Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 37
Porque há o direito ao grito. Então eu grito. - Clarice Lispector


Notas iniciais do capítulo

O que estão acham dos titulos? Eu amo esses autores que estou colocando aqui, tô me sentindo muito culta U,U kkkkkkkkk
Por um momento eu quis arrancar a calça do homem!



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Ele faz. Harley me beijou. Deus! Ele me beijou na boca! Seus lábios foram muito gentis quando se aproximaram de mim. Ele pressionou sua boca contra minha, esperando que eu permitisse. Sugou levemente meu lábio inferior e eu o permiti me beijar abrindo a boca para ele aprofundar o beijo. Não era um beijo ruim. Era um bom beijo. Provocante. Agradável. Sua língua deslizou na minha e ele gemeu baixinho, suas mãos enlaçaram minha cintura me trazendo gentilmente para perto de seu corpo. Um corpo duro e quente. E seu calor foi muito bom contra a frieza que estava instalada profundamente na minha pele, nas minhas veias. Quase um pequeno alivio. Eu queria sentir alguma coisa, além do aperto no peito. A dor sufocante. Além da decepção. Do medo. A angustia. Queria não me sentir tão ferida. Queria que eu não tivesse deixado Dante me machucar, ou queria fazer ele sentir o que eu senti, a raiva, o gosto da decepção. Queria a satisfação de ter Harley contando a ele todas as coisas sujas que nós faríamos juntos. Eu queria vencer, só uma vez, pela última vez.

Ou simplesmente que eu pudesse colocar tudo isso no esquecimento. Por míseros momentos que eu pudesse parar de pensar. Parar de sentir. Não sentir nada. Esse nível de paz inalcançável. Talvez então eu devesse me perder em Harley. Deixar que ele me levasse por esse caminho...

Ele agarrou minha cintura mais apertado e pude sentir sua ereção quando ele se esfregou em mim e gemeu. Enlacei seu pescoço por instinto.  Suas mãos me seguraram forte, seus beijos passaram de calmos para algo mais obstinado. Deixei levar, quando sua boca assaltava a minha mais rápido e suas mãos passaram a vagar meu corpo, procurando explorando.  Depois deslizaram para dentro da minha camisa. Suas mãos seguraram meus seios e apertaram gentilmente os mamilos. Gentilmente? Sim, pouca pressão. Tão delicado que eu não estava acostumada. Em minha memória havia apenas um toque, forte, desesperado e faminto. Gentil, era novo. Tão diferente de D... Sua boca se afastou da minha para beijar meu pescoço. Me arqueei oferecendo para ele. Determinada a fazer isso. Eu podia ver o sorriso de Dante se apagando, sua raiva se refletindo nesses olhos pretos profundos, Harley gemeu contra meu pescoço e me aproximou dele ainda mais. Ele parou de me beijar para tirar minha camisa. Engoli seco, mas ele voltou a me beijar. Um beijo bom combinado com as suas mãos nos meus seios, mas, meu estomago doía. Minha cabeça latejava. Algo me dizia que era errado. Você é minha. Ninguém mais tem permissão de entrar em você, apenas eu. Entendeu?

As palavras ecoaram na minha cabeça, sua voz gravada com ferro fundido no meu cérebro. Me forcei a concentrar, justo quando Harley apertou minha cintura e tirou meus pés centímetros do chão e me levou para o quarto, o caminho era curto e logo ele me depositou delicadamente no colchão, se instalando no meio das minhas pernas. Sua boca só deixando a minha para arrancar sua própria camisa me dando uma porra de uma visão. O homem tinha um corpo esculpido. Liso e dourado. Seu abdômen trincado e revestido com seis gomos e covinhas nos quadris. Eu Não sou hipócrita de dizer que a visão dele não me afetou. Seus jeans pretos pendurados nos quadris e seu volume visível. Engulo seco. Eu sou humana afinal, e Harley sem duvida está perdendo uma porrada de dinheiro não estando em revistas. Seu rosto é de anjo, lábios vermelhos e cheios, olhos azuis brilhantes, cabelos dourados.  Tatuagens espalhadas, não tantas quando do... Balanço a cabeça quando Harley me puxa para outro beijo.

