – ele riu.

— E por que perguntou isso?

— Não sei. – ela seu de ombros. O celular de Natasha tocou. Assim que atendeu, se arrependeu.

— Adivinha?

— Fala logo Stark, você interrompeu uma coisa importante aqui.

— Ai credo vocês dois hein?

— Tony. Desembucha.

— Okay, seu amiguinho maluco por voc... AÍ BARTON FILHA DE UM PASTEL! Ham, o Sr 47 foi visto entrando numa base antiga da HIDRA em Moscou.

— Por que ele faria isso?

— Não sei, precisamos descobrir. Venham pra cá agora.

— Okay, Tony.

(...)

— Ele entrou as 7:56, e agora, são 8:34 e ele não saiu ainda, estamos monitorando toda a área. – Clint notificou.

— Essa é a base? – Natasha perguntou, apontando pra imagem de um grande casarão abandonado.

— É. Por que? – Barton arqueou uma sobrancelha.

— Eu não sei... Acho que já vi ela em algum lugar.

— Okay. Vamos entrar. – Steve disse, abrindo a porta do quinjet para eles saírem. Antes de fazer o mesmo, ele segurou o braço de Natasha. – Tome cuidado.

— Eu sempre tomo.

— Não deixe ele te tocar. – ela assentiu, e puxou Steve para um selinho longo.

— Os pombo, tamo esperando! – Clint colocou as mãos na cintura.

— Aff Barton! – Natasha esbravejou, saindo do jato.

Eles andaram por alguns metros, deixando pegadas na neve. Todos viram que o garoto era poderoso. Eles também eram. Assim que pararam em frente a construção, Steve começou a falar.

— Thor e Bruce, fiquem aqui fora...

— Por que não tem porta? Digo, era uma base, devia ter portas... – Clint o interrompeu.

— Ele tirou, provavelmente, queria que entrássemos. – Tony apertou o punho.

— E por que a Nat está entrando? – Wanda disse, com os olhos arregalados, vendo a ruiva entrar na construção.

— Eu não consigo parar! – Natasha gritou, fazendo eles correrem até ela. Mas a ruiva já tinha entrado no lugar. Steve estava pronto para atravessar a porta, quando foi barrado por um tipo de parede invisível.

— Droga. – Ele disse socando a parede. – Nat! – Ele socava a coisa invisível, várias vezes, em quanto Thor batia o Mjolnir na parede, tentando derruba-la. Nada acontecia.

A ruiva finalmente parou de andar, e assim que retomou o controle de seu corpo, correu até a porta. Steve dava incessantes socos na porta, sua mão já até sangrava.

— Steve. – Tony pediu. A expressão no rosto do loiro suavizou, ao ver a ruiva com uma expressão calma com o rosto. Ela apenas tinha a mão fixa na parede invisível. Ele fez o mesmo, como se tocasse a mão dela. Um vulto apareceu em segundos atrás de Natasha.

Eles faziam gestos pra ela olhar pra trás, em quanto Steve mantinha os olhos nos de Natasha, que não ligava se ele a mataria agora. Queria apenas... Olhar pra Steve. Fazendo leitura labial, eles entenderam:

— Tudo bem.

47 colocou a mão no mesmo lugar na cabeça da ruiva, em quanto seus olhos absorviam a coloração escura.

O momento passou em câmera lenta. A mão de Natasha se afastando da de Steve, fazendo seu corpo sem vida cair nos braços do moreno, que sorriu de orelha a orelha, como se dissesse Olha o que eu fiz! De novo! E Steve olhava pra ele como se dissesse: Eu juro por Deus, eu vou te matar.

Assim que os dois sumiram, eles ficaram em silêncio, apenas encarando Steve que ainda tinha a mão erguida, como se esperasse ela aparecer e dizer: Tudo bem, eu estou aqui com você.

Mas ela não veio.