Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 40
Às vezes te odeio por quase um segundo. Depois te amo mais. - Cazuza


Notas iniciais do capítulo

Boooooooooooooooom dia meus amores! Bom domingo pra vocês!
Só eu que achei o titulo LACRADOR
Tá ai, pra quem ama, odeia, pra quem fica quente e pra quem gela, pra quem ainda não decidiu.
A visão do Dante.
Beijoooos!



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O terno é como todos os outros, impecável. Feito sob medida. Um Armani. Azul escuro de três peças. Um rolex no meu pulso direito. Um anel grosso no meu dedo anelar. É assim que eu vou para o escritório de Cesar, alguns diriam que ele é meu pai, mas eu não aceito isso, por que se eu aceitar isso, eu aceito que sou filho do Diabo, e eu gosto de pensar que eu não sou assim tão ruim. Eu não sou como ele.

— Onde está Harley? – pergunto para Lorenzo do meu lado. Ele está vestido com um terno semelhante ao meu, mas o dele é cinza.

— Bem aqui. – Harley diz entrando. Ele está com uma versão de nós, mas com a cor preta. Estou do lado de fora e não tenho a menor vontade de entrar. Eu tenho memorizado seus contatos, suas senhas, seus códigos e seus programas ao longo dos anos. Eu tenho tudo. Seus melhores contatos estão do meu lado, por que no mundo em que eu vivo a lealdade segue o cheiro do dinheiro. O mordomo aparece sereno e abre a porta do escritório.

— Ele está pronto para receber vocês.

Cesar está sentado na sua cadeira como se fosse um trono e sua postura é de um rei. Ele controla muitas cidades, muitas policias, milícias e politica. Ele tem gente do governo na folha de pagamento. Então eu entendo por que ele se senta lá como se nada pudesse atingi-lo.

— Boa tarde filhos. – ele diz calmamente. Apenas aceno com a cabeça. Lorenzo está do meu lado e Harley do outro. Como foi a minha vida inteira. – Eu tenho novidades deliciosas. – ele diz com diversão brilhando em seus olhos. Um peso se instala no meu estômago por que Cesar só se diverte quando há derramamento de sangue. Muito dele. – Como meu filho querido, herdeiro do meu império, foi incapaz de fazer o que foi determinado eu peguei o serviço com minhas próprias mãos. – ele diz calmamente. – Arabella, ou Alexandra, como vocês chamam, tantou sair da cidade está tarde. Acabei de receber um relatório do Delegado Nascimento. Ela está morta. – ele sorri. Meu rosto continua desinteressado. Enquanto meu coração acelera no peito. Morta? Não! Nunca no inferno! Ao meu lado Harley e Lorenzo endurecem. – Ela nâo é mais um problema.

Antes que eu perceba o que estou fazendo levo a minha mão a minha arma, é um movimento que eu faço desde que tinha cinco anos, miro sua cabeça antes que eu perceba. Então talvez eu seja mesmo filho do Diabo, e quando eu atiro sem dar tempo de ele sequer piscar eu sinto que eu não sou o filho do Diabo, eu sou o próprio Diabo. Em segundos seu corpo cai sem vida, por que isso é a vida real e eu não vou fazer um teatro e perguntar suas ultimas palavras e nem torturar ele por informações por que eu sei cada aspecto da vida dele.

E eu grito.

Eu a matei! Eu a matei! Eu a matei!

— Porra Dante! – Lorenzo está me olhando mas eu não ligo eu soco a porta de vidro e vejo os cacos se partirem.

— Acabou, porra!

— Do que adianta agora? – Harley grita. – Você disse que ia proteger ela! – ele está furioso. Aperto meus olhos para ela. – Disse que ia ficar longe! Você a fodeu! De todas as formas!

— E que merda você tem a ver com isso? – eu ando até ele, Harley tem alguns centímetro a menos que eu, e quando eu o encaro eu olho dentro de seus olhos. – Diga!

— Eu fui ver ela hoje! Você a quebrou!

— Você tocou nela? – Pergunto sentindo meu sangue esquentar nas veias.

— Eu a beijei. – Meu punho faz contato com seu rosto antes que eu perceba.

