Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 38
Nunca é fácil.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo! Desculpem a demora! Essa autora está atolada em trabalhos e provas! E roendo as unhas de preocupação! E também, essa semana tive uma dor estranha no ossinho da minha mão e tava muito dificil de digitar!
Pra quem acompanha as outras Fics peço que me perdoem e tenham paciencia comigo, por que aquelas eu não tenho capitulos escritos previamente (diferente dessa que tava mais ou menos pronta já, por que faz tempo que escrevi e eu só edito) então vou poder atualizar só fds que vem por que é quando terminam minhas provas.
Enfim, quero agradecer os comentários maravilhosos, é muito importante pra mim!
Beeeeijos!



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“Quando éramos crianças, chorar parecia ser a resposta perfeita. Hoje chorar é um desabafo! Às vezes, é a única resposta que podemos dar. ” Eu vi essa frase em algum lugar da internet e na época me pareceu inútil. Hoje se encaixa perfeitamente. Fiquei no chão do banheiro desafogando o peito, quem dera a angustia fosse embora também..., mas, não o aperto que eu sentia não se foi quando minhas lágrimas sessaram e meus olhos arderam. O medo, o pânico rastejando sob minha pele, a raiva e a confusão.  Ainda estava tudo lá apesar de tudo.

Respiro fundo.

Por que o que mais eu faria? Eu não tenho mais nada e tudo com que posso contar é comigo. Então eu tenho que juntar os pedaços e me lembrar do que fazer. É tudo que eu posso fazer agora.

Começo a juntar tudo. Tudo significa pouca coisa. Roupas. Uns objetos e isso é tudo. Uma vez eu “apaguei” Arabela de uma cidade. Hoje é o dia de deixar Alexandra ir. Troco a roupa e faço o meu melhor para dar ao meu rosto um ar decente. O que se pode fazer quando seu nariz está vermelho e seus olhos inchados?

Sim!

Colocar um óculos de sol! É o melhor que posso fazer.

Tenho algumas economias e é isso. É só eu outra vez. E eu estou fugindo. De novo. Outra cidade. Outro nome e se tudo der certo outra vida;

Não se enganem, eu não tenho nenhum plano, a única coisa que tenho em mente agora é dirigir, o mais rápido, o mais longe, por tanto tempo quando for possível. Parar em algum ponto, vender o carro, colocar o disfarce e continuar.

A sensação de estar sozinha pesa. É quase como se um punho estivesse apertando meu coração. Meu estômago pesa. Não é uma boa sensação.

Entro no meu carro quando o sol já está se ponto. Logo estou acelerando. A cada quilometro meu coração bate com mais força. Eu não achei que eu tinha mais alguma coisa, mas eu quero chorar. No entanto, não me permito. Eu acelero ainda mais colocando a raiva no volante e o foco na estrada a frente, o vento vindo da janela me dá uma falsa sensação de liberdade.  A saída da cidade chega meia hora depois e eu sinto quase como se o ar mudasse. Quase ficando mais leve.

Eu não estou feliz.

Vazia.

Eu me sinto vazia.

Então, exatamente pelo fato de eu estar muito focada a frente eu não vejo o carro atrás de mim. Mais do que qualquer coisa ouço, uma explosão. Meu carro sai do asfalto alguns centímetros antes que desabe para a direita e faça vários giros. Vidros explodem, alguns ficam na minha pele. Machuca como o inferno. Deus! Atiraram nos meus pneus! Querem me matar!

Eu sabia que não ia ser assim tão fácil! Minha cabeça gira e meu estomago endurece. Mal tenho tempo para respirar por que sinto o cheiro de gasolina e se eu não sair agora sei que estou ferrada. Quando finalmente me desprendo do cinto e movo minhas pernas pesadas para fora eu ouço o som de pneus derrapando. Logo tiros soam e vem na minha direção. Merda! Eu devia saber que não ia ser assim tão fácil! Eu devia saber! Que idiota!  Eles me encontraram e vão acabar comigo!  Meu coração se acelera, um prédio abandonado está a minha frente e é a minha única chance. Seguro minhas armas e corro. Sentindo um leve ardor no braço. Droga! Isso só não pode ser bom!

O lugar está nojento, mas tem muitas paredes, eu corro o máximo até parar encostada em uma delas. Minha respiração vem rasa e difícil. Minha pele arde em alguns pontos. Eu nem quero olhar.  

— Aqui, gatinha... – uma voz masculina zomba. Dante está entre eles? Ele veio acabar comigo? Faço meu melhor para não respirar. Não mexer. É difícil com a dor. Mas o medo mantem meus músculos ainda mais rígidos.

— O patrão disse que você é uma gatinha arisca... – Outro diz rindo.

— Eu adoro quando elas lutam, gritam e imploram.

— O patrão quer que ela implore... – mais risada. Eu sinto que vou romper em lágrimas. Esse é o fim da linha? Qualquer esperança que eu pudesse ter se foi. Eu deveria ter ficado, dormido com Harley, e foda-se as consequências. Dante me fodeu da pior forma possível. E agora ele mandou capangas para me matar. Covarde! Por que ele não veio? Olhou nos meus olhos enquanto acabava comigo?  

— Não seja uma gatinha malcriada... venha brincar!

— Vamos achar ela logo, Deni.

— Merda! São sirenes?

— Foda-se! A polícia! Que pena! Não vamos ter tempo para brincar...  – o outro grita, muito perto. Infernos! Inferno!

— Achei! – Um brutamontes enorme está com a arma apontada para mim. As sirenes soam mais fortes, mesmo assim o medo em minhas veias corre com cada batida do coração. – Pena que não vai dar para brincar gatinha. Podemos domar os policias, mas tem essa coisa de ser pego em flagrante.

— Vá para o inferno! – eu digo quando aponto minha arma e atiro. Ele grita.

Não tenho tempo para atirar no outro. Ao invés disso eu sinto. A dor se espalhar por mim. Tão intensa que eu grito quando meus joelhos cedem.

— Vamos, Deni! – Vejo os brutamontes correram. Tenho apenas um momento antes de jogar minhas armas longe de mim. Tem uma pequena chance de que sejam realmente os policias, e não seria nada promissor se eles acharem armas comigo. Pego elas com a ponta da minha blusa e limpo na minha calça, será que isso faz as digitais desaparecerem? Tenho que torce para que sim. E que os policiais, se forem policiais achem que os bandidos deixaram elas caírem na fuga.

Algo quente está escorrendo pelo meu braço, e ele está rígido. Abaixo a cabeça quase que em câmera lenta para baixo. Tem sangue ali, muito. Até demais. E não é só isso. Sangue quente escorre do meu peito. O pânico atinge níveis claustrofóbicos. É paralisador. Não posso me mexer, não posso gritar, oh Deus! Meu corpo mole desliza pela parede e eu não posso fazer nada. Nada! Minhas pernas não respondem, muito menos meus braços e eu só posso assistir meu corpo atingir o chão duro e sujo. A dor é tão imensa e eu vejo o sangue escapar muito rápido. Sei que o buraco da bala deve ser pequeno mais eu sinto como se fosse uma cratera aberta no meu corpo. Meu corpo este, tremendo descontrolado. Merda! Eu não me lembro de ter desejado tanto um cobertor em toda minha vida!

Isso é o final?


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