Minha... Alexandra... Você é minha! Você entende?

— Eu quero você. – Harley sussurra roucamente esfregando seu membro duro contra mim.

Minha Cookie... Você entende? Você é minha!

O barulho de um zíper soa como um terremoto no quarto. Poderia bem ser a realidade sendo rasgada. Mas, Harley parece não notar quando desce sua boca pecaminosa novamente pelo meu pescoço indo em direção aos meus seios. Tento respirar, mas nada vem. Meu coração martela no peito mais forte que um machado contra uma arvore. Minha própria consciência querendo me devorar.

— Você é tão boa... – Ele diz com a voz rouca. Uma voz sedutora. Só que simplesmente não é a certa... Simplesmente não...

Alexandra! Minha... Minha... Você entende?

Mais uma vez ouço ecos na minha cabeça. Eu quero gritar para ele calar a boca!

Minha...

— Não! - grito sem perceber.  Harley tenciona em cima de mim imediatamente. Sinto cada musculo dele se endurecer. Ele abre devagar esses seus olhos azuis e estão nublados de luxuria.

— Você está bem? – Ele pergunta. Ele respira muito rápido como se tivesse acabado de correr.

— Sim, eu... – seus olhos ainda perdidos deslizam para os meus seios expostos. Eu o empurro levemente e só então ele se levanta. Pego a colcha da cama e envolvo em torno de mim me sentindo mais vulnerável do que nunca.

Minha cabeça dói ao ponto de me deixar maluca. Ali estava Harley, uma beleza dourada e musculosa, com seu abdômen trincado e covinhas nos quadris, e um... oh inferno, uma coisa enorme no meio das pernas! Dizendo que me queria e mesmo depois de toda a merda eu não podia fazer isso. Inferno! O que Dante fez comigo?

— Harley... Não.

— Eu não devia ter feito isso. – ele diz parecendo envergonhado. – Eu... Gostaria de dizer que eu sinto muito, mas eu não sinto, eu tenho pensado nisso.

— Merda! – eu digo ruborizando.

— É merda! – ele diz. – Parece que eu cheguei tarde não é? – ele pergunta pesaroso.

— Harley, eu... sinto muito. Não deveria ter deixado as coisas, avançarem assim. Essa não sou eu. Eu... Não quero que você pense que eu...

— Eu não vou pensar nada. – ele diz com um ligeiro sorriso safado. – Se quiser voltar a isso eu prometo nem pensar.  

— Não é uma boa ideia.  - Literalmente eu não sabia o que dizer.

— Já vejo. Ele chegou primeiro, não é? O bastardo filho de uma puta.

— Você está confuso. Você não me quer assim. – digo firmemente. Propositalmente ignorando a questão. 

Ele sabe. 

— Porra eu quero. – ele diz me olhando com esses olhos azuis e mordendo os lábios. – Tenho certeza que você pode ver. – Sim, eu posso. Sua calça aberta me dá uma boa visão da parte baixa de sua boca e mesmo que o resto esteja escondido no tecido não posso deixar de notar o volume.  

— Não quero dizer assim. - digo desesperada. - Veja bem, você está confundindo as coisas! – eu disse. Minhas mãos tremiam. 

— Eu sei bem o que sinto.

— Deus! Harley! Você é meu amigo. Pelo menos eu pensava assim. Mas nunca foi isso não é? Nunca foi nada para nenhum de vocês! – eu digo, o nó na minha garganta está ameaçando se desfazer mais eu me recuso.

De todos os motivos pelo qual eu não poderia me perder em Harley um deles é por que ele também não estava do meu lado. Ele mentiu também. O tempo todo.

— Tem certas coisas que você não pode entender agora. – ele diz sério.

— Dante foi sincero quando disse que queria me matar. O resto ficou e fingiu.

— Fico infeliz que você pense assim.

— Eu também. Adeus, Harley. – eu digo com o queixo para cima. Sigo para o banheiro e fecho a porta. O ouço remexer as roupas e depois bater a porta. Meus joelhos cedem e eu deslizo para o chão. É isso.

Eu choro.


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