— Ela é minha! Minha! – Eu soco outra vez, a terceira vez ele devolve. A dor traz clareza.

— Parem os dois!

— Não faz diferença agora. – Harley diz sem emoção. O inferno! Ela não pode estar morta! Não ela, minha Alexandra. Não depois de tudo. Eu fodi tudo. Harley tem razão. Desde o primeiro momento. Eu estava com tanta raiva e ódio. Infernos! Mas, desde o primeiro momento que a vi, a mulher mexeu comigo. Para um cara que passou a vida inteira ouvindo que sentimentos são ruins e destrutivos e que cada vez que desenvolveu algo como respeito, admiração por alguém, Cesar tirou de mim, ou me machucou. Quando Alexandra veio eu quis manter ela longe, claramente não fui capaz, então eu me permitir tocar ela. Do meu jeito. Deus! Ela era virgem e eu fingi que não era nada, eu quis me convencer que não era nada. Eu a tratei como merda. Como se ela fosse como qualquer outra quando na verdade ela não era. Ela era minha.

— Você a ama. -  Harley sussurra incrédulo. Porra. Eu não quero.

— Isso não é da tua maldita conta. – Digo duramente. Por que não é. Deus! Ela não pode estar morta. Minha garganta se fecha.

Minha mãe é uma porcelana. Tão bonita e fria quanto uma. Assim como a maior parte das mulheres dessa sociedade. Todas em seus vestidos caros e maquiagens impecáveis. E seus casamentos arranjados. Meu pai casou com minha mãe assim que ela fez dezoito anos. Quando ela amava outro homem. Quando ela desprezava Cesar com toda a força. Ela nunca pode esconder o nojo que sentia de mim e de Lorenzo. Ela nunca nos tocou ou se referiu a nós. Estava sempre com seu olhar distante como se não nos conhece. 

Cesar tentou fazer o mesmo com Amélia. Mas eu nunca permitiria isso. Amélia nunca foi nada mais que uma irmã para mim. E eu sabia que ela amava Lorenzo. Desde sempre.

Eu não iria tornar o meu pai.

Alexandra me impediu de tornar igual a ele. Ela me fez amar.

E agora ela se foi.

Quero socar algo ou alguém outra vez. O peso no meu peito é quase demais para suportar.

Eu a matei.

Eu deveria ter me mantido longe. Mas, a mulher apontou suas armas para mim, me enfrentou. Ninguém nunca tinha feito isso antes. Eu estava entregue desde o primeiro momento. Ela era tão diferente de tudo que eu conheci, Alexandra é uma guerreira, o tipo de mulher que não foge ao som de um tiro e não treme quando ouve uma voz mais alta. Ela luta de volta, grita de volta, atira de volta. O tipo de mulher que eu queria para mim. Alguém que fosse capaz aceitar meu estilo de vida com a mesma força que eu.

Meu coração dói no peito. Eu odeio sentir. Odeio ainda mais sentir por ela. Por um momento achei que eu realmente a odiasse. Foda-se, eu precisava odiar ela. Mas, a verdade bruta e dolorosa é que eu não odeio. Eu a amo.

— Senhor... – o mordomo entra. Ele empalidece quando vê a cena.

— Eu sou o Senhor agora Harris. Espalhe a notícia. Limpe a bagunça. Vou mandar o endereço do meu escritório. Vá para lá a partir de amanhã. Queime esse lugar. – Eu digo.

— Sim senhor.

— Dante.

— Sim, Dante. Eu queria comunicar que o chefe de segurança Julio ligou. A senhorita Amélia se foi.

— Como assim se foi? – Lorenzo grita. Estamos todos com os nervos na superfície.

— Ela desapareceu senhor.

— Como no inferno! – ele grita.

— Ela não fez uma merda dessa. – Harley diz.

— Vamos vasculhar cada canto dessa cidade. – digo. – Eu quero Alexandra e Amélia em casa. – eu digo. Lorenzo e Harley me olham com pena. Foda-se. Eu preciso ver ela. Ela não pode estar morta. Ela precisa lutar. Mais uma vez. Só mais uma vez.


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